sexta-feira, 15 de abril de 2011

JOGADORAS DE FUTEBOL ENFIM GANHAM DESTAQUE

Jogadora do Santos posa para fotógrafos durante desfile de lançamento

Ontem o UOL Esporte procurou uma (ou mais, não sei) feminista para fazer algumas perguntas sobre o calendário que o Santos está lançando para comemorar seus 99 anos e para promover sua equipe de futebol feminino, apelidada de Sereias da Vila. Ainda não sei que parte da minha resposta será usada ou quando sairá a reportagem (quando sair eu aviso, ou vocês, muito mais antenad@s que eu, me avisam, por favor). Mas quero compartilhar o que escrevi por email com vocês.

Alexandre, do UOL Esporte, perguntou: “O que você acha dessa exploração da imagem das jogadoras? É preciso trajes pequenos pra imagem delas ganhar destaque?”

Vou começar pela sua segunda pergunta, sobre se são necessários trajes pequenos pra essas jogadoras ganharem destaque. Essa pergunta nem ter que ser respondida por mim, mas por vocês, da mídia. O que vocês acham? O que vocês observam? Quanto destaque vocês dão ao futebol feminino no Brasil, que exporta algumas das melhores jogadoras do mundo, foi duas vezes vice-campeão olímpico e é o atual vice-campeão mundial? Aliás, quanto destaque vocês dão para mulheres esportistas em geral? Costumo ver muito espaço dado às tenistas que, não por coincidência, são quase todas loiras e magras, como se fossem modelos (e algumas são modelos). Só que fala-se muito mais nelas como musas, como objetos sexuais, que como atletas em si. Há inúmeros exemplos. Quando a revista americana Sports Illustrated põe o Roger Federer numa capa, ele aparece fazendo o que faz melhor, que é jogar tênis. Mas quando essa mesma revista abre espaço pra Anna Kournikova, ela surge deitada, maquiada, olhando fixo pra câmera, abraçando uma almofada. Por que Federer consegue uma capa jogando tênis, e Kournikova precisa ser bonita pra merecer destaque? Outro exemplo é o Super Bowl nos EUA, com milhões de espectadores. Não há nada parecido para algum time feminino. Esporte, no geral, é visto como algo feito por homens para homens, e noticiado por repórteres homens. Quando uma atleta mulher ousa invadir esse Clube do Bolinha, é em forma de eleição da musa do ano ou de calendários.
Há um preconceito grande contra mulher que pratica esportes. Muita gente acha que o esporte masculiniza a mulher. E no futebol feminino esse preconceito é ainda melhor, porque, por ser um esporte mais popular, junta-se também um padrão de beleza racista. De modo geral, as esportistas brasileiras e também as americanas precisam constantemente “provar” que são femininas, assim como os esportistas homens precisam mostrar que são machos. Existe uma pressão enorme das atletas para provar que não são lésbicas, como aponta o livro de Pat Griffin, Strong Women, Deep Closets: Lesbians and Homophobia in Sports (Mulheres Fortes, Armários Profundos: Lésbicas e Homofobia nos Esportes). E o jeito mais comum de se “provar mulher” é fazer o que a sociedade espera das mulheres: que elas exerçam sua função decorativa, ou que sejam mães. Tirar a roupa, participar de um desfile de moda, é conformar-se a essa exigência.
Mas o princípio de colocar atleta mulher com pouca roupa é o mesmo que vemos em praticamente todas as reportagens em que a mulher focada está numa profissão “masculina”. Por exemplo, em todas as matérias sobre mulher pedreira, sobre mulher motorista de ônibus, sobre mulher taxista, sobre mulher policial, sobre mulher presidente, inclusive, dedica-se um espaço para que aquela mulher “prove” ser mulher, ora mostrando sua prole, ora dizendo-se vaidosa. Há uma expectativa para que essa profissional não se esqueça do seu “lado feminino”. Como se fosse possível esquecer! Como se alguém não soubesse! Mas, sinceramente, uma mulher deixa de ser menos ou mais mulher por não usar maquiagem? Por jogar futebol? Por posar com trajes pequenos? Por ser presidente de um país?
Portanto, respondendo a sua outra pergunta, sobre o que eu acho da exploração da imagem das jogadoras de Santos, é óbvio que elas (todas lindas, maravilhosas e talentosas) estão buscando promoção para terem chance da sua modalidade, o futebol feminino, sobreviver no Brasil. Não são elas que devem ser criticadas, e sim um padrão da mídia que raramente combate preconceitos e frequentemente os reforça. Uma das justificativas do lançamento do calendário é combater o preconceito de que jogadora de futebol é masculinizada. Infelizmente, a mídia não abre espaço para essas jogadoras falarem sobre isso. O meio que lhes resta pra conseguir espaço é tirar a roupa. Isso não é dar-lhes voz. Ou melhor, é a “voz” que a mídia está acostumada a dar às mulheres.

