sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

COMO FALAR BOBAGENS E SER PUBLICADO NUM BLOG FAMOSO

Jogo dos 7 erros: feminazis emasculam leão

Na terça, quando vi um post da Cynthia explicando como o uso da palavra feminazi é condenável, não entendi por que ela estava falando disso bem naquele momento. Foi depois que vi um texto da Bárbara, remetendo a uma discussão que ela teve com um tal de André no blog do Nassif. E eu não sou fina como Cynthia e Bárbara: como já disse aqui e no Twitter diversas vezes, nunca conheci alguém que usa termos como femininazi e gayzista, ou que diga que o verdadeiro preconceito hoje em dia é contra o homem branco, que não fosse um completo idiota.
Pois então, se alguém ainda precisa de exemplos de como os homens, mesmo os ditos progressistas, são capazes das mais ridículas besteiras machistas, aqui tem. Não sei como o Nassif foi publicar o post de um rapaz que defende o uso do termo feminazi (aliás, tenho uma vaga ideia de que sei, sim. Todos eles quando falam de feminismo derrapam feio, não sabem do que estão falando, e obviamente não demonstram nenhuma vontade de aprender. Neste vídeo há uma mostra de como um dos maiores blogs de centro-esquerda dos EUA, o Huffington Post, é sexista). Em “O Poder das Mulheres” (título que só pode ser irônico, mas não é), André diz que feminazis são feministas radicais, sem definir exatamente o que seria esse radicalismo. Ele parte da dúvida “Seria Dilma uma feminazi?” (pois Dilma, numa entrevista pro Washington Post, disse que era contra o apedrejamento de mulheres). Mais adiante, nos comentários, ele diz que sim, a declaração de Dilma poderia ser interpretada como de uma feminazi, já que ela condenou apenas a morte de mulheres, não de homens. Ou seja, sempre que estivermos falando de estupro, devemos dizer que somos contra os estupros de homens também. Caso contrário, estaremos nos manifestando a favor do estupro de homens. Hum, sério, você já conheceu alguém que fosse contra o estupro de mulheres, mas não o de homens?
André não fala coisa com coisa, e isso fica ainda mais visível quando ele se atrapalha nos comentários. É incapaz de uma argumentação linear. Por exemplo, quando alguém lhe ensina que o termo feminazi foi criado em 1992 pelo ultraconservador Rush Limbaugh, André diz que só porque algo foi criado por alguém não muito bem-credenciado não significa que haja um erro, e, como exemplo, diz que, se não fossem os americanos, não haveria internet, ou que o rap não deve ser odiado por ser popular entre “a bandidagem”. Hã? O que esse menino anda fumando? Já liberaram?
O mal de André com as feminazis é que, pelo que pude entender, algumas mulheres não gostam dele e o veem como inimigo, só porque, em outro post também publicado pelo Nassif, ele defendeu o Dia do Homem, tadinho. Tipo, pra ele as profissões mais mal pagas cabem aos homens. Tsc, tsc. No grande livro que é Backlash, Susan Faludi explica justamente o contrário. Na nossa sociedade, um dos trabalhos que um homem com menor qualificação pode ter é auxiliar de pedreiro. Para a mulher, é empregada. Em geral, um auxiliar de pedreiro ganha mais que uma empregada. Um pedreiro ganha mais que uma cabeleireira. Assim como um chef ganha mais que uma cozinheira. Um estilista de moda ganha mais que uma costureira. Precisa continuar? Fazer com que certas profissões sejam identificadas apenas a um gênero (a maior parte dos psicólogos é mulher; a maior parte dos psiquiatras é homem — quem ganha mais, um psicólogo ou um psiquiatra?) é uma forma de fazer com que mulheres recebam menos que homens. Adoraria ver uma estatística que provasse que não, mulheres têm salários maiores no nosso mundo. Ha, não tem nem quando exercem a mesma função!
André também acha que a violência sexual que homens sofrem nas cadeias é “tão grande numericamente quanto a violência sexual sofrida pelas mulheres”. Sei. 30% da população total de mulheres (esse é um dado internacional, inclusive) sofreram algum tipo de abuso sexual em suas vidas. Sério que 30% dos homens sofreram abuso sexual? Qual a porcentagem da população masculina na cadeia? Chega a 1%? E nunca vi feminista defender estupro de homens, na cadeia ou fora dela. Mas, sendo que o estupro na cadeia é o único tipo de estupro que apavora os homens (pois estupro de mulheres é assunto nosso; os homens de bem o têm nada com isso), gostaria de saber o que os homens vêm fazendo contra essa realidade. Campanhas? Mobilização? Exigência de direitos humanos na prisão? Ahn, não. Tudo que vejo é homem fazendo piadinha sobre o perigo que é se abaixar pra pegar sabonete. E queria lembrar que mulheres não estupram homens. Homens estupram homens. E homens estupram mulheres. Admitir isso não é dizer que todos os homens estupram. Mas é pedir demais que vocês considerem o estupro um problema seu também, e que vocês também lutem para combatê-lo, como nós feministas extremamente radicais fazemos?
André lamenta que o câncer de próstata mate tantos homens quanto o câncer de mama mata mulheres, e que as verbas públicas para o câncer de mama sejam maiores. Dados, por favor? O que qualquer pessoa que trabalha no serviço de saúde sabe é que homens procuram bem menos atendimento médico que mulheres. E essa é uma das provas de como o machismo não faz mal apenas à mulher, como faz ao homem também. Homem tem complexo de superherói. Aprende desde cedo que não pode chorar, não pode sentir dor, que fragilidade é coisa de mulherzinha. Aí eles ficam doentes e acham que é frescura, que vai passar logo. O exame de próstata (o maridão já fez, diz que não dá nem pra sentir) dói menos que o papanicolau a que mulheres se submetem sempre. É esse exame de toque do reto que pode detectar o câncer de próstata, e providenciar um tratamento rápido. Mas como detectar, se os homens acham que tal exame vai contra a sua virilidade, e se todos os programas de humor fazem gracinha em cima disso? O governo gasta um dinheirão fazendo campanhas implorando que homens depois dos 50 anos façam o exame. Eles não fazem, porque tem toda uma estupidez cultural por trás. E aí a culpa de homens morrerem de câncer de próstata é das feminazis?
Nos comentários, André especifica que feminazis são mulheres que querem o extermínio de todos os homens. Hã, talvez tais mulheres existam (eu nunca conheci, mas tem louco pra tudo), mas digamos assim, elas são representativas de alguma coisa? Mais adiante ele diz que feminazis não são apenas as que querem exterminar o gênero masculino, e fornece exemplos sobre as suecas (é, elas estão na moda). Segundo André, feminazis suecas conseguiram que “uma estátua de leão fosse capada”, conseguiram “obrigar que um doador de esperma [fosse] responsabilizado pelas crianças geradas pelo esperma doado”, e conseguiram “ameaçar a realização de concursos de beleza” (André vê como mal terrível pra humanidade se concursos de miss desaparecem). Na realidade, se você clicar em cada um desses links (todos de um site que tem notícias sobre a Suécia em inglês) verá uma história um pouco diferente. Sobre o leão capado, na realidade não foi uma estátua (sei que seria mais simbólico imaginar que feminazis foram até a estátua e zap, emascularam o leão), mas uma insígnia. O brasão do exército sueco trazia um leão com aquilo roxo, como já disse um dos nossos piores presidentes. E as feministas, se bem que não tá nem explicado que seriam feministas, apenas soldados mulheres (soldadas?), acharam que, como tem mulher no exército, aquela representação tão máscula não as representava. E o artista apagou o pênis do leão. É uma perda irreparável, eu sei.
No segundo exemplo, um casal de lésbicas teve três filhos com o mesmo doador de esperma e, depois que elas se separaram, uma delas pediu ao pai pensão para as crianças. A palavra feminista não é mencionada uma só vez no artigo, muito menos feminazi. Logo, por que elas seriam feministas? Ah, porque são lésbicas, é mesmo! Esqueci que toda lésbica é feminista e toda feminista é lésbica e toda feminista é feminazi. Que memória a minha!
O terceiro link é sobre o cancelamento do concurso de miss na Suécia. O artigo não cita qual movimento feminazi, ou sequer feminista, foi contra o concurso. É que entrevista apenas uma fonte, um “rei do biquíni”, o dono dos direitos do concurso (André desconhece que as feministas, nos anos 60, não queimavam sutiãs, mas já atrapalhavam concursos de misses, aquelas femininazis horríveis, proibindo que empresas de maiô lucrassem os tubos, quero dizer, que mulheres pudessem ter o direito de se liberar mostrando seus corpos).
Mas André cita esses três casos como mostra irrefutável que, sim, as feminazis estão dominando o mundo. Que tanta asneira ganhe espaço no blog de um progressista como o Nassif é mais um exemplo de que ninguém precisa ser um fascistóide como o Rush Limbaugh para ser preconceituoso. O post do André pode ser um estudo de caso: como falar um monte de besteiras sem citar uma só estatística e ser publicado como post num dos blogs mais acessados do país.

