segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

VAMOS TORNAR GROSSERIAS NA RUA INACEITÁVEIS

Aposente o nariz de palhaço e seja feliz.

O post “De quem é o abuso de autoridade?”, publicado no final de dezembro, sobre a policial militar no RS que prendeu um sujeito que lhe disse grosserias na rua, rendeu excelentes comentários. E faz uns dias que venho querendo colocar alguns deles aqui, porque não é todo mundo que lê caixa de comentários, e também porque assim eles ficam mais registrados (o sistema de buscas do blogspot não permite localizar palavras-chave em comentários, apenas em posts).
E pra quem ainda não entendeu: a questão não é a cantada. Não tô pregando o fim da paquera ou qualquer coisa do tipo. É o lugar e a forma. Uma mulher, quando sai à rua, pode ter vários objetivos, assim como quando um homem sai à rua. Pode sair pra pegar filho no colégio, pra comprar alguma coisa, pra ir de um lugar a outro. Geralmente esses objetivos não incluem “ouvir grosserias de estranho”. Agora, quando uma mulher vai a um bar, a uma festa, de repente, mesmo a uma livraria, ela pode sim ter outros objetivos e estar mais receptiva a falar com desconhecidos. E, provavelmente, se um estranho chegar pra uma mulher, não vai usar as mesmas táticas de uma grosseria na rua. Até porque, insisto, o objetivo do cara é diferente – ele não quer se mostrar no poder, como é o caso da cantada de rua, mas seduzir, conquistar. Se ele chegar junto de uma mulher num bar ou numa livraria e lançar um “Quero chupar sua menstruação de colherzinha!”, chances são que, ahn, ele não será bem sucedido (a menos que a intenção do cara seja causar mal-estar, repúdio, asco, e ser visto com um grande L de Loser na testa). Mas um aviso pros homens: ainda que seja completamente diferente dizer uma grosseria na rua e se aproximar de uma estranha num bar, saiba que o segundo comportamento não é tão maravilhoso assim. Isso porque tem uma regra que prega que “mulher sozinha é mulher disponível”. E imagino que você consiga pensar por que uma regra dessas seja péssima pras mulheres, não? Não? Ok, então: pode ser que a mulher queira ficar sozinha. Pode ser que ela esteja esperando alguém que ainda não chegou. Pode ser que ela tenha dispensado cinco bêbados antes de você. Pode ser simplesmente que sim, ela adoraria conhecer alguém, mas infelizmente esse alguém não é você.
Um leitor, o Amer (e outros antes), quis saber o que faria uma mulher se fosse abordada numa livraria, por exemplo. A pergunta do Amer: “Se eu fosse até uma de vocês em uma livraria e dissesse 'Com licença, mas você tem os olhos mais lindos que já ví. Aceitaria tomar um café comigo?', quantas aceitariam o convite e quantas considerariam isso assédio?”.
Não dá pra responder algo assim como se fosse uma ciência exata. Depende de cada mulher. Depende do dia. De repente num dia ela tá muito bem humorada e receptiva a elogios, e em outro ela só tá numa livraria pra comprar um livro (difícil de acreditar, eu sei). A moça na livraria pode ter namorado ou marido. Só porque ela está sozinha naquele momento não quer dizer que quer ser paquerada. E talvez puxar papo sobre livros, numa livraria, rendesse mais que chegar falando dos olhos. É como a Lauren respondeu: “Quanto ao limite da cantada, acho q um bom exercício é pensar se vc realmente tem alguma chance com o que vc pretende fazer. Ex: elogiar os olhos da moça e convidá-la pra um café, ela poderá aceitar? Com certeza. Fazer barulho de chupada com os dentes quando ela passar do seu lado vai fazer ela ficar com tesão ou nojo? E por aí vai. Garanto que não é difícil. :)”.
Mas é típico comportamento masculino (e de outros grupos privilegiados) querer transformar uma reclamação legítima ― mulheres odeiam ouvir grosseria na rua ― numa sessão de “Dicas para paqueras bem sucedidas”. It's not about you, man. Ou melhor, até é sobre você: o que você pode fazer pra ajudar a parar esse comportamento?
Posicionamento errado pra resolver o problema: fingir que o problema somos nós, as mulheres reclamonas. Como exemplo, o comentário do leitor Jbmartins: “O pior que teremos que andar de bico calado e sem assoviar, espero que minha esposa me perdou as cantadas que lhes dei e prometo que não farei mais, desde que esqueça” (tudo sic).
Oh que dó! Feri os sentimentos dele! Duas leitoras responderam no ato. Deborah: “Coitado de você, homem heterossexual, tolhido no seu sacrossanto direito de assediar as mulheres na rua, né? F*da-se o direito das mulheres de andarem na rua sem serem assediadas, mulher não importa mesmo, no fundo elas gostam...
Lauren: “Ah, claro, a esposa do Jbmartins tava passando na rua, eles nem se conheciam. Aí ele soltou um: 'ô lá em casa, hein! delícia! essa eu chupava todinha!'. Ela foi até ele, deu um beijo na boca, eles se casaram e viveram felizes para sempre”.
Não é assim que as coisas funcionam! E, se você conhece um caso de dois pombinhos que realmente se conheceram dessa forma, através de uma grosseria, por favor, poupe-me. Porque dizer “eu conheço um caso assim!” não vai convencer a humanidade que o planeta é quadrado.
A forma que eu considero correta de lidar com esse problema é simples. É empatizar com as mulheres. É acreditar na gente se a gente diz que não gosta de ouvir besteira na rua. É não ditar regras de como nós deveríamos reagir, mas pensar em como você, homem, deveria agir. O que a Deborah diz: “Meu namorado mudou de postura em relação ao feminismo quando comecei a contar para ele algumas das histórias que já tinha vivido. E olha que nem são das piores, não, são 'só' esse assédio cotidiano que sofremos pelas ruas. A maior parte dos homens não faz ideia de quanto abuso sofremos o tempo todo, e nos acostumamos a engolir sob os mais variados pretextos”.
É isso. Você não faz ideia. Então pare pra pensar. Preste atenção no que suas amigas, namorada, irmã, talvez até sua mãe, têm a lhe dizer a respeito.
O Bruno Stern fez isso: “Eu sempre me lembro do quanto fiquei surpreso quando as meninas da escola (na época não devíamos ter 15 anos) contaram das gracinhas que escutavam dos frequentadores de um bar nas proximidades. Os senhores, todos de cabelos brancos, diziam os maiores absurdos às meninas sozinhas ou em grupo, mas nunca se manifestavam se houvesse um garoto no grupo, tamanha era a covardia”.
E o Rogério fez algo ainda mais difícil ― assumiu a culpa: “Putzz! Li esse post ontem, e fiquei até agora pensando nas m*rdas que eu já fiz por aí. Lola, eu já fiz tudo isso (que vergonha!!). Lembro-me de uma vez em que eu estava voltando de uma festa que acabou lá pelas tantas da madrugada. A rua estava deserta, e eu vi uma mulher andando na minha frente. Não havia mais ninguém na rua, só eu e ela. Ao perceber que o ambiente estava favorável, eu comecei a dizer toda sorte de absurdos a essa mulher, todos os insultos e piadinhas de mau gosto possíveis e imagináveis. E quanto mais a mulher ficava apavorada por não ter a quem recorrer e andava rápido para fugir de mim (ela certamente pensou que seria estuprada se eu conseguisse alcançá-la), mais eu dizia as coisas mais impublicáveis do mundo - e me divertia sadicamente com isso. Alguns metros depois, três amigos dela vinham andando no sentido contrário e, ao ver isso, ela correu e se atirou nos braços deles para escapar daquele terrorismo psicológico que eu estava fazendo com ela. Gravei na mente até o momento em que ela suspirou de alívio. Ao notar que aqueles três cabras eram amigos dela, desta vez quem correu fui eu. Afinal de contas, se ela dissesse a eles o que eu fiz, eles poderiam vir atrás de mim para me dar porrada. Relutei pacas em dar esse depoimento aqui. Foi a forma que eu encontrei de exorcizar os meus fantasmas e me tornar menos machista. Já melhorei bastante (o fato narrado aconteceu há cerca de doze anos; eu tinha 18 na época), mas ainda preciso mudar mais”.
O Rogério, que nem é um comentarista frequente, decidiu refletir. Analisou o seu comportamento (do qual já estava arrependido há anos), notou como sua intenção na época não era seduzir a moça, e sim aterrorizá-la (puro power trip, e depois tem gente que não vê grosseria na rua como um “olha quem manda aqui”), se pôs no lugar dela, se arrependeu do que fez. Enfim, exorcizou seus fantasmas. Exorcize os seus também. E convença seus amigos a fazer o mesmo. É como uma campanha inglesa contra assédio sexual nas ruas diz: não dá pra criminalizar as grosserias, mas dá pra torná-las socialmente inaceitáveis.

271 comentários:

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maria claudia disse...

Olá, gostaria de dizer que conheci o seu blog há poucos dias, em janeiro. E estou surpreendida com o conteúdo dos posts que você escreve. Para mim é muito importante ler coisas que falam sobre mulheres, machismo e a nossa falta de reação com isso, pois aprendemos desde pequenas a não reagir, tenho quase 35 anos e nunca reagi a um assédio, e olha que não sou nem bonita e nem magra(um pouco gordinha), mais a gente aprende, e acima de tudo aprende a mudar conforme vamos ao mundo e conhecemos mais situações e pessoas, e na internet principalmente é que a gente vê que tem alguém reagindo. Parabéns e Obrigads.

Alessandro RC disse...

Sou homem e gostaria de saber porque as mulheres não me cantam na rua.

Eu sei que as mulheres podem estar ocupadas indo para seus compromissos mas no fundo elas querem ser paqueradas por um homem, de preferência que seja "linduuu".

Mas... pq elas não tomam a iniciativa? Pode dar certo!

Lord Anderson disse...

Otimo post Lola.

É surpreendente como muito do que eu considerava "certo" e "normal" vem sendo descontruindo nos ultimos anos, quando passei de fato a ouvir oq as mulheres tinham a dizer, e não simplesmente escutar e não levar a serio, como se fossem apenas "frescura".

Nunca assediei uma mulher dessa forma, mas ja minimizei os fatos contados por elas, perguntando da roupa que vestiam, do horario e local que estavam ,etc.

Preciso acontecer proximo a mim, para eu perceber o quanto isso é violento.

Me sinto mal por isso e agora ao menos tento falar com colegas chamando a atenção p/ o quanto isso e grosseiro e pedindo que deem uma parada p/ ouvir oq as mulheres realmente acham disso.

Seus esforços e o de outras tantas feministas é mais do que necessario.

Isabela disse...

Lola, só pra dizer que eu lia e arrepiava....hehehe...
Sua lucidez me anima!

Ursula Burgos disse...

Lola, como de costume seu texto nos faz parar para analisar a coisa por um outro prisma. Realmente somos ofendidas cotidianamente, de diversas formas, com muitas das quais já estamos tão acostumadas que até temos dificuldade de distinguir o que é assédio ou não. P.S.: excelente idéia para um próximo texto meu. Valeu!

caso.me.esqueçam disse...

lola, quando tu fala aos homens que piadinhas na rua nao sao legais, eu penso "mas eh obvio, por que ela tah falando isso?". agora, ao ler o depoimento desse cara (parte final do post) eu fiquei surpresa! é incrivel como alguém pode nao se dar conta de que ser tratada como lixo é algo negativo.

quanto ao caso da livraria, acho que, por mais que eu nao tivesse interessada no cara que viesse me cantar nesse ambiente, eu ficaria muito lisonjeada soh pela forma com a qual ele me abordou, por ele ter coragem e respeito de me paquerar sem agir como os babacas no meio da rua.

semana passada eu estava no shopping (tenho que entrar nele pra pegar o metrô) quando um cara passou por mim, beeeem perto, e me disse alguma imundicie, mas numa velocidade tao grande que nem deu tempo de eu me virar e perguntar se ele havia falado comigo. porque esses machoes morrem é de medo! por isso que eu costumo, se o ambiente se mostra seguro, como era o caso do shopping, perguntar ao cara o que foi que ele disse, mandar ele repetir, me fazendo realmente de desentendida. nas vezes em que fiz isso, TODOS se mostraram assustados, eh impressionante. e olha, eu nao tenho 1,90m, nem imponho medo. e alias, se eu fosse assim, nao sofreria assedio. :)

Somnia Carvalho disse...

Depois de uns meses vivendo na suecia lembro me de perceber que nunca acontecia de alguem ficar assoviando, ou fazendo caras e bocas de tesao, ou encarando na rua ou em qualquer lugar. Os homens suecos, escandinavos aprenderam, ao longo de muitas conquistas femininas e obrigacoes masculinas com casa e filhos, a respeitar o sexo oposto. Nao significa nao desejar, nao significa nao investir, significa que e o espaco do outro e nao se invade o outro assim. O mesmo para mulheres...

mas tem a ver com um jeito totalmente diferente de ser e ver o mundo: semana passada me senti taooo invadida num shopping porque todo mundo, homens e mulheres, nao tiravam os olhos de mim enquanto eu fazia acrobacias para amamentar a marina numa mesa... assim e assado para tentar tampar um pedaco do meu peito... mas mesmo nao aparecendo a mae da frente conversava e olhava, e o marido da outra, e a filha de um casal... curiosidade sei la! fiquei com vontade de ter uma capa invisivel ou de gritar pra todo mundo: suas companhias sao assim tao desinteressantes que voces precisam encarar todo mundo que esta diante de voces! puta que p.

Anônimo disse...

Grosseria à parte. Ninguém em sã consciência pode defender a grosseria. O que eu queria comentar é a abordagem delicada. A dos "olhos lindos'.

Porque a Lola tem razão. A mulher tem todo o direito de querer ficar sozinha.

Duas cenas que vi em Sydney, na Austrália:

1. Boate. Mulher só. Dançando sozinha. Sem dar bola para ninguém. E sem ser incomodada.

2. Pub cheio de Hell's Angels. Chegam duas moças de tailleur. Vão jogar sinuca. Jogam numa boa. Nem chamam a atenção.

As duas cenas foram um choque cultural. Não que eu tivesse alguma intenção. Nunca abordei desconhecidas, por pura timidez, mesmo.

Acho que é uma questão de bom senso. A moça dos "olhos lindos" pode estar simplesmente a fim de tomar seu café com a companhia de um bom livro. A linguagem corporal vai indicar isso. Deixe-a em paz.

Se a moça está aberta a conhecer alguém, conversar, ter companhia, não duvide: vai ser evidente nos gestos, nos olhares, em vários pequenos sinais que podem ser percebidos com um pouco de atenção e sensibilidade.

E você, meu rapaz, está fazendo o que na livraria? "Pegando mulher?" Ah, vai ler um livro, cara!

caso.me.esqueçam disse...

ah, e em tempo:

http://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2011/01/americano-tenta-paquerar-mulheres-com-revistas-pornos-e-acaba-preso.html?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

alguns sao bem criativos. ppff

Juliana disse...

Bem, preciso imprimir esse seu post e mostrar para um meus conhecidos. As mulheres sofrem assédio costumeiramente e consideram até normal.
Quando reclamava do assédio na rua, minha mãe ficava dizendo que era frescura, que eu devia ignorar. E teve uma vez que eu estava com minha irmã indo ao centro, quando um cara soltou uma cantada para minha irmã, ou morena gostosa, ela respondeu chamando ele de cabôco. O cara ficou puto, eu levei um susto,ele ficou completamente consternado, ele quase ia bater na minha irmã, só não bateu pq o amigo dele o segurou.
E como comentaram no post que tem relação com esse. É estressante pra mulher sempre andar alerta, porque além dos ladrões e etc. Você ainda é obrigada a escutar cantadas grosseiras.

Jáder disse...

Não vou mentir, já impliquei com feministas por achar que essas reclamações fossem exagero. Mas é tanta história contada neste post que me deixou de queixo caído.

É sério! Eu nunca tinha presenciado este tipo de assedio. Aqui em Fortaleza, por exemplo, se uma mulher gata com roupinhas sexy passar em frente a uma construção o que acontece é que os pedreiros param, ficam olhando, comentam entre si, mas JAMAIS soltam piadinhas grosseiras. Não que eu tenha visto (sei lá se é assim quando eu não tô vendo)

Se bem que, mesmo dentro destes limites (olhar mas ficar calado), enquanto umas se sentem desejadas, ainda tem outras que mesmo sem ouvir grosserias se sentem um lixo como a Lola diz (nunca vi ninguém desejar lixo, vai entender...).

Mas se é desse jeito mesmo que vocês estão contando (grosseria, insistência, perseguições etc) então o negócio é sério mesmo! É de lamentar muito que isso aconteça, pois só aumenta ainda mais o abismo entre homens e mulheres. E até homens mais educados e cavalheiros acabam pagando por isso.

Eduardo Marques disse...

Deve ser realmente horrível para as mulheres ser assediada em todo canto. Eu sei pq tenho irmã e primas. Bonitas.

Pouco tempo atrás, estava atravessando a rua com minha mãe e minha irmã e algum peão de cima de uma caçamba de caminão gritou: Ô PRINCESA! Ñ deve ter sido para minha mãe de quase 60 anos nem para mim. Outro dia, estava voltando da faculdade a pé e um caminhão buzinou para uma mulher na minha frente. Nem bonita ela era. A coitada ficou sem jeito, envergonhada. Eu tentei sorrir para ela, como quem diz "liga não", só q ela deve ter achado q eu estava é me divertindo e humilhando-a tb. Enfim.

A coisa ñ é assim, homens malvados de um lado e mulheres coitadinhas d outro. Mtos homens tem problemas d se relacionar com mulheres por terem vergonha de seu desejo e medo de machucá-las com ele.

"Alguns homens são amaldiçoados pela idéia de que a sua sexualidade
fere as mulheres. Tomemos por exemplo o caso de Walt. Ele sempre
achava que havia alguma coisa ruim em seu desejo sexual. Homem alto
e magro no começo da casa dos trinta, Walt cresceu com a mãe, três irmãs
e sem pai.
— Ouvi muitas mulheres dizerem que os homens são maus e que
as querem apenas pelo sexo — contou-nos Walt. — Sem nenhum homem
para me dizer que sexo era uma coisa boa, eu só tinha a imagem
que elas me deram: os homens eram canalhas insensíveis que queriam
as mulheres apenas para o seu prazer pessoal. Lembro de ver minhas
irmãs voltarem para casa depois de sair com rapazes, reclamando que
os homens não prestavam. Eu queria muito ser um cara decente, para
não ferir as mulheres com a minha sexualidade.
Quando Walt era adolescente e começou a sair com garotas, ele se
esforçava para ser polido.
— Eu nem mesmo pensava nelas sexualmente, porque eu achava
que isso seria rude. Eu me masturbava olhando para as mulheres nas revistas, e me sentia culpado por fazer aquilo! Um belo dia, eu estava deitado em cima da minha namorada no quarto dela enquanto seus pais
estavam fora. A gente estava transando, mas eu evitava tocar seus seios, porque não queria "usá-la" como aqueles caras faziam com as minhas irmãs. Finalmente ela disse: "Já percebeu que você não está tocando os meus seios? Você não me deseja?" Então ela pegou a minha mão e colocou-a sobre os seus seios. Você pode imaginar como eu fiquei confuso."

"Como se dar bem com as mulheres", de Ron Louis e David Copeland

http://ebooksgratis.com.br/livros-ebooks-gratis/sexo-e-sexualidade/sexualidade-como-se-dar-bem-com-as-mulheres-ron-louis-e-david-coperland/

Agora, em vez d ficar reclamando dos assédios, q tal as mulheres dizerem como devem ser abordadas? Caso contrário, é sinal d q gostam de grosseria, mesmo.

tanko disse...

Até eu já cansei de ouvi grosserias na rua e tentativas de encoxamento em ônibus lotado! E eu não sou nenhuma belezura e muito menos me encaixo nos padrões nacionais de mulher gostosa.

Uma vez estava andando num parque quase vazio quando um rapaz de bicicleta disse "vou pegar essa xoxota branca". Apertei o passo e cheguei num lugar mais movimentado. Acho que ele só queria me ver com medo, como no exemplo. Por muito tempo pensei se não era um tipo de racismo às avessas, mas revendo isso, acho que foi pura grosseria machista.

Tive medo, pois uma colega dizia ter sido atacada sexualmente neste mesmo parque... por sorte não foi estuprada.

E não é só pedreiro e velho bêbado que faz este tipo de grosseria, já vi funcionários de diversas áreas dando cantadas baixas na rua, inclusive engravatados.

Carla Mazaro disse...

é tão irritante qdo os homens se fazer de desentendidos e apelam pro "elas que falem como querem ser abordadas"... alguma mulher já chegou e disse q gosta de ser abordade violentamente na rua?! Não as que eu conheci... então pq supor q é assim q elas preferem... alias... há milhares de livros de autoajuda... reportagens... novelas... etc... tratando do tema... é recorrente a reclamação de falta de delicadeza nas abordagens masculinas e mesmo que não houvesse nada disso explicito... essas pessoas por acaso, alguma vez na vida, ouviram falar em se por no lugar dos outros?
é um exercicio simples... se um homossexual abordasse um homem na rua e lhe passasse uma cantada... nem precisa ser MTO grosseira.. só algo do tipo... nossa vc é o genro q minha mãe pediu a deus...
o quão confortavel a pessoa ia se sentir?

essa falta de sensibilidade cansa minha beleza...