UPDATE: Saiu a matéria do UOL, e achei que ficou muito boa. Poderia ser maior, e poderia ter perguntado a opinião das jogadoras sobre as críticas que receberam. Mas já é um avanço jornalista ouvir outras opiniões que não a dos marqueteiros de sempre. Gostei.
Já os (poucos) comentários que aparecem no site são os de sempre. Fala sério, esse pessoal só cut & paste, né? Nunca vi alguma matéria que incluísse opinião de feminista sem que aparecesse algum leitor não muito esperto pra dizer "Essa deve ser um dragão!". Principalmente quando a crítica que a feminista faz é justamente diante da imposição que toda mulher tenha que ser bonita e ter apelo sexual, senão não é mulher! Aí vem o incauto leitor e comprova o que você disse.
Quanto ao calendário em si, nos comentários do post a Laurinha resumiu o pensamento de muita gente: é uma coisa uma jogadora (ou uma mulher em geral) conseguir reconhecimento e depois posar nua, ou com pouca roupa. Outra bem diferente é ter que posar nua pra conseguir reconhecimento. Perfeito. Ontem pensei também em que como as jogadoras santistas são chamadas, Sereias da Vila. Sinceramente, existe algo mais distante do futebol que uma sereia? Sereia não tem nem pernas!

37 comentários:

Ginger disse...

É isso ai Lola!!!

Mulher não pode praticar esporte coletivo, se for futebol então.

As atletas do Santos não devem ser julgadas, o que devemos repensar é exatamente o pq dessa pressao de toda da mulher ter-se que provar "feminina".

=/ odeio as provocações que sofro na escola pq gosto de jogar futebol.

Anônimo disse...

Tenho 3 filhas. 2 jogam futebol. A mais velha trabalha num jornal especializado em esportes. Ela é uma das duas ou três mulheres da redação. O jornalismo esportivo também é um "clube do bolinha".

Há uns 15 anos, quando a mais velha, então adolescente, quis jogar, não tinha aonde. Pra jogar futebol na escola, junto com os meninos, teve até um abaixo-assinado da turma. A escola, progressista à beça, não queria deixar. Jogar em clube? O Flamengo estava começando uma escolinha para mulheres. Minha filha tinha 14 anos, magrinha, e jogava com mulherões de 23, 24, 25 anos. Não deu. Ela não desistiu e organizou uma equipe do tope dela pra jogar na praia.

Hoje mudou bastante. A minha filha mais nova pode escolher um de dois clubes perto de casa, onde tem futebol-society para meninas. Ou treinar com os meninos, o que também é possível.

O esporte-lazer é bem mais acessível hoje em dia. Até porque tem um tremendo mercado, uma demanda enorme de mulheres dispostas a pagar para praticar esporte com orientação técnica.

O esporte profissional, aos poucos, vai também abrindo espaço para as mulheres. Mas o machismo não perdoa: "as meninas do futebol deviam ter uniformes mais atraentes"; "o esporte tal ou qual não é próprio para mulheres"; "fulana parece um homem". Ou então: "a qualidade técnica é pior".

A qualidade técnica só tende a melhorar, com massificação e oportunidade de se profissionalizar. Desde já, a Marta, por exemplo, joga muito mais do que esses marmanjos todos que chutam a grama pelo país afora.

Thiago Pinheiro disse...

Ótima resposta. Quase sempre é necessário problematizar as interrogações para se oferecer uma reflexão sobre um tema.

Lane disse...

Lola

Adorei, adorei tudo que escreveu.. concordo em genero, numero e grau.

Porque mulher tem que valorizada por sua aparência ou por seus papeis estabelecidos socialmente?

Um dia vi um homeme dizer que mulher tem que ser vaidosa e usar brinco , se não usar não é mulher é homem.

então mulher é definida somente por um par de brincos?