UPDATE: Além da Mari Moscou, que lembrou o que eu sempre tento desconsiderar (que "progressista" também tem preconceitos), a Cynthia publicou um apanhado geral do dia no blog dela, e eu deixei lá este comentário: Cynthia, só estou voltando agora ao computador (meia noite e meia), e nem sabia que Nassif tinha me chamado de barraqueira. Obrigada pelo resumo muito pertinente, que representa um excelente registro do que faz um blogueiro-estrela ao ser questionado. Sandálias da humildade pro Nassif! Ele tinha mil e uma maneiras de lidar com as críticas: podia admitir o erro, podia pedir desculpas, podia publicar o seu post, ou o meu (o seu certamente está mais educado), podia dizer que sente-se intimidado com o feminismo, mas que deseja aprender para tentar mudar. Mas não. O jeito que ele enfrentou a situação foi desqualificando quem criticou. Impressionante! E vc falou muito bem: ele está fingindo que combater o machismo (a que ele deu destaque no blog dele) é papel das mulheres "brabas", não dele ou de outros homens. E não tinha me dado conta que o blog dele foi o primeiro "progressista" a publicar o termo feminazi. Mas parabéns, Nassif. Hoje vc se equiparou a seu pior inimigo na blogosfera, Gravataí Merengue. Ele sim usa "feminazi" direto, principalmente contra mim, esta barraqueira que já te defendeu contra ele. Não mais. Vejo que a opinião dos dois sobre feministas, e, óbvio, sobre mulheres em geral, é bastante parecida.

59 comentários:

aiaiai disse...

Clap, clap, clap!

A maioria dos homens de esquerda tem muita dificuldade de perceber q são machistas, é impressionante!

Valéria Fernandes disse...

Otimo texto, Lola. Aliás, o de ontem foi excepcionalmente bom. Agora, uma das coisas que o pessoal precisa perceber é que ser de esquerda, ateu, ou o que seja, não torna ninguém menos machista, misógino ou homofóbico. Aliás, o que tenho visto por aí é assustador. E um dos problemas é que, ao ser publicado em um blog/site de ponta, a fala de certas pessoas ganah peso de verdade, quando deveria ser motivo de vergonha.

Eu tinha lido o texto da Cynthia, mas não sabia porque ele tinha sido gerado.

Patrick disse...

Uma das coisas que mais me irrita no Nassif é esse costume que ele tem de promover posts com trolagem.

Clara Gurgel disse...

Continue escrevendo Lola...sempre!Sensacional post!

Lord Anderson disse...

Feminazi, gayzista...

Esses rotulos seguem a velha pratica de tornar a vitima culpada, e de desqualificar os argumentos um movimento por ser "radical" demais.


Ninguem gosta de ser apontado como preconceituoso, e é triste ver a ginastica mental feita p/ tentar "provar" que não se é machista/homofoco/racista, etc.

E o pior é ver como esse tipo de pensamento tem ganho projeção.

Por trás das notícias disse...

Eu já havia lido o artigo da Cynthia sobre o termo feminazi e achei ótimo, apesar de, até então, nunca ter ouvido o termo. Mas tem louco pra tudo[2].

Aquela velha história de sujar a imagem de alguém, ou de um grupo, colocando alguma pecha. Feminazis são as feministas radicais. Só que no senso comum, todas as feministas são radicais. Portanto, ...

Tanto é que qualquer ato dito radical, como o pedido de pensão ao doador de esperma, é visto como feminista. Mesmo sem ser.

rayssa gon disse...

acabei de ler o post lá.

e , olha, nunca vi tanta falácia junta. essa da violência sexual foi a pior.

justamente porque não acho exagero pensar que pessoas que realmente acham aqueles argumentos válidos tambem vão pensar que "bandido tem é que se f****, quem mandou ser preso?? agora vai se estuprado mesmo."

absurdo em cima de absurdo.

