terça-feira, 28 de junho de 2011

A ETERNA PARADA DOS SEM NOÇÃO

Precisamos de um dia de protesto para poder beijar em público!

Hoje é Dia Mundial do Orgulho LGBTTT. Parabéns, pessoal! (o título do post não tem a ver com a Parada Gay!). Tem que se orgulhar mesmo de ser o que é, apesar de o que somos (lésbicas, gays, transexuais, mulheres, negros, gordos, ateus, pessoas com necessidades especiais etc) ser constantemente massacrado pela sociedade através de violência, discursos de ódio, religiões, piadinhas, falta de representatividade, preconceitos, insultos, e até leis contra nós. Apesar do dia 28 de junho ser dedicado ao orgulho LGBT, faço questão de escrever no plural. Todas as minorias são discriminadas. Ao invés de competirmos numa espécie de Olimpíada da Opressão para ver quem sofre mais preconceito, temos mais é que nos unir. E mais: precisamos ter orgulho de estar na companhia de outras minorias igualmente aguerridas. Tod@s nós lutamos por um mundo melhor, livre de preconceitos.Escrevo isso porque a quarta da semana passada foi uma abominação, um verdadeiro freak show. Nesse dia um deputado paulista sugeriu que fosse fixada uma data pra comemorar o orgulho de ser heterossexual. E imediatamente as absurdas palavras Orgulho Hétero alcançaram o primeiro lugar dos Trending Topics do Twitter. Eu escrevi dois tweetzinhos contra e recebi uma avalanche de críticas (coloco aqui alguns dos melhores momentos. Não é importante quem falou, mas o que foi dito). Em seguida veio a Consciência Branca (alguns dizem que esse foi um TT pra zoar do Orgulho Hétero e do projeto do deputado, mas, como sempre no Twitter, havia gente levando o troço a sério). A primeira pergunta que vem desse pessoal que deseja se orgulhar de ser o padrão, a Verdade e a Luz, costuma ser: puxa, mas se um negro pode usar uma camiseta escrito 100% negro, por que não posso usar uma escrito 100% branco?
É o seguinte: poder até pode. Ninguém vai te fazer tirar a camisa, nem você irá preso por isso. Mas muita gente irá te considerar um completo babaca por vestir tal camisa. Um ignorante mesmo. Sabe por quê? Porque você tá deixando claro que não sabe o que é contexto. Porque, através de uma lousy t-shirt, você está dizendo que não sabe, ou não acredita (o que é pior?), que negros sofreram (sofrem ainda) séculos de exploração e humilhação. Porque você está afirmando que desconhece que nossa sociedade, todos os dias, associa negritude a coisas feias e sujas, e brancura ao que é limpo, puro e belo. Porque, pra finalizar, você está fingindo que não sabe (só pode estar fingindo!) que existem montes de movimentos fascistas como a Ku Klux Klan e os skinheads que fazem da supremacia branca a sua razão de viver. Eles, sim, têm motivos pra ter orgulho de ser branco — é porque odeiam os negros. Qual é o seu motivo? Se você não odeia os negros, por que quer esfregar na cara de todos que você não tem nem uma gotinha de sangue negro no seu organismo? O que você quer provar, ainda mais num país miscigenado como o nosso?
Só dizer “tenho orgulho de ser hétero” não significa necessariamente ser homofóbico. O problema é que é uma declaração dessas não vem à toa. De onde isso veio tem muito mais. Pode apostar que na frase seguinte a pessoa já vai dizer alguma bobagem como, sei lá, “Não tenho nada contra os gays, mas quero mais é que eles morram”. Nunca sei se essa pessoa está provando ser uma completa sem noção (ao não perceber que se contradisse na mesma sentença), ou se é brincalhona, e só não tem noção que está insultando seu interlocutor. Geralmente a pessoa que diz isso ou assume que é homofóbica (exemplo: “Se bater no meu filho pra evitar que ele vire viado é homofobia, então eu sou homofóbico sim!”, seguido de uma batida no peito), ou nega: “Claro que não sou homofóbico, tenho até amigo gay!” (ou , pros mais sem noção ainda: “Claro que não sou homofóbico, até assisto The L Word!”). Orgulho é o oposto de vergonha. Quando é que você sentiu vergonha de ser branco? É verdade que existe algo chamado white guilt, culpa branca, mas isso é sentir vergonha do que os brancos fizeram (é, quase sempre isso é visto como passado, fato encerrado) aos não-brancos. Mas esse “sentir vergonha” é no coletivo, é algo distante — por exemplo, ter vergonha dos antepassados que tinham escravos. No plano individual, a pessoa continua sendo contra as cotas pra negros. Ou seja, vergonha por ser branco pode acontecer, mas aí é vergonha pelo que outros brancos fizeram. Quando você sentiu vergonha de ser homem? (novamente, se acontecer, é pelo que outros homens fazem). Mas a sociedade não vem pra você e te diz “Eca! Que horror que é ser branco e homem!”. Não, isso é celebrado. Pense no que a gente vê na mídia (tirando os comerciais da Bombril e outros que dizem que homens são totais incapazes. Mas até isso é bom e estratégico, porque ninguém vai esperar que um incapaz faça alguma coisa, como cozinhar ou limpar a casa. Melhor deixar com quem sabe. Opa, esse alguém é a mulher?! Que incrível coincidência!).Pense na linguagem que usamos. Pense nos termos usados para condenar a sexualidade feminina (vadia, piranha, galinha etc) e para celebrar a sua (garanhão). Pense em como “aquilo roxo” e “colhões”, que só existem na anatomia masculina, são sinônimos de coragem, e em como macheza está associada à valentia, determinação, bravura, e em como “mulherzinha” é o oposto. Ser homem e branco é o padrão dominante, é a cor e o sexo de quem manda, de quem tem poder, de quem tem dinheiro, de quem faz as leis, e para quem as leis são feitas. Mas de nada adianta estar dentro do padrão desejável — homem e branco — se você puser tudo a perder sendo gay. Porque aí você será expulso do clubinho de homens brancos. É como se você estivesse cuspindo no prato que comeu, rasgando sua carta de privilégios. Tudo bem se você esconder que é gay. Se a gente olhar pra você sem desconfiar que você gosta de pênis alheio (porque a gente só gosta do nosso próprio), se você se enfiar num armário e não sair dele jamais, se você mantiver um namoro ou um casamento de conveniência (com uma mulher, lógico!), se você não tiver o menor trejeito que te denuncie, se você rir das nossas piadas que dizem — brincando, claro, tenha senso de humor!! — que viado é ridículo e inútil e nojento, bom, se você seguir todas essas regras, a gente te atura. Somos tolerantes e bonzinhos com os gays: é só não ser gay, entendeu?! E é por isso que ser gay é tão ofensivo pro padrão dominante. Porque, pô, um negro não pode escolher ser negro, uma mulher não pode escolher ser mulher (e tudo bem uma mulher ser mulher, desde que saiba seu lugar e cumpra suas funções), mas um gay definitivamente pode escolher ser hétero! É só querer! É só deixar de ser fresco! Óbvio que um gay só quer ser gay porque está na moda, porque, né, ser gay traz um mundo de vantagens! Pense nos privilégios que um hétero tem. Quando você sentiu vergonha de ser hétero? (nesse caso, em geral, a gente nem costuma se envergonhar dos outros héteros!). Quando você foi discriminado por ser hétero? A única resposta que um hétero tem na ponta da língua pra essa pergunta é “Quando fui a uma boate gay”. Primeiro que não acredito muito nisso (héteros são bem tratados em boates gays). Depois que, olha só, você teve que ir a um lugar específico para ser discriminado. Prum gay, lésbica, trans ser discriminado, tudo que el@ tem que fazer é sair à rua. Aliás, serve ser discriminado dentro de casa também. Não tem que ir a lugar nenhum pra sofrer discriminação, basta existir.
Portanto, ter orgulho de ser hétero é querer celebrar a sorte que você tem simplesmente por ter nascido hétero. É ostentar riqueza, e ostentação de riqueza não pega bem. Sabe quando um milionário fútil gasta milhares de reais festejando o aniversário do seu bichinho de estimação? Sabe quando um cara tem a petulância de reclamar das suas férias num resort de esqui porque lá não estava frio o suficiente? Sabe quando o filhinho de papai critica a empregada por mexer nas suas coisas, sem imaginar que ser empregada não é um emprego dos sonhos, e que é um privilégio ter alguém pra limpar a sua sujeira? Então. Você, hétero, ao querer celebrar publicamente sua heterossexualidade, é um filhinho de papai. Porque ninguém está mexendo nas suas coisas ou ameaçando tirá-las de você. Porque sua orientação sexual não está correndo riscos. Porque você tem e vai continuar tendo todo o direito de andar de mãos dadas, beijar, casar com alguém do sexo oposto, adotar uma criança, e ninguém vai te olhar feio. Ninguém vai te expulsar do recinto, ninguém vai te bater ou matar, ninguém vai querer te transformar, ninguém vai dizer que se envergonha de ser seu pai/mãe, ninguém vai pensar que sua orientação sexual é depravada ou relacioná-la à pedofilia, ninguém vai te despedir do emprego por causa da sua heterossexualidade, ninguém vai dizer que o que você faz é pecado e que você vai arder no inferno por conta disso. Ou seja, você não precisa de uma data específica pra defender sua orientação sexual. Ela não está sob ataque. Todo santo dia você está mostrando seu orgulho hétero. Todo dia é um desfile sem fim pra você. Então, em vez de se orgulhar do seu privilégio, que tal envergonhar-se de viver numa sociedade que insiste em negar direitos a quem não é “normal” como você?