Carol Passuello disse...

Ótima resposta! Mas aposto contigo que não vais ter muita coisa publicada, heheheh!
Bjs

m. disse...

Lolinda, adorei, ótima resposta! Espero que ninguém aja de má fé e retalhe esse seu lindo texto, usando alguma frase totalmente fora de contexto! :)

off: acho que vc já fez um topico sobre essa propaganda. mas enfim, já viu a repercussao que ela ta gerando? http://www.youtube.com/watch?v=evuY4mV0gYk os homens tão P da vida por estarem sendo tratados como idiotas....hehehehe e a mulherada nao ta deixando barato, to vendo altos comentarios falando pra eles relaxarem e ter senso de humor. nao que eu concorde em devolver na mesma moeda, mas agora eles sentem um pouquinho como é ser tratado que nem imbecil pela midia ne?

Lord Anderson disse...

Sobre o Super Bowl tem uma liga feminia

em que as jogadoras usam capacetas, ombreiras e lingerie.

É transmitido entre os jogos mais importantes

para entreter o pessoal que espera o jogo "serio".

Unknown disse...

clap, clap, clap.

mas pode ir esperando que ou nem vai aparecer seu nome na matéria ou vão colocar apenas um pedaço da resposta (uma frase), totalmente fora do contexto.
Fez muito bem em publicar aqui antes.

Fabio Burch Salvador disse...

Mulheres não devem praticar esportes, e sim atender aos desejos de seus homens como Deus mandou.

E quem discordar é porque ACEITA QUE A ESPOSA ATLETA ENFIE CONCOLO NO SEU RABO.

- Cordeiro do Senhor

Bonnie disse...

Resposta genial, é EXATAMENTE o que eu penso a respeito. Uma pena que não vão publicar inteira, pois certamente merecia.

Gabriele disse...

Resposta genial, Lola. Tomara que publiquem (apesar de eu ter minhas dúvidas se eles vão ter coragem suficiente)

Mari Lee disse...

Ótima resposta, Lola!
É uma pena... a maioria dos comentários que li a respeito do calendário ou se limitavam a falar da aparência das jogadoras, ou criticavam a atitude delas, como se o fato de posarem para o calendário diminuísse o valor delas como jogadoras.
Eu fiz um comentário a respeito no meu blog, com um link recomendando o seu texto.

Elaine Cris disse...

Muito bom, Lola. Mas confesso que estou tão desanimada com mídia, machismo, comentários ignorantes e misóginos que costumam ser feitos a esse tipo de questão, que até tenho receio pelo modo como sua resposta vai ser editada ou encaixada na matéria. Torço pra que o resultado seja bom.

Acho uma grande falta de respeito com as jogadoras e com as mulheres em geral.

Elas são atletas, não são modelos.

Uma coisa é serem valorizadas pelo que são e a partir daí surgir algum convite pra que exibam suas belas formas, como acontece com tantos atletas homens.

Outra completamente diferente, é não terem reconhecimento da mídia e só passarem a ter quando mostram o corpo.
Fica parecendo que o mundo é dos homens e nós mulheres só estamos aqui pra servir como enfeite pra que batam p****** ou como criadoras de seus filhos.
Isso me desanima demais.

Que várias mulheres possam ganhar dinheiro e serem respeitadas como modelos, como mães.
Mas é pedir muito que mulheres não tenham sempre que seguir a tal fórmula pra merecerem uma matéria?

Koppe disse...

Lane disse... "Um dia vi um homem dizer que mulher tem que ser vaidosa e usar brinco, se não usar não é mulher é homem. então mulher é definida somente por um par de brincos?"

O pior de tudo é que isso leva muitas mães idiotas a furarem as orelhas de meninas recém-nascidas pra colocar brincos. Não existe a escolha, se a guria não quiser usar brinco depois, vai ficar com os furos nas orelhas. Isso devia ser proibido. Na minha opinião, é aí que começa a morrer a soberania da mulher sobre o seu próprio corpo. Uma boa mãe ou um bom pai não deveriam jamais deixar que isso aconteça, exceto se a própria criança manifestar vontade de usar brincos.

Unknown disse...

Poxa,quando eu li o título tava crente que era boa notícia...

Débora disse...

Nossa Lola, estou muito feliz com a clareza que vc teve ao tratar esse tema!! Adorei!!