@renatagames disse...

Olha, só acho o seguinte: o post foi publicado no portal pelo autor e Nassif levou pro blog dele, como sempre faz com posts polêmicos, para que a discussão se amplie. Ele faz isso em mtos casos, com posts de que discorda, se bem me lembro.

Assim, acho que talvez fosse bacana adicionar uma nota explicando isso, porque, da forma como está, acho que você está sendo injusta com o Nassif -- que entrou no saco dos "progressistas machistas", sem ter feito nada para merecer.

Alguns tweets do Nassif sobre o caso:

"Pode descer o cacete nele RT @leilianereb: @luisnassif @fabianokbr Quero ver esse post machista!"

"Um efetivamente machista, colocado para discussão RT @fabianokbr: @luisnassif Qual é o post que está sendo acusado de machista?"

"E ao feminismo tbem RT @brunaprovazi: tá vendo pq não dá p/ confiar nesses blogueiros "progressistas"? @luisnassif dá voz ao machismo"

"Esperando que as mulheres lhe deem uma coça RT @aiaiai63: puxa, @luisnassif lamentável vc dar espaço para um comentarista machista..."

Marissa Rangel-Biddle disse...

Belo post, Lola. Se o Nassif colocou o post do machistinha para debate, ta valendo. Nao quero acreditar nessa dificuldade enorme que os blogueiros ditos progressistas tem de falar de feminismo ou de ser machistas.

Bjs

Bruno S disse...

Quando leio um texto querendo detonar alguém ou algum grupo a base de adjetivos sei que a argmentação é fraca. Aí fica mais fácil criar um rótulo e ver se pega. Termos como "feminazi" lembram alguns dos bordões criados por "articulistas" como o Jabor e que não precisam fazer sentido, mas economizam argumento.

Sobre o Nassif, acho que quando alguém coloca um post assinado por outro, o dono do blog tem que se posicionar. Não adianta dizer no twitter que queria ver discussão. Se você publica algo no seu espaço pessoal é importante colocar sua avaliação do que foi escrito.

Bela Campoi disse...

Lola, que delícia de post... a gente lê e lava a alma, sabe...
beijos e bom final de semana!

aiaiai disse...

sobre a responsabilidade do nassif, O bruno falou tudo. Se ele é contra e queria incitar o debate, devia ter deixado claro.

Imagina se a lola publica aqui um guest post de um homofóbico sem se posicionar? Nós vamos achar q ela concorda com o cara, né?

Bom, nesse caso eu ia pedir ao maridão para levar ela num atendimento psiquiátrico kkkkkkkkkkkkkk

Por trás das notícias disse...

Na esquerda, o problema do machismo continua a reboque da sociedade. É difícil para os homens da esquerda serem feministas. Claro, foram criados para isso, para serem machistas. Mas ao posicionar-se ideologicamente, deve-se saber que ser de esquerda é também ser feminista. Não há socialismo sem feminismo. E vice-versa.
E se entre a esquerda já é difícil, imagine entre os "progressistas"...

Renata Arruda disse...

Bom, eu não costumo comentar muito em blogs, porque dificilmente volto para ver a discussão. São tantos que eu me perco...

Mas vou colar aqui o que escrevi ontem, no Nassif:

André disse: "Nunca esqueçamos que a maioria absoluta da força de trabalho nas profissões mais sujas, mal pagas e perigosas é de homens, homens esses que não vêm tendo a visibilidade merecida para seus dramas. Também não esqueçamos do problema que é a violência sexual que homens sofrem em cadeias, algo tão grande numericamente quanto a violência sexual sofrida pelas mulheres, mas que também não tem a visibilidade que estupros de mulheres ganham. Também lembremos que câncer de próstata mata tanto quanto o de mama, mas recebe menos verbas de pesquisa, por exemplo. Isso pra não falar das mortes em guerras, que majoritariamente são de homens jovens."

Mas tudo isso está ligado ao mesmo machismo que subjulga as mulheres. Os homens também sofrem com o machismo imposto pela cultura patriarcal, que exige que sejam sempre os fortes, os viris, os poderosos, os competitivos e qualquer coisa fora isso é vista como "fraqueza" (fraqueza esta ligada ao feminino, a idéia de fraqueza feminina; não raro esses homens são chamados de "mulherzinhas").

As piores profissões - e isto é um fator social - são destinadas aos homens pq se acredita que eles são os únicos fortes o suficiente para aguentá-las e saber realizá-las. "Não é coisa de mulher", eles mesmo dizem. A violência sexual nas cadeias, que muitos dizem "vai ser a mulher da cela" não tem nada a ver com o fato do cara ser homem (como ocorre na maioria estupros e abusos sexuais cometidos contra as mulheres), mas com o a mesma idéia de poder e domínio, bem comum aos homens, princiaplmente os machistas. No caso das mulheres, os abusos e violências ocorrem única e exclusivamente por serem mulheres. E é aí que está o problema.

É comum ver um cara bater em mulher, mas esse mesmo cara não bate no seu chefe. Por que?

Quantos homens tem medo de mulheres, ou já se sentiram intimidados por uma (que não seja sua chefe ou sua mãe)? Que homem já sentiu medo de apanhar de mulher?

Os homens jovens que morrem nas guerras fazem parte das forças armadas, e nada mais machista que um militar. Por que mesmo que pouco se vê mulher nas forças armadas, vc se pergunta isso antes de falar dos soldados jovens?

Sobre a saúde do homem, eu desconheço dados e números, mas sei que estamos na mesma sociedade onde homens não vão aos médicos, acham que ficar doente é coisa de fraco e, menos ainda se "submetem" a exames de próstata. É necessário fazer campanha até pra homem ir em médico! Isto não é fruto de machismo?

Então, se vocês sentem na pele as consequências deste sistema que tanto se orgulham em manter, é hora de vocês próprios começarem a tentar mudar as mentalidades, vocês mesmos se interessarem em não apenas melhorar as condições de trabalho, procurar soluções para violência e saúde, como também enxergar que estão nesta situação porque outros acharam que só vocês poderiam estar nelas, e vocês aceitaram.
Gostei bastante desse post, é bem parecido com o comentário que eu fiz ontem lá no blog do Nassif, porém muito melhor elaborado, com fontes e tudo mais. Era bem o que eu queria dizer também. Mas vou colá-lo aqui

**

E achei que seu post casou muito bem com meu comentário: ficou melhor elaborado, com fontes e embasamento. Quando ele falou sobre as profissões, na hora nem percebi essa nuance dos salários o que é bem óbvio também. Você disse tudo o que penso!