Amer H. disse...

U-hu! Fico lisongeado de ver meu nome no seu artigo, Lola. Thanks.

Mas minha pergunta quando mencionei a cantada dos "olhos lindos" foi: quantas das leitoras do blog se sentiriam ofendidas com ela? Sei que se abordar uma mulher na rua, interessado em conhecê-la, as chances dela ter namorado, não querer conversa ou simplesmente não gostar de mim são sempre existentes.

Mas literalmente, QUAL o limite de uma cantada, independente da moça aceitar ou não? Existe alguma mulher que me acharia rude se eu elogiasse seus olhos ou sua inteligência em uma situação como a da livraria?

Aliás Lola, eis um caso pra você pensar.

Já mencionei aqui que o sonho de minha vida é ser pai de uma menina. Não pretendo me casar, então a solução será adotar.

Pois então, conversei com tr~es advogados recentemente e todos me disseram que um homem solteiro, conseguir dotar uma menina no Brasil, é quase impossível. Precisarei ter a sorte de encontrar um juiz EXCEPCIONALMENTE mente aberta para isso.

Curiosamente, os três concordaram que tenho mais chances de me dar bem, caso resolva adotar uma menina na China, algo que inúmeros estrangeiros já fazem.

Ou seja, a menos que eu esteja disposto a viajar para um país estrangeiro, ou resolva ir contra tudo que planejei na vida e me case, não poderei ser pai, a coisa que mais desejo na vida desde que me conheço por gente.

Cadê meu privilégio?

Eu sou homem, branco e classe média. Aparentemente, eu deveria conseguir tudo que quero sem problemas.

Pois é, há uma boa chance que eu nunca possa ser pai, quando tal problema não deveria existir.

Seria bom que essa idéia dos "privilégios" fosse revista, pois não me vejo como tal na maior parte do tempo.

tanko disse...

Como abordar uma mulher? que tal tratá-la como UM SER HUMANO DOTADO DE CÉREBRO e puxar conversa de forma criativa? Vocês acham mesmo que AMEAÇAR a mulher com grosserias vai mesmo ajudar a conquistá-la?

Amer H. disse...

Hmmm, minha sintaxe não foi das melhores no meu comentário anterior. Peço desculpas, trabalhei até as cinco da matina ontem.

Paloma disse...

Certa vez, voltando da escola, passei por uma obra cheia de pedreiros. Um deles comentou de forma extremamente grotesca o quanto meu short de lycra, que usava nas aulas de educação física, marcava meu corpo. Todos riram. Agora, pasmem: eu só tinha DEZ anos. Uma criança! Nunca mais usei aquele short novamente, tamanho o trauma. E ainda tem quem pense que essas "gracinhas" são inofensivas...
Hoje em dia, essa lembrança já não me afeta e, felizmente, nunca mais ouvi algo tão grotesco, mas não deixo de repudiar tais atitudes - muito pelo contrário.
E você sempre ótima, Lola! Sou sua leitora há alguns meses e é a primeira vez que comento. Não pude deixar passar.
Que mais pessoas não deixem passar atitudes tão repugnantes quanto essas grosserias.

Anônimo disse...

Eu escrevi sobre algo parecido no meu blog esses dias http://lilieomundo.wordpress.com/2011/01/10/nao-vou-me-calar/
Não vou me calar mesmo, assim como você Lola, te admiro muito. Chega de ter nossa liberdade sequestrada por esse bando de caras sem noção. Eles não tem mães, não tem filhas, irmãs?
Esse tipo de abuso psicológico sempre me lembra que apesar de estarmos no início da segunda década do século 21 certos comportamentos continuam medievais. Depois nos perguntam porque ainda somos feministas.
Muito obrigada pelos seus textos.

Bruno S disse...

Um comentário meu foi até citado aqui. Sinto-me orgulhoso.

Mas para ser otimista, acho que a meta maior deve ser passar do inaceitável(quando o cara que faz é censurado publiamento por quem estiver à volta) oara o ponto em que a grosseria vira inacreditável(o ponto em que o cara que fizer algo do gênero seja visto como maluco mesmo, ou lunático).

Andrea disse...

E os genios que vem com cantada grosseira, e quando voce os repudia, ficam com raivinha e tentam ate te bater? Aconteceu comigo aos 16 anos. O desperdicio de oxigenio que me assediou devia ter mais de 40. Quando mandei-o embora, ele me acuou na parede, ofendidissimo, e quase me bateu. O porteiro assistiu a tudo, dando gargalhadas. Porque sabe como eh, eles precisam botar essa mulherada folgada no seu lugar, nao eh mesmo?...

carina disse...

Amer H

"Mas literalmente, QUAL o limite de uma cantada, independente da moça aceitar ou não? Existe alguma mulher que me acharia rude se eu elogiasse seus olhos ou sua inteligência em uma situação como a da livraria?"

Nessa situação, por exemplo.Vc esperaria uma resposta. Vc quer contato, quer interagir com ela. Vc está vendo um ser humano ali que te parece interesssante e quer conhecê-lo melhor.

Na rua, não acontece isso. Os caras passam do lado de nós mulheres, soltando piadinhas e rindo e continuam seu caminho. Vide o episódio contado no post. Ele não queria conhecê-la melhor, se aproximar. Era só um exercício de machismo.

Pra ver se sua abordagem está ok acho uma boa usar o caminho inver so. Se um homssexual chegasse pra vc e dissesse "Você tem os olhos mais lindo que já vi" e ficasse ali parado, esperando sua reação, vc se sentiria ofendido? E se ele passasse do seu lado na rua e dissesse "te chupava todinho"? Vc se sentiria lisonjeado? Com nojo?


Pode até ser q ao passar por uma mulher gostosa na rua vc a ache tão maravilhosa que tenha vontade de "chupá-la todinha". Isso não quer dizer q essas palavras devam sair da sua boca; que vc tem direito de dizê-las, ou que não tem nada demais dizê-las. A mulher tem o direito de sair na rua e ser respeitada.

Jether disse...

Cadê , antes da crítica, a empatia com os homens que fazem isso? Talvez eles morram de medo de serem chamadas de "bichas", inclusive pelas mulheres.

Inclusive, eu tava ouvindo ontem o progrma do Gikovate, e ele falou que as mulheres podem se relacionar com próprio sexo muito mais do que os homens sem serem chamadas de "sapatão" ou bissexual. Tem um preconceito aí bem mais forte em relação ao homem.

Enfim, tudo isso que vcs relatam é violento, mas será que não é uma violência em resposta a uma violência que os homens sofrem? Não justificando.

"Vamos tornar grosserias na rua inaceitáveis" Chamando eles de palhaços e outras coisas, e fazendo cara feia? Voltamos àquela conversa do post "Como fazer com que eles escutem?". Isso não muda a cabeça de ninguém. Vocês querem puni-los ou educá-los (os que estiverem dispostos a isso)?

Eu proponho que vcs se perguntem o porquê deles fazerem isso. Acho que não posso ajudar porque não tenho o costume nem de olhar pra bunda da mulher depois que ela passa, outra coisa muito comum no Brasil, qunato mais falar grosserias ou emitir sons. (Aliás, evito acompanhar com os olhos qualquer parte do corpo.)

Unknown disse...

Acho que o exemplo do Amer também poderia ser analisado de mais uma forma: se vc aborda uma mulher sem grosserias, em um ambiente razoavelmente seguro e ainda assim ela considera assédio ou se comporta evasivamente, noves fora o fato de que ela realmente pode estar se lixando pra vc e não querer ser importunada, pode ser que ela considere assédio simplesmente porque em 99,9% do tempo realmente é. Pode não ser a SUA intenção, mas é a de muitos homens, o que condiciona as mulheres a se fecharem cada vez mais, por proteção.
E g-zuis, Alessandro! Eu não quero ser paquerada nem mesmo por um "linduuu" na rua. Eu não quero homens pulando em cima de mim, nem se todos fossem galãs de Hollywood. E eu sou hétero. E as lésbicas? Será que no fundo elas também só querem que um homem as paquere?
E voltando ao Amer, aproveite o exemplo da adoção não para reclamar um privilégio que já é seu (se fosse gay seria muuuito pior, vc sequer seria considerado como alternativa, já pensou?) e pense, como diz a Lola, no que vc pode fazer para mudar uma realidade em que homens são vistos como potenciais estupradores/pedófilos.
Um link interessante, para quem ainda não viu: http://blogueirasfeministas.wordpress.com/2010/12/27/da-angustia-de-sair-sozinha/

Lord Anderson disse...

Jheter.

Verdade, tem um grande preconceito contra homens que são acusados de seres homos por não seguirem o padão de macheza...

Mas..quem pratica esse preconceito?

Quem xinga qualquer homem que esteja abraçado a um amigo.

Quem usa bixinha e veado como ofensas supremas?

Quem espanca pessoas nas ruas das grandes cidades pq "acreditou" que eles eram gays e se forem merecem apanhar?

Quem diaz que prefere um filho ladão a um homosexual?

Quem pega homens na presão e os estupram pq ta sentindo falta de femea???

Não são mulheres, são outros homens.

Então pq culpa-las por isso, ao inves de tentar mobilizar e sensibilizar outros homens p/ lidar com essa situação?

Jether disse...

Lord Anderson, mulher também faz ou participa disso. Nesse blog, se admite isso, nem se fala o contrário. Elas reconhecem que também se pegam em atitudes machistas frequentemente ou eram, e reveram, e precisam rever atitudes delas próprias.

Eu não estou as culpando. Eu acho que é culpa dos homens e das mulheres. Agora, eu não acredito que possamos mobilizar ou sensiblizar quem não queira. Embora às vezes pareça que fulano se mobilizou e sensibilizou depois de assistir um filme, de ter sua atenção chamada, de levar um pito, de tomar uma surra, o fato é que sua mente se abriu pra isso, e poderia ter permanecido fechada. Uma coisa não é consequência da outra. Então eu estou me dirigindo a quem já está sensibilizado e mobilizado para que se aperfeiçoem ainda mais. O resto eu não posso fazer nada. Ouve quem quer. Mas se passarem uma lei, por exemplo (e não for letra morta), eu não vou ser contra, não vou sofrer nem um pouquinho, porque eu já tenho o hábito de não fazer nada disso que é criticado no post e nos comentários... Só que vai ser um cabo-de-força com os grupos ainda não esclarecidos. Por isso que tem que esclarecê-LOS, e o post não ajuda a isso.

Fabio Burch Salvador disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bella Fowl disse...

É a primeira vez que passo em sue blog, e posso dizer que me apaixonei logo de cara. Estou me perdendo em seu blog e lendo com gosto os seus textos. Parabéns, seu senso crítico e sua capacidade de escrever criticamente é realmente notável.

Fabio Burch Salvador disse...

Relembrando a história do "abuso de autoridade" da policial que prendeu o bagaceiro, o que me deixou meio irritado naquela história não foi a prisão do "galanteador". Foi o fato de que tenha sido preso pela policial porque ela se sentiu pessoalmente ofendida, usando o cargo para ter um tipo de privilégio.

E teve também aquele caso da juíza...

Tipo: ou é proibido dizer barbaridades para as mulheres, e TODAS as ofendidas podem dar voz de prisão ao agressor, ou NENHUMA pode, mesmo sendo juíza.

Uma pessoa não pode virar super-poderosa só porque exerce um cargo. É como se eu começasse a desligar a luz das casas das pessoas que eu não gosto.

AGORA... Sem justificar o uso pessoal de qualquer cargo que seja...

É preciso mesmo ser muito mané para abordar mulheres com tamanhas grosserias. Mas é compreensível, se pensarmos que MUITOS homens referem-se ao ato de aproximar-se de uma menina como "PEGAR MULHER". Não faz muito sentido, mas deve ter algo a ver com uma visão da mulher como boneca inflável. Ou algo assim. Nunca achei muita graça nas poucas vezes em que tentei ingressar nessa lógica de vida.

Em grande parte, porque nunca gostei muito dessa visão sobre as mulheres. Prefiro ter com quem conversar e até, me ver contrariado às vezes. Eu não lido muito bem com argumentações contraditórias ao que eu penso, mas acho isso necessário, senão, estagnaria um estado de eterna adolescência em termos de idéias. Não considero que as mulheres sejam mais inteligentes do que os homens, mas também não creio que sejam menos. E ainda bem. Mulheres são muito mais interessantes enquanto pessoas completas que além de tudo sejam objeto de desejo sexual, do que simplesmente como bonecas infláveis feitas de carne.

Quem não pensa assim, perde boa parte do pacote que é ter uma namorada pensante.

Jether disse...

Bem lembrado pelo Alessandro R. C.. Muitos homens devem fazer isso porque botaram na cabeça deles (inclusive por muitas mulheres que escutaram ou os obrigaram com a sua atitude de sempre esperar abordagem) que eles, por serem homens, tinham que tomar a iniciativa. Os homens tem deveres e direitos específicos? Tipo cabe a eles tomar a iniciativa? Por quê? E as mulheres tem deveres e direitos específicos, só por serem mulheres? Por quê? Se ninguém discutir no campo das idéias, não haverá ajuda ao esclarecimento, e haverá só cabo-de-força ou gênios descobrindo tudo sozinhos.

Anônimo disse...

Eu não tenho filho pra educar ninguém e se moleque vier com grosseiria, vai receber grosseria. tenho dito.

Amer H. disse...

Carina, curioso você mencionar isso porque recentemente recebi uma cantada de um homossexual na rua.

Era noite, eu voltava pra casa e o sujeito disse que tava interessado em... hããã, "saber o tamanho do meu negócio."

Achei a situação tão absurda que comecei a rir, desconversei e vim pra casa.

Mas entendo seu ponto de vista. Pra mim isso foi uma situação engraçada, que gerou mais uma boa história pra se contar pros amigos, mas muitos caras achariam isso uma afronta a sua "masculinidade" e partiriam pra agressão.

Cada um é cada um, acho que muitas mulheres se sentiriam lisongeadas quando eu elogiasse seus olhos e outras iam querer chamar a polícia, é meio impossível fazer uma generalização e agora percebo isso.

Da mesma forma, Camila, é ridículo você afirmar que 99,9% dos homens que abordam uma mulher na rua são canalhas que assediam.

Conheço inúmeros caras gentis, amorosos, sensíveis e inteligentes, que tratam suas namoradas e esposas (e toda mulher que encontram) com gentileza e carinho ímpares. E que sempre respeitam sua inteligência e opiniões, as tratam como iguais, que acredito, é o que o feminismo almeja.

Por que estes caras tem de ser rotulados? Por que eu, ou outro cara que não é desrespeitoso com uma mulher precisa ser rotulado como cretino assediante?

Qual a diferença entre você generalizar assim e eu falar "mulher gosta de dinheiro, não de caráter".

Já ví muitas mulheres se interessarem por um cara devido a seu status financeiro (na faculdade tava cheio). Não todas que conheci, claro, mas pela sua lógica, eu posso chamar 99,9% das mulheres de interesseiras.

E o argumento de "existem menos mulheres interesseiras que homens grosseiros" não existe. Não há como se comprovar isso.

Aliás, obrigado. Você comprovou que homens em geral são vistos como pedófilos e tudo mais. Só me é interessante o seu cinísmo ao fazê-lo. Pelo seu discurso, um homem homossexual não poder adotar uma criança é UMA TRAGÉDIA, mas um heterossexual não poder fazê-lo... é culpa dele mesmo.

Interessante essa sua forma partidária de pensar.

E o que precisa ser feito para isso mudar? uma reforma completa na sociedade, o que levaria DÉCADAS (no melhor dos casos) para acontecer. Qualquer um pode ver isso.

Não quero ser pai aos 89 anos, gostaria de fazê-lo antes dos 40 de preferência.

E novamente, onde está o privilégio em não poder ser pai?

Fabio Burch Salvador disse...

Cuidado, todos, ao falarem com o Imortal Amer H!

Ele é o autor de uma das maiores obras do jornalismo-nerdice mundial: "Selvagens Pixelados".

Então merece nossa reverência.

L. Archilla disse...

Peraí, mas por acaso a gente ta rotulando TODOS OS HOMENS?

Pelo q entendi aqui a gente ta criticando uma atitude dos homens, e não dizendo que todos fazem isso, ou que todos apóiam. Embora quase todos que eu conheci até hoje apóiem, os que não apóiam não precisam se ofender, certo? Não entendo isso de tomar as dores do agressor.

Quanto à adoção, Amer, se isso te consola, já estagiei na Vara da Infância no ramo de adoção, e tb é difícil uma mulher solteira conseguir adotar. No geral os profissionais que avaliam buscam pela família de comercial de margarina. Agora, vc não quer casar ou não quer criar vínculo com outra pessoa? Porque conheço mulheres q têm desejo de serem mães mas tb não querem casar... enfim, não acho que nesse caso da adoção as mulheres sejam grandes privilegiadas...

Andréia Freire disse...

Meudeus, depois de dois posts alguns homens não entenderam a intenção, nem a diferença entre grosseria e cantada? Como esses homens estão sendo criados, peloamor? Que coisa triste. Oo

Jether:

Agora, se um homem é grosseiro pra não ser chamado de "viadinho", me desculpe, isso é culpa da própria homofobia dele e da sociedade! Ele acha que "gay" é ofensa gravíssima. A luta tem que ser contra a homofobia. E ela também é sua. Ah, isso é machismo também, existe um padrão machista de como o homem deve agir e qualquer um que fuja dele corre o risco de ser taxado de gay, frouxo, etc. Agora, analise vc e os outros homens. Quem é que fica o tempo inteiro fazendo brincadeira e piada comma sexualidade um dos outros, hein? É muita hipocrisia jogar o fardo nos braços das mulheres. "Se virem". Reflitam, não é por aí.

Eduardo: Não dever é nosso dizer como queremos ou não sermos abordadas. Cabe aos homens nos respeitarem!

Amer H. disse...

Mah gawd!!! Você leu meu artigo sobre gangues de 8 bits! HOORAY! Tou sendo muito lisongeado pelas pessoas hoje.

Amer H. disse...

Lauren, ninguém está dizendo explicitamente isso, mas muitas vezes, algumas pessoas aqui nos comentários dizem de forma implícita que TODO HOMEM É O INIMIGO.

E acho que essa visão partidária não ajuda ninguem, mulheres ou homens. Acho que se você está em uma guerra, você busca aliados e não faz inimigos daqueles que são diferentes de você, especialmente quando possuem uma idelologia similar a sua.

No tocante a adoção, por mais que mulheres solteiras não sejam preferidas, acredito que ainda são mais bem vistas que os homens.

Ok, preferencialmente devem querer "famílias de comercial de margarina", mas usando seu exemplo, quando foi a última vez que você viu um comercial onde o pai cuidava do filho? Normalmente é a mãe que está com a criança.

É parte do pensamento de que só mulheres tem capacidade de cuidar dos filhos. Não vou negar, tem coisas que só uma mãe pode fazer, mas um pai é extremamente importante também, que cresceu sem um sabe o quanto faz falta.

No tocante a querer casar ou formar vínculo afetivo... é complicado. Mas acho que isso não deveria contar na hora que decido ter filhos.

E Lauren Archilla, não me conformo de como seu nome é legal. Espero conseguir imaginar um nome tão bacana pra minha filhota quando ela vier.

Mas nem que eu tenha que ir na China buscá-la, mas ela virá.

Leila Silva disse...

Excelente como sempre.

Lembro de certa vez ter visto um pedaço de filme na tv, era um filme de ficção científica, isso foi há 3 séculos, não me lembraria de nada dele, só há uma cena que não esqueço:
havia uma moça jovem, linda e loira que era na verdade um ser de outro planeta com super poderes, está andando na rua e um cara encostado no seu maravilhoso carro conversível pergunta naquela forma de cantada barata se ela quer dar uma voltinha, ela diz que sim, pega o imbecil, arremessa longe, pega o carro e vai embora. Acho que gostei tanto porque me senti vingada, quantas vezes eu não sonhei, quando era criança, que tinha super poderes para quebrar a cara de uns panacas. Sim, quando era criança, como alguém já colocou aqui, porque nessa fase, 11, 12, 13 anos eu ouvi tudo o que não precisava, não só ouvi como tive que escapar de tentativas mais ousadas...isso tudo sem poder ou sem coragem de conversar nem com minha mãe porque ia ouvir a mesma coisa que a outra leitora aqui comentou, que era frescura.
Quando adolescente eu morria de vergonha das cantadas, quando mais velha morria de raiva mesmo e um pouco de culpa por não fazer 'nada'. Hoje percebo que todas as mulheres já foram vítimas de alguma gracinha indesejável, com a idade isso melhora, quer dizer, as gracinhas diminuem, mas não quer dizer que a mulher ainda não venha a ser vítima. A minha avó, pobrezinha, tinha mais de 80 anos e foi abordada por um homem quando ia para a igreja, ele mandou a mão nela e disse tudo isso que as mulheres ouvem. Ela ficou extremamente chocada, amedrontada e hulilhada.
Enfim, hoje usei seu divã um pouco.
Abraço

Conrado disse...

Uma vergonha: sair com amigos e vê-los praticando essas imundícies.