Letícia disse...

Lola, não mudo uma vírgula sequer do seu texto! Excelente resposta.

Lane e Koppe, absurdo mesmo esse lance dos brincos. Mas isso, infelizmente, acontece com tanta coisa, né? Mulher é reduzida a meia dúzia de objetos consumíveis: bijuterias, maquiagem, sapatos de salto. E o pior é que a gente pode até achar fácil rir disso, mas não é fácil conviver com a galera que vem todo dia querendo "corrigir" seus hábitos, fazendo vc mais "socialmente aceitável"...

aiaiai disse...

a matéria saiu http://migre.me/4g8BS

e até que ficou legal. Eu achei que aproveitaram bem a sua resposta!

Marcello disse...

Oi, Lola, contribuo com uma amenidade: o apelido "Sereias da Vila" é uma referência ao mascote do Santos, o Peixe.
De resto, admiro o tratamento sério dado à questão (importante, diga-se) por um grande veículo de mídia. Coisa rara de se ver.

Unknown disse...
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Unknown disse...
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Unknown disse...
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Unknown disse...

Oi Lola! Eu penso que aquilo que a maioria da mídia faz, que é colocar a mulher esportista sempre com sensualidade exacerbada e outras coisas desproporcionais com o contexto é ridículo. Mas quero colocar um pouco de luz nesse caso específico. O Santos é um dos poucos clubes no Brasil que tratam o futebol feminino com profissionalismo, que pagam bom salários para suas jogadoras e oferecem uma excelente estrutura, que É UMA DAS MELHORES DO BRASIL E É COMPARADA COMA ESTRUTURA DOS CLUBES MAIS RICOS DA EUROPA. Se vc quiser se informar mais, é só visitar o site do Santos (www.santosfc.com.br), toda a estrutura oferecida para o futebol masculino também é oferecida para o futebol feminino. No caso do Santos, essa foi só uma ação de marketing, e com certeza elas não precisam disso pra aparecer, como já disse, no Santos elas são tratadas muito bem e com profissionalismo que praticamente inexiste no futebol feminino na América Latina. Falo com propriedade porque acomponho o futebol feminino

Unknown disse...

O Santos F. C. é chamado, entre outras alcunhas, de "glorioso alvinegro PRAIANO", por estar localizado em uma cidade do litoral paulista. O clube tem como mascote o peixe (apesar de ter dois funcionários que entram em campo fantasiados de mamíferos, no caso a baleia orca kkkk). É apenas por causa dessa associação do clube (e da cidade) com o mar que o time feminino é chamado carinhosamente de Sereias da Vila. A vila em questão refere-se ao Estádio Urbano Caldeira, conhecido como Vila Belmiro (por ser o nome do bairro onde ele está localizado) e apelidado de "a Vila Famosa". Sinceramente, é mais legal o trocadilho com as mitológicas sereias. Já pensou se fosse "Lulas da Vila" ou "Polvos da Vila"? Seria meio... bizarro kkkkkk

tamara disse...

Essa matéria da Folha é só para encher espaço mesmo! Que bobagem! As meninas posaram para um calendário. Ninguém foi obrigada. Algumas delas conseguiram até propostas para publicidade. Estavam todas felizes, (principalemte pq há o preconceito, como também com as feministas) de que jogadoras de futebol são feias e masculinizadas. Nada disso. Cada uma a seu estilo ficaram todas lindas. Parece que vai haver um calendário do mesmo tipo com jogadores também. Nada demais.
E antes que esqueça: Sereias podem sim ter pernas.

Unknown disse...

não conhecia teu blog, e hoje vi duas vezes em situações diferentes citações ao blog. adorei. concordo contigo em relação aa reportagem feita pelo UOL. mas ficou boa afinal, fiquei com vontade de ler mais.
abraços

Anônimo disse...

perfeito seu post, nada a acrescentar

Dai disse...

lola, post ótimo, muito contente com a matéria também, aproveitaram bem o seu comentário, como disse a aiaiai. bj

Felipe Sanches disse...
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Unknown disse...

Só um comentario. Mesmo com esse calendario, nao tiveram destaque nenhum. Pra ser sincero so fiquei sabendo da tal coisa por causa da materia da UOL.