Sobre o Nassif, também vou dizer o que eu disse no twitter: se entendi bem como funciona, no blog ele coloca vários textos com potencial p/ gerar debates e nem sempre comenta. Como se os usuários também "fizessem" o blog. Não vejo um problema tão grande em publicar algo que as pessoas talvez não veriam nem discutiriam. Porque eu, por exemplo, não costumo ler muitos comentários. O André teria passado batido pra mim, ea gora abriu uma discussão bacana, com posts ótimos!

Renata Arruda disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Renata Arruda disse...
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Vivien Morgato : disse...

Meus aluninhos por vezes azcreditam que o antonimo de machiso [e feminimos.Demora um pouco para eles perceberem que sao conceitos dispares e nao se auto-refletem.
Mas parece que os adultos do jornalista citado ai, ainda nao aprenderam iss.

(Acho que deveria ter a opcap CURTIR para os comentarios...eles sao tao bons.)

Renata Arruda disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
jayme disse...

Ótimo texto.

Ana disse...

O Nassif é machista, achou que a pena pro Dado Dollabella (pelo caso Luana Piovani) foi exagerada. Durante a campanha ele chamou varias vezes um cara no twitter de "maricas" e que ele sabia que o cara era gay (achava que tava ofendendo o sujeito com tal absurdo). Quando eu reclamei no twitter, ele me bloqueou. Voilà. Continuem lendo e aplaudindo o Seu Nassif, alias aquele "blog" é so copy and past né ? Nêgo escreve pra ele ganhar grana.

Anônimo disse...

"Tudo que vejo é homem fazendo piadinha sobre o perigo que é se abaixar pra pegar sabonete." Hahahaha genial Lola! Adorei o texto todo, me deliciei com a sua descontrução das asneiras do machinho.

Acabei de escrever um texto que fala um pouco sobre a demonização do feminismo pelos homens, e as acusações de "separatismo" que eles fazem.

Bjs

Giovanni Gouveia disse...

A primeira vez que vi/li o termo feminazis foi naquela m$#!@ de "evento" do Lingerie Day, e aquele cujo maior "mértio" da vida é ser assessor de Soninha Francine (nada contra o gênero dela, tudo contra as opções e atuações políticas dela) veio debater aqui sobre aquilo, ou seja, defender o indefensável...
Quanto ao debate esquerda x machismo, lembro que, quando eu era dirigente da CUT, eu me envolvi em batalhas homéricas (com homens e com mulheres) sobre cota nas instâncias de direção da CUT, criação da Secretaria de Mulheres, 8 de março e outros quetais. Os embates se davam muito mais por Alienação (no sentido marxiano do termo), os companheiros não enxergavam a realidade dos fatos, não por má vontade, mas por ignorância.
Claro que sempre há casos que é "senvergonhice" mesmo...

Giovanni Gouveia disse...

onde se lê "mértio", leia-se "mérito", que eu não tenho nada a ver com "mértio... late"

GUGA ALAYON disse...
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GUGA ALAYON disse...

ad omnia Aparatus
ahahahaha
Texto 10

André disse...

Lola, é relativamente 'normal' o Nassif publicar porcaria de terceiros no blog dele. Já teve uma vez em que ele publicou um texto criacionista falando mal de Teoria da Evolução (aquelas bobagens de quem não sabe nada sobre o assunto) e eu reclamei... ele ficou me tirando no twitter, dizendo que apoiava a 'diversidade de opinião'.

Eu também apóio a diversidade de opinião (afinal, todo mundo tem direito a ser idiota), mas publicar lixo no próprio blog é outra história

Gaia disse...

Oi Lola.
Sou visitante assídua do blog, mas nunca comentei.
Só pra dizer que o texto está incrível.
Como não tenho estômago pra certas coisas, prefiro ignorar. Mas desta vez, até que foi bem útil o texto do cara ter sido publicado. Além da sua resposta, também rendeu vários ótimos comentários no blog do Nassif. Distribuí um monte de estrelinha.

Masegui disse...

Belo texto!

Ps.: sumi dos comentários mas continuo lendo...

aiaiai disse...

quem estiver em são paulo neste domingo, participe!

http://sturmydrang.blogspot.com/2010/12/beijaco-contra-homofobia-neste-domingo.html?spref=tw

se eu estivesse lá ia beijar todo mundo!kkkkkkkkkkkkkk

Barbara O. disse...

Já me perguntei o que exatamente leva o Nassif a promover tanta idiotice. Uma vontade de 'debate livre'? O problema é que quando o assunto é economia/ política, ele acaba dando a voz dele no final, para estabelecer o tom que considera correto. Os outros assuntos correm soltos, e aí vira um deus-nos-acuda quase sempre de um nível sofrível. Mas ele insiste em dar espaço para coisas sobre as quais ele não tem controle, para ver o circo pegar fogo. REsultado: grande heterogeneidade interna: é um blog sério, não é? até que ponto? são perguntas frequentes que me faço. estou sempre em dúvida. sou só eu? Pois o blog se pretende sério às vezes, noutras talvez antes jocoso-provocativo-besteirento. Pessoalmente não acho que 'debate livre', principalmente se não está claramente caracterizado como tal, é uma boa. E neste contexto promover o idiota do André... é uma mancada, na minha opinião.

Dêco disse...

Tem gente idiota e sem fundamento algum em toda a parte. O mundo é machista, e se veem mulher superando, sempre falam merda.

lola aronovich disse...