Uma solução pra toda a vida: jamais e em circunstância alguma tomar a iniciativa numa aproximação.

É o preço, meninas.

Eduardo Marques disse...

Andréia, se o homem vai ser a parte ativa do relacionamento, se ele tem d tomar a iniciativa, temos de definir até onde ele está sendo respeitoso. Às vezes, algumas abordagens são consideradas assédio sem serem. Especialmente se o homem for feio. Convenhamos q, às vezes, msm ele sendo respeitoso, tem mulher q prefere transformar a abordagem de um homem feio em uma ofensa em vez d, educadamente dizer q não, p*rr*. Um código de conduta protegerai tanto o homem qt a mulher.

*Cão chupando manga chega na menina na livraria*
--Oi, td bem?
--Td -- e vira pro lado.
*Ele insiste, educadamente*
--Eu só queria dizer q adoro esse autor tb. Gosto de meninas cultas e bonitas como vc. Quer...
--Socorro!! Sai pra lá, seu tarado! Alguém me ajuda!!!
*Chegam três caras musculosos q poem o filhote-de-cruz-credo pra correr. Um dos três tem uma tatuagem ma-ra no ombro.*
--Ele ñ vai mais incomodar, gatinha -- diz o da tatuagem -- Acho q aprendeu a ñ mexer com uma gracinha como vc.
--Ai, vc acha?
*Na mesma noite, ela volta para casa no carro dele, satisfeita, sem o sutiã. E sem o telefone real dele tb.*

Fabio Burch Salvador disse...

Dizer que a sociedade é machista e que as mulheres são vistas como objetos é lugar-comum. Existem estereótipos sobres os homens, sim, e eu não gosto deles.

Querem um exemplo?

Eu moro em um distrito da zona rural da minha cidade. Venho pro trabalho de carro quando está chovendo ou quando preciso fazer compras mais pesadas. Meu carro é um Ford Del Rey 88, azul escuro. Eu sou um sujeito branco, alto, não muito bonito (por assim dizer, estou sendo auto-indulgente). Eu sempre pego gente pelo caminho para dar carona porque o lugar é longe e eu tento ajudar os vizinhos simplesmente porque não tenho razão para não ajudar.

Mas é engraçado: mulheres, especialmente jovens, ficam com medo quando eu paro na parada de ônibus para recolher a galera da carona.

Sim. Claro. Branco, grandalhão, carro antigo. Devo ser um tarado!

E se fosse uma mulher? Um cara num carro novo?

Estereótipos, meus amigos.

Outra estereotipação cômica: está lá a mamãe, ou o papai, ou alguém, com uma criancinha brincando num lugar qualquer. Passa uma moça e faz alguma brincadeira com a criança. Ah, que bonitinho! Ela deve ser mãe ou sonha ser mãe, e adora crianças!

Agora, mesmo quadro. Mas quem brinca ou fala com a criança é um homem. Ah, com certeza é um pedófilo. Ou está querendo se aproximar da mamãe que observa a criança a alguns metros de distância.

Como eu sei? Porque isso me acontece seguido. Eu sou meio "sem noção", às vezes compro balas de goma de algum piá dentro do ônibus só para dar uma força para ele, mas o fato é que eu não gosto muito de bala de goma, então presenteio a primeira criança que eu encontrar pelo caminho. Ou como um salgadinho, e dou a figurinha (ou tazo) para alguma criança. Já me aconteceu de ver criança em pracinha chorando porque quer, sei lá, um picolé, e a mãe negando e eu percebo que é porque ela está sem dinheiro, daí se eu estou folgado com alguma grana no bolso eu vou lá, compro numa boa...

só que, claro, como eu tenho o "aspecto do homem perigoso", com certeza devo ser um tarado, pedófilo ou psicopata. E aí o que era para ser uma gentileza da minha parte arranca das pessoas um olhar de medo e apreensão.

E não adianta negar: uma mulher querendo adotar uma criança, em especial uma menina, é visto como algo natural (é o instinto de mãe). Mas um cara tentando fazer isso, com certeza deve ser um pedófilo querendo uma vítima.

Ou alguém aqui vai negar que esse tipo de pré-julgamento não existe?

Carla Mazaro disse...

Amer, desculpe ser uma chata... to tentando parar com isso... mas lisonjeado é com J

E Jether... vc me irrita profundamente, sério! Tem sempre que levar as coisas pro lado pessoal? Ok, eu concordo que é meio uma obrigação o homem tomar a titude e chegar na mulher... mas não estamos discutindo isso aqui... estamos discutindo mexer com a mulher de maneira GROSSEIRA na rua... é querer demonstrar sua "superioridade" de macho... mostrar que manda... isso não tem a ver com ser macho ou não... tem a ver com ser babaca ou não...

Anônimo disse...

"Ok, eu concordo que é meio uma obrigação o homem tomar a titude e chegar na mulher..."

Bruno S disse...

É impressão minha ou um post sobre grosserias e agressões verbais, apelidadas de cantadas, caiu numa discussão sobre flerte e melhor forma de abordagem?

Se for para discutir o segundo assunto, acho melhor o pessoal se sentar numa mesa de bar e trocar experiências.

Mas misturar com o primeiro só serve para fazer o problema parecer menor.

Fabio Burch Salvador disse...

A verdade é que as mulheres têm, sim, seu rol de estereótipos masculinos e a mesma frase, vinda de homens com aparência, roupas e tom de voz diferentes poderá ser interpretada de maneiras diferentes.

Mulheres são tão cretinas quanto homens, sabe...

Um sujeito abre o orkut e descobre um elogio feito a sua aparência por parte de uma menina. Se ela for feia, ele ele tira sarro. Se for bonita, aceita o elogio e vai adiante.

A mesma coisa as mulheres. Uma mesma cantada dada pelo Corcunda de Notre Dame é uma ofensa mas se for pronunciada pelo Príncipe Encantado, é puro elogio e felicidade.

Se vamos combater estereótipos e preconceitos, vamos combater TODOS.

Jether disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Lola, vc que tem os conhecimentos de como fazer website, or blogs, vc que parece ter muitos leitores e fãs, vc que tem português impecável, não se animaria em fazer um site como aquele inglês da campanha contra "street harassment"?
Please?!

Carla Mazaro disse...

Fabio, minha mãe me ensinou a não pegar carona NUNCA... sendo carro velho, novo, homem bonito ou feio... é óbvio que a gente fica com medo... é mto mais comum um homem ser grosseiro e mal intensionado do que ser gentil... é instinto de sobrevivencia... e na maior parte das vezes estamos corretas de não aceitar caronas... leia a historia de horror da Lola... lembro de que qdo era criança um homem X abordou minha amiga pedindo informação e queria pq queria q ela entrasse no carro... vc não acha isso assustador? Depois de ler o relato do fim deste poste, em que o menino começou a falar coisas absurdas só pq a mulher tava sozinha na rua... por puro SADISMO vc ainda acha q é coisa da nossa cabeça temer os homens em geral?

Não dá pra saber quem é bom ou mau apenas de olhar... é melhor se defender de todos....
Eu não vejo os homens como inimigos.. .e não entendi isso de nenhum comentario aqui...são as atitudes ridiculas que devem ser combatidas...


Alguem que perguntou qdo a cantada vira assédio... a partir do momento em que a mulher não respondeu... não importa se é pq o homem é feio ou simplesmente pq não é o tipo dela... não insista... um sinal claro de q a pessao não está afim de ser abordada é qdo ela ignora o outro...

Jether disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lívia disse...

Lola, estou sem tempo pra fazer um comentário maior, mas seu post me lembrou de uma cena de "Sex and the City" (não me lembro se do seriado ou do filme): Miranda vai toda semana a uma locadora de filmes, e na frente da loja há uma obra. Um dos pedreiros fica dizendo várias coisas vulgares à personagem, até que um dia ela vira e fala, "Você tem o que eu preciso? Tem? Porque eu preciso de sexo!" O cara fica quietinho e diz "Ei, moça, o que é isso, eu sou casado."
É o puro prazer de tornar uma mulher desconfortável.

PriAliança disse...

Lola, sabe porque eu pago academia? Pra poder correr numa esteira em um lugar onde me sinta segura, apesar de haver uma praça lindinha perto da minha casa. E não, Alessandro, no fundo, quando ouço uma "cantada" minha resposta imediata é "vá tomar no olho do seu cu". Mesmo que a boca não diga, por MEDO, a mente pensa. E os olhos enchem de lágrimas de ódio. E nem precisa ser um absurdo dos grandes: muitos olhares são mais ultrajantes que 1000 palavras nojentas.

Amer H. disse...

Não Carla, é com "j" mesmo, acabei de conferir.

E não se preocupe, você não tá sendo chata. Primar pelo bom uso da língua Portuguesa devia ser obrigação de todos, como trabalho com a mesma, acredito nisso.

E o exemplo do Fábio é bem vivo. Adoro crianças, mas tenho receio de me aproximar das mesmas, porque minha aparência (1,90, cabelo comprido e barba) não vai ser bem recebida pela maioria das pessoas.

Uma vez eu estava no banco e uma menina pequena, inacreditavelmente fofinha me chamou a atenção, claramente querendo brincar com alguém pra passar o tédio do lugar. Eu fiquei com medo de brincar de volta, pois sabia que muita gente ia pensar mal de mim ao ver a cena.

Ser homem e branco hoje em dia não é mais sinônimo de "privilégio" e seria bom se algumas pessoas revissem este discurso.

Mas voltando ao tema do artigo: sim, existem formas e formas de se aproximar de uma mulher, mas não acho que discutí-las é assunto para uma mesa de bar, Bruno.

Na nossa sociedade, ainda é esperado que o homem tome a iniciativa no relacionamento, por muitas mulheres inclusive. Então acho válido debatermos o que é uma aproximação de mau gosto e o que não é.

E non sei quem falou (talvez tenha sido a Lola mesmo, peço desculpas pela dislexia), mas puxar assunto sobre um livro ou coisa que o valha que a moça esteja comprando, pode também não dar resultado algum.

Fiz isso uma vez em uma livraria e a moça me lançou um olhar tão odioso que parecia que ela desejava uma morte horrível pra mim.

Ok, ela podia estar mau humorada, ter namorado ou simplesmente não queria que um Hell Angel de Acapulco como eu a paquerasse, ela tinha todo direito de se sentir incomodada.

Mas em momento algum fui desrespeitoso e acho que isso é algo que deveria ficar estabelecido. Elogiar a beleza de uma mulher ao abordá-la não é menos válido que abordar sua inteligência, acho que é algo muito mais sincero de fato, pois a beleza da moça é a primeira coisa que verei. Elogiar a suposta inteligência de alguem que nunca ví me soa... falso.

E não dá pra saber se uma pessoa é inteligente ou não baseando-se apenas no livro que ela está comprando. Só após algum tempo de convivência.

Amer H. disse...
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Amer H. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Amer H. disse...

Desculpe os posts multiplos, Lola. O Blogspot quebrou minhas pernas, como sempre.

L. Archilla disse...

Eduardo, vc já pensou em ser escritor surrealista, ou de ficção científica?

Larissa disse...

O que mais me dá raiva é alguns acharem que apelar pro clichê é o contrário de ser grosseiro. Pra mim essas frases prontas só querem dizer uma coisa: "Quero pegar qq coisa que tenha cromossomos XX." Se quer uma sugestão, melhor partir pra um "oi, tudo bem? Você gosta de Machado de Assis?" Na pior das hipóteses, se ela não estiver interessada, o assunto simplesmente não vai render e ninguém vai ter que passar por nenhum tipo e constrangimento.

Anônimo disse...

Não entendo porque alguns homens se dão ao trabalho de vir aqui escrever sobre como eles se sentem injustiçados nesse mundo cruel. Seria como se eu entrasse em um blog falando sobre as enchentes e mortes do Rio e escrevesse: "Vocês falam dessas tragédias, mas não veem que eu perdi meu emprego e agora não posso mais almoçar fora todos os dias. Não veem o quanto sou vítima da sociedade e não consigo financiar uma casa própria.. "
Será que é tão difícil para alguns a interpretação de texto? Será que é tão difícil entender que se o texto fala de um assunto, vamos debater aquele assunto!
Se você, amigo, que veio aqui para se queixar do quão injustiçado possa ser, apesar de ser "branco-hetero-homem" meu amigo, vá procurar um ombro para desabafar, um psicólogo para chorar suas pitangas.. só não venha querer distorcer depoimentos e opiniões de pessoas que sofrem ou entendem o sofrimento do assunto abordado nesse post.

Tenho dó dos caras que dizem: "E agora? Como vou chegar nas mulheres??" ou "Me digam então como devemos agir para nos aproximar de vocês, mulheres!"
Sabe meus caros... Eu nem perderia meu tempo respondendo a essas questões, só digo que chega uma hora na vida em que a maturidade é muito bem vinda. Experimentem crescer um pouco, tenho certeza que essas questões se resolverão como passe de mágica na cabecinha de vocês.

Aline

L. Archilla disse...

Sobre nós "educarmos" os homens. Bem, eu creio que é isso que fazemos aqui, não? Propomos reflexões, debates, trocamos experiências (algumas bem duras, aliás). O que mais "devemos" fazer? Distribuir panfletinhos na rua sobre o quanto não é legal estuprar, assediar, dar cantadas nojentas? Parar o cara que fala "ô delícia" pra explicar que a fala dele é fruto de uma sociedade machista?

É claro que ele tem uma razão pra agir assim. O estuprador tb tem uma razão pra estuprar, o assassino pra matar, o patrão pra oprimir o empregado, o senhor de engenho pra escravizar o negro, o PM pra bater no estudante. Cada um desses tem uma história de vida individual e social que culminou em tal comportamento. Não é porque analisamos e percebemos esse contexto que essas pessoas não merecem punição. Ou que nossa tolerância devia ser maior. Os meios para a mudança estão aí: blogs, livros, terapia, contato com pessoas diferentes, etc. Quem não estiver disposto a deixar de oprimir tem que ser punido, simplesmente.

Obs: hoje estou respondendo desordenadamente e por partes, haha.

Amer H. disse...

Meu caro Jether, gosto de elogiar características positivas que vejo nas pessoas.

Isso é pecado? Sério?

Outro dia, via um cara com uma tatuagem enorme no braço. Não resisti e o abordei, então comecei a conversar com ele a respeito, sobre como havia gostado da imagem e quis saber o que ela representava.

Fui educado, conversamos sobre uns bons dez minutos e depois seguimos nossos caminhos. Acho que não estraguei o dia do sujeito, pelo contrário.

Então, qual o problema em se fazer um elogio a alguem. Elogiei o nome da senhorita Lauren Archilla, porque realmente acho um nome incomum e muito bonito. Não acho que a ofendi por isso.

E caso tenha, peço mil perdões, de verdade, pois não foi minha intenção.

Quanto ao comentário do senhor Joel... hããã, eu vou em livrarias comprar filmes, se quisesse "pegar mulher", eu iria em balada e embebedaria alguem.

E ao contrário de sua implicação, não sou um tarado que aborda toda mulher que vê nas ruas. Mas não vejo nada de errado em tentar conversar com alguem que me pareça interessante/atraente. Se a pessoa não quiser companhia, perceberei em dois minutos de conversa e a deixarei em paz.

E do jeito que você prega, parece que os bares no Brasil são antros de selvagens que não conseguem controlar a libido ao ver uma mulher. Já estive em diversos bares de sinuca e clubes de Jazz e nunca ví um homem se aproximar de maneira rude de uma mulher.

Estas coisas acontecem? Claro. Mas não são a regra e você faria bem em rever seus conceitos antes de assumir seu discurso que parece existir mais pra ganhar aprovação de algumas pessoas do que para acrescentar algo real ao debate.

Anônimo disse...

Sorte que só as feministas ligam pra essa baboseira de feminismo! As outras mulheres estao ocupadas se preocupando em receber boas cantadas ;)

Amer H. disse...

Sério, se vai postar como "anônimo", suas palavras valem tanto quanto um caracol.

Tenha ao menos a dignidade de se identificar se vai falar algo.

Jether disse...

"se um homem é grosseiro pra não ser chamado de "viadinho", me desculpe, isso é culpa da própria homofobia dele e da sociedade! "
Concordo. E a sociedade é composta de mulheres tb, que tb são homofóbicas.

"É muita hipocrisia jogar o fardo nos braços das mulheres. "Se virem". Reflitam, não é por aí. "
Concordo. Mas eu me dirijo a homens e mulheres feministas: tentem entender os machistas, pra conseguir mostrar o erro para os que por um momento se abrirem para o auto-questionamento. Não fiquem só se juntando pra berrar dum lado, fazer medição de força, e aí se alguém te disser "Ok, Por que é errado?", vc fala "Ah, cala a boca, vc tem q saber!" ou "Ah, não sabe é? Burro! Insensível!"ou "Pega, machista, queima!", "Alerta, patrulha feminista! Tem um machista invadindo nossa área, vamo bota ele pra correr!". Enfim, SÓ punição, punição, sem educação. Eu inclusive tô tentando aqui seguir o meu conselho, eu me considero feminista, e proponho uma discussão mais no campo das idéias, do que simplesmente incendiar as tropas do lado de cá pra irem pra cima dos machistas, constrangendo-os, fazendo cara feia etc.

COncordo com Joel Bueno em relação ao exemplo do Amer. Sendo que Amer, pra quê elogiar os olhos, ou a inteligência, o nome ou qualquer outra coisa menos "nobre"? Por que vc acha bonito homem ficar elogiando mulher em público (como vc já elogiou uma comentadora aqui)? Quem te ensinou que isso é "postura de homem"? Por que é?

Jether disse...

"Sobre nós "educarmos" os homens."
Eu não falei pras mulheres educarem os homens, e não os punirem. Eu falei para os homens e mulheres feministas educarem também (não só punirem) os homens e mulheres machistas.

"Sério, se vai postar como "anônimo", suas palavras valem tanto quanto um caracol."
Quem disse? Valem tanto quanto as minhas, que me identifico.

Jether disse...

"Bem, eu creio que é isso que fazemos aqui, não? Propomos reflexões, debates, trocamos experiências (algumas bem duras, aliás). "
Não, no post da Lola, não. E trocar experiência também não se enquadra. Vcs podem trocar experiência o quanto quiserem, mas um machista sempre vai filtrar essas experiências com a mente machista que tem. Pra mudar a mente, só conversando sobre idéias. Daí eu ter proposto aquilo.

Jether disse...

"Isso é pecado? Sério?"
Onde eu disse que é? Sério.

"ao contrário de sua implicação, não sou um tarado que aborda toda mulher que vê nas ruas."
Eu não impliquei isso, não sr. O que acontece é que vc parece ter esse ideal de homem "galante". De que cabe ao homem elogiar os olhos de uma garota e pagar-lhe um café. Propus que discutíssemos os pressupostos disso.

Amer H. disse...

Jether, a resposta do "tarado" foi ao comentário do Joel, que me pareceu ser bem partidário e unilateral.

E sim, seu comentário que "misteriosamente desapareceu" dava a entender que o fato de eu tecer um elogio a alguém é errado. Boa maneira de tomar a dianteira em um debate, apagando as provas do que falou.

Diga o que quiser, mas alguem que não se identifica em uma discussão não tem direito a opinar sobre a mesma. Você vai manter seu discursinho politicamente correto se um anônimo entrar aqui e xingar a dona do blog?

Amer H. disse...

No tocante aos olhos, é tão difícil acreditar que um homem possa reparar nos olhos de uma mulher?

Sério, a coisa tá tão ruim assim?

Larissa disse...

Peraí ne? Desde quando receber elogio por orkut está para ouvir "oohhh gostosaaaaa, te chupava todiiiiiiiiiinhaaa" ? Mesma coisa né?

E Amer H: A não ser que ela seja a Capitu com seus olhos de ressaca, não dá pra acreditar não.

lola aronovich disse...

ATENÇÃO, gente! Acionei a senha para escrever comentários porque, não sei se vcs notaram, uns spammers invadiram o blog na última hora. Foram mais de 30 comentários, em diferentes posts, anunciando V-iagra e afins. E é um saco ter que deletar um por um. Como esses spams são todos automáticos (e eles têm "nome", então nem adianta não permitir os comentários anônimos), estou ativando a opção que o comentarista precisa escrever o código da mensagem antes de postar seu comentário. Desculpe, gente, odeio isso, e vou desativá-lo assim que os spams passarem (no máximo até amanhã, espero). Não parem de comentar, mas se dêem ao trabalho de escrever a senha, ok?

Amer H. disse...

Por que todo mundo me faz essa referência a Capitu? Eu detesto Machado de Assis!

Larissa disse...

Amer H: Porque ela que tem olhos de ressaca, ora essa! Pode ser a Alexis Bledel então, os olhos dela são realmente lindos.

Amer H. disse...

Sim, de fato tem.

Adoro os olhos da Natalie Portman também. São honestos, vivos, inteligentes... ai ai.

Bom, não precisa acreditar em mim, mas adoro olhos. Acredito na filosofia de serem "a janela da alma" e um olhar ser capaz de dizer mais que mil palavras.

Unknown disse...

Que maravilha de post, Lola. É simplesmente revigorante ler o teu blog. Obrigada.
Precisamos muito de uma campanha dessas por aqui tbm.

Cintia disse...