Infelizmente, na maioria dos esportes, o esporte praticado pelo homem é mais chamativo, mais bonito de se ver e mais tecnico, até pela composição fisica do homem e da mulher, como no tenis e no futebol, a diferença de qualidade de um jogo masculino e feminino é muito, mas muito grande...não tem atrativo tecnico.

Ademar Jr. (Chapolin) disse...

Lola, discordo de alguns pontos de sua crítica, acho interessante você ter ressaltado que as jogadoras não tem "culpa" mas acho que o principal foi ver nos vídeos do evento que ELAS SE DIVERTIRAM, tanto fazendo o calendário, quanto no desfile!

Desfile aliás, que foi para o lançamento da moda praia que carrega o nome do Santos FC, e o clube poderia ter feito um desfile com modelos nos padrões que você falou, mas ao invés disso utilizou este lançamento para promover ainda mais as jogadoras! E outra coisa, participaram as que quiseram!

O Clube valoriza as jogadoras além disso, na verdade é um dos clubes que mais faz isso no Brasil! Ou você poderia citar outro clube onde a equipe de futebol feminino apareceu na mídia nacional a metade das vezes que as SEREIAS da Vila apareceram?

E sinceramente não entendi o pq criticar o apelido de Sereias para as meninas? Você deve ter analisado isso fora do conceito do Clube. O apelido de Sereias está totalmente dentro do contexto do Santos, uma das torcidas usa Poseidon em suas bandeiras, os mascotes provém do mar, a mulecada da base vira peixinho, a campanha de associação é Multiplicação dos Peixes! E se pra jogar bola tem q ter os pés, o que dizer dos jogadores de futebol para amputados? Calma lá tbm né!

Paa não dizer que vim discordar de tudo, acho que realmente a mídia tem que dar espaço para as jogadoras além destes eventos, como a Band fez ano passado na Libertadores e outros campeonatos. É um começo, e não vai ser de um dia para outro que isso vai mudar, então essas ações, bem ou mal, atraem atenção. Hoje por exemplo, as Sereias golearam por 10x1 na estreia do paulista, a torcida estava cheia, e vários torcedores trouxeram o seu calendário para pegar um autógrafo das meninas!
Se foram lá só pelo calendário, aproveitaram e viram o show de futebol delas! Aí fica mais fácil esses torcedores voltar, não é?

Um abraço!
Ademar Jr.
www.blogsantista.com.br/futebolfeminino

Renan disse...

Obrigado por transparecer a pergunta muito "imparcial" realizada pelos "profissionais" do UOL Esporte e lamento que você tenha sido usada como objeto de polêmica.

Primeiramente, as Sereias da Vila sempre ganharam destaque pelo futebol que jogam e seus resultados, desde meados 2009. Elas conseguiram este espaço por esforço e trabalho próprios, dentro de campo. Aí cabe da pessoa acompanhar esportes, em especial, o futebol.

Muito em parte por "culpa" delas, do trabalho árduo, cresceram os incentivos de apoio a campeonatos e o surgimento de equipes. Infelizmente não são todos os times que estão em situação boa, mas não é muito diferente do futebol masculino.

E tudo isso acima, todos os campeonatos que surgiram após os fenômeno das "Sereias da Vila" independeram de divulgação de calendário.

E o que as jogadoras acharam do calendário? Esta era uma dúvida minha até ver pessoalmente a expressão de cada uma.

Acho que estou em condições de dizer que estavam muito bem a vontade, e não foram obrigadas a fazer. Enfim, até se divertiram com uma experiência fora daquilo que sabem fazer e muito bem, que é jogar futebol.

Definitivamente discordo da sua opinião, não pelo fato da questão de ser o meu time, mas que engloba uma série de situações e assuntos a serem levados em discussão que concluí que não deveria ser motivo de polêmica alguma.

Só para caráter de informar, há pouco, enquanto lia sua opinião, elas acabaram de ganhar o primeiro jogo oficial do ano por 10X1 fora de casa.

lola aronovich disse...