228 comentários:

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Daní Montper disse...

Lola!... sem palavras.

Melhor post teu, deveria ser impresso e colado em tudo que é lugar! Estou emocionada agora.

Obrigada!

Anônimo disse...

Post memorável, parabéns!

Bonnie disse...

Clap! Clap! Clap!

Escarlate disse...

Nossa Lola, hj vc se superou. O texto tá incrível, sem comentários. Falou tudo e mais um pouco.

Voce está certíssima: são filhinhos de papai que nunca sofreram na vida e/ou que ignoram o sofrimento alheio. O mal do mundo pra mim é a falta de empatia, de não conseguir (ou não querer) se colocar no lugar dos outros. Quem se orgulha de ser hétero me dá nojo, nauseas, raiva. É um ser humano frio, mimado, conservador, alienado.

Daní Montper disse...

Eu sofro de "culpa hetero" e culpa branca" toda vez que vejo como discriminam @s homos e @s negr@s.

Diego Hatake disse...

Ótimo, ótimo texto. Acho que se certas pessoas que se sentem "descriminadas" como vi em alguns prints espalhados pelo post não entenderem o quanto suas posições são ridículas ao ler esse texto, nada mais adianta. Nem se explicar desenhando. Parabéns e obrigado!

Fernanda França disse...

Lola,
Acho que nunca comentei aqui, mas preciso comentar para dizer que leio seus posts há muito, muito tempo. Eu escrevo desde sempre (como jornalista e escritora), mas acho tão difícil colocar em palavras o que penso sobre alguns temas e você parece escrevê-los com os meus sentimentos. É como se soubesse exatamente o que sinto e colocasse em palavras, obrigada! Vou divulgar a meus amigos. Desde criança eu me perguntava qual era o motivo de alguns mais velhos que eu (familiares e amigos da família) acharem que meu irmão podia fazer alguma coisa que eu não podia. Eu não gostava da condição de "ter de aprender" a costurar enquanto meu irmão fazia judô (e se eu quisesse fazer judô?). Não queria, mas queria PODER, entende? Detesto preconceitos, tenho vergonha do que o nosso povo ainda faz. Outro dia comentei que sou cheia de defeitos, mas não sou preconceituosa e ainda me criticaram por "mentir", porque "provavelmente eu tenho preconceitos e não falo". Algumas pessoas se incomodam quando defendo as minorias. Por que se incomodam? Enfim, foi um desabafo. Obrigada pelos seus posts, eles são argumentos quando preciso defender aquilo em que acredito (e que costumava defender só com o coração, rs). Um grande beijo, Fernanda.

Prof Ursão disse...

Lola, sempre fui um admirador silencioso de seus posts, até indicando seu blog para debates com amigos, mas não posso continuar sem aplaudí-la!!! Tudo que eu sempre tive vontade de dizer, você escreveu com maestria! Parabéns pela dedicação em tornar nossa sociedade menos difícil de ser vivida!!! Sou um grande fã seu!!!

Daniel "Ursão" Knoll
@teacherbigbear

Aoi Ito disse...

Sentir orgulho de ser hetero, branco, homem, ou qualquer coisa, é quase comparável a dizer que sente orgulho de fazer parte da classe média enquanto come uma coxa de frango na frente de uma criança de rua passando fome. O negócio é: PRA QUÊ? Você sente orgulho de ter todos os privilégios? Você é tão babaca assim? Não costumo julgar moralmente, mas me sinto na raiva desse jeito.

Ótimo post, Lola. :3

Pentacúspide disse...

"Já ouvi pessoas a dizerem: tenho orgulho em ser português, tenho orgulho em ser preto, tenho orgulho em ser drogado, tenho orgulho em ser puta, entre outros, que fico admirado. Porque moi ici não tenho orgulho em ser nada. Sou guineense, sou preto, mas não tenho orgulho em ser nada disso (entretanto, não se confunda não ter orgulho com ter vergonha). O único orgulho que eu tenho é de ser quem eu sou e como o sou. Podia ter nascido marciano, azul ou transparente, e embora saiba que isso contribuiria para me formar, não seria a minha essência, tal como a minha pele e o sítio onde nasci não a são."

http://migre.me/58bKp

Enfermeira Cristina disse...

Show de bola, excelente, magnífico!Xiiii o discionário ficará sem adjetivos para qualificar !Parabéns mesmo!

bruna lazarini disse...

Que paciência na frente desses tweets horrorosos... Belo post!

Lyra disse...

Lola, é incrível ver você desmontar, argumento por argumento, essas alegações babacas. Eu sou hetero e branca, e quero que se dane orgulho hetero, maior palhaçada! é querer justificar alho com bugalho. Brasileiro tem mania de falar de "Liberdade de Expressão" quando lhe convém. Isso é irritante!

Lyra disse...

E outra, pra esses tweets idiotas, "#orgulhodeserfeia" dá vontade de falar pra esse ser: "MAN, QUANTOS ANOS VOCÊ TEM?"

Blanca disse...

Maravilhoso, Lola, como sempre. :)

Sempre que alguém dizer "tenho orgulho de ser branco e hétero, já que os negros e gays têm orgulho disso!", vou pensar em mandar esse post. Porque, olha, o que eu já argumentei...


"Ser gay virou moda". HAHA! Porque ser homossexual dá muitas vantagens, realmente.

:***

Cinthya disse...

Belíssimo post, Lola!

Espero que essa discussão evolua e que você seja sempre um contraponto nesse mar de besteiras que estão sendo ditas por aí. Porque teremos esperança de um mundo melhor ... =) Quando leio/vejo uma peróla de discurso como o da Myrian Rios perco a esperança na humanidade =( Aí tem que vir aqui ...

[]s

Lilian Gratti disse...

ótimo post!
como escreveu Bonnie:
Clap! Clap! Clap!

a propósito, acabei de ler uma matéria e estou pasma... pelo fato mas principalmente pq, por ter 17 anos e SER MENOR, não vai dar cadeia...

http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2011/06/estudante-de-17-anos-e-estuprada-quando-saia-da-escola-no-df.html

lamentável...

Bj
da Li

Lar Ternura disse...

Alguém disse o seguinte em seu tweet "pq os homossexuais acham que devem ter mais direitos do que as outras pessoas."
Criatura os homossexuais não querem ter mais direitos do que ninguém, querem apenas ter os mesmos direitos.

Lívia Pinheiro disse...

Belo post. Pena que desafiar seus preconceitos com um pouquinho de racionalidade parece ser para poucos.

Anônimo disse...

A rigor, a rigor, não há razão para ter orgulho de ser aquilo que a gente é, e pronto: negro, branco, índio, bonito, feio, brasileiro, português, mulher, homem, magro, gordo, homo, hétero.

Orgulho mesmo, a gente deve ter do que é vir-a-ser, da luta interior contra os preconceitos arraigados e contra os privilégios que recebemos sem ter pedido por eles. Orgulho de ser homem e apoiar a causa feminista, mesmo sabendo que o machismo está escondido lá dentro e às vezes vem de novo dar as caras. Orgulho de ser hetero e combater a discriminação de outras orientações sexuais. Etc.

Mais ainda, há razão para ter orgulho de fazer parte de uma minoria e não se esconder nem se acomodar, ao contrário, se expor para defender seus direitos.

Esse é o motivo do orgulho gay, esse é o motivo do orgulho negro. É o mais que justificado orgulho de se assumir, de conquistar a auto-estima, e principalmente: de enfrentar de peito aberto uma sociedade que exclui quem não se encaixa nos padrões elitistas e demoniza quem não fica "no seu lugar".