Lola, eu te amo, viu? rs

Vc deve entrar na nossa cabeça, pegar o que tem de melhor e a gente nem sabia, e escrever.

Vou te contar que a maioria das tuas leitoras (comentaristas) são muito muito inteligentes. E tem uns homens aqui que tiro o meu chapéu, tb, maravilhosos mesmo quando eu discordo.

Mas pelamordedeus, tem uns comentaristas homens que são umas ostras, só produzem pérolas. Daqui a pouco vai ter que botar moderação por sexo.

Andréia Freire disse...

Caro Eduardo. Em que mundo vc vive? Essa sua cena é ridícula. O assunto aqui não é cantada. É grosseria nas ruas! Não deu pra entender a diferença não?

Fábio Salvador, vc não pode culpar uma mulher que fica com medo de um homem. As mulheres, em geral, tem experiência de intimidação desde cedo (abordagens grossseiras desde os 12 anos)! Toda mulher conhece um caso de oura mulher que sofreu algum abuso! Como é que a gente pode querer que essa mulher não sinta medo com a aproximação de um homem estranho? É auto-defsa. Outra, a gente vive sob constante medo, medo de assalto, medo da violência. E sabemos que os principais praticantes da violência/assaltos são homens. Isso é fato. Sim, super chato que tenha essa generalização, mas ela não veio do nada. A culpa não é nossa, é do sistema machista. A gente já disse aqui inúmeras vezes que os homens também sofrem as consequências do machismo.

Andréia Freire disse...

Fábio, o assunto não é cantada. Vocês estão subvertendo totalmente o assunto e objetivo do tópico. Pq? As mulheres tem direito de dispensar o cara que elas acharem feio e aceitarem oq elas acham bonito. Ora, qual é o problema? E se o cara for bonito, mas for babaca na abordagem não é toda mulher que vai aceitar não! Quem disse isso? Vcs estão fazendo um esteriótipo das mulheres. As coisas não funcionam assim não. Bonito = pode fazer qualquer coisa. Feio = não pode nem dirigir a palavra. Não funciona assim.

Andréia Freire disse...

Jether, me desculpe, mas falar "mulheres, nos digam como devemos abordar vcs, senão ficará claro que gostam é de abordagem rude mesmo". Foi algo assim. Isso não foi nada feminista. Pelo contrário, foi bem machista. Mas que bom que vc tá aberto ao diálogo, se considera feminista e quer crescer como pessoa, como homem. É um bom começo. Agora, já não tá bem explicado no post pq abordar mulheres de formar grosseira na rua é errado? Acho que tá bem claro, não tá não?

Andréia Freire disse...

Sério, queria entender qual é a grande polêmica desse assunto. Abordagem grosseira = não é bom, invade a privacidade da mulher, quando não assusta, intimida, deixa a mulher envergonhada, etc... Só isso.

Anônimo disse...

Amer H., eu amo demais homens cabeludos e barbudos, tanto que os meus 2 últimos ex-namorados e o atual são assim.

O problema nos contextos que você descreveu (chegar numa menina na livraria ou brincar com a criancinha) não tem muito a ver com preconceito a homens.

Imagine se uma garota de cabelos vermelho-sangue e tatuada tentasse flertar com um mauricinho, ou brincar com a criancinha: aposto que receberia os mesmos olhares desaprovadores. Obs: por tatuagens entende-se tatuagens "de verdade", e não florzinhas e borboletinhas delicadas, como se esperaria de uma mulher "normal".

Agora falo por mim: uns meses atrás sentei pra desenhar no meu caderninho em uma praça e não consegui desenhar quase nada, porque sempre vinha um cara, tentava puxar papo, eu dava uma desculpa e ia sentar em outro lugar. E essa situação se repetiu mais umas 2 vezes, até eu desistir.

Aposto que se eu ficasse interrompendo a leitura de um cara sem interesse por mim de 5 em 5 minutos ele ficaria nervoso e me mandaria tomar no c*. Se uma mulher faz isso, é uma vadia mal amada.

- Manu

Anônimo disse...

Lola, me inspirei nesses seus posts sobre cantadas de rua, e fiz um post no meu blog sobre esse assunto, no finl do mes passado... se te interessar, de uma lida... beijão:))

Paula Mariá disse...

De fato, mulher sozinha = mulher caçando macho. E ai de quem negar a cantada de alguém! Tanto é que costumamos nos esconder nos nossos relacionamento - por mais que, as vezes, não importa o quão solteira estivéssemos, não nos atrairíamos por aquela pessoa - nossa primeira resposta costuma ser "Tenho namorado" ou "sou casada" afinal, assim o cara vai entender que já somos propriedade de outro macho e as chances dele aceitar um "não" são maiores. Agora, não querer por conta própria? Ai ai ai! Que feio! Desde quando mulher tem direito a livre-arbítrio, né? É incrível como usar frases simples e da mais pura sinceridade como "Não estou interessada" simplesmente não funcionam. Para não desejar um homem nós temos que ter uma desculpa, temos que nos justificar e de preferência de uma forma que independa de nós.

Paula Mariá disse...

Outra coisa, Lola, não sei se você já viu essa cena de The L Word, mas é um discurso sensacional da Jenny Schecter, ela está falando isso para um homem:

"O que eu quero é que você escreva "Foda-me" no seu peito. E então eu quero que você passe por aquela porta e ande pela rua, e para qualquer um que quiser te foder, diga: "Claro! Claro! Sem problema!" E quando eles o fizerem, você precisa dizer "Muito, muito obrigado!" E certifique-se de ter um sorriso no rosto. E aí, seu covarde de merda, você vai saber como se sente uma mulher."

Anônimo disse...

Carla,

Caso vc não saiba, alguns homossexuais abordam, sim, homens na rua, de forma mais ou menos grosseira. Em especial garotões. Passei por isso várias vezes, quando era adolescente. Não é tãããão comum quanto o assédio a mulheres, mas não é nada raro.

Não morri por causa disso. Em geral, dizia: lamento, mas não é a minha.

Paula Mariá disse...

Aqui o vídeo e a tradução completa:

Mark: Posso falar com você?
Jenny: Sim.
Mark: Eu gostaria muito que houvesse algo que eu pudesse fazer.
Jenny: Não, eu não acho que tenha nada que você possa fazer.
Mark: Quando eu mudei para cá eu era o tipo de cara capaz de fazer merdas como esta, mas eu não sou mais esse cara. Eu sei que já disse isso antes, mas você e Shane me fizeram um homem melhor.
Jenny: Foda-se, Mark. Não é meu trabalho te tornar um homem melhor. E eu não ligo se eu te fiz um homem melhor. Não é o trabalho de uma mulher ser consumida e invadida para que algum homem possa evoluir.
Mark: Não foi o que eu quis dizer.
Jenny: Então, o que diabos você está falando, Mark? Me dê uma razão do porquê você acha que eu devo te perdoar.
Mark: Por que Jenny, eu cometi um grande, grande erro. Mas agora, eu aprendi como é difícil ser uma mulher.
Jenny: Por favor!
Mark: Jenny... ei! Olhe isso...
Jenny: O que você está fazendo?
Mark: É isso o que você quer?
Jenny: Não! O que eu quero é que você escreva "Foda-me" no seu peito. E então eu quero que você passe por aquela porta e ande pela rua, e para qualquer um que quiser te foder, diga: "Claro! Claro! Sem problema!" E quando eles o fizerem, você precisa dizer "Muito, muito obrigado!" E certifique-se de ter um sorriso no rosto. E aí, seu covarde de merda, você vai saber como se sente uma mulher.

http://www.youtube.com/watch?v=ogKkrr77ljk

lola aronovich disse...

Interessante, Paula. Mas qual é o contexto da cena? Por que Jenny está tão brava com Mark? O que ele fez? Quais são as “m*rdas como esta” que ele fez?


Anônimo que pediu que eu começasse um site como o da campanha inglesa, eu até gostaria, mas não tenho tempo. E entendo muito pouquinho de blogs e sites! Espero que, ao falar sobre assédio na rua por aqui, alguém se inspire pra adaptar a campanha inglesa à cultura brasileira. Seria ótimo!

Rogério Santos disse...

Mais uma situação de assédio que, a exemplo da outra, quase acabou mal - para mim, é claro.

Em 2005, fiz intercâmbio na The University of North Carolina at Charlotte (EUA). Um belo dia, estava eu andando do alojamento para o restaurante por volta das 8h quando vi na minha frente uma mulher linda, muito bem vestida e muito bem feita de corpo. Diante disso, comecei a olhar fixamente para ela e acelerei o passo para ver o rosto e gravar a imagem na minha mente. Não parei de olhar invasivamente para ela nem por um segundo (afinal de contas, achava que isso era normal porque sempre havia feito isso aqui no Brasil e nenhuma mulher tinha dito nada). Quando ela percebeu que estava sendo mirada por mim, parou de andar e, na frente de todo mundo, gritou "WHY ARE YOU LOOKING AT ME?!!?!!!" Ao ouvir isso, eu tentei contornar dizendo que eu não estava olhando para ela, e que na verdade estava indo para o restaurante. Ao que ela retrucou: "YOU'RE NOT WALKING!! DON'T LOOK AT ME ON THE STREET THIS WAY, RIGHT?!??!". E eu respondi: "okay, okay! Yes. I'm sorry! I'm sorry!". Saí de perto dela o mais rápido que pude, tão rápido que nem Usain Bolt me alcançaria.

Depois daquele dia, eu não olhei mais para nenhuma mulher desconhecida lá nos Estados Unidos. Fiquei com um medo terrível de ser preso por assédio sexual. Estaria perdido e mal-pago se isso acontecesse.

O primeiro passo para a superação de um problema é reconhecer que ele existe para posteriormente pensar em alternativas para superá-lo. Sendo assim, é fundamental que os homens reconheçam que foram educados para ser machistas, para sermos grosseiros e desrespeitosos com as mulheres, e assim rever os nossos conceitos e atitudes. Ou seja, entender que ser homem não é sinônimo de ser violento, cruel, grosseiro, homofóbico, machista e tratar as mulheres como objetos sexuais. Estou fazendo a minha parte.

Daniela disse...

Tem coisas - horríveis - que a gente nunca esquece.

Como quando uma vez eu tinha só 12 anos de idade, tava andando na rua rumo à ginástica e reparo que haviam dois caras (deviam ter 20 e poucos anos) me seguindo. Começaram a me chamar, eu tentava ignorar. Até que andaram mais rápido e passaram por mim me olhando:

"Essa eu fodo e enfio até as bolas."

Tanto me traumatizou o comentário que seis anos depois ainda lembro dele e estou postando aqui.
Que tipo de babaca diz isso a uma garota que está na cara que nem terminou de passar pela puberdade ainda, que está apenas andando na rua cuidando da própria vida?
Que tipo de babaca se sente no direito de invadir a vida de alguém dessa forma? Dizer uma grosseria dessas?

Acho que foi nesse dia que eu vi que seria mais uma feminista no mundo.

Fabio Burch Salvador disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fabio Burch Salvador disse...

Opa, epa.... ADREIA FREIRE: eu não disse que homens bonitos podem ser babacas. Disse apenas que as mulheres são tão boçais e fúteis na hora de aceitar numa boa uma bagaceirice quanto os homens o são ao dizê-las.

SOBRE TER MEDO JUSTIFICADO DE HOMENS:
Eu já falei sobre isso em outra caixa de comentários, mas vale relembrar: dizer que uma mulher ter medo natural dos homens, assim, uma coisa quase como um preconceito, é justificável só porque os homens são maioria dos agressores, é um absurdo. Na outra discussão, citei meu exemplo: tive minha vida escolar infernizada por um PROFESSOR BULLY, que era por acaso negro e também (como descobrimos depois) gay. Então eu deveria ser racista e homofóbico e ainda dizer que tenho razões para isso. Mas não é o que acontece, porque ninguém aqui é mais criança que tem medo de cachorro só porque se assustou com um latido uma vez ou porque levou uma mordida.

Temos que ter noção que somos todos adultos, e essas coisas não cabem.

SOBRE OLHAR PARA UMA PESSOA E IR PRESO:
absurdo. Absurdo, mesmo. Os EUA são um país no qual tudo vira assunto de polícia ou de advogado. É ridículo. Que cultura é essa? Eu sou conhecido porficar olhando para pessoas ou objetos com verdadeira obsessão, simplesmente porque às vezes PRECISO decifrar alguma coisa na imagem. Eu tenho uma visão muito detalhista, sabe... outro dia havia uma mulher com um penteado muito estranho, um tipo de trança, no ônibus, e eu não desgrudei os olhos até decifrar o caminho feito por um fio de cabelo qualquer dentro daquele monte de voltas. Talvez eu seja meio louco, sei lá. Mas sou considerado um bom designer para material gráfico (meu site é horrendo).
E já me aconteceu de olhar alguém, e a moça me olhar de volta e perguntar "o que tu estás olhando tanto para mim?", e eu dizer na cara dura que simplesmente ela era bonita e me agradava mais olhá-la do que ao resto da realidade do redor.
Comigo as coisas são sempre mais fáceis porque, quando me vejo em situações que deveriam ser embaraçosas, eu não fico vermelho, nem gago, nem tremendo, e normalmente sou de uma sinceridade quase robótica. Aliás, nesses casos falo sem emoção, parecendo mesmo uma máquina. As reações das pessoas são sempre engraçadíssimas.

Carina Prates disse...

Fábio, vc percebeu que, enquanto vc está falando de 1 professor, 1, as mulheres aqui estão falando de situações constrangedoras que vários homens, todos os dias, o tempo todo as faz passar? Dá pra perceber alguma diferença nisso? Porque, sinceramente, esse seu exemplo foi de muita má-fé.

Fabio Burch Salvador disse...

Poderíamos dizer de outra forma: eu tenho um exemplo real de um problema que durou no mínimo 5 anos, e algumas aqui estão falando de algo que viveram meia dúzia de vezes na vida, ou que simplesmente leram a respeito.

O caso é que é a mesma coisa, e não estamos comparando INTENSIDADE do problema ou do trauma: não se pode atribuir a um gênero características pré-concebidas, só porque representantes deste gênero fizeram coisas erradas. É como olhar para o Sarkozy e dizer que todo francês é reacionário. É como olhar para o Che Guevara e pensar que não existem argentinos arrogantes e esnobes.

E se é pelo número de exemplos: podemos ver os hooligans que atacavam nas Copas do Mundo e dizer que todo britânico é agressivo, animalesco e imbecil.

O problema é o mesmo.

É generalização.

Podemos estar discutindo coisas diferentes, mas elas são na verdade a mesma: generalização. Pré-cocneitos baseados em exemplos, por mais numerosos que sejam. Ou menos. Tanto faz.

Claro, que o meu exemplo é inaceitáevel porque ele fala de racismo e homofobia, e essas coisas são FEIAS, enquanto o exemplo que dão aqui é o do feminismo, que é BONITO.

Mas aí estamos fazendo um debate bastante calhorda, não?

Carla Mazaro disse...

Joel... eu entendo que algum (ou alguns) homens cantaram você na rua alguma vez... mas qtas vezes?! com quantos anos?! vc se sentiu intimidado? com medo? Qdo vc respondeu não eles insistiram? te chamaram de vadia ou mandaram vc ir tomar no cu? Tentaram te coagir? imagine sentir isso sempre TODOS os dias....

Fabio... ninguem disse que o medo de homens é natural... o que dissemos é que é natural ter medo depois de tanta ameaça...

Fabio Burch Salvador disse...

A verdade é que, em grande parte, as mulheres colaboram com as grosserias, ao ficarem quietas. E poderiam reagir, não com raiva, não com processo judicial, não com abuso de cargos... mas simplesmente com bom humor.

Eu tenho um amigo, cujo apelido até uma certa data era Gordo (porque ele era gordo, né). E ele tinha o costume (éramos adolescentes) de gritar para as mulheres que passavam:

- VEM CÁ TESÃO DA PICA DO PAI!

Até que uma respondeu, um dia, numa rua lá na praia, em Capão da Canoa:

- NÃO, PORQUE PICA MOLE NÃO ME SERVE!

A partir deste diz fatídico, o apelido do Gordo passou a ser outro... Molengão!

AAAAAAAAAHHHH MULEKE!!!

E ele nunca mais largou essas "pérolas" para as meninas. Depois, ficamos todos adultos e tanto o apelido como nossas aproximações, digamos, "intempestivas", com o sexo oposto caíram no esquecimento.

Viramos adultos. Em resumo.

É certo que às vezes alguns homens reagem a este tipo de resposta com agressão física. Mas aí não estamos falando de bagaceirice, nem de cantada barata, estamos falando de marginais mesmo e é caso de polícia. Agressão física tem previsão no Código Penal.

Agora, tem vezes em que as MULHERES enxergam assédio e agressão onde não existem. Fiquei sabendo que existem mulheres que levam uma agulha ou algo pontudo para ferir homens que tentem "encoxá-las". Ora, mas e a transmissão da AIDS pelo sangue? Será que alguém pode ser condenado a ter uma doença incurável e a vida encurtada? Ainda mais sem julgamento?

E tem também as possibilidades de enganos. Eu já fui várias vezes confundido com "um agressor" em viagens de ônibus. Várias vezes, por perder o equilíbrio e cair para a frente, sendo confundido com um "encoxador". Algumas, por segurar pessoas no ar, em plena queda (nas famosas freadas).

Teve uma vez em que eu quase quebrei o braço de uma mulher. ELA caiu, e se chocou comigo. Como ela estava de costas, e deu uma "bundada" nas minhas "partes baixas", se sentiu, sei lá, ofendida, e me deu um tapa. Peguei o braço dela no ar.

Não que eu bata em mulheres. Não bato em ninguém. Mas se sou agredido, não importanto tamanho, idade, sexo ou cor do agressor, trato de demonstrar minha capacidade destrutiva, como forma de desencorajar a continuidade da agressão.

Enfim. Barbeiragems no coletivo á parte, a verdade é que a maioria dos homens (quero crer) não tem intenções violentas, e uma boa resposta pode ser o suficiente.

O que não se pode é admitir que se quebrem barreiras da civilidade e da legalidade sob o pretexto de "defender-se do gênero agressor".

L. Archilla disse...

Então tá, gente, quando alguém disser alguma bobagem, a gente olha na testa do cara pra ver se tá escrito "AGRESSOR". Se não tiver, devemos reagir, que aí o cara fica constrangido, e tal.

Ana Vitória disse...

Uma mulher andando na rua sozinha não tem como responder, nem com bom humor. Não sabemos qual será a reação do camarada. Como uma outra comentarista disse aqui, quando a irmã dela respondeu, o cara queria bater nela e precisou que outro o segurasse para não fazer isso. Então se ficamos caladas a culpa é nossa?

Esse ano que passou vivi uma situação constrangedora. Eu dentro do carro, parada num sinal, meio dia, voltando para a casa, do meu lado parou uma moto com dois machinhos que não só começaram a dizer grosserias, mas quando o sinal abriu SEGUIRAM O MEU CARRO!!!! Precisei parar num comércio e entrar em uma loja para despistar. Vai dizer que isso não é perseguição? E se não respondi foi pq gostei?????? Afff! Não amigo, foi pq fiquei com medo mesmo. Já pensou se eles me seguissem até em casa, o que aconteceria comigo?

Acho que temos motivos de sobra para desconfiar.

Anônimo disse...

Carla,

Eu só comentei que acontece a cantada grosseira homossexual porque, em comentário anterior, você falava como se não existisse.

Na adolescência, passei por isso MUITAS vezes. Não todo dia, ok. Mas em algumas situações complicadas, tarde da noite, homens mais velhos que eu. Qualquer rapaz passa por isso.

Se eu me sentia intimidado? Não. Eu era atrevido. E corria muito rápido.

Pentacúspide disse...

Querer ir para a cama com alguma mulher é sinal de desrespeito?

Fabio Burch Salvador disse...

nÃO, MOÇA INCULTA... não vai ter a palavra AGRESSOR escrita na testa do cara para tu poderes escolher dar uma resposta ou não.

Simplesmente, digo que SEMPRE se deve dar resposta.

Queres mudar a sociedade? Revoluções exigem coragem, e deteminação de se arriscar.

Hasta la victoria!

Michelle Oliveira disse...

Fábio: não tem condições isso, como assim agir com humor? Eu não consigo articular palavra quando me acontece algo desse tipo, grosserias de estranhos na rua. Fico tão brava, impotente, e por vezes, com medo, que só consigo me afastar com pressa mentalizando "vai se f****" pro cara.
A culpa é minha por ficar quieta?
Eu que tenho que mudar esse meu jeito e passar a ser mais corajosa?
Pensei que eram os homens que tinham que mudar.

Fabio Burch Salvador disse...

Não quer correr riscos? Então, senta tua bundinha em frente ao ar-condicionado e chora tuas mágoas de feminista-de-internet.

Agora, quer mudar o mundo? Dá a cara a tapa!

Eu certe vez fiz minha pequena "cruzada" contra o abuso policial quando saíamos à noite nas ruas do Bom Fim e os brigadianos vinham nos revistar atrás de drogas. o objetivo deles era, na verdade, apalpar as meninas.

Uma vez, me recusei a obedecê-los, e um deles pegou uma arma na mão. Aí eu disse uma famosa frase minha:

- SACOU, ENTÃO ATIRA FELADAPUTA! BEM AQUI NO MEIO DA MINHA CARA!