Queridos Ademar e Renan, obrigada pelos comentários. Gostei deles. E obrigada também aos que explicaram por que as jogadoras são chamadas de sereias. Continuo achando um nome inadequado pra jogadora de futebol, que usa tanto as pernas, mas, dentro do contexto de peixinhos e tal, tá completamente aceitável. Fico feliz que elas jogaram hoje e ganharam de 10 a 1. Torço para que elas tenham muita repercussão, e sei que o Santos é um dos times que mais investem no futebol feminino. Eu joguei futebol durante toda a minha adolescência, e adorava. Naquela época (anos 80) existia apenas uma equipe feminina no Brasil, o Radar, e o preconceito contra mulher que jogava futebol era ainda maior. Não havia escolinha que aceitasse meninas. Eu jogava na praia (era a única mulher no meio de montes de marmanjos) e no pátio do meu prédio. Anos e anos jogando, com muita vontade de aprender a jogar de verdade, e sem oportunidade pra isso, apenas por ser mulher. Então eu realmente torço MUITO pelo sucesso do futebol feminino, e não consigo aceitar que o preconceito contra a modalidade persista.
Mas o contexto é maior. Atletas mulheres tirarem a roupa não é o caso de uma ação isolada. Isso é feito o tempo todo pra montes de modalidades e vários países do mundo. Acho que não estou descobrindo a pólvora ou sequer dizendo algo muito polêmico ao afirmar que esporte é visto como algo masculino, feito por e para homens, e divulgado por homens. Dessa forma, atletas femininas têm muito, muito menos destaque, o que pra mim é absurdo. Essas atletas são profissionais, dedicam-se tanto quanto os homens, vivem de patrocínio, precisam de torcida, e não conseguem uma mídia que lhes dê destaque porque toda essa indústria considera que esporte “masculiniza” a mulher (em outras palavras: que esporte é coisa “de macho”, o que também explica como o ambiente esportivo é ultrahomofóbico). Um dos poucos jeitos que as atletas conseguem aparecer é “sendo mulher”, “provando” que são femininas, ou seja, tirando a roupa. É o que se faz direto. Portanto, é ilusão pensar que esta é uma forma de combater preconceito. Isso é apenas repetir um padrão.
Que tal, por exemplo, se alguma dessas jogadoras, ou de repente, o time inteiro, tivesse uma coluna semanal em alguma revista ou jornal esportivo? Lá elas poderiam falar de suas vidas, seus jogos, e também do preconceito que enfrentam. Na minha visão, essa seria uma maneira mais eficaz de combater preconceitos do que fazendo o que sempre se faz.

Denise disse...

Muito bom o post, Lola. Concordo 100%!!! Elas, enquanto atletas, bastam jogar futebol. E bem! Não precisam fazer nada além disso. Marta, por exemplo, é uma jogadora e tanto. Ninguém contesta isso. E ela não tem que tirar a roupa para provar o quanto é boa no que faz! Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo, Neymar, Adriano, nenhum desses precisou tirar a roupa para mostrar o bom futebol. Por que com mulheres precisa ser diferente? Como se a mulher sempre tivesse que provar (e mostrar) um pouco a mais sempre... É triste.

Elaine Cris disse...

A matéria ficou ótima, mas lendo os comentários, fico achando que o jornalista que escreveu e fez uma edição bem legal perdeu seu precioso tempo.
Dos que comentaram a maioria não entendeu a crítica do texto, ficou naquela "tô nem aí, queru vê mulé boa, dexa as minina tira a ropa e quem foi contra tá com inveja ou achano ruim que os home num tiro a ropa".
Mais ou menos isso.

Anônimo disse...

ADOROOO FUTEBOL FUTSAL.. adoro jogar..sou santista carãã é demais.. pena que as criticas aff=/ ndm merece. mesmo assim.. AmoO. msm proibida de jogar.. nao desisto dos meus sonhos de voltar..

iaÊ galera: MSN ?? add akê

sfc.santistas2@hotmail.com

BjãoO!!

Anônimo disse...

CONCERTEZA quem nao tem esse sonho de seer.. SEREIA DA VILA??


nuss... me acaboO!!!

rs'

gente.. jogo futsal tem uns 6 anos.. agora com 19 anos. tive q parar!!
adivinha pq??

MEU PAI me proibiu..aff=/ aiai Dells.. revoltei viu!
tô louca pra voltar a jogar.. mais ele agora vai e me coloca na aula de violão..NÃO essa NÃO!!
nao mereço isso velhu!!
meu forte é o Foot!!
ajuda aê gente.. desistir OBVIO que não vou.. mto tempo sem praticar.. ja era a habilidade de antes =/ cara da umas ideias..conselho aê ajuda aki

MSN : sfc.santistas2@hotmail.com

CEL: (82) 9999-5616 tim.


NOME : GAL