Natureza Artificial disse...

Lola, leio seu blog todos os dias e a cada dia aprendo um pouco mais. Porém, existe algo errado no teu post. O uso da palavra "skinhead" sendo usada para denominar os neonazistas, está totalmente errada. Skinhead em sua essência não tem nada de violência, nada de racismo, nada de homofobia. Foi um movimento musical jamaicano de musica skinhead reggae, maioria formada por negros. A mídia sensacionalista divulgou (e continua divulgando) de forma errada e aplicando a palavra pra se referir aos neonazistas. É uma ofensa aos verdadeiros skinheads. Abaixo vou postar um mini doc. sobre a história do mov. skinhead e tbm um blog de musica skinhead reggae (notem que a maioria ou grande parcela eram negros). Espero que vc entenda, sou ouvinte de musica skinhead reggae e percebo que o mov. sofre muito preconceito (ainda). Abraços!!

http://www.youtube.com/watch?v=7kPz-P5UWIU

http://youandmeonajamboree.blogspot.com/

Anônimo disse...

e isso aí LOLA, é isso aí JOEL!

Fer Tiberio disse...

Era só o que me faltava. Orgulho de ser hétero?! Nossa, quanta criatividade!
Eu não esperava tão pouco desses rebanhos! Sinto muito, mas é o melhor cenário que consigo imaginar: um espertalhão joga uma carta e os demais, sem ao menos PENSAR, copiam e colam na testa (ou na camiseta).
(Nossa, acho que já fiquei nervosa... rsrs)
Nessas horas eu agradeço por não ter twitter. Seria o dia inteiro passando raiva.
Lola, mais uma vez, parabéns!
Vou indicar seu post (mais uma vez!).

Admin disse...

Lola Disse tudo! Perfeita como sempre nas suas colocações.

Quero aproveitar o assunto do post e convidar a quem estiver na região da Bela Vista - SP para um debate sobre diversidade sexual.

Cine Diálogos sobre Diversidade Sexual. Dia 28/06, às 15h. Local: IPEP - Rua Genebra, 180. Bela Vista (auditório). Exibição do filme "Eu sou homem". Participação de Márcia Cabral, diretora do filme.

O cine diálogos é um evento promovido pela Coordenadoria de Estado onde eu trabalho, é uma estratégia nossa para discutir pré-conceitos e lutar contra eles.

Fica o convite tb para o Alex Castro né, se ele ainda acha que EU não existo, creio que estarei lá cobrindo o evento para tirar fotos e mandar uma matéria para o site.

abçs Lola

TWO OF US disse...

Obrigada por escrever por mim!
Não é nada fácil e cômodo ser lésbica. Ah, sim, sou lésbica porque está na moda...tsc, tsc, tsc.. Engraçado, mas nem quando era tabu falar de gay/lésbica, eu sentia atração por um homem! Não, nunca namorei com um homem. E já ouvi que tenho que transar com um para gostar da 'coisa'. Só para constar: já ouvi algumas "moças de família" (héteros?) dizerem que gostariam de transar com mulheres, mas, muitas destas, diziam ter nojo de algo tão feio, horroroso, contra a natureza humana. Muitas me contam isso com naturalidade, pois não tenho o tal 'perfil' lésbico nas vestimentas e elas não imaginam minha orientação sexual e da minha companheira. Eu as deixo com total liberdade para expor seus medos e preconceitos.
Pela minha experiência com as falas dessas pessoas, percebo que elas devem sentir atração pelo mesmo sexo e são covardes demais para admitirem. Somos espelhos e isto é aflitivo demais para os 'orgulhosos héteros' encararem suas imagens.
Imagino que deve ser muita infelicidade fazer guerra contra seu mais íntimo sentimento, contra sua natureza. Coitados!

Aline disse...

parabéns, ótimo texto

fernanda disse...

Muito bem, Lola!
Falta empatia no mundo!!!

Lord Anderson disse...

Incrivel.

Quando vi isso de Orgulho Hetero eu quase comecei a rir, mas ai lembrei oq quanto essa idiotice é seria, o quanto ela persegue e inferniza a vida de pessoas que só querem ser felizes.


É tão idiota, tão rasteira a posição e os "argumentos" desses mimados que só conseguem formar uma identidade ao apontar o dedo para quem é "diferente".

Um post não perfeitamente escrito, mas tb absurdamente necessario.

PedroYukari @snoopy_xxy disse...

Maravilhoso Lola. A luta é de todos, independente da sua sexualidade.

Aline disse...

ai ai...

esse povo não tem mais o que inventar...

aff...

Tiago disse...

Passou um documentário no GTN sobre começo da defesa dos direitos dos gays. Bem bacana. 3 dias deles enfrentando a policia e terminou numa passeata. Com declaração inclusive do chefe de policia que que estava la no momento. Alguém se lembra o nome que foi dado a revolta? Era o nome do bar..mas num to lembrado agora

darkgabi disse...

essas pessoas q escrevem besteira sem pensar pela internet só esquecem q "orgulho gay" não é orgulho de ser gay em si, pq a sexualidade deveria ser natural, qlqr q ela fosse... significa apenas "orgulho de não esconder a minha sexualidade diferente, de me assumir como eu sou". acho q nenhum homossexual jamais falou q é pior ou melhor, apenas diferente, então pq mts homofóbicos por aí fazem essa associação de orgulho = melhor?

Escarlate disse...

O nome do bar é Stonewall Inn, em NY.
Mais sobre:

http://www.dce.ufrj.br/40_anos_de_Stonewall.pdf

Pat Ferret disse...

Muita vontade de repassar esse post para uma pessoa próxima minha, que vive dizendo "Não tenho nada contra os gays, tenho muitos amigos que são!" mas tentou me convencer, ainda essa semana, que o casamento entre pessoas do mesmo sexo é inconstitucional.

Tenho a firme convicção de que, se a criatura precisa ficar alardeando que "não tem nada contra", é pq no fundo deve ter. Até pq o correto é não ter nada contra, nem a favor, muito pelo contrário: afinal, a sexualidade alheia não lhe diz respeito, não o afeta nem prejudica.

O mais triste é que está NA CARA que o filho dessa pessoa, um rapaz de 18 anos, é homossexual. E, como ainda não teve coragem de se assumir (cedo ou tarde o fará), vê-se obrigado a ouvir esse tipo de comentário numa base diária.

Ando cada vez mais decepcionada com os seres humanos, com vontade de criar um casulo e só sair dele pra ir comprar comida... AFF...

Tatiana disse...

Os reacionários estão mesmo partindo para o desespero. No campo do discurso já perderam faz muito tempo.
Na verdade, o que eu vejo é uma forte reação contra os direitos recentemente conquistados pelos LGBTTs. Os conservadores já perceberam que nada poderão fazer, que a história de respeito aos Direitos Humanos continuará sendo escrita e que homossexuais deixarão de ser cidadãos de segunda classe (querendo eles ou não). Meu medo é de que toda esta revolta se transforme em (mais) violência contra a comunidade LGBTT.

Giovana disse...

É visível (gostaria de dizer risível, mas não posso) o atraso cultural e informativo dos que postaram estes tuits. Quando você diz 'sem noção', Lola, não se trata apenas de uma é só a gíria que ouvimos por todo canto atualmente. É sem noção mesmo. Tratam-se de pessoas que precisam urgentemente ler mais, estudar mais, conhecer um pouco mais de história e sociologia, antes de saírem postando impropérios e, pior, acham que estão arrasando em seus comentários. Deviam ter vergonha por mostrar em público sua falta de cultura e um nível de informação tão tosco.

Tatiana disse...

Agora, essa modinha de orgulho hetero me revira o estômago.
Estes boçais se dizem orgulhosos dos próprios privilégios!

Eu preciso perguntar: orgulho de que, cara pálida?

. Orgulho de poder demonstrar carinho para com seu parceiro sem correr o risco de ser enxotado de bares e restaurantes ou espancado na rua?
. Orgulho por não ter o seu caráter julgado pela sua orientação sexual?
. Orgulho de não ser expulso de casa ou perder o contato com os pais e amigos após assumir um relacionamento com alguém que você ama?
. Orgulho de não ser considerado por muitos como anormal e doente, não existindo ninguém querendo curá-lo do seu “heterossexualismo”?
. Orgulho de não correrem o risco de morrer nas mãos de gente intolerante simplesmente por serem como são?