Ele não atirou. E se retirou. Acho que desmoralizado. Saí com meu orgulho em alta, claro. Mas me arrisquei contra algo que achei estar errado. Aceitei o risco.

E aceitaria levar o tiro para cumprir, da minha parte, o compromisso de coragem que a outra parte não teve ao ameaçar gente desarmada.

É preciso se mobilizar e correr o risco às vezes. Se tu queres 100% de segurança, então, não estás pronta para luta alguma, para mudar sociedade alguma.

Larissa disse...

Paula Mariá:
"Tenho namorado" também não funciona. Sempre vem aquele ridículo "mas eu não sou ciumento". Aí eu descobri que falar que não gosto de homens é muito melhor, a cara que eles fazem é impagável. Pelo menos a gente se diverte.

Fabio Burch Salvador disse...

Paula Mariá já virou uma de minhas filósofas favoritas... quem é?

L. Archilla disse...

Ou seja, mulheres, educação virtual não tá com nada! Apanhem pra mudar o mundo.

¬¬

Larissa disse...

João Bueno:
Você "não morreu por causa disso" porque sabe que tem força física pra se defender.

Fábio: meia dúzia de vezes na vida? Acho que você não entendeu NADA do post ne?

Fabio Burch Salvador disse...

L. Archilla:
geralmente, quando eu digo algo, as pessoas aqui subvertem o que eu disse e fazem parecer que eu disse algo que não quis dizer.

Mas essa tua tentativa foi a mais barata e furada de todas, lamento informar...

Apanhar? Nunca vi um cara que agredisse fisicamente uma mulher por ela "desmontar" uma bagaceirice dele.

Claro que devem existir psicopatas que reajam com violência. mas imagino que 99% dos casos, a galera fique no constrangimento e pense duas vezes antes de fazer denovo.

Michelle Oliveira disse...

Fábio, vc está correto em ser a favor de que ninguém se limite a reclamar aqui no mundo virtual e não fazer nada no mundo real. Também sou a favor disso. Mas eu escolho em quais batalhas vou entrar. Nesse sábado mesmo, um cara bêbado me seguiu na rua dizendo "vou pegar... ah, eu vou pegar", acelerei o passo e fui pra outra rua. Eu deveria ter feito uma piada pra revidar o comentário dele? Devia ter dito "oi, vc já ouviu falar de feminismo? vem aq querido que eu te explico". O cara tava bêbado!
Seria perda de tempo.
Prefiro ter conversas do tipo, usando de humor, ironia, com pessoas do meu círculo de amizade (vááários amigos(as) machistas). Não quero ser só a feminista que nunca se cala, quero ter algum êxito, poxa!

Ana Vitória disse...

Fabio Salvador

"Claro que devem existir psicopatas que reajam com violência. mas imagino que 99% dos casos, a galera fique no constrangimento e pense duas vezes antes de fazer denovo"

Vc vive em um mundo cor-de-rosa, me apresenta ele? Pq numa das poucas vezes que reagi a uma grosseria na rua (dei dedo pro cara), ele queria quebrá-lo.

Larissa disse...

Fábio, ajude-nos. Ensine-nos a nos comportar em público. Somos almas perdidas sem vocês, homens. Nos ajude! Por favor.

Fabio Burch Salvador disse...

LARISSA,
peço-te que por favor mantenha este debate no nível da racionalidade de não tente essas manobras baratas para me vilanizar.

Eu não mereço isso.

Carla Mazaro disse...

Seguindo a lógica do Fabio, vamos culpar os morados dos morros do Rio pela criminalidade... afinal eles não reagem porque nã otem coragem e (dãh) tem medo de morrer!
Se todos enfrentassem os bandidos eles não teriam dominado tudo... alguams centenas de pessoas morreriam, mas quem se importa? Vamos aproveitar para culpar os judeus pelo genocidio da segunda guerra mundial, posi se eles tivessem tido coragem de reagir nada disso teria acontecido... ah com os escravos tbm...afinal eles eram inumeros e todos fortes....

Sério, Fábio? Porque é isso que eu entendo do que você está dizendo...


Ah lembrei... alguem disse q o abuso de autoridade da policial por prender o cara é q ela se sentiu ofendida... só ela, como pessoa... na realidade, como ela mesma disse, ela se sentiu ofendida por ela e por todas as mulheres que passm por essa situação... e mesmo q não fosse ela poderia prender o cara por desacato a autoridade - sim ofender policial é crime...
E todo mundo pode dar voz de prisão a um agressor - mesmo q a agressão seja verbal - o problema é fazer ele esperar até a policia chegar...

Larissa disse...

Não tô tentando te vilanizar, tô tentando explicitar. É isso que eu vi em você, entendeu agora?

L. Archilla disse...

O problema é que as pessoas fazem da limitadíssima experiência dela uma verdade estatística. Quantas mulheres desmontando bagaceirices vc presenciou? Eu nunca vi nenhuma. E vejo mulheres assediadas na rua o dia inteiro (além de ser uma delas). Supondo q vc tenha visto duas ou três cujos agressores não reagiram, o q te faz pensar q eles sejam 99%?

Outro dia mesmo a Lola contou q a irmã dela apanhou ao reagir, e ela nem estava em lugar deserto. (Me corrija se não foi isso, Lola). Uma amiga me contou que estava sofrendo ameaças de estupro na rua, de um grupo de homens q estavam num carro, seguindo-a. Ela nem reagiu, só saiu correndo e entrou numa rua em reforma, com cancelas. De onde ela estava (era alto) conseguiu ver os mesmos caras pegando outra mulher e enfiando dentro do carro. Isso porque ela nem reagiu.

A gente faz a nossa parte. A gente tá SUPER aberta pra debates sobre feminismo, sobre a questão da mulher de maneira geral. E vários caras já vieram aqui contar que mudaram (pouco ou muito) sua visão após a leitura de blogs como este. Então não venha falar que isso aqui é mimimi de gente acomodada e que a nossa obrigação é reagir e correr risco de agressão física, humilhação, estupro, morte. A obrigação DOS HOMENS é NÃO ASSEDIAR. Ponto.

Fabio Burch Salvador disse...

E MAIS, LARISSA:
que preconceito é esse? o fato de eu ter nascido homem faz com que meus comentários e opiniões sejam automaticamente inválidos?

Estranho, né?

L. Archilla disse...

Aliás, se reação a agressão resolvesse, não teríamos mais conflitos no trânsito, certo?

Fabio Burch Salvador disse...

Pessoal,
não "entendam" nada a respeito do que eu digo. Simplesmente leiam o que eu escrevi e pronto. Eu funciono numa lógica quase mecãnica: se eu não disse algo é porque não estou querendo dizer aquilo.

Se eu quisesse dizer "mulheres, sigam o que digo porque eu sei tudo, pois sou homem", teria dito literalmente, tá, Larissa?


E eu digo: o cara, agredir porque não teve a reação esperada de uma besteira que disse? Loser!

Loser!


Talvez eu esteja andando com amigos "frescos" demais mas... agredir uma mulher, e ainda mais na rua? E ainda mais por bobagem dessas?

Tá loco véio!

Amana disse...

Lembro de quando eu tinha uns 12, 13 anos, e ia a pé para a escola numa caminhada longa, por ruas desertas de manhã. Sempre tinha um engraçadinho pra falar coisas nojentas, ou mostrar o pau (mole), algumas vezes. Eu sentia, e sinto, muito ódio. Na época, ficava imaginando que castigo mereceriam. Morrer? Eu era piedosa. Minha melhor fantasia foi de desejar que o mané, depois de uma cantada grosseira, só conseguisse repetir aquelas palavras durante um bom tempo. "Bucetinha apertada, chupo toda!", e chegasse no trabalho e só conseguisse falar isso para os colegas e pro chefe; fosse pedir um café no boteco, idem; encontrasse as filhas e a mulher em casa, e só falasse isso.
Era minha maneira de realizar, mesmo que na fantasia, minha vingança pessoal contra esses idiotas.

Larissa disse...

Que preconceito, gente?
Você é homem, não é? E você não nos tá dando "dicas de comportamento"? Como reagir, etc.
Não é automaticamente inválido. Você que fez ele ser impertinente, como se você soubesse como nós nos sentimos, desvalorizasse nossos medos e nos ensinasse a ser melhor.
Deixa eu te contar um segredo: você não sabe. Você não sabe o que é sair pra correr cedo de manhã e ter que lidar com um cara andando atras de você, te chamando de gostosa e depois se masturbando atrás do ponto de ônibus. Mas não, a gente devia dizer "ohh gostosão, você tem uma pica bem da bonitinha hein?". Claro, muito divertido.
E vou te dizer um negócio, ISSO NÃO É UM FATO ISOLADO. Isso não acontece com uma ou outra pessoa, uma ou outra vez na vida. Isso acontece com todas as mulheres, todos os dias. E não dá pra ser bem-humorada assim. Não dá pra não odiar todo cara engraçadinho que acha que entende como a gente se sente. Você não sabe. Sinto muito.

lola aronovich disse...

Fabio, vc sempre fala sua cota de besteiras abismais neste blog, mas acho que hoje vc tirou pra bater o recorde.
Infelizmente ninguém tem tempo pra te educar por aqui, senão seria o caso de rebater uma a uma das asneiras que vc disse. Mas essa daqui é hors concours:
"Apanhar? Nunca vi um cara que agredisse fisicamente uma mulher por ela 'desmontar' uma bagaceirice dele".
Puxa, só porque vc nunca viu, isso quer dizer que não existe? E toda a mulherada por aqui dizendo que, quando reagiu, foi ameaçada de violência física, ou apanhou, ou ia apanhar mas alguém apartou? Isso não conta, né? Minha própria irmã apanhou de um cara por reagir. Ele a apalpou no ônibus (e ser apalpada é algo que quase sempre VEM JUNTO com as grosserias, e que faltou neste post. Não deve haver muitas mulheres no mundo que não passaram por isso alguma vez. Em geral, VÁRIAS vezes. Mas acho que tb temos que ficar felizes por estarmos sendo desejadas, né? É UM ELOGIO À BELEZA DA MULHER! A gente tem algumas sugestões pro que os homens podem fazer com esses "elogios"...), ela reagiu, e, quando saiu do ônibus, o cara a seguiu e partiu pra cima dela na calçada. Na sua estatística, isso "só" ocorre em 1% das vezes e é coisa de psicopata. Nas nossas vivências, isso acontece direto, e é um dos motivos pra temer os homens.
Em geral eu sou a favor de reagir, mas entendo perfeitamente que é difícil, que é perigoso, e que nem todo mundo tem a mesma reação. Vc (e outros aqui) cobram uma solução pro problema que venha das mulheres. Mas não somos nós que causamos o problema. Nós "apenas" sofremos com ele. Já passou da hora dos HOMENS fazerem alguma coisa pra um situação causada por eles. E que só faz mal pra toda sociedade (homens inclusos).

Fabio Burch Salvador disse...

Larissa,
acho que tu me entendes mal...

Sei que tu estás encarando tudo o que eu digo como coisas vindas de um homem "normal" e "comum", mas a verdade é que sou meio bizarro justamente porque não tenho pretensões megalomaníacas, como a maioria das pessoas que entra na Internet para dar opiniões definitivas sobre tudo.

Vamos às minhas ressalvas á idéia que tu, aparentemente, fazes de mim:

Primeiro, eu NUNCA pretendi dizer que COMPREENDO o problema das mulheres. Não compreendo mesmo. Não tenho a pretensão de compreender o que é estar na pele das mulheres nesta história. Simplesmente não vai rolar. E eu sei que não compreendo o problema "na pele".

Segundo, eu não estou passando um "manual do que fazer" a ninguém. Nunca pretendi fazê-lo, só estou jogando minha visão, muito pessoal, sobre esse tipo de conflito para, quem sabe, enriquecer o debate ou abrir uma idéia para que alguém, mais pretensioso do que eu, elabore uma teoria completa.

Eu não tenho receitas para consertar o mundo. Se as tivesse, já teria colocado em prática. Como o mundo continua sendo o que era antes, nem eu nem obviamente ninguém achou estas receitas.

Eu nunca pretendi aqui dar respostas. Só acrescentar alguma coisa ás perguntas e lançar no ar, quem sabe, tijolinhos para construir uma resposta que eu sei que será parcial, incompleta.

Terceiro, eu não sou um troll, nem uma criança, nem um imbecil atrás de um teclado. Eu sou um ser humano e, de fato, quanto a Lola diz que eu "contribui com minha cota de asneiras" ao blog, ela me ofende pessoalmente.

Eu não digo asneiras. Tá, tá, ás vezes digo e depois mudo de idéia.

Mas o fato é que tanto a Larissa, como a Lola, como muita gente, está aqui lendo o que escrevo e achando que eu:
a) digo que NÃO EXISTE UMA COISA, quando digo apenas que NUNCA VI.
b) digo algo dando "receitas e soluções" para problemas.

Mas não, não é nada disso. Eu REALMENTE nunca vi uma "gracinha" acabar em agressão. Que culpa tenho eu? Já vi pedreiros mexendo com mulheres que passam, já vi os guris do supermercado dizendo coisas assim... já fiz isso quando mais novo, meus amigos faziam, já vi meninas respondendo.... e nunca vi acabar em pancadaria.

Não quer dizer que não acabe em parte alguma. Mas eu não vi. Desculpem se eu não dei esta "sorte".

Eu tenho noção que minha visão do mundo é parcial. Existem muitos lugares onde nunca fui e pessoas que nunca vi, e é óbvio que não vi muita coisa que deve haver por aí.

Resumindo: vocês me acham medonho, horrível e tacanho simplesmente porque pensam que eu falo de fatos no absoluto, e de ações como soluções universais.

E eu estou só falando no pequeninho, no pessoal, no limitadinho, naquilo que me está ao alcance da mão.

No dia em que eu tiver respostas absolutas para os problemas do mundo, com certeza anunciarei ao público. Tomara que um dia eu consiga.

... como se eu fosse a única. disse...

Esse Fabio é uma piada.

E ainda é daqueles que não acreditam no poder que a internet tem de transformar...

cara, é muito engraçado ver um homem tentando "entender" o terror que uma mulher vive , às vezes sem notar, apenas por ser mulher.

Já disse isso inúmeras vezes aos meus amigos, e minha forma de contribuir contra isso é "ensinando" o máximo de amigos e homens na minha vida, de que nós mulheres não gostamos que dirijam a nós, diálogos de filmes pornôs.

Medo? Que mulher não tem medo de reagir a uma violência verbal? Todas temos. Medo pela segurança física, emocional e psicológica.

Mas o pior de tudo para mim, o que me deixa mais desiludida, até comigo, é a forma como "arranjei" pra evitar ouvir: só saio se tiver com fones de ouvido e mp3/celular, ouvindo música. Às vezes eu acho que isso implica dizer que eu desisti, mas eu não desisti.


EU QUERIA ERA QUE AQUELE VÍDEO DO BONITÃO GAY E MEGA GROSSEIRO PORTUGUÊS VIRASSE MODA. E QUE A MACHAIADA COMEÇASSE A SER VILIPENDIADA NAS RUAS, OUVINDO TODO O TIPO DE CONVITE E VIOLÊNCIA...Talvez assim, ao sentir na pele, parassem de encher o saco.

lola aronovich disse...

Fábio, não tenho tempo, não tenho paciência, mas... Não dá pra ouvir tanta coisa sem noção, viu?
Vc disse: “E eu digo: o cara, agredir porque não teve a reação esperada de uma besteira que disse? Loser! Loser! Talvez eu esteja andando com amigos 'frescos' demais mas... agredir uma mulher, e ainda mais na rua? E ainda mais por bobagem dessas?”
Ah, isso muda tudo, Fábio! Vc considerar o cara que reage a uma resposta a uma grosseria de LOSER automaticamente resolve o problema! Grandes coisas da humanidade: nós somos as primeiras a considerar o cara um loser. Aliás, não consideramos loser apenas o cara que reage violentamente a uma resposta, mas tb o cara que fala essas grosserias. Mas pra vc isso é “bobagem”, né? Qual a bobagem? Que toda mulher, independente da idade, independente da “beleza” (ou vc acha que gordas não sofrem assédio na rua?), independente da roupa, independente de sua orientação sexual, independente de qualquer coisa além de ser mulher, passe por esse terrorismo sexual? Que as mulheres reajam? Que as mulheres não reajam? Que as mulheres reajam e aí o cara esquentadinho bata na mulher que reagiu? Se tem tanta bobagem nesse assunto, se a sua única contribuição pro debate é culpar as mulheres por não reagirem, então não discuta. Pelo jeito é tudo bobagem, né? Assunto de mulher! (E não vou nem mencionar a homofobia no seu comentário sobre os amigos frescos. É impressionante, Fábio. Raramente seus comentários conseguem ser apenas machistas. Sempre tem um grau de homofobia no meio. É bom pra ilustrar nossos exemplos...).

Larissa disse...

"Mas não, não é nada disso. Eu REALMENTE nunca vi uma "gracinha" acabar em agressão. Que culpa tenho eu? "

A culpa tem você que a gente tá dizendo que existe, mas não é o bastante pra você.

Eu até entendo que alguns caras nunca tenham visto o que a gente fala aqui, os agressores costumam ser discretos. Eles se certificam que ninguém mais tá vendo, só a vítima. Essas coisas não costumam acontecer em lugar de muito movimento, não é à toa.
Mas a gente aqui tá dizendo que tem, ué. Acredita!
Você não viu mas a gente tá te contando. Não serve não?

Anônimo disse...

Lolinha,

Vou relatar uma historinha que presenciei: estava nas dimensões da escola em que trabalhava quando passa uma linda morena, daquelas de parar o trânsito! cheirosa, bem vestida, mas sensual; super elegante e fazendo todos quebrarem o pescoço.

Cruzamos a esquina juntos, ela era realmente divina! Eu, naturalmente dei uma espiadela, mas sou contra estas bobagens de ficar encarando, não só por achar um machismo, mas também porque gosto de me fazer de difícil. rs

Ora, vai fazer algo chega e paquera. Não conheço história de amor que começou com uma daquelas grosserias. Mas é bem capaz de existir sim. Sei lá pra quantas está o amor hoje em dia.

Pois bem, ela seguiu num passo rápido e fomos seguindo na mesma direção. Comecei a ficar incomodado com o número de homens babando e comecei a me distanciar para poder ver de camarote aquele papelão.

De repente passa um sujeito ao meu lado, empunhando em uma sacola de couro o seu violão. Ele começa a se aproximar e vai, de forma deliberada, chegar o mais próximo possível com o braço do violão na bunda da mulher.

Fiquei puto com aquilo! me aproximei para ver até onde daria aquilo, para poder defender a moça se fosse preciso, quando me deparo com o mais grotesco: era uma rapazote de seus catorze anos, muito alto, mas com cara de menino e cheio de espinhas no rosto. Fiquei sem ação. Tentei visualizar se era um aluno e iria pagar um bom sermão, mas não o reconheci e logo a cena se desmanchou.

Só que lá ficou uma prova de como os homens já estão sendo educados para este machismo. A jovem não tinha nenhum culpa de ser tão bonita e saudável. Já o garoto, foi todo responsável por uma afronta direta e merecia até ter a atenção chamada por minha parte.

Enfim, esse é o mundo dos que dizem que não existe machismo - quando não se pode nem falar uma nova palavra, presidenta.

Fabio Burch Salvador disse...

E para completar, desmanchando o último mal-entendido da manhã de hoje:

Eu nunca rpetendi propor uma solução "vinda das mulheres" ao invés de uma "vinda dos homens".

Não proponho solução alguma. Já disse isso antes. Se eu bolasse uma solução para isso, teria uma campanha virtual sobre o tema no ar. É o que eu faço: se eu tenho algo a dizer, digo lá no meu blog. Até porque, se a idéia, ou solução, resolve mesmo o problema, e as pessoas ouvem a idéia vinda de mim, eu ganho prestígio.

É ou não é?

Mas se olharem meu blog, só tem soluções para problemas de ordem técnica. Para os de ordem social, não criei fórmulas que valham a pena publicar.

É óbvio que a solução vem de todos, e não é pelo enfrentamento. É como se diz: tornar socialmente inaceitável.

Aliás, talvez isso influa muito na minha visão de mundo: eu nunca fui um pirralho muito "masculino", no sentido de achar que sair na porrada, dizer merda para a mulherada e rir da cara do coleguinha gordo fossem atitudes capazes de me tornar "melhor".

Na realidade, falar uma bagaceirada para uma mulher acaba com a chances que se possa ter de conquistá-la no futuro. E se eu me interesso por alguém, não vou querer isso. Se eu não me interesso, não vou tentar uma aproximação educada, e nem dizer uma besteira, porque não faz sentido.

Lógico, não, senhor Spock?

Eu penso mais ou menos como o Sr. Spock, desde que tinha uns sete anos. Por isso não compreendo muitos dos sentimentos dos meninos mais "machos" que se enquadram nessas estatísticas e estereótipos que a Lola cita... e acho que nunca os escolhi como amigos... por isso vejo poucas coisas assim.

Não sei, mas é isso: acho que parte da percepção de que, se o cara vai tentar uma aproximação com a menina, uma bagaceirice vai destruir as chances dele. Se ele não vai, então não faz sentido chamar a atenção dela.