Oi, gente! Dia complicado hoje. Então, que bom que a maior parte de vcs gostou do post. Minha opinião é a seguinte: se alguém publica uma besteira no seu blog, precisa se posicionar. Ou dizer que é besteira, ou rebater, ou pedir pros leitor@s rebaterem. É muito arriscado simplesmente publicar sem uma notinha, porque muita gente vai pensar que o autor do blog concorda com aquilo. Quer dizer, se eu ou outro blog feminista publicasse uma asneira daquelas, as leitor@s iriam perceber que aquilo tava fora de lugar e que provavelmente não era minha opinião. E, claro, já aconteceu diversas vezes da maioria d@s comentarist@s aqui discordar de algo que EU escrevi. Mas, num blog não-feminista, não tem como o leitor saber. Até porque quando o autor do blog se manifesta sobre o assunto, é sempre de forma confusa, de quem desconhece o tema. Alguns comentários pro post do André lá no Nassif repetem a mesma “ansiedade masculina” de quem não acompanha as mudanças (leeeentas) da sociedade e não entende seu lugar no mundo. Ao invés de aprenderem, e procurarem mudar, eles dirigem sua revolta a quem luta por essas mudanças. Tipo: nos comentários de lá, uma moça deixou uma mensagem irônica sobre os temores do homem. E um leitor respondeu, seriamente, que o que lhe mete medo é que as mulheres consigam a guarda dos filhos na justiça e que se aposentem antes dos homens. Típico dessa ansiedade masculina de quem se recusa a enxergar seus próprios privilégios.
Quando eu publico besteira, eu rebato. Exemplos aqui, aqui, aqui, só pra citar alguns.
Concordo muito com o Gio, que conhece tão bem o mundo dos sindicatos. É uma droga que pessoas de esquerda sejam machistas. E acredito que não façam por mal — é ignorância mesmo, é não parar de olhar pro próprio umbigo. Mas blogueiros progressistas precisam ter humildade pra reconhecer que não sabem lidar com questões de gênero, que não ligam pra isso, e que precisam mudar. E é questão de PRECISAR mudar mesmo, por uma questão muito simples: se a vida da metade da população (as mulheres) melhorar, melhora a vida de TODO o mundo. Porque essa metade traz de reboque as crianças, por exemplo. Portanto, ao invés de ficar todo ansioso com essa luta por mudanças, junte-se a nós, pô! Faça a sua parte. E fazer a sua parte não é publicar besteiras machistas.

Anônimo disse...

Pra que rotular tanto? São os rótulos que trazem preconceito ou o preconceito que rotula?

Unknown disse...

Oi, lola. Estou até com vergonha de postar um comentário aqui, fazia tanto tempo que não lia o blog. Só queria dizer que teus posts continuam ótimos e que continuo admirando a forma que vc defende essas idéias, que são tão minhas tbm.

Elaine Cris disse...

"nunca conheci alguém que usa termos como femininazi e gayzista, ou que diga que o verdadeiro preconceito hoje em dia é contra o homem branco, que não fosse um completo idiota."

Dá licença. Onde eu assino?... A questão, Lola, é que vc acabou de escrever o que muita gente pensa mas não fala pra ser delicad@. Sim, quem clama contra tudo isso geralmente é idiota e ainda acrescento: preconceituoso com medinho de perder o direito de maltratar os outros por aí.

O que eu vejo são "feminazis" preocupadas em discutir coisas sérias, violência entre elas e um grupinho que não tem mais o que fazer e cansou de coçar a bunda na frente do computador se metendo em assuntos que desconhece ou que nada interfere em suas vidas.
Ou melhor, interfere sim, não é difícil reparar que quem assume esses discursos geralmente preferia que as coisas voltassem a ser como antes, mulheres pararem de "roubar" seus empregos, expressar suas opiniões livremente e dizerem não pra eles.
Como a Cíntia disse, o nazismo era machista até a medula.
Em outras palavras, o nazismo combina bastante é com eles.

Fernanda disse...

Lola, eu odeio ser advogada do diabo, mas... Mulheres podem estuprar homens, sim. É um tema muito complicado e ambíguo, e eu sei que todo mundo vai dizer "mas como, se o cara tem que estar excitado pra rolar?", mas vale lembrar que a ereção é uma reação física, inconsciente, que pode acontecer mesmo que a vítima não queira (tanto que tem mulheres que acabam tendo orgasmos quando estupradas, e nem por isso o trauma é menor). Mulheres também podem ser pedófilas, e é importantíssimo prestar atenção num fato de que a violência sexual nas prisões femininas é inclusive _pior_ do que nas das masculinas. Moças mais jovens e bonitas são subjugadas à outras mulheres mais fortes, que inclusive as obrigam a tratarem-nas por nomes masculinos.

Agora, eu concordo 100% com tudo que você falou e de modo algum acho que o fato de que os homens realmente cometem a maioria desses crimes deva ser ignorado. É óbvio que mulheres que estupram/são pedófilas são a minoria esmagadora, mas é importante não negar que elas existem, porque já é dificílimo para as vítimas sequer se dignarem a pedir ajuda, quanto mais a serem ouvidas.

Essa idéia de que homens nunca são vítimas TAMBÉM é fruto do machismo, inclusive, que sempre prega a idéia de que o homem está sempre numa posição física superior à mulher (repare que eu falei posição FÍSICA, não posição na sociedade, onde eles, infelizmente, estão sempre no poder mesmo), e que qualquer homem SEMPRE quer fazer sexo com qualquer mulher a qualquer hora, e portanto não poderia ser estuprado.

Não quero de jeito nenhum dar a entender que as mulheres são monstros cruéis e os homens as pobres vítimas, mas só lembrar que, apesar de ser a minoria, eles podem ser vítimas TAMBÉM, e é sexismo negar que poderiam.

De resto, concordo totalmente com o seu post, como sempre.

Anônimo disse...

caralho, lola. esse foi o melhor post seu que eu ja li!!!

Letícia disse...

Lola, adorei o post.

O que mais me tocou foi essa parte sobre a prevenção de câncer de colo de útero x prevenção de câncer de próstata. Francamente, eu já vi muito mais homens sofrendo com problemas na próstata do que mulheres com problemas no útero (não cânceres, problemas em geral). Ainda assim, os benditos dos homens quase NUNCA vão ao médico fazer um simples exame! Meu, por que o machismo é tão ignorante? O cu é uma área tão "sagrada" assim do corpo humano? Façam-me o favor!

Sobre o papanicolau, é a pura verdade... às vezes eu até fico me perguntando se não seria possível inventarem um método menos doloroso do que aquele "arreganhamento" vaginal, e aí penso: por que se dariam ao trabalho? Todas as mulheres fazem o exame, mesmo sendo incômodo... é uma vez por ano, afinal. Já para os homens, daqui a pouco estão tendo que inventar alguma sonda caríssima que seja engolida e que chegue à próstata, tamanha a mistificação do ânus.

Caramba, gente... e depois nós é que somos "mulherzinhas"? rs.

nelsonalvespinto disse...