Por quais direitos não conquistados os heterossexuais deste movimento lutam?
Ah, deve ser pelo direito de discriminar sem o policiamento do politicamente correto que tanto os incomoda.
Ah, e sim, um homossexual pode se dizer orgulhoso de sua orientação sexual assim como um negro pode se dizer orgulhoso de sua cor.
A explicação é simples: negros e homossexuais sofrem com toda sorte de preconceitos e violências (físicas, psicológicas, morais etc), simplesmente por serem como são.
Precisam superar entraves que não existiriam se fossem brancos e heterossexuais, seguindo assim o padrão de normalidade imposto pela sociedade e o padrão de beleza vigente.
Quando uma pessoa se diz orgulhosa de ser branco ou heterossexual, está imediatamente se colocando em uma posição de superioridade em relação aos outros que assim não são.


Estes filhotes de Bolçalnaro deveriam ter é vergonha de tanto egocentrismo e ignorância.

MARIA, L.P. disse...

Muito bom, sem palavras!

Mariane disse...

Lola , seu melhor post! Maravilhoso , lúcido , perfeito!

Pequenas histórias cotidianas disse...

Não acredito que meu comentário não foi.... ahhh lá vamos nós:

Querida Lola, eu muitas vezes linko seu blog lá no meu FB. E como sei escolher meus amigos (rsrsrs) a maioria adora. Mas, claro smepre tem os sem-noção de plantão,. A criatura veio dizer que achou um nojo o teu post, pois as minorias e seus lideres smepre acabam sendo preconceituosos tb. E que como ateu, ele não se sentia conteomplado por essa postura. Eu disse a ele que se fosse eu escrever, talvez seria mais amena, pois este é meu jeito, mas que os teus argumentos belíssimos não se inviabilizam em nada pelo modo como vc escreve. Mt pelo contrário.


Acho que ele como branco, hétero, de classe média já tme força suficiente pra se defender quando o assunto é religião ou a falta dela, né?


Estes dias, vejo que sei bem escolher meus amigos, pq os reacinhas de plantão são smepre conhecidos.. que eu até tentei uma amizade, mas não deu, sabe? Enfim

Edenilson Francisco disse...

Enquanto lia este texto, lembrei-me do vídeo com o pronunciamento da deputada católica Myrian Rios na Assembléia Legislativa, relativo a votação da PEC23 uma espécie de PLC122 carioca, deixo link do Bule Voador com respectivas respostas;

http://www.youtube.com/watch?v=1HY8EXuOM68

Indignação é a palavra do que senti ao assistir o vídeo, indignação da autora é o que suponho ter sentido ao ler o texto.

Tenho sérias divergências quanto ao texto da PLC122, inconstitucional em alguns dos seus artigos propostos.

Tenho divergências com colocações militantes que leio neste blog por considerá-las tão sub-classificatórias quanto o assim apontado outro lado.

Já fui discriminado por ser pobre, baixo, fora de forma, calvo,usar óculos, umbandista. Ter nascido branco, hetero, homem não melhorou muito minha vida. E não sou hipócrita em reconhecer que ao menos no ambiente familiar e numa ou outra situação, ter nascido assim "ajudou".

Já quis sim ganhar no grito e por sorte encontrei mulheres que sem precisar gritar, com inteligência me fizeram calar. Inteligência eu respeito, não importa de quem vier.

Ontem ainda neste blog, no texto sobre psicopatia da sociedade, uma participante lavou minha alma com lucidez tamanha. Agradeço de público à Isabel.

Adiciono ao agradecimento hoje a postagem de Pentacúspide.

Cansaço de sub-classificações entre "progressistas" e "reaçionários", é o que sinto, o texto de ontem;ENTÃO O MUNDO TÁ CHEIO DE PSICOPATAS, me confirmou isto mais ainda, para lá e para cá.

Abraços!

Lord Anderson disse...

"Os conservadores já perceberam que nada poderão fazer"

Tatiana, adoraria ter essa certeza, mas acho melhor não cantarmos vitoria antes do tempo.

Tem muito chão para percorrer ainda antes da igualdade de direitos ser uma realidade.

Os conservadores e os preconceituosos podemo atrapalhar muito.

Milena disse...

Lola, esse post seu foi um alívio pra mim. Ontem mesmo eu estava muito chateada com um e-mail que recebi do meu catequista de crisma (eu nem me considero cristã, mas a minha mãe é muito religiosa e pra ela eu fazer esse crisma é muito importante). Eu literalmente tremi de raiva. Olha só:
"Caros,

Segue um vídeo interessante, naquilo que já discutimos em sala. Compartilho do mesmo pensamento do autor do vídeo. Se tiverem um tempo, será muito interessante assistir.

http://www.youtube.com/watch?v=Wq300dD-6PM"

Um vídeo maluco, sem respaldo nenhum, todo baseado em "achismo" e o pior, divulgando uma mensagem de ódio. Quem gravou ainda tem a cara de pau de dizer que não tem nada contra gays.
Eu fiquei horas pensando em o que mandaria de resposta a esse e-mail. Eu ia escrever uma resposta gigantesca, mas no final, mandei assim "haha, que lixo" - e me senti purificada hahaha.

Danielle Andrade disse...

Lindo texto Lola, lindo mesmo.
Um abraço.

Somnia Carvalho disse...

Lolissima! Não vai dar pra fugir do obvio: que post lindo! mas taooo lindo que da vontade de fazer o que tua outra leitora disse: colar em tudo quanto e lugar!!!

se puder colar no meu blog eu colo!

Lendo as declaracoes do pessoal do orgulho hetero e uma coisa tão triste que as frases quase sempre terminem com "apenas isso". Voce defendeu gente que tem uma historia de discriminacao e eu to defendendo ser um completo idiota, mas "apenas isso"...

nao e possivel como tanta gente no mundo pode ser TAOOOO SEM NOÇAO! TAO ignorante em todos os sentidos do termo...

Entao eles podem sentir e dizer aos quatro ventos o que querem, mesmo sem pensar nas consequencias disso, mesmo, como voce tao belamente disse, provando nao entender nada de contexto, mas e isso, eles pensam assim e é SÓ ISSO!!!

MEUS FILHOS ACORDEM PARA A IMBECILIBILIDADE DA VIDA QUE LHES ATORMENTA!!!!

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tatiana disse...

Podem sim Lord Anderson,concordo com você. Mas apenas conseguirão atrasar um pouco as conquistas. Elas virão, mais cedo ou mais tarde.
E eu não menosprezo os reacionários. Inclusive, afirmei nos meu comentários anteriores que temo uma onda de violência ainda maior contra a comunidade LGBTT (era uma boa hora para a aprovação do PCL 122/06, que infelizmente virou uma colcha de retalhos graças à pressão da bancada evangélica).
Bolsonaro, Myrian Rios, Magno Malta e pessoas ignorantes como estas que postaram no twiter sempre me deixarão de olhos bem abertos. E atenta.
Mas o que será de nós sem um pouco de otimismo?

Anônimo disse...

Lola, que fatality, eu gostaria de ser assim, mas sou um "pouco" mais nervoso. Quer dizer, eu não aguento mais ouvir as pessoas falando sobre homossexualidade. Eu sou gay e não sei onde que as pessoas estão vendo essa parada gay 24 horas, que elas parecem que estão vendo. Minha mãe estava reclamando que não aguenta mais a propaganda gay, pasme!, agora tem UM personagem gay em toda novela. UM entre quantos? 200? Ah, caramba!

Acho que com o avanço do movimento gay e do reconhecimento dos direitos civis, os homofóbicos mudaram as táticas. Não se trata mais de defender uma normalidade etérea, mas de defender a heterossexualidade de maneira clara (heterossexualidade oprimida pelos homossexuais que não sabem seu lugar).

Eu não sei, eu tenho visto que algumas coisas e tenho me perguntado, isso é homofobia ou burrice? Não é possível que as pessoas acham que a realidade é essa. Não é possível que o Estado dê eco a essa demência. Sei lá, é uma questão de escolaridade básica, qualquer um que consiga fazer uma redação nota 7, deveria perceber que os discursos desses sujeitos não têm coerência, que poderiam ser resumidos a "eu não gosto de gays porque é feio"... e daí, cara pálida? Eu nem sei que você existe. Parece que eu fui enviado a uma realidade paralela e aqui toda aquela história de direitos humanos, direitos individuais... nunca existiu ou só fui eu que levei a sério essa parada. O pior é que não acho que exista absolutamente NADA que dê garantia alguma (como não deve existir para nenhuma minoria), o Estado burguês não garante nem a droga do direito burguês, eu tenho que ver a minha individualidade agredida TODO FUCKING DIA.