Lógico. Apenas lógico.

... como se eu fosse a única. disse...

hum! uma vez eu tava saindo de casa, e passei na frente de uma casa, e tem uma velha meio louca que sempre chama a atenção de quem passa, querendo ler a mão de todo mundo. E certo dia eu passei, a senhora me encheu o saco e eu fiz que não ouvi. Ai tinha um cara com ela, e ele disse: quer olhar não, vadia? Deixa eu te mostrar o tamanho do meu pau, que vc vai olhar e cair diretinho nele...

Pô! nem vou dizer o que eu queria fazer com esse macho. Eu fiquei enojada, até hoje eu fico.

Sem contar as inúmera coisas que eu ouço, por simplesmente estar sempre de tênis, calça jeans e ter cabelo curto, tipo: mostrar pra essa chupadora de xota o que é bom.

Cara, sério que isso não é violência? Sério que isso é um complô de um monte de mulher desocupada que quer botar fogo entre os gêneros? Me erra, né?!

Fabio Burch Salvador disse...

Eu vou pedir, encarecidamente, à Lola um favor: que não use palavras de modo a fazer parecer que sou uma criança ou um idiota. Coisas do tipo "eu não tenho tempo de explicar, mas vou tentar".

O fato é que sou um sujeito com uma ampla bagagem cultural e de conhecimentos.

Só que eu sou interpretado como alguém que veio para dar respostas, e eu só vim conversar. Não estou dando aula a ninguém.

Eu até dou aula. Mas de programação, bancos de dados, AutoCAD, essas coisas que eu entendo. Sobre os problemas sociais, de gêneros, de violência, sou talvez um dos menos capazes de dar respostas aqui.

Só que eu estava dizendo outra coisa...

e tem a ver com a palavra LOSER, tão avacalhada pela Lola...

Estava eu dizendo que já existe uma parcela da população masculina que vê um amigo ou desconhecido tendo este comportamento do "ô gostosa, senta aqui", e não acha isso o máximo. Acha uma coisa de mongo, coisa de piá de 12 anos, que fica muito constrangedora vinda de um barbado.

O cara que faz, se acha o máximo. E pode ser que o outro cara, vendo isso, ache o máximo também. mas já existe um número significativo de homens neste mundo que acha essas atitudes o Ó DO BOROGODÓ, sinal de que o cara é um zé mané, um fracassado, uma besta.

Porque... eu não vou dizer que não passei a mão na bunda das meninas na pista de dança... eu não vou dizer que nunca gritei uma bagaceirice para uma bonitona que passasse... eu não vou dizer que nunca "dei um grudão" sem perguntar numa festa....

só que, daí, chegou um dia em que eu fiz, sei lá, 14 anos, e essa fase passou.

E aí fica ridículo um adulto fazendo coisas que já são idiotas vindas de um pré-adolescente.

Então, não se trata de dizer que as mulheres devem sair quebrando tudo ou que os homens não devem fazer nada. Mas eu acho que já existe, sim, o percentual dos que têm outra mentalidade. E considero como caminho natural que esta nova mentalidade vire "o normal", tornando realmente não-aceito o comportamento de homem das cavernas.

Jether disse...

"João Bueno:
Você "não morreu por causa disso" porque sabe que tem força física pra se defender."

Pois é. Há também há muitos homens que defendem as mulheres, mas porque as consideram como suas!. Agora, nem sempre o homem tem força física pra se defender tb. Não são só os gays que sofrem por causa da homofobia, por exemplo. Todo homem sofre, porque se fizer qualquer gesto carinhoso com o pai até, já corre o risco de ser tachado de gay em muitos meios, com todas as penas que decorrem desse terrível julgamento! Os homens sentem pressão diária tb, de mulheres inclusive. Pressão psicológica, que pode descambar pra física tb. (E homofobia e machismo são são cabeças de um mesmo dragão, não adianta cortar só uma. Tem que ir no coração.)

Amer, simplesmente não é verdade que eu disse que aquilo é errado no post q apaguei. Sim, palavras de anônimo valem tanto quanto de pseudônimo, e gente com nome completo, como o meu. O que vai dizer qual é melhor não é quem diz, mas se o que foi dito é verdadeiro.

"me desculpe, mas falar "mulheres, nos digam como devemos abordar vcs, senão ficará claro que gostam é de abordagem rude mesmo". Foi algo assim. Isso não foi nada feminista. Pelo contrário, foi bem machista."
Bem, eu não disse isso. Então respeitosamente vou ignorar.E concordo que isso não é feminista.

"Sério, queria entender qual é a grande polêmica desse assunto. Abordagem grosseira = não é bom, invade a privacidade da mulher, quando não assusta, intimida, deixa a mulher envergonhada, etc... Só isso."
Pra mim, não tem nenhuma. Só que pra machista tem, por mais que possam ser educadinhos na sua frente, lá dentro não estão convencidos (não tô chamando nenhuma mulher ou homem aqui de machista). Então eu propus que se informe sobre as experiências pregressas do machista e se entenda a cabeça do machista pra poder escrever e publicar textos que desmontem o erro deles nos termos deles tb, além dessa troca de experiências, que não nego a importância. (Claro que isso por si só não vai abrir a cabeça de nenhum deles, eles vão ter que tomar a iniciativa de se questionar e continuar se questionando, se examinando, até deixarem de ser. É bom lembrar disso pra não ficar angustiada querendo mudar o mundo e fracassando.)

O futuro tá aberto pra todos, bons e maus, ainda não foi escrito, não pertence a ninguém. Só porque alguém foi bom hoje, não quer dizer que será amanhã, e não dá pra condenar ninguém pra sempre.

Eu sou contra esse tratamento contra o Fábio, no caso. Tentar ganhar no grito, despachar o cara, intimidar qualquer um que pense igual a ele (ou que deu a impressão que ele pensa) e ouse falar aqui nesse território. Isso a curto prazo funciona, mas os preconceitos (não tô dizendo que o Fábio tem!) continuam dentro da pessoa, e uma hora ou outra ela(e) se trai.

Fabio Burch Salvador disse...

Acho muito apropriado o que Jether falou: o machismo e a homofobia são ruins para os homens heteros também....

Porque é duro não ser o cara modelo do "machinho", como não sou e intuo que o Amer também não seja: se é rotulado de "diferente" e excluído só porque não se acompanha a massa ignara no movimento rumo á imbecilidade.

E aliás, eu acho até que muitos homens vêem um amigo gritando "ô bucetuda" e apóiam, porque a outra opção seria dizer "ô meu, para com isso, que babaca!" - e aí, passar por fresco, por isso, por aquilo...

Parece besteira. mas a pressão é grande. Tem a ver com aceitação, com coisas que na adolescência são fundamentais. E aí, quando o cara fica adulto e não supera essa fase (e a nossa sociedade não parece muito preocupada em formar adultos realmente amadurecidos), aí temos essa mixórdia que se vê por aí.

Paula Mariá disse...

Lola, ele é um aspirante a cineasta que vai morar nos fundos da casa das meninas: Jenny e Shane. Ele quer fazer um vídeo sobre a vida das lésbicas e instala câmeras escondidas por toda a casa delas, gravando desde o sexo até seus momentos mais íntimos psicologicamente falando, suas conversas, desabafos.

Jáder disse...

Tá, temos que reconhecer que, embora ser agredida fisicamente por responder grosserias ou perseguições seja raro (eu pelo menos nunca vi), não podemos dizer que isso nunca aconteceu com as mulheres que comentaram aqui.

Mas fico espantado em ver a Lola dizendo: "Já passou da hora dos HOMENS fazerem alguma coisa pra um situação causada por eles".

Peraí, isso por acaso não é uma generalização, é? Você não está colocando uma minoria de agressores e todo o resto dos homens do planeta no mesmo balaio de gatos, está?

Ainda que esteja apenas clamando aos homens de bem que intervenham a fim de acabar com as grosserias contra as mulheres, está supondo que todos os homens ficam de braços cruzados?

Por exemplo,eu vendo uma mulher sendo importunada ou agredida, acha que eu iria ficar só olhando? Acha que não iria intervir ou chamar a polícia em casos mais graves? Pela óstia consagrada, parece até que todo homem tem sangue de barata!

E concordo com o que o Fábio Salvador diz, reclamar só não adianta. Por mais que quase todas as mulheres aqui ignorem, às vezes ser vítima ou não é uma escolha também.

Vocês mulheres, quando querem, são altamente capazes de humilhar qualquer homem, deixá-los de cara no chão (Até homens bem intencionados já sofreram isso uma vez na vida!).

Portanto, uma coisa que eu acho que vocês não deveriam em hipótese alguma dizer é que se sentem impotentes perante a grosseria de um homem mal-educado. Até aqui nos comentários a gente vê bons exemplos da sagacidade e do quão afiada pode ser a língua de uma mulher.

Sei que, no caso do post da Lola, a intenção não era essa. Mas considerando os comentários das mulheres aqui, façam o favor de virarem essas línguas afiadas pra lá e apontem-nas na direção dos verdadeiros agressores.

... como se eu fosse a única. disse...

eu NUNCA vi um cara defender uma mulher que não conheça. Claro, namoradas? Já vi. Mas nunca vi um cara se indignar ao ver uma mulher ser insultada, na verdade, eles riem, como se ela merecesse.

colocar todos no mesmo balaio???? Cara, todos os caras que eu conheço (amigos, pai, irmão, primos) TODOS, eu já presenciei, falando merda para alguma mulher na rua, ou xingando em off... e ai?!

Paula Mariá disse...

Fabio, deixe-me adivinhar: você é homem, branco, heterossexual e de classe média, certo?

Talvez ainda tenha o item "católico" de plus.

Thiago Beleza disse...

Oi Lola.
É incrível como homens defendem seu direito sagrado de assediar as mulheres, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Não entendem que este comportamente tem o mesmo mecanismo do comportamento de quem estupra, violenta fisicamente, mata, etc...

É o que você e a Déborah costumam falar dos privilégios. Poucos querem abrir mão das vantagens em ser homens...

Um comportamento tão imbecil...

Compartilho os sentimentos do Lord Anderson: ando desconstruindo tantas coisas que eu achava naturais nos últimos anos. E é incrível perceber como as injustiças estão ligadas:

A luta pelo fim da exploração pelo capital caminha lado-a-laod com a luta pela libertação da opressão contra as mulheres.. é um caminho longo, mas nós não vamos desistir...

nelsonalvespinto disse...

Curioso um comentario falando sobre o fato de que peao de obra ate que se comporta quando uma mulher passa na rua. Como fui peao durante 15 anos eu sei como a coisa funciona. Em geral os mais velhos nao mexem pelo simples fato de que caso tenha problemas seria muito facil encontrar o sujeito.


Pra quem nao sabe isso ocorre tambem nos presidios. Um presidiario abaixa a cabeca quando passa perto de uma mulher.

Trabalhei numa area militar onde 99% eram homens e nunca houve qualquer problema com as mulheres que nos visitavam. Caso houvesse a punicao seria exemplar. Contudo, fora do ambiente os caras extrapolavam.

O que falta e a certeza de ser punido.

nelsonalvespinto disse...

Mas a proposta de Lola e bem interessante.

Em lugares onde a maioria dos homens condena este tipo de grosseria os outros se comportam.

Contudo, trata-se de punir. Tal e qual se faz quando alguem urina na rua, por exemplo.

Fabio Burch Salvador disse...

Paula Mariá:
Sim, sou homem.
Sim, sou classe média (há um tempo atrás, não era, mas agora sim).
Sobre ser heterossexual... não gosto de rótulos, mas por coincidência, só me atraíram mulheres até hoje.
E não, não sou católico. Nem sequer cristão. Nem sequer teísta. Sou ateu.

E não acho que quaisquer que sejam minhas escolhas ou condições de vida, elas possam invalidar algum argumento meu.

Como eu já disse, não pretendo "compreender" o que se passa com ninguém. Até porque não compreendo, assim 100%, sequer a mente do meu vizinho que tem uma vida parecida com a minha.

Só acho que essas bagaceiradas não são comportamento da maioria dos homens.

Só peço que não fique me ofendendo... Ora... deus me livre... eu ter fé religiosa...

Unknown disse...

Nossa, excelente post. Já vivi algumas dessas situações e posso dizer que é realmente constrangedor. Eu acho que é legal sim ouvir um elogio de um homem na rua, um sorriso, um gesto bonito. Mas esse tipo de atitude difamatoria e que visa constranger a mulher, é puro prazer sadico. A pessoa sabe que não vai conquistar nenhuma garota assim, mas ele quer se mostrar, ele quer se sentir o tal, humilhando e denegrindo a imagem da mulhoer em questão.

Fabio Burch Salvador disse...

Mas é exatamente essa discussão sobre "punições" que eu combato: sou a favor de uma reprovação social ao comportamento, mas não de uma lei específica sobre isso porque ela abre margem á mã interpretação das ações de alguém que poderia ser punido indevidamente.

É por isso que dei o exemplo da viagem de ônibus, onde o simples aperto ou uma queda pode ser confundido com uma encoxada.

Não sou a favor de soluções do tipo "previsto no código penal", porque abrem sempre margem a injustiças e porque vão "judicializando" a sociedade. Já vivemos em um país no qual discussão sobre cachorro barulhento termina no Juizado Especial Civel.

E eu acho só, que não precisamos continuar avançando nessa direção.

É por isso que eu falava do caráter de perfeita imbecilidade que o ato de disparar "gracinahs" deveria adquirir, sem que isso passasse por regulamentos oficiais, policiais, etc. É como, por exemplo, fumar contra o vento numa praça onde haja gente sentada nos bancos. Não há lei proibindo isso. Mas criou-se uma mentalidade, uma visão, segundo a qual o fumante é que deve cuidar para não incomodar os outros. E fumar deixando a fumaça pegar nos não-fumantes virou uma grosseria, as pessoas ficam constrangidas, trocam de lado, e coisa e tal.

Comportamentos não mudam por força de lei. Mudam pela pressão, digamos assim, da opinião pública, o que passa por uma mudança de valores deste público.

Jáder disse...

[i]Fabio, deixe-me adivinhar: você é homem, branco, heterossexual e de classe média, certo?

Talvez ainda tenha o item "católico" de plus.[/i]

E por isso nada do que ele disser é válido. É isso que você quer dizer, Paula?

Fico muito decepcionado em ver o rumo que esse debate tá tomando. A mulherada aqui fala, fala, acusa de machismo e homofobia quem bem quiser por nada, generaliza, ataca a todos os homens indiscriminadamente, MAAAAAS...

Não estão nem um pouco disposta a ouvir o outro lado em ABSOLUTAMENTE NENHUMA questão desse debate. Pra elas, não tem bandeira branca. Todo homem é culpado.

Só espero que tenha alguns agressores no meio dos homens aqui, porque todos estão levando chumbo.

Mas talvez seja melhor os homens encerrarem sua participação nos comentários deste tópico. Pois Parece que absolutamente nenhuma mulher aqui está disposta à ouvir. Na certa já devem esta achando que tudo o que sai da boca de homem é grosseria.

E o abismo que já existia entre os dois sexos só tende a ficar maior.

Triste isso...

Fabio Burch Salvador disse...

E além do mais, Roberta Caroline falou pouco mas disse tudo.

nossa como eu queria não ser tão prolixo!

Paula Mariá disse...

Jáder, você também é, né?

Conrado disse...

"... como se eu fosse a única. disse...
eu NUNCA vi um cara defender uma mulher que não conheça. Claro, namoradas? Já vi. Mas nunca vi um cara se indignar ao ver uma mulher ser insultada, na verdade, eles riem, como se ela merecesse".

Quem ri é canalha.

Reagir como um príncipe salvando a mocinha do vilão não é a única maneira de se indignar.

Fabio Burch Salvador disse...

Ô Mariá...
desculpe, mas eu vou me recusar a partir de agora a discutir contigo até que tu subas um pouquinho o nível do teu debate...

... porque essa tentativa de anular argumentos apelando para a vilanização e a "colagem" de rótulo, de estereótipo, em cima das pessoas, está meio nauseabunda demais...

cheira a esgoto...

tenha uma boa tarde.

Volto quando pudermos novamente trocar argumentos, e não essas mongolices.

nelsonalvespinto disse...

Fabio,
" Comportamentos não mudam por força de lei. Mudam pela pressão, digamos assim, da opinião pública, o que passa por uma mudança de valores deste público."

A lei para desligar celulares em cinemas, por exemplo, coibiu um ato ridiculo que nao muda na sociedade. E olha que a pressao da opiniao publica eh enorme.

Leis como: proibir som alto apos 22:00, proibir urinar na rua, jogar lixo no chao e muita outras sao leis que garantem um pouco de limpeza e dignidade aos habitantes do litoral durante a temporada.

Esperar que o povo tome cosnciencia. Bem, acho que a vida seja breve demais para isso.

(Me perdoem pela falta de acentos nas palavras.)

Fabio Burch Salvador disse...

Existe lei sobre som alto? E lei sobre urinar na rua? E lei sobre celular no cinema?

caraca! nem sabia!

Se soubesse, não me comportaria tão bem. Quando eu acho que uma lei não deveria existir, faço questão de quebrá-la.

Fabio Burch Salvador disse...

Agora, falando sério...

Racismo é crime, homofobia também. mas piada de negrão e piada de veadinho, contadas longe do alcance da lei, são consideradas sinal de que o piadista é o MÁXIMO!

seria melhor que essas coisas tivessem sumido por força de uma mudança de mentalidade, e aí, não veríamso uma coisa existir forte e firme no mundo do privado, sendo hipocritametne proibida no público.

Fabio Burch Salvador disse...

E além disso, proibir por lei é uma droga....

já acho que há coisas proibidas que não deveriam ser proibidas....

deveria ser proibido proibir.

Paz e amor, bicho!

nelsonalvespinto disse...

Sim. Todas estas leis existem nas cidades do litoral norte durante a temporada. A lista eh bem extensa.

Fora de temporada essas leis perdem o motivo de existir.

E olha que o publico que nos visita tem poder aquisitivo, instrucao e "cultura".

Jether disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fabio Burch Salvador disse...

A classe média raramente é realmente culta... geralmente são apenas macacos treinados, com canudo universitário em alguma área específica, a qual é a única que conehcem, e de resto, têm uma visão moldada por telejornal e revistinha semanal.

Por isso transformam o litoral em lixão, e se acham o máximo dentro de seus apês com ar condicionado. E ainda acham que é pura justiça divina o fato de não terem que passar calor como os pobres.

Mas já fugimos do tema do post... voltemos, pois.

Marilia disse...

Fábio e Jáder, desculpem falar ( e acho que vocês vão ignorar o que eu falei - ou não entender - como ignoraram o que foi falado até agora - e uso a palavra ignorar porque vocês parecem não ler atentamente o que se está escrito): a MAIORIA dos homens mexe com mulheres na rua.

Todas as mulheres aqui disseram que ou passaram por isso ou viram isso acontecer.
Não estamos colocando homens no mesmo balaio à toa. Eles estão no mesmo balaio.
Você, Fábio, disse que com 14 anos fazia isso de mexer com mulheres e passar mão na bunda. Isso é errado com qualquer idade, desculpe.
Não é por ser adolescente que há desculpas para isso.
Sabe o pior de tudo? TODAS as mulheres passam por isso. TODAS. Não tem exceção por conta do ideal irreal de beleza, não. Todas as mulheres acabam sendo vítima de comentários grosseiros vez ou outra na vida. E não importa a idade do agressor. É errado coagir mulheres dessa forma, seja o autor dos comentários um adolescente seja um adulto.

O que as meninas falaram antes sobre você ser homem e não passar por isso é muito verdade. Só sendo mulher para entender o que é ser coagida dessa forma. Nem ser cantado por homossexuais, como sugerido aí em cima, é a mesma coisa, já que acontece em escala MUITO MENOR.

Quanto a ser chamado de homossexual, eu fico triste de ver que existem homens que preferem coagir mulheres na rua, deixá-las com esse medo eterno - ainda que haja reação por parte das mulheres, existe o medo - apenas porque não quer ser chamado de homossexual.

Afinal, sexualidade é particular. Se um homem defende uma mulher de ser coagida na rua e o autor da agressão o xinga, porque ele não age como você sugere e reclama disso?
O machismo afeta a todos e enxergar o fato de ser homossexual como xingamento é prova de que ele está bem vivo em cada um de nós.

Abraço

p.s.: sem querer ofender, fábio e jáder, observem calmamente o que vocês escrevem, porque vocês dizem que estamos interpretando mal o que foi dito, mas vocês é que estão escrevendo coisas absurdas de serem escritas em um local em que se luta contra o machismo e o preconceito.
p.s.2: qualquer erro de digitação é fruto da pressa. Beijos

Fabio Burch Salvador disse...

Marilia,
quando eu disse que fazia essas coisas com 13, 14 anos, não disse que aprovava essas ações, em qualquer idade que seja.

Mas eu fazia.

É mais ou menos algo no nível de quando uma vez um primo meu amarrou uma toalha no pescoço e pulou de cima da penteadeira do quarto da mãe dele porque pensou que poderia voar.

São coisas que parecem brilhantes quando se é pirralho, mas depois se vê que não eram.