Belo texto, Lola.
Só pra acrescentar:
Certa vez o músico Frank Zappa disse:
"Arte não é cultura. Cultura não é conhecimento, conhecimento não é sabedoria e sabedoria não é verdade."

As pessoas acham que basta um rótulozinho esquerda ou ateu ou direita ou cristão para se tornarem melhores seres humanos.

Em 2006 eu fui virutalmente linchado porque escrevi numa comunidade que a PL 122 não passava mesmo se fossemos um país de esquerda e de ateus, pois a homofobia faz parte da nossa cultura. O machismo também.

A luta será árdua até atingirmos o pleno de conhecimento de que somos apenas humanos, afinal.

Lelex disse...

As feministas liberais defendem a superação das desigualdades experimentadas pelas mulheres mediante a igualdade de tratamento, comumente chamadas de assimilacionistas por implicar a aceitação do modelo masculino como norma universal em face da qual a igualdade de tratamento será verificada e à qual as mulheres devem se conformar.
O feminismo culturalista, relacional, tem como referência que homens e mulheres apresentam diferentes processos de desenvolvimento moral, enqto homens frequentemente se organizam por meio de ideias de justiça e formulam reciocínios lógicos baseados em direitos individuais abstratos, mulheres são mais inclinadas a uma ética de cuidado, preocupada na preservação das relações e preferindo soluções contextuais e particularizadas.
O feminismo radical sustenta que a desigualdade sexual é resultado da sistemática subordinação social das mulheres, sua crítica denuncia a masculinidade onde são forjadas as idéias de neutralidade ou proteção jurídica especial, temas centrais para as feministas liberais ou culturalistas, que acabam aceitando de modo acrítico o status quo como standard.
O feminismo pós-moderno enfatiza a inexist~encia de uma experiência feminina monolítica, salientando a diversidade racial, econômica, social, religiosa, étnica e cultural de cada mulher. o que sugere uma abordagem diversa do ideal de "igualdade simétrica" das liberais, da "desigualdade essencial" das culturalistas ou da "subordinação universal" das radicais.
Nassif é homem, e os homens ainda não sabem, não aceitam, não respeitam que a mulher não precisa entendê-la, basta amá-la... e há malas que vem de trem.

é fogo
moços ficam meio perturbados
no fundo
meninos
sao sempre carentes e inseguros
e nunca sabem o que fazer.
Tem uns 90 anos e sao uns meninos
e se desesperam
meninos nao sabem muito viver sozinhos
nao sabem muito um monte de coisas
ver a ex-namorada de mao dada com amigo
já pensam num monte de coisas
e é fogo...

saturnreturn disse...

Lola,

Essa foi demais e já deixei de seguir o Nassif no twitter (que na verdade só servia para inundar a timeline com comentários debochados). Já faz um tempo que comecei a me irritar com seu jeito PDMDB de ser, vide os seus elogios ao Tuma quando da morte deste, e a forma como ele reagiu ao Tsavkko, que o criticou por isso, além daquele ato desonesto e cara-de-pau com o Idelber. Há um crescente descontentamento na blogosfera com ele, isto é evidente. Dar espaço a um babaca como esse André, e ainda por cima a um comentário descontextualizado é fim de carreira.

saturnreturn disse...

Ah, sem contar que as exigências do Nassif para postar alguma resposta das blogueiras envolvidas deveriam ser de uma mulher "educada". Com isso ele só confirma aquilo de que é acusado: para os machistas, mulher boa é mulher que não fala palavrão, mulher que não grita, que não ri alto, que não senta de pernas abertas e por aí vaí. Mulheres assim jamais levantam a voz ou criticam duramente um homem, e é isso que ele espera delas para que elas sejam mulheres dignas de postarem algo em seu honrado blog. Arf!

mari disse...

Muito bom mesmo! E acho que o Nassif faz bem em expor esses ogros, nos dá oportunidade de exercitar o saudável hábito do xingamento e expor teoria e prática da do atraso, como vc fez tão bem.

Elaine Cris disse...

Acabei de dar uma olhada no twitter do Nassif. Realmente ele tem mais em comum que certos direitistas conservadores que poderia supor. Comentários dele em relação ao acontecido: procurem uma pessoa educada pra responder, estão procurando pêlo em ovo...
Onde mesmo a gente ouve falar que mulheres reclamando de algo estão sendo grosseiras, histéricas ou estão procurando pêlo em ovo?
Ah, já sei, no discurso da direita cristã...

Corazza disse...

Oi, Lola. Como esquerdista e antimachista, fico feliz de ver muita gente aqui abrindo os olhos pra pilantragem de certos "progressistas". Dito isso, percebo pelo Twitter que o Nassif segue uma tática muito parecida com a que ele critica na dita "velha mídia". Senão, vejamos:

- Como editor (sim, ele assina o blog, tem função de editor), publica bobagem. Pega texto alheio (os "repórteres", no caso) e manda ver.

- Quando a roda enrosca, primeiro tenta desqualificar quem critica ("patrulha", "barraqueira" e outros quetais)

- Vendo que a desqualificação não funcionou, bota a culpa no repórter, no assistente, no estagiário, resumindo, no primeiro que aparecer pela frente (e isso é particularmente canalha de se fazer da parte de um editor responsável). Veja o comentário: "estava viajando qdo foi liberado e nem li"

- Nem isso adianta, então, ele diz que era tudo irrelevante (ora, caceta, se é irrelevante, por que publicar com destaque? É um contrasenso pra qualquer editor): "Da arte de transformar irrelevâncias em gdes bandeiras"

- Passadas as etapas anteriores, enquanto o couro come, tira o corpo fora: "Pessoal, a brincadeira acabou. Tenho que jantar"

Enfim, o roteiro é um clássico. Ainda bem que resta gente com coragem pra BANCAR O QUE PUBLICA, mesmo que não consiga com isso um patrocínio bacana pra fazer dinheiro com o próprio blog.

Abração!

Felipe

Diego Moreira disse...

Acho que quanto ao Nassif, é importante questionar a posição tomada por tratar-se de um sujeito relativamente influente. Já quanto ao André, creio que estão a acender velas demais pra pouco defunto. Uma mentalidade tão obtusa não merece o engajamento de tanta gente boa e esclarecida. Olho no Nassif.

Luke disse...

Se pensarmos que as idéias e os ensinamentos de Cristo eram considerados bem radicais à época, dentro da lógica do André ele poderia bem ser considerado um nazista.