Pfff... eu acho que é ligar o foda-se com algumas pessoas e tratar de uma forma tão ridícula quanto o que elas são, ou seja.. CHOREM HOMOFÓBICOS OS GAYS VÃO CASAR, NÃO IMPORTA O QUE VOCÊS FAÇAM, NÃO IMPORTA O QUANTO ODEIEM.

Lola, um abraço.

Anônimo disse...

E toda a solidariedade à luta feminista e anti-racista!

Pelo fim do racismo, do patriarcado e do capital! :)

Sara disse...

mais uma vez Lola vc expressou meus sentimentos e pensamentos como ninguem, parabens por ser tão lucida....

Jackeline disse...

Eu gostaria tanto de ser articulada como você Lola (e como muitos comentaristas daqui também), porque eu conheço tanta mas TANTA gente com esse tipo de mentalidade atrasada. E esse tipo de argumento falho me tira tanto a paciência que muitas vezes eu evito discussão.
No mais, queria poder dar um "curtir" no comentário do Joel, porque concordo com tudo: orgulho mesmo é ter nascido com todos os privilégios (ou quase todos, porque apesar ser branca e hétero, sou mulher, né) e solidarizar com a causa de quem sofre injustiças diariamente.

Fel Literário disse...

Só uma observação: o cara que quer usar uma camisa 100% branco não é só babaca, não. É preconceituoso mesmo, pois 100% negro remonta à uma origem comum, enquanto 100% branco não remonta a nada, pois branco é oposição a negro. Seria diferente de se usar uma camisa escrita 100% canadense, 100% gaúcho, 100% eslavo, 100% asiático...
Quem levanta o orgulho de ser branco (assim genérico) levanta o orgulho de não ser negro. Isso, é preconceito.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lord Anderson disse...

Tatiana, vc esta mais que certa.

Afinal sem otimismo, mal dá para lutar não é :)

Sarah disse...

Muito se fala sobre preconceitos de gênero, opção sexual, etnia, etc. As críticas na maior parte das vezes vêm das pessoas que sofrem o preconceito ou das pessoas com mais estudo e/ou com a “cabeça mais aberta” e conseguem ver a injustiça. No caso gostaria de falar de um preconceito que sofri e sofro até hoje, mas que não é muito discutido. Sou protestante, evangélica, crente. Quando era criança sofria com as piadinhas e exclusões dos amiguinhos e da família de maioria católica. Já adulta, na universidade, o preconceito continuou, com o desprezo nos comentários, como se os crentes fossem menos inteligentes pela escolha da religião. O engraçado é que no meio acadêmico, tudo é legal, ser espírita, da umbanda, católico, religiões orientas etc, mas se você for crente é um cabeça fechada. Por causa da minha experiência, vejo que só enxerga o preconceito quem passa por ele. Por ter sofrido com o preconceito é que apoio homossexuais, mulheres, negr@s, pessoas de todas as religiões etc. Em uma sociedade igualitária não deve haver lugar para exclusões e julgamentos infundados.

Anônimo disse...

Os héteros brasileiros vivem no país mais corrupto do mundo, e mesmo assim não conseguem encontrar nenhum tema de mobilização que não seja carro, futebol, cerveja e pegação.

Aí quando se deparam com a seriedade da consciência organizada de um grupo oprimido, em vez de buscar inspiração nisso e abrir a cabeça, eles ficam com ciúme da visibilidade que aqueles conseguiram.

O que você vê é esse completo desperdício de energia, energia que podia ser empregada pra protestar temas realmente relevantes.

Com certeza "orgulho" não tem o mesmo significado pros gays e pra maioria dos héteros.

Niemi Hyyrynen disse...

Nossa Lola to enojada com esse povo sem noção!

Acho que orgulho hetero deveria virar diploma de burrice.

E é isso ai, vamos continuar a lutar contra essa onda de conservadorismo com MUITO otimismo, pq é necessário conseguir enxergar um bom futuro hoje para colhê-lo de fato amanhã.

:)

Erres Errantes disse...

Engraçados esses posts do Twitter. Por que lembrar que muitos brasileiros são hétero, como se já não fosse óbvio? As minorias se manifestam publicamente como uma forma de se defender e de reivindicar seus direitos; mas, no caso do orgulho hétero, pra que afirmar ter orgulho de algo que é amplamente aceito pela sociedade? Eu sou heterossexual e não faço a menor questão de alardear isso por aí, porque estou muito segura da minha sexualidade, o que, no caso dos partidários do tal do orgulho hétero, parece ocorrer o contrário. Abraço, Rosa.

aiaiai disse...

PQP, Lolinha, arrasou! Lindo, simples, claro. Li de uma talagada, só me resta espalhar!
Obrigada!

Laís disse...

Boa Lola! Concordo com tudo o que você escreveu! Fico muito feliz de saber que existem pessoas como vc em nosso país: Sensata e engajada! Eu sou branca, heterossexual, classe média alta, enfim, estou dentro de todos os padrões! E não permito que ninguém fale algo tão ridiculo (orgulho de ser hétero ou de ser branco) perto de mim! Não conheço bem nenhum gay, lésbica, travesti e similares, mas uma das minhas melhores amigas é negra, e eu sei bem o que ela já passou, estudando num colégio de classe média alta e classe alta numa cidade interiorana! Eu não tenho motivo nenhum pra sair gritando por aí que sou branquela com orgulho (e olha que eu sou literalmente branquela e já ouvi muito por isso!), mas minha amiga tem, se tem! Respeito em primeiro lugar, minha gente! Todas essas iniciativas toscas e sem fundamento de orgulho hétero ou branco (e os comentários do pessoal do twitter que vc postou - que nojo dessas pessoas!), infelizmente, partem de pessoas ignorantes, no sentido de que não fazem a menor idéia do que estão falando, não têm embasamento, não têm conhecimento! Falam para aparecer e como gostam de aparecer! No futuro provavelmente, mas espero que não, farão parte da nova geração de machistas (homens e mulheres)! Vergonha alheia desse pessoal aqui é mato, Lola! E convenhamos que a hipocrisia reina absoluta nesse meio! As mesmas pessoas que declaram ter orgulho hétero são aquelas, que mesmo tendo um relacionamento, procuram prostitutas (homens, mulheres, gays, travestis, etc.) pra realizar a sua principal fantasia: sexo anal (relato de milhares de profissionais da categoria)! Aí o indivíduo chega em casa, beija a mulher dele (que nem sonha com o que ele acabou de fazer), os filhos e sai gritando aos quatro ventos o orgulho de ser hétero! Fala sério!

Laís disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Nicole disse...

Eu queria que tanta gente lesse isso!!!!! Que post excelente, Lola! Concordando com esse monte de gente, o melhor que li até agora!

Letícia disse...

eu queria acreditar que um imbecil desse tipo vai ler isso aqui e mudar de ideia, mas o pior é que não vai, não. quem tá dentro da bolha do seu mundinho de privilégios não quer sair...

Nicole disse...

Só acho que aqui nos comentários devia ter aquele botãozinho 'Curtir', que nem no Facebook. Vi vários comentários excelentes tb!

Letícia disse...

eu sou hetero e me sinto é muito oprimida em meio hetero... depois de três cervejas, nenhum homem tem respeito: querem "pegar" vc como se vc fosse lixo e se vangloriam do tratamento que dão às mulheres, desprezando o que elas sentem e querem. por isso concluo que só mesmo HOMEM hetero pode ter privilégios de que se orgulhar e, dentro da própria ignorância, podem se sentir discriminados em um ambiente gay... faz anos que eu só vou a festas gays, pq não suporto ficar perto de homens heteros e bêbados!

Natália Alma disse...

Ô Lola generosa e corajosa, usa ideias ótimas e lindamente articuladas pra tentar dialogar com tanta gente violenta. Te admiro e me identifico!

A maioria das pessoas por aí é reacionária, normativa, elitista ou é impressão minha através da minha experiência idiossincrática, e tb da mídia e da tecnologia? #afe

Agora tem muita gente que deixa de entendercertas coisas, não por falta de explicação, mas por talvez falta de coração e muito medo...
medo principalmente de QUEM É, né.
Só mesmo sentindo tanto medo de si mesmis para poderem ter tanta pani em relação ao que outras/os são e vêm a ser... só pode!

#revoluçãovemdedentropraforaedebaixopracima

Flávia A. disse...

Já pode imprimir e distribuir pelas ruas??

Sério, disse tudo e do melhor jeito possível! Post maravilhoso!

Beijos!

Letícia Rodrigues disse...

Vivemos em uma sociedade que diz o tempo todo, de muitas formas diferentes, que os negros devem se envergonhar de ser negros, e que os gays devem se envergonhar de ser gays. Nesse contexto, não basta dizer "sou negro e não me envergonho", "sou gay e não me envergonho", até pq seria ambiguo, poderia dar a entender que até há motivo para sentir vergonha, mas vc não sente.