Fabio Burch Salvador disse...

E aí, continuando, eu digo o seguinte; são atitudes que podem não ser corretas, mas até são compreensíveis quando vêm de um pirralho. Só que não de uma pessoa adulta.

Marilia disse...

Não, Fábio, não são compreensíveis nunca. Se viessem de uma criança que não entende nada, seriam compreensíveis.
Mas nunca são, ainda que o agressor tenha 14 anos. Sabe o motivo? Os homens só agem assim porque viram outros agindo assim ou foram ensinados ou internalizaram que mulheres podem ser assediadas.

E se desde pequenos forem ensinados que não, isso não pode ser feito, eles não farão algo assim aos 14, nem aos 20, nem aos 30, e assim por diante.

Se eu tiver um filho, ele vai ser ensinado que isso é errado.
Meu namorado nunca mexeu com uma mulher na rua. E isso não o impediu de ter namoradas.

Esse é o ponto.
=D

Welligton disse...

Os homens aqui acham que estão sendo atacados. Que todos os homens são ruins e que a mulherada não suporta nenhum. E se ainda dão exemplo de ser heterossexual, classe média e branco, acham que elas estão generalizando, quando na verdade é só contextualização.
Interpretação de texto é tudo na vida, né?
Mas gente imbecil sempre se acha a vítima.

Lá em cima estavam perguntando "como abordar uma mulher então?" "Não posso elogiar alguém se acho bonita? " Pra ver o nível da infantilidade.

Ninguém está falando de abordagens ou flerte aqui. O assunto é a grosseria e o assédio. Mas é tão difícil pra esses primatas a diferença.

E não sei pq dão corda ao Fábio, ele é o Senhor Iluminado da Razão, do Bom Senso e da Sabedoria.

Welligton disse...

Isso porque a Lola deixou bem claro no início do post:

"E pra quem ainda não entendeu: a questão não é a cantada. Não tô pregando o fim da paquera ou qualquer coisa do tipo. É o lugar e a forma."

Foda entender, né?

Fabio Burch Salvador disse...

ô Marilia,
eu não perguntei se tu achas ou não compreensível.

Eu não disse "compreensível" no sentido de "aceitável". Disse no sentido literal de "algo cujas razões pode-se compreender".

E as razões são: imaturidade.

E aí, não aceito que tu digas que "não é compreensível" um adolescente fazer besteiras. Porque é nessa idade que se fazem besteiras. Não estou dizendo que deva-se aceitar.

O que estou dizendo é que nada me leva a entender o que leva um HOMEM ADULTO a reproduzir estas atitudes que até pode-se ver em adolescentes, em pirralhos. Não que sejam corretas. Mas eles são passíveis de cair numa asneira dessas. Adultos não são. Ponto final.

Eu não acho certo nem aceitável minha filha de 4 anos pegar areia do pátio para brincar de comidinha dentro de casa. Mas acho compreensível que ela acabe fazendo isso alguma vez na vida, porque afinal, ela é uma criança de 4 anos. É POSSÍVEL QUE ELA FAÇA ISSO, não que seja bom, aceitável, bonito ou que eu não vá ensinar que é errado trazer areia para dentro de casa.

karina disse...

Fábio, você fala pouco de experiências e muito sobre o que você é (ou julga ser, eu realmente não sei, não tenho como saber...). Você disse: “justamente porque não tenho pretensões megalomaníacas”... ah, tem, sim. Basta olhar para todos os seus comentários para ver como você diz ser isto ou aquilo. Parece querer criar empatia a todo custo. Tipo, digo essas asneiras, mas sou um cara muito diferente. Diferente de todo mundo.... Pôxa, cara, que cansativo. Releia o post, por favor...

Aliás, vejo todas as tentativas, aqui, de se estabelecer uma idéia de que “homens são vítimas”, “homens, tadinhos, não sabem como abordar essas mulheres tão complicadas”... todas as formas de confundir as grosserias mencionadas no post com paquera, enfim, todas as tentativas de fazer parecer que vocês estão sendo pessoalmente transformados em vilões, não passam de formas de forçar a empatia. Assim como as acusações de que a Lola e as comentaristas estão fazendo generalizações, acusando pobres inocentes. Como parece ter ficado claro por grande parte de respostas a estes comentários, não está funcionando...

O que vocês querem que as comentaristas digam? Algo do tipo “ok, o mundo é duro, mas vocês não. Vocês são diferentes, são justos, pessoas realmente fora do padrão...” Afff....

Fabio Burch Salvador disse...

wellington,
não tente me vilanizar. Já disse que não vai colar. lamento.

Fabio Burch Salvador disse...

Karina,
cansativas são pessoas como tu.

Não tento criar empatia, até proque não preciso de empatia. Nem sequer dos meus chees, porque sou concursado.

Nem de blogueiros, nem de vizinhos.

De fato, quando fico de saco cheio, simplesmente mando todo mundo tomar no cu.

Não me obrigue a ser tão grosseiro aqui também.

Niemi Hyyrynen disse...

Nossa esse post esta batendo o recorde de comentarios infelizes! rs

A questão do texto é tão simples, é a agressão moral através de gestos e palavras, não a paquera...será que é dificil de entender?

Eu mesma quando tinha uns 13 reagi a uma grosseria, o que eu ganhei? um puxão pelo pulso e ainda tive que ouvir

"Oh menina sem educação, foi sua mãe que te ensinou a ser bocuda desse jeito!?"

Acho que nem preciso mostrar o absurdo nessa frase né?

Vc é agredida moralmente, fisicamente e quando resolve reagir ainda é "mal-educada"

Fabio Burch Salvador disse...

E se eu insisto em me auto-definir, não é para criar empatia. É porque tentam construir imagens e rótulos para mim, aqui mesmo, e eu não os aceito. Porque alguém no futuro poderá ler esta caixa de comentários e formar uma idéia errada sobre minha pessoa.

Falando em termos de odorico paraguaçu, tenho que zelar pela minha figura nos rodapés da história internética que fica á disposição de toda a humanidade.;

Marilia disse...

Cara, como você é obtuso. Sério. E olha que não estou ofendendo.

Você não é megalomaníaco mesmo. Você é egocêntrico. Acha que está certo e acabou.

Criança brincar com areia não é a mesma coisa que um adolescente ser grosseiro com uma mulher. Presta atenção que seus exemplos não servem para explicar nada.

Ser imaturo não justifica mexer com mulheres. Explica, mas não justifica.

Mas eu sou pavio curto, ainda que não tenha demonstrado. Não tenho paciência para explicar mil vezes a mesma coisa para pessoas que eu acho terem capacidade de entender.

Adolescente do sexo masculino, imaturos ou não, só mexem com mulheres porque acham que têm direito, que mulheres merecem, que mulheres são para serem agredidas.

E o erro é da criação, da sociedade, de várias pessoas e instituições.
E a maioria dos homens está errada mesmo.

Não é porque você não é assim HOJE que a maioria vai ser. A maioria acha que está certa (e você está aqui, nesse meio) e enquanto não perceber que faz parte dessas pessoas não vai mudar.

Nem precisa mais responder para mim, não vou mais ler.
Em vez de perder seu tempo me respondendo, releia TODOS seus comentários e as respostas dadas e eles e reflita, reflita muito.

Só você se acha certo. Várias pessoas acabaram de lhe dizer que não. Mas só você está certo e todos nós estamos errados, né?!

Pense nisso.

p.s.: reitero: não vou ler sua resposta. Em vez de me responder, pense.

Unknown disse...

Dá não, cara. Um monte de depoimentos de mulheres contando como as grosserias são corriqueiras, como dá medo, como todo mundo presenciou ou soube de um caso próximo de mulher atacada fisicamente por reagir a grosseria... e me vem HOMENS, que não sabem como é ser a vítima embora confessem saber como é ser agressor, que vem sugerir pra gente reagir com humor (???) a uma grosseria mesmo confessando não, não conhecer esse sentimento de medo com revolta com nojo (NOJO!) que torna impossível qualquer reação...e o cara me vem com humor? Alô?
E o pior, ainda vem comparar com cantada que recebem de homossexual na rua. Já teve medo de ser estuprado, medo real? Já pegaram em você, nas suas partes íntimas?

karina disse...

Fábio, o que diabos você quer então? se não é empatia, é o que? que concordemos com você? que digamos que você é diferente? por favor, me diga. E não, Fábio, afirmar que vc quer estabelecer empatia não é o mesmo que mandar tomar no c*. Não faça ameaças de grosserias por eu não concordar nem com o conteúdo nem com a forma do que você diz.

karina disse...

Fábio, vou fazer uso de uma frase sempre usada pela Lola, com a qual concordo demais. "Isto NÃO é sobre você"

Ana Lu disse...

Oi Lola!!
Curioso isso de rever comportamento machista,aconteceu isso esses dias com um amigo meu.Ele estava argumentando sobre a desnecessidade de uma lei aqui no estado do Rio(acho que existe em outros também) que obriga que nos horários de rush tenham vagões exclusivos para as mulheres.Disse que isso é besteira,até parece que aqui é um país fundamentalista e o caramba.Só que ele quase caiu pra trás quando eu contei uma história de horror de uma moça que nos ajudava aqui em casa:várias vezes ela chegou no trabalho com a roupa suja de esperma,depois de viajar num vagão lotado.Ele rapidamente retirou o que disse e mudou de opinião a respeito da lei.Falamos muito a respeito disso,e eu indiquei seu querido blog caso ele queira se aprofundar nessas discussões. :)
Enfim,meio off topic,mas queria dividir aqui.
Beijoooos!!!

Fabio Burch Salvador disse...

Ai, Marilia, estou cansando...


mas vou tentar denovo....

Não disse que um adolescente mexer com uma mulher está CERTO. Só disse que eu consigo entender que aconteça, porque o piá é imaturao.

Isso só para dizer, depois, que EU nÂO ENTENDO como há adultos que CONTINUAM a fazer isso depois de criarem barba na cara....

se não entender agora, desisto...

Fabio Burch Salvador disse...

E Karina, o que eu quero?

não é empatia, não é concordância.

É só que não tentem me rotular e "adivinhar" o que eu quero dizer nas entrelinhas.

Eu não sou rotulável. Não tentei rotular ninguém. Acho isso uma babaquice.

Só peço que, nesse papo de rótulos e pré-concepções, me incluam fora.

Só. É muito?

Fabio Burch Salvador disse...

Por "não rotular", quero dizer que espero que meus argumentos sejam tratados como se apresentam, sem que sejam colocados debaixo de uma "lente interpretativa" formada pelas idéias que alguém tenha sobre meu sexo, cor, classe social ou opinião pólítica.

Que aquilo que eu disser, seja interpretado e respondido em sua razão pura, sem tentativas de imaginar coisas que eu queira dizer como representante de algum estereótipo.

Simples né!

karina disse...

É você, Fábio, quem está dificultando a conversa. Não parta novamente para estratégias grosseiras, como você fez em algum comentário anterior. Quando pergunto sobre o que você quer, me refiro aos seus argumentos. E, mais uma vez, isto NÃO é sobre você. Quanto ao que queremos... (apesar de você não ter perguntado) queremos que existam formas de se rever comportamentos machistas, como a Ana Lu disse ter acontecido com seu amigo. E não que os problemas sejam tomados como menores.

Fabio Burch Salvador disse...

Ninguém aqui quer minimizar o problema.


Só acho que proibições legais são perda de tempo, são autoritárias e injustificáveis. Não se pode corrigir uma violência com uma arbitrariedade.

Só isso.

Eu não sou dono da verdade. mas me reservo o direito de ter minha opinião. Concorde quem quiser.

Só.
nada mais.

Maria Júlia disse...

Nossa, realmente, me impressiono com a quantidade de asneiras!

Um cara aí disse que não é mais privilégio ser homem, branco e hétero. É pra rir? Como se não houvesse machismo, racismo e homofobia. Privilégio é ser mulher e negra, e pobre, ainda por cima, pra melhorar!

Sobre o "ai meu deus, eu sou branco e grandalhão, por isso elas tem medo de mim": não tenho em mãos a pesquisa agora, mas muitas pessoas acham que negros são maiores estupradores em potencial. Isso significa que as mulheres são umas desgraçadas? Não, isso significa que existe um enorme preconceito na SOCIEDADE (aliás, preconceito de classe também influencia, mta gente tb acha que as clases subalternas são mais violentas). Preconceito esse que é ruim para as mulheres tb, já que qualquer homem pode atacá-la, sendo negro ou branco.

Agora, se a mulher estiver sozinha, é óbvio que ela sentirá medo. E chamá-la de preconceituosa por isso é absurdo. Homens estupram, logo, a mulher vai ter medo de homens, oras. A mulher tem sim, que ficar atenta se estiver sozinha com um homem, pq ela não pode adivinhar se ele é ou não um agressor, LOGO, melhor prevenir.

Maria Júlia disse...

E, Lola, parabéns pelo blog. O primeiro comentário deveria ser esse, mas não resisti e tive que responder às babaquices...

Outra coisa interessante é o cara dizendo que, se abordada na rua, a mulher não pode xingar, pq aí não está educando. Amizade, olha o que tá dizendo. Usando o exemplo do próprio colega aí que disse que seu amigo (o com apelido de gordo) levou uma resposta atravessada e nunca mais disse esse tipo decoisa. É isso que se faz. Se uma mulher é abordada na rua, ela deve então dizer "amigo, isso é muito feio, muito, não gostei, tá?" e afagar a cabeça do cara? Ele não vai nem ouvir!

Além do mais, isso é cobrar um comportamento moral "superior". Mulheres são tão humanas quanto homens, elas amam e odeiam, e não têm obrigação nenhuma de ser educada se um imbecil vier fazer gracinhas com elas.

Carolina disse...

Queridos comentaristas que não entenderam: (aliás, que coincidência, todas as mulheres se identificaram)

É assim: se nós parecemos um pouco agressivas ou nervosas ou sem disposição pra ouvir HOMENS nos dizendo "o outro lado da moeda", entendam que aqui é um dos únicos espaços (virtuais) onde nós, mulheres, podemos ler sobre coisas desse tipo que acontecem conosco e que não temos como, ou com quem, repartir ou compartilhar. A gente fica feliz quando encontra um espaço como esse.

Então se for pra ler pra dizer mimimi EU não sou assim ou mimimi EU não sou assado, mimimi EU não vejo o mundo assim então revejam seus conceitos, juro, CALE A BOCA e vá chorar as suas pitangas em um dos milhares de blogs machistas escrotos que existem internet afora.
Porra.
Ou tenta MESMO entender o que TODAS as mulheres aqui estão dizendo, ou vai ouvir resposta agressiva mesmo.

Fabio Burch Salvador disse...

o problema, amiguinhas pouco capazes de entender argumentos mais complexos do que as respostas machistas estereotipadas, é que blogs machistas não interessam a quem legitimamente tenta fazer alguma diferença.

O que me desagrada é que sou viciado no blog da Lola. Realmente acho muito inteligente. Só que eu tenho pavor de comentários que falam dos homens (eu incluso) como seres incapazes de qualquer tipo de decência, bondade ou compreensão.

E aí que este é um espaço feminista, ou até, feminino? E aí, que os principasi agressores sexuais são homens?

É inválido dizer que não estão todos os homens no lado das "forças do mal" nessa briga? Vocês prefeririam que estivessem?

Eu ás vezes leio, discuto e tento provocar debates bastante irritantes sobre alguns assuntos aqui no blog porque tem coisas que a lola diz, problemas que ela aponta, que eu francamente, de início, não acredito que realmente aconteçam no mundo real.

Dizer que os homens gritam "ô gostosa, te como todinha", é plausível. Vejo todos os dias. Mas quando se diz que a reação debochada de uma moça pode levar á agressão física por parte do "engraçadinho", eu logo penso... PERA PERA PERAÍ!!! PARA TUDO!!!!

É real acontece mesmo?

Caraca!

nossa!

Puxa vida!


Entende? De início, a ficha não cai. Desculpem se eu dou sorte de não conviver com gente que agride mulheres em plena rua. Nem ter amigos assim. E isso não acontece por causa da minha classe. Algumas das pessoas mais edicadas que eu conheço são pobrérrimas, são os caras que capinam pátio no meu condomínio.

Educação não se compra.

Fabio Burch Salvador disse...

E Carolina... mandar os outros calarem a boca via Internet é fácil, né... queria ver se diria olhando nos olhos.

Andréia Freire disse...

"Querer ir para a cama com alguma mulher é sinal de desrespeito?"

Pentacúspide, esse seu comentário foi o CÚMULO do ridículo! Ninguém disse isso. Nem disse nada SEQUER próximo disso.

Jether, então confundi vc com outro comentarista! Desculpe. Não foi vc, foi o Eduardo. Dono de um dos piores comentários que já vi sobre o assunto:

"Agora, em vez d ficar reclamando dos assédios, q tal as mulheres dizerem como devem ser abordadas? Caso contrário, é sinal d q gostam de grosseria, mesmo."

Fábio, nós sabemos que muitos homens acham esse tipo de atitude ridícula. Sim, nós conhecemos homens assim. (Uma ou outra não, mas depende muito de cada ambiente). Concordo sobre a pressão que os homens sofrem. Sim, o machismo e a homofobia prejudicam os homens. Limita, "imbeciliza", etc. E nós feministas sempre batemos nessa tecla também. Isso é ponto pacífico. Os homens em geral estão tão apegados ao "padrão" que não abrem a cabeça para perceber que eles também são prejudicados.

"Só acho que essas bagaceiradas não são comportamento da maioria dos homens."

Pode não ser a maioria, mas nós não temos como saber, já que geralmente os caras fazem essas coisas em ambientes desertos. Mas que existe uma GRANDE quantidade de homens que fazem isso, há existe. Diria que são uns 30% a 50%. É MUITO comum. Muito mesmo. Toda mulher tem alguma experiência nesse sentido e TODAS já ouviram grosseria nas ruas. Comente esse assunto com mulheres que vc conhece e vc vai ver. É SUPER comum, super corriqueiro. E não importa a idade, nem a beleza.



Engraçado vc dizer isso Jáder, já que vc pegou o comentário de UMA mulher e generalizou para todas. Faça-me o favor. Não concordo com o comentário da Paula, então não generalize. Sobre os homens nào agressores, nós já explicamos isso a exaustão. Tem um post só sobre isso. É LÓGICO que não são todos. Não entendo essa defensiva tão grande. Se VC não faz o que foi mostrado no post então NÃO estamos falando de vc. Mt simples!

"ABSOLUTAMENTE NENHUMA", e vc vem falar de generalização?

Fabio Burch Salvador disse...

Eu compreendo que aconteça. E até compreendo as coisas que a lola diz. o problema é que quase todos os debates deste tipo descambam para a pancadaria verbal porque algumas comentariastas do blog simplesmente aproveitam um post feminista para expressar ódio ao sexo masculino. E ai a coisa desanda toda, ladeira abaixo.

O fato é que as "gracinhas" não existiriam se houvesse esse entendimento geral de que são uma babaquice de homem que não pega ninguém, cuja principal interação com a mulher é uma espécie de dominação fugaz através da bagaceirice. É o prazer sádico de observar a importência da coitada diante de uma expressão humilhante. Como se o cara possuísse a mulher, por um segundo apenas, numa fantasia meio sadomasoquista. Sádica, na verdade.

O único problema nisso é que para grande parte da população, este comportamento meio doentio é socialmente aceito como sinal de "ser macho e gostar do que é bom".

Eis aí a noção a ser quebrada.

O que eu questiono sempre é que toda conversa sobre coisas desse tipo descamba para a conclusão de que é preciso criminalizar, e que um determinado comportamento deve ser combatido como se fosse infração de trãnsito, na base da multa e da sanção.

E a realidade é que o problema é de mentalidade, de machismo, de um "deixa estar como sempre foi", que na verdade permeia todos os aspectos de uma sociedade que quer ter apetrechos mais avançados, sem realmente evoluir com o tempo.

Andréia Freire disse...

Não são todos os homens.
Não são todos os homens.
Não são todos os homens!

Incrível a gente ter que esmurrar tanto essa tecla sobre praticamente qualquer assunto! Caramba! E nós é que somos "amiguinhas pouco capazes de entender argumentos mais complexos do que as respostas machistas estereotipadas". É a nossa capacidade de raciocínio é que é reduzida. Será mesmo?

Uma mulher corre o risco de ser agredida ao responder SIM. Acho que os relatos aqui são mais que suficientes!

Andréia Freire disse...

Seu último post foi o mais razoável. E foi um post centrado no assunto, diferente de vários posts passados, seus ou não. E olha, é querer demais que todas sejam educadinhas quando vemos vários homens comentando e falando de cantada e "paquera", sendo que o assunto nem é esse. E o que acontece é que vocês homens estão sempre na defensiva. Se você não se inclui nesse comportamento, então não falamos de você, simples assim.

E foi uma ou duas pessoas que falaram em punição. Eu prefiro que a educação dos homens e mulheres mudem. Mas isso passa também por não achar que essas grosserias sào aceitáveis, porque muota gente acha que é, homens e mulheres.

Niemi Hyyrynen disse...

O que o Fábio está precisando entender é que:

1 - Não são todos os homens que agem assim, mas por ser homem há a possibilidade de vir a fazer, então para previnir, é melhor se tomar certos cuidados, certo?