Má Trojan disse...

Muito legal o texto, até porque machismo enche o saco ;p

Mas tome cuidado com seus próprios preconceitos, alguns psicólogos ganham exageradamente mais que psiquiatras (até porque fazem tratamentos prolongados nos quais cada consulta é paga).
Também tome cuidado ao afirmar que mulheres não estupram homens. Esse tipo de estupro, por mais que seja raro, acontece, e normalmente acaba com um homem 'capado' (ui).

E só pra constar, mais uma vez, mulheres podem ser chefs e muitas vezes elas escolhem profissões diferentes por fatores biológicos até. Se você quer ensinar as pessoas a não terem preconceito, comece por si mesma.

E concordo com a Shoujofan, não entendo porque as pessoas acham que machismo, comunismo, esquerdismo, ateísmo, etc, são qualidades que ou andam juntas ou excluem umas ás outras. Elas continuam independentes.

M. Ulisses Adirt disse...

Lola, eu sei que é uma bruta pergunta boba a minha, sei q vc até já tirou sarro do assunto, mas queria saber sua opinião: qual a importância capar o leão do brasão do exército sueco? Por que um leão com pinto seria algo ofensivo/não-representativo para mulheres soldados e o leão sem pinto (q, por ser um leão e não uma leoa continua sendo um símbolo mais masculino que feminino) não seria? É de alguma forma mais machista um leão de insígnia ter ou não pênis?

Gaia disse...

Sei q não sou a Lola, mas gostaria de responder algumas perguntas aqui.
Ulisses: “Lola, eu sei que é uma bruta pergunta boba a minha...”
Opa! Sua pergunta não é boba. Vc entendeu o q a Lola tava querendo dizer. Mas um ponto ou outro pode ter ficado nebuloso. E demonstra boa vontade perguntar, pedir mais detalhes...
O problema não é o leão com pinto/sem pinto. O problema é a notícia que ele mostrou. E como interpretou a notícia.

1 – A notícia diz que o pinto do leão foi retirado da bandeira. Diz também que algumas mulheres não se sentiam representadas com esse “detalhe”.
2 – Essa decisão pode ter sido arbitrária. Ou pode ter se chegado a um consenso após um longo debate feito de maneira democrática.

Pois bem... o cara usa um termo equivocado, e é corrigido. Damos um monte de material teórico, para ele reconsiderar a decisão dele. Só que feminismo, no senso comum, representa um monte de mulheres “amargas, barraqueiras, que vêem pelo em ovo”. E ele concorda que esse é o discurso da maioria. O problema foi a interpretação que ele deu de “radical”.
Pra ele, as radicais seriam mulheres que querem a extinção dos homens. Quem leu pelo menos dois ou três livros de uma feminista que se considera radical, esse argumento é, no mínimo, ridículo.
Mas ele “prova”, lançando essa entrevista aí, que ele está certo. Usou um atalho, em um contexto tumultuado, pra nos rotular. Transformou lagartixa em Godzilla. E quanto mais tentamos explicar, mais todo mundo reforça todos os outros sensos comuns. E daqui é engraçado (e triste também), como de “exageradas” passamos a “turma da pesada” em apenas um dia. É só ver a movimentação no twitter do Nassif...

Ághata disse...

Ui, ui, Lola é barraqueira!!!
Que bonito pro Nassif!

Mas é, né! Muito 'Progressista' essa galera é!!

Eu fui outra que li o texto da Cynthia e não sabia de toda esta história aí.

Pra você ver que até um boçal completo consegue destaque em blogs de grande visibilidade (só precisa ser macho, hetero e branco).

Ah, pra galera que tem problema de interpretação textual, dizer que 'homens estupram mulheres' não significa que Mulheres não estupram homens. Bem óbvio, não?

...essa foi ótima. Gostaria muito de saber quais 'Fatores Biológicos' fazem as mulheres escolherem as profissões mais mal pagas! É o mesmo 'Fator Biológico' que faz elas procurarem dinheiro só nos homens? E ainda vem acusar Lola de ser preconceituosa? Hêhê.
Siga seu conselho - olha a vexa!

M. Ulisses Adirt disse...

Obrigado, Gaia.

A crítica à bobagem do tal André eu entendi bem. Só queria mesmo uma opinião extra, um olhar q eu talvez não tenha. Obrigado pela resposta atenciosa.

Chicocvenancio disse...

Achei muito bom seu post. Mas não consegui compreender o final, em que você faz um pulo de identificar as idiotices escritas pelo André com o Nassif.
Não consegui entender qual foi o grande pecado do Nassif. Postar o comentário do André?
Nassif já colocou muitos comentários com quais não concorda como post. Em geral pretende colocar em discussão. Raramente ele se pronuncia no começo de um post. O post tem autoria, não é do Nassif.
Em minha área, que é relações internacionais. Já respondi asneiras escritas por outro André(este se identifica como André Araujo por lá). De forma alguma seria justo de minha parte imputar ao Nassif essas idéias simplesmente por tê-las publicado. Elas estão assinadas, e não por ele.

Hoje ele postou uma resposta. Identifica que esteve errado em não apontar o quanto ofensivo é o termo feminazi e pede desculpas por isso. Mas não pede desculpas por ter postado o comentário. E para mim ele está certo. O espaço lá é um espaço de discussão. Um espaço que consegue reunir especialistas em diversas áreas para darem o seu pitaco e conseguirem convencer e educar uns aos outros. Se ele começar a se recusar a entrar em alguns assuntos pelo potencial de ofender, esse espaço pode ser perdido.

Acredito que a origem de toda essa confusão está na prática, comum por parte do Nassif, de postar comentários extremamente polêmicos. Acredito que essa prática tem sido benéfica para o blogue dele. E também acredito que suas visões e a dele sobre feminismo não divirjam em suas essências.

Guilherme Brilho D'Ouro disse...

Eu não gosto de comentários que discutem somente assuntos tangenciais ao tema do post, mas vou ser obrigado a postar um aqui.

Não gosto - e não vejo como alguém desse blog pode gostar - de trechos como este:

"Em geral, um auxiliar de pedreiro ganha mais que uma empregada. Um pedreiro ganha mais que uma cabeleireira. Assim como um chef ganha mais que uma cozinheira. Um estilista de moda ganha mais que uma costureira."