É preciso combater o preconceito com orgulho. Não entender a necessidade da manifestação desse orgulho é ser muito ignorante em relação aos preconceitos, ou então muito preconceituoso mesmo.

E isso de dizer que o racismo é injusto pq os negros não tem culpa de nascer negros é a maior forma de racismo que existe. É dizer que os negros são dignos de pena por terem nascidos com esse defeito.

Pois se eu tivesse tido escolha, teria escolhido nascer com a mesma pele preta e o mesmo cabelo crespo que tenho, e dos quais me orgulho muito!

P a o l a* disse...
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P a o l a* disse...

Lola! parabéns por mais um post incrível, super crítico, me identificoo muito com suas ideias! Além de parabenizá-la pelo excelente blog, venho aqui para lhe dar uma dica para um post: http://www.anoesemchamas.com.br/amanda-episodio-1/ esse é 1 dos 8 espisódios. como você interpreta isso? um ironia ao machismo ou um reforço do mesmo? beijos

Anônimo disse...

Vivemos em tempos de uma direita super alimentada e que tem recebido espaço na mídia. O contra-ataque tem sido por meio da exposição da defesa aos direitos iguais... e não pelo deboche banalizado ou violência. Um ponto a mais pra luta!

Parabéns, ótimo post!

Anônimo disse...

Sensacional Lola!
O mundo precisa de mais pessoas como vc.

Ana disse...

Chega dar um calorzinho no coração de tão bom que é ler coisas assim. Principalmente porque convivo (infelizmente e com muito nojo) com pessoas que pensam igual a essas que celebram o Orgulho hétero.

Parabéns pelo texto!

Aline disse...

Lola, vc já leu esse texto aqui?

http://psiquiatriaesociedade.wordpress.com/2011/06/08/carta-aberta-aos-comediantes-brasileiros


;)

Gabriele disse...

Lola pra presidente! ;D

Marina disse...

Leio seu blog com frequencia e quase todo o dia. Adoro ele e despertou meus pensamentos sobre várias questões que são realidade, mas que nem sempre são vistas (por quase ninguém).
Só acho que você não respondeu a pergunta da "lu_audrey". Não vou escrever mais que isso se não posso ser mal interpretada por aqui, só não achei que ficou claro o seu ponto de vista sobre a questão. ;)

Anônimo disse...

Me fascina a clareza com que Lola explica o turbilhão de conflitos dos quais reflete. Sem falar na sensatez de suas palavras!
janeladaparedeazul.blogspot.com seguindo http://escrevalolaescreva.blogspot.com/

Raphael Ricci disse...

Infelizmente ainda se vê esse tipo de manifestação ridícula de pessoas que, provavelmente, não pararam nem um segundo pra raciocinar antes de realizar ou escrever algo. Dois míseros minutos de raciocínio a respeito de preconceito e movimentos sociais já faz com que uma pessoa que tenha o MÍNIMO de instrução entenda a necessidade desse tipo de manifestação. Só que é muito mais fácil criticar do que refletir. Provavelmente essas pessoas que realizaram esse ato ridículo são parte de uma "alta-sociedade" (Tá mais pra baixa!) que nunca na vida teve que se esforçar, ou, o máximo que se esforçou foi para tirar nota boa no inglês pago na melhor escola particular para poder viajar para o exterior a cada seis meses (¬¬). Esse Brasil nosso não tem jeito mesmo! Por isso que eu assino embaixo quando Hilda Hilst diz em seus livros que o povo gosta mesmo é de putaria!

Vamo vê a véia fuma! Vamo vê a véia Bebe! Vamo vê a véia FUDE!

Porque de fude o povo entende bastante!

Gre disse...

Realmente Lola, vc consegue mover o que há dentro de nós e me faz sentir viva e ter orgulho de ser o que sou. Opa, sou hetero, mas esse não é o motivo do meu orgulho. Está mais adentro. Bem, nunca ouvi e li tanto a respeito. A "sociedade dos corretos" anda muito preocupada com gays. Precisam ostentar a "machesa" toda hora, a todo momento. O que acontece? Medo? Ah ser homófobico sim, mas preconceituoso não? Essa palavra assusta mais do que as atitudes incentivadas por ela. Enteder isso tudo, até sou capaz, mas me nego! A parte que me cabe já pratico e enquanto puder estarei ensinando meus sobrinhos, afilhados e futuros filhos a serem pessoas melhores do que isso!

Borgonove disse...

Lola, primeiramente parabéns pelo ótimo post. Mas acho que preciso ressaltar um erro gravíssimo que cometeste nesta postagem, ao colocar no mesmo saco Skinheads com preconceituosos raciais como o odioso Ku Klux Klan.

Os skinheads surgiram de operários ingleses e jamaicanos. Ouviam reggae, skinhead reggae e ska e eram formados majoritariamente por homens e mulheres negros. A subcultura skinhead, a verdadeira, não aquela saturada pela mídia, é contra qualquer tipo de preconceito racial, qualquer tipo de preconceito seja ele étnico, de nacionalidade, religião ou opção sexual. Por conta de um grupo isolado, minoritário, a palavra 'skinhead' é até hoje relacionada com 'preconceito racial', coisa que não corresponde com a verdade. Esses preconceituosos são chamados de Boneheads, não Skinheads e são criminosos que não tem nada a ver com a cultura skinhead.

Um grupo famoso de Skinheads são chamados SHARPS ( SkinHeads Against Racial Prejudice - Skinheads contra o preconceito racial)que são justamente Skins que lutam CONTRA o preconceito racial e honram principalmente suas origens jamaicanas, operárias.

Dentro dos verdadeiros skinheads existem negros, brancos, amarelos ou roxos, de todas as religiões e opções sexuais, homens e mulheres, que lutam principalmente contra qualquer tipo de preconceito e principalmente contra a má imagem que a sociedade tem deles.

A seguir uma música para você ouvir, Laurel Aitken o Padrinho do Ska. Skinhead, negro e muito orgulhoso de suas origens.

http://www.youtube.com/watch?v=WcEhAIx1OB4

paulamarques disse...

Parabéns Lola! vc fala com palavras tudo o q sinto!!! Eu amo saber q existe pessoas q tem um senso crítico apurado e conseguem expressá-lo de maneira tão certeira!!!
Muita força para você (e para todas as minorias) nessa batalha! bjos

Natureza Artificial disse...

Borgonove: faço das suas palavras as minhas. Já comentei acima sobre isso, mas vc foi muito mais profund@ na explicação. Ao mesmo tempo em que lutamos contra o preconceito aos negros, homossexuais e tal, tbm pelos skinheads que sempre são injustiçados. Um abraço!!

Denise D'Diáspora disse...

Maravilhoso...Adorei...Show de bola...Quando eu crescer quero ser igualzinha a você. Rsrsrs.

Nilo Cabral disse...

Por que os ditos defensores da heterossexualidade estão tão incomodados?

Pedro Marques disse...

Como diz o Idelber Avelar: as pessoas identificam umas simetrias completamente esdrúxulas.

Enfim, amo demais o seu blog. Sou homem, hetero, branco, e vivo numa constante luta contra meus preconceitos. Seu blog me ajuda a perceber como certas atitudes tão "naturalizadas" podem ser ofensivas e opressoras. Sendo até meio meloso, posso dizer que você me acrescenta existencialmente xD

Abraço, e continue publicando textos desse nível. Em meio a tanta ignorância, o mundo precisa deles.

Daní Montper disse...

Borgonove, você tem algum material sobre isso que falou para nos indicar? Eu não sabia de nada disso sobre os skinheads.

Tiago disse...

Ando lendo seus posts e gosto do que escreve, mas observarei dois trechos aqui e lhe darei a chance de esclarecer (se quiser, é claro)


“Eles, sim, têm motivos pra ter orgulho de ser branco — é porque odeiam os negros. Qual é o seu motivo?”

Quer dizer que o negro tem motivo de ter orgulho de ser negro porque odeia o branco?

“Sabe quando um milionário fútil gasta milhares de reais festejando o aniversário do seu bichinho de estimação?

Milionários são minorias e os que gastam fortunas com festas para animais de estimação são uma minoria dentro da minoria.
Este exemplo serve para lhe mostrar como é impossível não haver qualquer tipo de discriminação quanto às minorias. Se até você, com suas ideias tão “libertárias” e isentas de preconceito, acaba por cometer este deslize...

Renata Winning disse...