Prevenir uma situação ou admitir que ela possa vir a ocorrer não é o mesmo que dizer que SEMPRE será assim e ponto.

2 - Que os argumetnos por ele apresentados apenas desfocaram o assunto.

3 - Que o assunto é:
"toda mulher tem direito a sair na rua sem ser incomodada com qualquer tipo de agressao moral

4 - Ser agredida por reagir a uma ofensa é um perigo BEM REAL

Carla Mazaro disse...

Carolina, mandou muito bem

Anônimo disse...

sou mulher e já cantei homens na rua, já encarei caras bonitos andando de bike sem camisa ou só passando por mim.
tomo iniciativa qdo estou numa festa em que as pessoas se embebedam e querem ficar com alguem. chego e digo simplesmente: queria te dar um beijo. nem oi,nem pergunto o nome. basta ser bonito e eu achar q ele vai querer também. já levei toco de um cara sóbrio,hahaha. não me preocupei,doeu,mas ficou td bem,continuei dançando e curtindo o show.
o efeito de cantar de longe ou encarar um bonitão na rua pode ser O MESMO de cantar uma mulher. ELES NÃO GOSTAM. FICAM SEM GRAÇA, DESVIAM DO SEU CAMINHO. e olha que sou bonita,mas não sou do tipo gostosona,etc e tal.
então,é tudo uma questão de tino,juízo! vc não vai cantar uma garota MUITO mais jovem que vc, mesmo que vc não saiba a idade, dá pra ver pelo estilo, beleza, DÁ PRA VER! quem diz que não tá indo por um caminho perigoso,rumo à prisão por pedofilia e isso é estupidez na minha opinião!

esses dias,vi 4 caras fazendo corrida,um deles sem camisa, muito gostoso. como eu estava longe com 2 amigas e era de noite, mandei um FIU FIIIU. o sem camisa olhou confuso,depois sorriu e mandou um joinha! ENTENDEM?

outra vez,estávamos eu e uma amiga num engarrafamento e vi um cara bonito no carro mais da frente. fiquei encarando ele e rindo com a amiga.depois escrevi meu celular num papel e joguei dentro do carro dele. qdo chegamos na casa dela,ele me ligou só pra dizer com voz trêmula de quem está mentindo:vc q jogou o numero dentro do meu carro? sim. ah, EU TENHO NAMORADO E ELE É MUITO BONITO. eu disse: aaah então tá bom. tchau então. FALHEI.

então a gente vê que NEM TODOS OS HOMENS GOSTAM DE INICIATIVA!

O MEU PIOR EXEMPLO FOI QDO ME BATERAM:
cheguei num garoto aparentemente tão bebado qto eu numa festa e demonstrei meu interesse:
oi, queria t dar um beijo. ele me beijou na mesma hora,era muito lindo.
caimos no chão e ele começou a repetir de um jeito meio agressivo q queria fazer sexo comigo. eu não esperava tanto e fiquei até feliz. topei e o jeito agressivo dele parecia q ele estava me desafiando. fomos pro carro dele.
mas assim q entrei: ele começou a me xingar,me chamar de VADIA,VAGABUNDA. nem tinha dado tempo de conversar ou beijar de novo. e foi ai q começou a me bater e fazer coisas horriveis.
no dia seguinte, vi ele falando com amigos pela internet q não se lembrava de nada.
ENTÃO ME DIGAM,HOMENS, VOCÊS ACEITARIAM MESMO CANTADAS? OU VOCÊS TAMBÉM SE SENTIRIAM UM LIXO A PONTO DE XINGAR,HUMILHAR E BATER EM QUEM CANTA VCS OU TOMA INICIATIVA?
RESPONDAM ISSO!!!

lola aronovich disse...

Fábio, mas é justamente o que este post, que fala de “bobagens”, segundo suas palavras, tenta fazer: tornar as grosserias inaceitáveis. Aliás, este é o título do post. Inclusive, não sei se vc leu as últimas linhas do post: “É como uma campanha inglesa contra assédio sexual nas ruas diz: não dá pra criminalizar as grosserias, mas dá pra torná-las socialmente inaceitáveis”. Então eu não sei onde falei em criminalizar (ou seja, tornar grosserias um crime punível de cadeia). Eu falei em – pela quarta vez só neste comentário – torná-las inaceitáveis. É muito difícil não perder a paciência com alguém tão obtuso.
Concordo com a Andréia: seu último comentário foi o mais pertinente (ou melhor dizendo, o único pertinente) até aqui. Uma das besteiras que vc disse foi esta daqui, que eu achei extremamente grosseira: “"Ñ quer correr riscos? Então senta tua bundinha em frente ao ar-cond e chora tuas mágoas de feminista-de-internet”. Isso é coisa de troll. Sei que vc não é troll, mas, nesse momento infeliz, vc agiu como um. E acredite: ninguém está te julgando por ser homem. A gente está te julgando pelas besteiras que vc disse. Se uma mulher tivesse dito as mesmas besteiras (o que é difícil de imaginar, porque as mulheres se incomodam demais com o assédio nas ruas), estaria ouvindo as mesmas coisas.
Mas sabe, a gente tem que ouvir besteira na rua e responder com humor. A gente tem que ouvir besteira aqui na caixa de comentários e 1) ou não responder (pois toda resposta é vista como agressiva), ou 2) responder com um sorriso no rosto, dizendo pros machos que se sentem ofendidos: “Oh, querido, vc não, vc é um homem superior, um macho alfa, um suprassumo da civilização, e vamos continuar falando de vc, lógico, porque este é o assunto deste e de todos os posts deste blog: VC!”.
Pô gente, vcs já não têm mãe pra mimar vcs o bastante? Precisa vir em blog feminista pra receber afago?
E devo ter perdido os comentários que expressaram ódio ao sexo masculino.

Anônimo disse...

eu sou a anonima de cima,lembrei de uma historia engraçada:

saí de manhã pra andar de bike
e vi um cara de cabelos longos há uns 10 metros de mim. lindo lindo, sarado,sem camisa. eu estava meio sonolenta e pensei: vou assoviar. assoviei e enquanto esperava a reação dele me lembrei q naquela calçada,bem no meio,tinha uma ÁRVORE e olhei pra frente e bati de cara! bem na hora ele olhou! IMAGINEM O VEXAME!
então só virei pra ele e apontei o dedo pra ele,como se estivesse dizendo: VIU,FOI CULPA SUA POR SER TÃO BONITO!
e ele olhando confuso, respondeu erguendo os ombros,como quem diz: Q Q EU POSSO FAZER,NÉ?
ri e continuei andando de bike.

Fabio Burch Salvador disse...

NIEMI,
peço desculpas pelo ponto no qual eu duvidei do perigo que é reagir a essas grosserias, porque eu não achei que fosse perigoso.

sOBRE DESFOCAR DO ASSUNTO...
Admito que quando notei, já não estávamos mais no Kansas, eu, Totó e todo o resto do elenco da peça.

LOLA,
eu não disse que o POST fala em criminalizar, mas que nos comentários a coisa sempre descamba para este perigoso lado.

E ainda continuando sobre as tuas, Lola, afirmações debochadas a respeito daquilo que eu e outras pessoas dizem, quero te dizer que tu és a megalomaníaca aqui, talvez porque tenhas pós-graduações ou porque sejas professora universitária. Não sei. Ou talvez tenha nascido assim, com essa soberba toda.

Só te digo: tu podes ser o que quiser ser, não escapará de virar comida de verme, como eu, e o mais analfabeto dos ignorantes deste país.

Se tu não consegues ler os comentários nos quais os homens são retratados como monstros insensíveis e perigosos, recomendo-lhe que faça novamente a alfabetização, porque estão aí nesta caixa cheia de comentários para todo mundo ler.

Tem gente que acha que caga cheiroso até...

E o pior é que lê um comentário meu, depois de reler o post que ela própria escreveu, e IGNORA toda a caixa de comentários e as idéias que vieram DEPOIS do assunto original do post. Eu estou seguindo a discussão da caixa de comentários! A coisa é dinãmica!

Agora, tu és mesmo MESTRA em deturpar o que eu digo. "a gente tem que ouvir besteira na rua e responder com humor..." - o que? Tu estás citando um exemplo que eu dei, de uma atitude que deu certo com meu amigo, o Molengão, e que foi uma observação bem humorada sobre o assunto, e querendo vender como uma fórmula proposta por mim para acabar com o problema? Ora, Lola, se queres me denegrir, que pelo menos não tente num nível tão baixo. Eu sei que tu não precisas chafurdar nos subsolos da baixaria para contra-atacar um comentário! Tente com mais vontade!

Eu sei qeu tu consegue!

Anônimo disse...

quem acha que uma mulher que toma iniciativa é SEMPRE uma vadia,vagabunda é IMBECIL. sabe por que?
pq no meu caso,por exemplo, mesmo que eu haja dessa forma, cantando homens na rua, isso não quer dizer que eu seja 'rodada', apelido pejorativo pra MULHER EXPERIENTE. na verdade, sou bem inexperiente,tanto com relacionamentos sérios, quanto os fugazes e casuais.
é mais fácil um homem ser mais 'rodado' ou experiente que uma mulher que canta os outros na rua,como eu faço já que desde pequenos eles são estimulados a serem viris, desde pequenos sua libido é compreendida.
infelizmente, eu não tive esse tipo de compreensão, nos meus primeiros anos de puberdade e as horas que eu ficava no banheiro ME CONHECENDO eram vistas com maus olhos pelo meu pai!

ENTÃO,HOMENS, DECIDAM-SE! OQ VCS QUEREM? hahaha

RESPOSTA AO EDUARDO MARQUES:
O que o tal de Walter das suas aspas não entendeu, meu caro, é que ser usada significa: VC DEMONSTRA ALTAS EXPECTATIVAS POR UM HOMEM COM QUEM VC FICA,FAZ SEXO enquanto ele FINGE que não viu, FINGE que não percebeu o quanto vc está apaixonada e só te chama pra sair quando QUER SEXO. não quer dizer que a gente não goste que peguem nos nossos seios, não quer dizer que a gt não goste de sexo! a gente ADORA! de preferência com homens honestos, homens AMIGOS, que entendem o que a gente diz, que entendem o que é alimentar expectativas de uma pessoa apaixonada, que sabem que devem dizer adeus para aquela mulher que tem altas expectativas que vc não pode preencher,pq vc não está apaixonado e só está USANDO pra fazer sexo!
E AÍ? ENTENDEU A TRADUÇÃO?
NÃO EXISTE CHARADA, VOCÊS QUE GOSTAM DE FINGIR QUE SÃO CHARADAS!

Fabio Burch Salvador disse...

Ah SAMMY... vou te decepcionar...

Eu nunca vou dar uma sova num homem por qualquer razão que seja. Como eu sempre fui o maior pirralho da minha turma no colégio, rapidamente desenvolvi um asco tremendo por esse sentimento de intimidar as pessoas. Não brigava por medo de machucar alguém e porque achava que seria injusto.

Então nunca começo uma briga. nunca. Violência, só para me defender. E olhe lá.

Também não arranho carros. Sob hipótese alguma.

Quem já me conhece daqui, de longa data, sabe que carros têm uma certa valoração diferente para mim. Nem vou entrar no assunto para não dar início a outra spin-off fora do foco.

Agora, eu quero reclamar meu direito de ser cantado na rua! De ouvir "ô gostoso!", de ouvir bagaceirices das mulheres. PÕ! QUal o problema? São meus óculos? É o meu nariz? Eu ando até fazendo exercícios (coisa que nunca fiz na vida) porque percebo que não atraio olhares de agressora nenhuma!

Sacanagem! Porcaria! E o pior é que nem acredito em reencarnação, então não tenho esperança de voltar com uma aparência melhor numa próxima!

Saco!

Anônimo disse...

FABIO,COMENTE O Q EU FALEI.QUERO SABER OQ VC PENSA.

L. Archilla disse...

Puta merda... depois de tudo o cara ainda vem fazer piada.

Luma Perrete disse...

Eu já ouvi cada coisa na rua (inclusive obcenidades, especialmente quando tinha uns 12 anos) que se fosse contar aqui, escreveria um livro. Até que um dia deixaram de ser só palavras e um cara passou a mão em mim e queria que eu subisse na bicicleta dele quando eu tinha só uns 14 anos. Depois de passar por esse tipo de coisa, você passa a temer. Não entendo a dificuldade de certos homens em entender que a gente tem medo de ser estuprada e agredida. Quem não teria medo dessas coisas?

Quando acontecem essas coisas, eu sinto vontade de xingar o cara, mandar ele ter respeito e coisas do tipo, mas eu simplesmente não consigo. Eu travo, minha voz não sai, fico tremendo. Veja bem, pra pessoa ter esse tipo de reação, ela tem que ficar bastante assustada. E pra isso, não precisa o cara falar nada muito absurdo. Basta um "psiu" em uma rua deserta pra eu ficar com medo de o cara resolver me seguir ou algo do tipo.

Há uns meses estava no Rio e um cara me deu uma cantada no meio da rua. Apesar de ter achado que ele foi muito cara-de-pau (ele perguntou de que era o suco que eu estava tomando e depois disse que queria ganhar um selinho daquele sabor), a maneira como ele falou e a situação fez com que eu apenas achasse graça. Eu disse que não, ele disse okay, se despediu e eu ganhei uma história inusitada da viagem. Sem traumas.
Talvez se eu estivesse em uma rua deserta e viesse um cara do nada sem puxar conversa e fizesse esse mesmo comentário em outro tom, eu tivesse ficado muito assustada.

Anônimo disse...

FABIO,QUEM SABE QDO VC NASCER MULHER, E ANDAR COM SHORTINHO DE LYCRA AOS 10 ANOS DE IDADE VC NÃO RECEBE UM MONTE DE CANTADAS DE PUTARIA,HEIN? JÁ PENSOU QUE BELEZA?

Ana disse...

Fábio, será que vc não percebe que não está contribuindo em nada no debate?

Vc mesmo admite que não fazia ideia de que uma mulher poderia ser fisicamente agredida por reagir a uma grosseria na rua. vc mesmo admite que não tem a solução para o problema. Vc fala que não entende as mulheres que se sentem ofendidas e agredidas, mas entende o moleque de 14 anos que se acha no direito de passar a mão na bunda de uma estranha.

Bom, nesse post existem mais de uma CENTENA de comentários de exemplos de mulheres explicando pra vc que grosserias não são legais, que a violência anda junto com a "cantada" inofensiva, e que MUITAS mulheres passam por isso todos os dias.

Se vc AINDA não entende ou não concorda com isso, acho que o blog da Lola não é o melhor lugar pra ficar expondo suas opiniões aleatórias sobre crianças brincando com areia. Aqui é um espaço para dividir experiências, propor soluções e APRENDER, e não simplesmente atacar a todas as mulheres que vêm aqui em busca de um debate sério e inteligente.

Já que vc não tem mais nada de interessante a dizer, acho que vc devia procurar outra coisa pra fazer, em vez de ficar aqui falando sobre si mesmo e se fazendo de vítima.

Welligton disse...

Eu também perdi os comentários pregando ódio ao sexo masculino. Estamos falando e o post tb, do comportamento agressivo dos homens, da atitude. E não julgando todos os homens.
Niguém falou em todos. Quando alguém citou que o dito seria branco, classe média e hetero, não estava julgando todos os brancos, classe média e hetero, mas sim mostrando como facilmente ele se encaixava na classe dos privilegiados.

É aquela questão de lógica:

Marina gosta de carne
Gaúchos gostam de carne
Logo, Marina é gaúcha

Aplicando pra nós

José é homem branco, hetero e de classe média
José é tolerante
Logo, Homens brancos, heteros e de classe média são tolerantes


Como eu falei, tem gente que gosta em fazer de vítima.

e como a Niemi falou :
"2 - Que os argumentos por ele apresentados apenas desfocaram o assunto."

Fabio Burch Salvador disse...

Agora, sobre esse papo que o ANONIMO falou, de o cara usar a menina... mas tem menina que usa os caras... isso é um problema indivisual de caráter das pessoas, de envolvimento, nada que ver com discussão de machismo, direitos, respeito e coisa e tal.

E sobre as meninas que chegam no cara terem fama de RODADAS, ou de VAGABAS;;; vai do cara!


Quando eu tinha uns 17 para 18 anos, eu era muito tímido. Era o nerd de óculos que programava computador. E tinha uma galerinha na praia, a gente conheceu umas gurias que tinham alugado apê (os pais delas alugaram na verdade) no mesmo préio do Gordo Matias (o primo do Molengão), e saíamos todos juntos pro centrinho, à noite...

Lá pelas tantas, uma paranaense loira, gordinha e muito bonita começou a tomar uma iniciativa em relação a mim. Como eu era muito paspalho, não entendi, mesmo porque calculei que ela não ia nem olhar pro meu lado, mesm que eu fizesse todos os esforços do mundo.

Só que ela abriu o jogo, e... não sei... não fiz nada dessas maluquices nem tirei essas conclusões que os malucos tiraram nessas histórias de vocês. Achei ÓTIMO, porque dentro da minha timidez de nerd com óculos fundo-de-garrafa, eu NUNCA ia chegar nela.

Aliás, eu acho que dos meus relacionamentos, a maioria foram ELAS que avançaram, porque eu sempre fui muito paspalho mesmo nessa área da vida...

... o que é uma vantagem pois assim eu até evitei a fadiga, como diria o Jaiminho.

Só que a maioria, aí, tem o preconceito, de achar que mulher com atitude é vadia, e coisa e tal. Ou que mulher que reage a grosserias com classe e poder de resposta humilhante é sapatão.

E não é culpa das mulheres, claro. É culpa, em grande parte dos pais dos manés, que educaram eles para serem tão boçais quanto seus predecessores. E culpa também os homens que nunca param para rever seus conceitos. Não que as mulheres parem. Mas estamos falando de conceitos inculcados no imaginário masculino.

O homem é um bicho meio covarde que só se sente seguro quando está no domínio. Se a mulher chegou nele, é porque se sente segura de si mesma. E isso apavora a massa ignara.

Não é preciso ser psicólogo para compreender isso.

Mas opa... fugi do assunto denovo.... foi mal

Fabio Burch Salvador disse...

Ai, que cansaço... ANA...
voltando á historia do pirralho de 14 ano...
denovo...
eu não disse que acho certo que ele faça isso.

na próxima, pretendo DESENHAR para alguém entender...

Eu comentei que QUANDO ÉRAMOS PIRRALHOS, eu e minha turma achávamos essas babaquices o MÁXIMO, mas NÃO SENDO MAIS PIRRALHO, percebo que era babaquice mesmo. o que eu dizia quando citei isso é que é absurdo ver ADULTOS achando que esse tipo de atitude cabe ainda...

ENTENDEU AGORA? Estou me repetindo. Mas não faz mal. Sempre podemos usar CTRL+C e CTRL+V.

E...

DESCULPEM SE ALGUEM AQUI ESTÁ ACHANDO QUE EU QUERO ME FAZER DE VÍTIMA, mas não é o caso. me fazer de vítima que?

Eu só entrei no papo de forma descontraída, falei de uma história engraçada acontecida há uns 15 anos atrás... e fui covardemente atacado, rotulado e estereotipado. E aí, claro, abriram-se as portas do inferno e eu comecei a contra-atacar. E tudo chegou ao ponto em que está. Simplesmente porque quando eu entro aqui para dizer QUALQUER COISA, sou rapidamente colocado no papel de vilão do blog, e interpretado da maneira mais hedionda imaginável. E aí, claro, eu fico HORAS aqui me explicando, esclarecendo, coisa e tal... porque não acho aceitável que terceiros contruam uma imagem deformada da minha pessoa.Eu poderia muito bem vir aqui e postar tudo como anônimo, ou usar um avatar, mas não é do meu feitio. Eu dou a cara a tapa, sem medo nenhum.

Às vezes, eu digo coisas soltas porque elas me vêm á cabeça mesmo. como esse papo de cantadas na rua... eu simplesmente lembrei que NUNCA sou cantado e que isso é meio chato. Só. Não quis debochar de ninguém.

êee... povo mais ressabiado esse!

Fabio Burch Salvador disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
lola aronovich disse...

Ihhh, Fabio, depois de vir com mimimi de “puxa, sou um homem mal compreendido, ninguém vê meu potencial por aqui, estão me agredindo por eu ser homem, e ninguém vê esse ser humano excepcional que sou por baixo das minhas palavras”, agora vem com mimimi de “coitadinho de mim, a dona deste blog me trata mal por ela ser professora universitária com pós-graduação, enquanto eu sou um analfabeto”. Esse papo anti-acadêmico, anti-intelectual, não cola. É ridículo. Eu nem sei qual o seu nível de escolaridade, e estou me lixando pra isso. E vc só sabe o meu porque ele está no perfil do meu blog. Não sei em que momento no post eu menciono meu doutorado ou minha profissão. Aliás, não me envergonho nem da minha titulação nem da minha profissão. O que isso tem a ver com a discussão aqui? Esse complexo é seu, e só seu.
Conte quantas vezes nos comentários vc fala de vc, e de como vc é especial, e talvez vc entenda porque o pessoal tá te achando egocêntrico.


Anônima, eu ri alto quando li a cena de vc batendo de cara numa árvore enquanto tenta paquerar um rapaz. Desculpe.

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