quinta-feira, 30 de novembro de 2006

CRÍTICA: MISSÃO IMPOSSÍVEL 3 / E por falar em coisas impossíveis...

Talvez você não acredite, mas eu adorei “Missão Impossível 3”. É muito melhor que os dois primeiros, se bem que não posso afirmar com certeza ter visto o segundo. É o mais espetacular filme de ação desde “Batman Begins”. E digo mais: dificilmente nesta temporada de verão (pra eles) em que pipocam arrasa-quarteirões veremos algo mais legal que “MI3”.

E logicamente não estou desfiando todos esses elogios apenas porque fiquei hipnotizada pelo Tom Cruise. Tem o efeito da musiquinha também, que não sai da minha cabeça. Tô tão lavada cerebralmente que nem a confundo mais com a melodia da “Swat”. Mas gostaria que ela se apagasse da minha mente como aquelas mensagens que se auto-explodem em cinco segundos. Amei a cena em que o Tom calmamente segura o objeto que vai se auto-explodir e começa a sair fumacinha. Eu teria jogado o troço pra fora da janela e me escondido embaixo da cama, temendo uma dessas explosões de filme de ação.

Certo, o Tom. O Tom é meio doido na vida real, fez escândalo em talk shows ano passado pra divulgar seu amor pela nova mulher, criticou a Brooke Shields por ela sofrer de depressão pós-parto, acredita numa religião esquisita, a cientologia. Ao ser execrado pelos comentaristas por causa da ridícula superexposição, o que fez o rapaz? Iniciou uma greve de fome até que a mídia se retratasse, como fazem garotinhos? Não, seguiu filmando. Justiça seja feita, o Tom pagou caro por todos esses deslizes, tanto que foi indicado à Framboesa de Ouro de pior ator (sem merecer, né?) por “Guerra dos Mundos”. Mas eu não ligo. Quando ele abre aquele sorriso, esqueço que ele é um bobalhão. No nosso futuro relacionamento, a gente não vai gastar muito tempo conversando mesmo. E, quando ele pular feito um mico no sofá da Oprah gritando “Eu amo a Lola!”, quem serei eu pra criticar?

Como ainda não posso anunciar meu romance com o Tom, vou me limitar a falar da estréia do J. J. Abrams, um dos criadores de “Alias” e “Lost”. Em “MI3” o Tom trabalha no FMI, sigla que, em filmes escapistas, não significa fundo monetário sanguessuga, mas Força de Missão Impossível. Desta vez ele está quase aposentado, apaixonado por uma enfermeira, o que, obviamente, é só um disfarce pra opinião pública não descobrir meu envolvimento com o Tom logo agora que ele teve um filho com a Katie Holmes. Há vários atores coadjuvantes de peso, como o Ving Rhames e o Billy Crudup. O Laurence Fishburne não tem muito o que fazer e menos ainda o de três nomes que jamais conseguirei decorar, o Jonathan alguma coisa Rhys, o bonitinho de “Ponto Final”. Mas é o vilão do Philip (por que ele não deleta o Seymour?) Hoffman que confere charme ao filme. É ótimo ter um senhor ator numa produção pipoca. Com todo o respeito a minha paixão, a melhor seqüência de “MI3” acontece dentro do Vaticano, quando o Tom aparece travestido de Philip.

Ah, achei uma novidade os vilões não morrerem de forma tremendamente sádica. Bom, eles morrem, claro, e você só pode me acusar de estar contando o final se nunca tivesse visto um filme de ação na vida. Mas no caso de “MI3” os vilões morrem de forma bem light. Ok, não é exatamente morte natural durante o sono, se não iria contra a fórmula. Mas pelo menos eles não morrem, ressuscitam, e precisam ser mortos e remortos cinco vezes (tipo baratas) antes de definitivamente baterem as botas. É tudo uma questão de ritmo, e essa superprodução não deixa a peteca cair em momento algum.

De volta à realidade, e já que assinei termo de compromisso jurando não mencionar todos os detalhes eróticos do affair Tom-Lola, travei um bate-papo com o maridão na saída. Perguntei pra ele se, por trás da máscara de monotonia, ele não seria um agente secreto muito do agitado. Ao que ele me fitou seriamente e pronunciou: “Bond. James Bond”. Nessas horas meu coração até balança ao abandoná-lo pelo Tom.

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