Lola, ontem mesmo utilizei o mesmo exemplo (camiseta 100% branco) para falar do orgulho hetero. De fato, se trata do mesmo fenômeno: Brasil mascarando o preconceito com a negação das diferenças. Quando apontamos o dedo na ferida (nossa sociedade perversa aniquila o que não corresponde ao padrão dominante: branco, rico, heterossexual)temos uma avalanche de negação com discursos absolutamente ilógicos - vide Myrian Rios.Gostei que você utilizou essas falas para exemplificar essa manifestação desesperada de quem não quer perder o domínio e os privilégios de ser da classe opressora. Está de parabéns pelo post! Sempre digo que a nossa maior arma de combate é a elaboração. Romper com o silêncio para combater a violência.

Mari Andrade disse...

Obrigada Lola, por me oferecer argumentos para rebater as asneiras homofóbicas que pessoas ao meu lado soltam todos os dias! Afff
Infelizmente eu não tenho a mesma paciência que vc pra discutir com gente ignorante, tenho vontade de partir pra cima literalmente. É pensando nisso e também na minha saúde mental que decide não abrir uma conta no Twitter.
Abraços

zejustino disse...

"Por que os ditos defensores da heterossexualidade estão tão incomodados?"

Medo? Pavor? São tão inseguros que precisam alardear para todos que são heterossexuais?

Quem não "deve", não teme. E essa dívida pode ser a incapacidade, a fraqueza de caráter ou o pavor de assumir.

Amanda disse...

Teu blog é leitura e inspiração diária! Parabéns Lola!

Anacah disse...

Lola, fantástico...
Vc podia falar tb do tal "cabelo ruim". Tenho uma raiva desse termo, que só existe pra dizer que o que não é igual ao da "classe dominante" (cabelo liso), não é bom... fico P da vida!

beijos

Ana E. disse...

lola, esse é um dos melhores posts seus que eu já... é tudo que eu semprei pensei e não sabia como por em papel. obrigada.

Natureza Artificial disse...

dani montper: que tal isto? http://www.youtube.com/watch?v=7kPz-P5UWIU

Gaia disse...

Vários comentários falam por mim.
"Vergonha alheia desse pessoal aqui é mato, Lola!"[2]
"Só acho que aqui nos comentários devia ter aquele botãozinho 'Curtir', que nem no Facebook. Vi vários comentários excelentes tb!"[2]
"Mas acho que preciso ressaltar um erro gravíssimo que cometeste nesta postagem, ao colocar no mesmo saco Skinheads com preconceituosos raciais como o odioso Ku Klux Klan."[2]

Por algum tempo pensei que essa gente tinha problemas com raciocínio lógico. Agora estou convencida de que é cara de pau mesmo. Não querem largar o osso de jeito nenhum.
Só não digo que são uns filhos da p*ta, porque por elas tenho enorme consideração (além de ser machista).

Adriano Magesky disse...

*_*. lindo texto, Lola, as usual...

Adriano Magesky disse...

*_*. lindo texto, Lola ... um ds seus melhores posts, me deu vontade de voar lendo ele ! Beijos

Rosangela disse...

Fiquei emocionada também. Essa Lola é o máximo!

Rosangela

Carlos J. disse...

Bravo. Não há mais o que ser dito.

Carlos J. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mariana Amaral disse...

(tive que postar esse comentário em partes, pois era muito grande)
Parte 1:
Olá Lola! Meu nome é Mariana, e primeiramente, digamos que eu não leio seu blog com frequência, mas algumas amigas minhas calharam de me mandar seu post sobre o dia do Orgunho LGBT, e eu, sendo homossexual, decidi ler. E o que eu tenho pra dizer talvez seja diferente de muitos dos comments que eu li, de pessoas 100% apoiando o que você escreveu. Na verdade, não é que eu discorde de tudo o que você escreveu, mas eu acho que existem muitos pormenores que devem ser levados em consideração, os quais você não mencionou.

Primeiramente, acho que vou começar com o fato de...porque se existe um dia LGBT? Digo, porque, de fato, o dia foi criado? Acredito que no começo, o dia do orgulho LGBT foi criado como um modo de criar awereness entre as pessoas, e também um modo de mostrar para os que não eram gays que "existem gays, e eles estão numa missão de paz, querendo ser quem são". Acho que começou assim. Contudo, a proposta do dia LGBT e a parada gay em muitos lugares mudou de papel. Hoje em dia, a parada gay de São Paulo é, pra muitos, com o perdão da palavra, um centro de pornografia gratuita e sexo fácil. Então vamos começar tudo com...cadê o orgulho LGBT? Isso é se orgulhar de ser gay: fazer sexo em público, desmerecer o casamento hetero alheio, tirar a roupa em público, mostrar os peitos pra câmera...? É isso então, ser gay? Eu entendo, sabe, quando você diz que um heterossexual virar e dizer "tenho orgulho de ser heterossexual" soa como se a pessoa fosse um idiota preconceituoso...mas sabe, acho que existe muitos gays por aí que são tanto - se não forem mais - preconceituosos contra heterossexuais (e contra si mesmos, mas disso eu falo daqui a pouco) do que muitos heterossexuais.

Bom, então a gente se pergunta...os gays tem mesmo uma cara limpa e um contexto (como você diz, o qual todos precisam de um) REALMENTE NOBRE para poder festejar o dia do orgulho gay? Até alguns anos atrás eu até concordo que tinham, hoje eu dia eu me entristeço de admitir que muitos gays estão se tornando exatamente o que eles tentavam lutar contra. Eles tentavam lugar contra o esteriótipo de vulgares e "putos" que tinham, e olha o que a gente vê na parada gay. Eles tentavam lutar contra o preconceito, e olha quanto preconceito eles não criaram também. Acho que só por uma pessoa ser gay, isso não faz dela coitadinha ou muito menos incondicionalmente boa pessoa, pelo contrário. Tanto gays como homossexuais deveriam ser julgados como *pessoa* acima de tudo, e hoje em dia, quem olha a parada gay, muitas vezes tem *todo* o direito de julgar os participantes da mesma como *pessoas* vulgares, sim, e preconceituosas, sim. Triste, mas verdade. E acho que muitos gays concordariam comigo. Eu mesma não vou na parada gay mais fazem quase 3 anos...

E sabe, eu não quero dizer que que todo gay é assim ou todo o heterossexual é assado, porque generalização sempre acarreta problemas. Mas eu acho que existem erros sim, em ambos os lados, e eu acho que muito dessa revolta contra o "dia do heterossexual" é uma resposta desnecessária de ambos os lados...tanto dos homossexuais, quanto dos heterossexuais.

Então, eu concordo que existam muitas pessoas que usariam o dia do orgulho hetero para uma celebração de preconceito. Mas sabe? Eu não acho que nos é direito de dizer que todas as pessoas usariam isso desse modo. Na verdade acho que assumir isso é igualmente errado a assumir qualquer coisa a homossexuais. Afinal, qual é o problema em querer manter os *mesmos* direitos que homossexuais? Não os vejo.

Vi, no seu site, o seguinte comentário:
"Sentir orgulho de ser hetero, branco, homem, ou qualquer coisa, é quase comparável a dizer que sente orgulho de fazer parte da classe média enquanto come uma coxa de frango na frente de uma criança de rua passando fome. O negócio é: PRA QUÊ? Você sente orgulho de ter todos os privilégios? Você é tão babaca assim? Não costumo julgar moralmente, mas me sinto na raiva desse jeito."

Mariana Amaral disse...

Puxa vida...e isso não é preconceito? Ser heterossexual e branco agora virou sinônimo disso?
Isso me lembra uma frase de Nietzche (e não, não quero dar uma de intelectual, é que de *fato* me lembra a frase e me parece bastante apropriada): "Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você." E sabe do que eu tenho medo? De que o ciclo de preconceito nunca termine, pois um lado passa a odiar o outro e, sem perceber, passa a ser tão ignorante quanto eles.

Sabe o que eu diria pra essa pessoa? Eu moro nos EUA fazem 2 anos já, mais especificamente em Detroit, uma das cidades mais preconceituosas daqui. Eu vejo e vivo preconceito todos os dias, quando saio na rua, quando vou pro colégio...se eu *pensar* em beijar minha namorada na rua, eu tomaria um tiro na cabeça em menos de dois segundos, e não, não é exagero. Eu vivo a mentalidade americana, o ódio entre raças, a ignorância que o capitalismo fez com esse país...e eu entendo quando as pessoas do Brasil olham pra cá e tem nojo das pessoas daqui. Sério, eu entendo. Mas sabe o que é mais triste em TUDO isso? É namorar uma americana que, parece branca (apesar dela ser descendente de nativos do Alasca, NADA a ver com brancos, mas ok), e ver ela sendo degradada, mal-tratada, ofendida, e julgada por brasileiros (porque ela é americana branca nojenta que come coxinha na frente da TV, segundo a pessoa que comentou), por americanos (pq ela é gay e tem tatuagens demais), por gays (porque ela decidiu entrar num relacionamento sério e "está tentando ser hetero" - sim, já ouvimos isso devido a nossa monogamia), etc. Eu entendo de verdade sua revolta contra heterossexuais, mas acho que precisamos lembrar o limite entre revolta e ignorância, ao ponto que nos tornamos tão preconceituosos quanto julgamos eles o ser.