É verdade que profissões como "pedreiro" são basicamente de atuação masculina, enquanto a de "empregada" é monopolizada por mulheres, mas além de isso ser só um resquício de pensamentos que este blog condena, ainda não é válido para as outras profissões.

Meu cabeleireiro é homem (e todos, ao longo da minha vida, também foram), a maioria dos restaurantes que frequento têm cozinheiros e os poucos que possuem que eu já fui e que tinham "chefs" tinham mulheres nesse papel. A mesma coisa vale para estilistas ou a profissão que for.

Por que a menção a esses ofícios quando se discute "profissões de mulher" ou "profissão de homem"?

Morrendo de medo de ter falado merda,

subscrevo. ;)

Renata Lins disse...

Lola, perdi qualquer ilusão sobre o Nassif um dia que ele censurou um comentário meu, educado, mas que ia contra o que ele estava dizendo. Não acreditei e mandei um email perguntando - e ele confirmou que tinha sido censurado. Daí...

Flavio Morgenstern disse...

Lola,

Não entro no mérito da sua quizumba com o André. O guri é maluco, e seus argumentos, pífios.

O que sinto falta é de coerência. Por que as tais "feministas progressistas" só são progressistas quando a coisa é boa eleitoralmente?

Você diz que o André foi ridículo ao falar essa besteira sobre apedrejamento, e foi. Mas por que, na semana em que Sakineh iria ser apedrejada, e uma pressão internacional começou pela sua libertação, passei por todos os Twitters de todas as famosas feministas da "blogosfera progressista" e não encontrei UMA menção ao caso? Por que, no caso Sakineh, só é possível para uma feminista criticar a lapidação no geral e no abstrato, e não criticar um caso concreto? Por que foi urgente, naquela semana, tweetar ad nauseam sobre uma manifestação pela liberação do aborto, que eu posso ser favorável, mas é incomparavelmente menos urgente?!

Ambos sabemos o porquê. Porque iria pegar mal para o Lula. E para vocês, o partido vem antes do discurso politicamente correto.

Por que o "ultra-conservador" Rush Limbaugh é uma pessoa suspeita, mas o seu radicalismo é aceito como "natural"? Por que uma pessoa que, num teste político, se identifique com o PSOL, que busca subverter a própria democracia e aniquilar os opositores (sabe-se lá por quais meios... ou na verdade saiba-se, sim) é mais "gabaritado" do que um velhote que pode ter os preconceitos e maluquices que for, mas é chamado de "fascistóide" por defender um sistema em que comunistas têm cadeiras no parlamento, e não serão mandados para um Gulag? Que caso de corrupção ou "conservadorismo" é comparável ao próprio assalto ao sistema, para expulsar os opositores do jogo político (e não só dele) para sempre?

Por que as feministas que não aceitam nada fora do Estado, que não seja dentro do Estado, para o Estado não podem merecer um apelido agressivo sem abrirem o berreiro sobre direitos humanos e preconceito, quando usam termos denegritórios como "reacionário" ou "tucanalha"? Quem instituiu que só os auto-entitulados "progressistas" podem fazer piadinha?

Não há nenhuma contradição em considerar um democrata com seus surtos doidivanas "ultraconservador", mas não ver nenhum extremismo em quem exige destruir o sistema e só dar espaço a quem aceite o seu partido dminando o Estado? E, estranhamente, mesmo que com ironia, se auto-denomine "feminista radical" logo depois?

Mas, sobretudo: Luis Nassif tinha uma dívida de R$4 milhões com o BNDES. Foi pénabundeado da Folha por usar sua coluna para fazer lobby. Tentou arrancar milhares de dinheiros do secretário do governo paulista. Sua dívida do BNDES foi abatida em um milhão, e se livrou de uma multa de R$300.000, com o aparelhamento do fundo pelo bando de Gushiken.

Por que Luis Nassif era um ídolo, e só se torna motivo de dúvida com um textículo boboca com um termo inofensivo, quando já custou tanto aos cofres públicos?

Eu prefiro é saber quanto custam seus textos, inclusive os que não usam termos "fascistóides".

Fabi Cris (Denise Criss) disse...

Séculos de ranço machista... difícil, né? tá entranhado... rsrsrs haja paciência para conviver com o machismo e os machistas rsrsrs

adorei o texto... muito bom... :D
Parabéns...

Amauri Silva disse...

Lola, muitas vezes não gosto do que você escreve, da forma como escreve, dos exemplos que usa, ou até mesmo de uma possível "máscara blazè" (digo possível porque não sei se é uma máscara, mesmo, ou se é a Real) que você usa quando fala de coisas inerentes ao mundo das "meninas tradicionais" (muitas às pas aqui). Contudo, não posso negar que você seja uma mulher batalhadora ao seu modo, e que muita coisa que você escreve me inspira a ser cada vez mais apoiador do feminismo como ferramenta de libertação não só da mulher, mas também do homem. Movimentos sempre intimidam, não importa se sejam violentos ou pacifistas. Gandhi intimidava tanto quanto Malcom X a aqueles que se lhe opunham. Entretanto, mes torcendo o nariz às vezes, e até deixando de lê-la às vezes, defendo com unhas e dentes o seu direito, e o direito de feministas mais contundentes, poiis existem pessoas que ouvem com um simples sussurro. Outras precisam ouvir um grito, como o seu e de outras blogueiras "ferozes". Mas há também aqueles que nunca entenderão. Para estes, só lhes restam viver uma vida medíocre.

Anônimo disse...

Este texto e comentários tem mais de dez anos mas o tema está mais atual de que nunca. A questão é: muita gente falando ou cobrando igualdade e respeito e agindo com discórdia e hipocrisia. Excesso de rótulos e classificações para seus oponentes ou críticos, e quem faz isso da o direito de fazerem com eles também. A moralidade e o conceito de certo e errado de muitos ou muitas vezes é temporal, relativo e ditado por laboratórios de pensamentos, ideologias e outras coisas como politicamente correto que se vendem como mudança de consciência mas quase sempre são marketing e demagogia.
Quem quer respeito, também deve respeitar, quem quer igualdade não deve querer privilégio sobre o outro ou demonstrar despeito, quem quer igualdade não precisa demonizar o outro. Muito se fala em liberdade e diversidade mas na prática só se vê imposição, cancelamento e briguinhas de egos. Muitas palavras bonitas de pseudo ontelectuais, militantes e estudantes que do alto de sua soberba só servem de massa de manobra.