Dito isso, não vou nem entrar no quesito das cotas...digamos somente que é uma tentativa covarde de um governo preguiçoso que prefere remediar uma situação ao invés de tratar da real doença. Dar educação a uma classe com dificuldade é muito mais difícil do que dar pontos de graça, e isso se torna a bola de neve que são as discussões sobre as castas. Dividimos...novamente...uns aos outros, ao invés de nos unirmos a favor de uma única causa.

E sabe do que? Algumas pessoas me dizem que eu falo besteira, que homossexual não faz isso. Não, todos não, mas alguns fazem sim. Eu sou mal-tratada por homossexuais, e *eu* sou homossexual. Porque? Porque eu pareço heterossexual, ajo como uma, e, segundo eles, eu não sou homossexual de verdade...eu só sou uma heterossexual confusa. As mesmas pessoas que vão às ruas brigar contra seus direitos discriminam umas às outras. Não me entenda mal, eu tenho amigos e amigas gays maravilhosos, pessoas maravilhosas, e de modo algum eu quero que um heterossexual use minhas palavras pra dizer "EEEEEEEEEH! ESSE BANDO DE GAY FDP!" - não, de modo algum. O que eu quero dizer é somente que homossexuais também erram, e heterossexuais merecem *sim* serem ouvido sem serem julgados instantaneamente como homofóbicos, pois é isso que anda acontecendo. Muitos dos posts que você postou do twitter eram babacas, mas quer saber? Nem todos. Alguns, eu realmente entendo o ponto da pessoa, e até concordo com ela. Mas porque elas são heterossexuais, agora, elas instantaneamente tem um contexto errôneo? Acho isso errado. Acho isso muito errado.

Mariana Amaral disse...

Parte 3:
Mas deixa eu mudar um pouquinho de assunto sobre um comentário que você fez...
"Óbvio que um gay só quer ser gay porque está na moda, porque, né, ser gay traz um mundo de vantagens!"
Então, eu concordo com você que ser gay *de verdade* pode acarretar muitos problemas, acredite, eu mesma já passei por eles. Eu mesma tentei, durante anos, ser hetero ou arranjar desculpas pra ser hetero porque ser homossexual era muito "difícil". Mas quer saber? Ser gay está sim na moda! HAHAHAHAHA! Olha a galerinha mais nova, adolescentes, na rua, e me diz se todos os que beijam pessoas do mesmo sexo são realmente gays. Madonna beija mulher, Lady Gaga beija mulher, ser gay agora é chique e brilhante como David Bowie. Não, não é que ser gay é fácil, na verdade ser gay DE VERDADE é muito difícil. Mas quando algumas pessoas dizem que ser gay está na moda, eles estão se referindo ao fato de que muitas pessoas agora dizem ser gays porque é "cool" e "chique" e "diferente"...exatamente porque eles não querem ser um heterossexual chato, branco, babaca, que assiste TV, etc. E as pessoas acabam se "fazendo" de gay pra não servir ao esteriótipo heterossexual...assim como, antigamente (e hoje em dia também), gays "faziam-se" de heterossexuais pra não servir ao esteriótipo gay. E a bola de neve continua, e a história se repete...

Um dos grandes motivos pelo qual eu decidi responder ao seu blog é porque, de certa forma, eu espero que alguém leia minha resposta. Não para te desmerecer, pelo contrário, como eu disse existem muitas coisas sobre as quais você escreveu que eu não somente concordo como compreendo num nível pessoal. Mas eu acho que responder à suposta ignorância heterossexual com tanto fervor vai somente acarretar mais ódio...que irá ser seguido por mais ódio...e eu não gostaria de ver o meu país numa guerra de grupos distintos onde nenhum dos lados é certo, como o que aconteceu aqui em Detroit. Não vou entrar em detalhes sobre a história daqui, mas digamos que os "brancos" e os "negros" se odeiam com tanto fervor, uns com os outros, que eles nunca vão chegar num acordo. E muitos outros probelmas similares ao dos homossexuais, mas isso é muito complexo e eu teria que escrever mais uma página...hahahahahahahahaha

O meu ponto é: porque ao invés de nós darmos tanta atenção às nossas diferenças, não podemos dar atenção às nossas semelhanças? Porque ao invés de acharmos que nossas diferenças são casos de guerra, não podemos desfrutar delas? Porque eu, como gay, não posso ir a uma "parada hetero" para celebrar o fato de que nós existimos, diferentes, juntos, e em harmonia - assim como muitos heterossexuais vão à parada gay? Quer saber, de coração? Eu iria. Iria com a bandeira de ambos na minha camiseta, orgulhosa de ser homossexual a favor da sexualidade humana, seja ela qual for. E sabe qual é o mais triste? Eu seria lixada por homossexuais, iguais a mim, por ser supostamente...o que? Hipócrita? Por estar dormindo com o inimigo? O que diriam de mim? E não há como dizer que ninguém iria fazer nada, porque segundo as respostas no seu blog, no mínimo as pessoas achariam que eu era heterossexual (porque já acham isso, e já me destratam por isso normalmente), e eu seria linxada por ser algo que eu não sou...sério...precisa disso?

Sabe o que eu gostaria de verdade? O dia do orgulho da sexualidade (afinal, não vamos esquecer que no mundo não existem só gays e homossexuais...e que sexualidade é muito mais complexa e diversa do que essa linha torta entra dois grupos). O dia do orgulho de ter raça. O dia do orgulho da língua, da pátria, da descendêndia.

Mariana Amaral disse...

Parte 4, final:

O dia do orgulho da sexualidade, em que as pessoas de sexualidades diferentes se juntam, no mesmo dia, pra celebrar a harmonia entre si. Eu proponho o dia da sexualidade, não o dia do gay ou do hetero. Nós vivemos assim, falamos mal das diferenças e queremos igualdade, mas nos afastamos...nos divergimos. Não é assim que resolveremos nada. Isso não é motivo de orgulho, é motivo de tristeza.

Eu vou terminar esse post com um poema que eu gosto muito e que significa muito pra mim. Talvez quem o leia entenda um pouco mais o que eu quis dizer com esse post longo e triste...uma simples mensagem:

"O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas." - Carlos Drummond de Andrade




Com carinho no coração,
Namastê,
Mariana

Sara disse...

Sabe Unknown, da pra te entender, é até muito válido tudo o que vc expressa, mas infelizmente seus desejos são uma utopia da qual estamos a anos luz de distancia.
Mas saiba que no fundo é por isso que lutamos todos nos, por respeito, igualdade.

Edenilson Francisco disse...

Mariana (Unknown),


Obrigado, obrigado, obrigado, obrigado. Do fundo do coração, mil vezes obrigado!

Valeu cada palavra escrita.

Abraços Fraternos!

RASH SP disse...

Lola,
Antes de mais nada quero te dar os parabéns! Pelo blog como um todo mas, principalmente, por esse último post, com certeza é um dos melhores.
Só gostaria de dar uma opinião. Sou mulher e faço parte de um Coletivo de skinheads antifascistas (RASH-SP) e notei que no seu texto você cita a palavra "skinhead" como sendo aquele típico racista, homofóbico, nacionalista, machista, enfim, aquele ogro fascista que a mídia geralmente aponta.
Achei válido mandar esse comentário para esclarecer que, na verdade, ser skinhead não é isso. O skinhead é alguém ligado às causas sociais e determinado a desmistificar essa ideia de que somos fascistas.
Ficaria feliz se você visitasse nosso blog para maiores informações: http://rash-sp.blogspot.com/
Obrigada e, mais uma vez, parabéns!

Sexo c/ Amor? disse...

Muito legal teu post! As pessoas não gostam de enxergar! Antes, era mais aceitável, meio escondido e meio fora da linha de visão dos normais. Agora, começa o mvimento de inclusão social, expressão que acho um pouco ridícula. Afinal, incluir quem sempre esteve aqui, soa estranho. Trata-se de visibilidade social!!! E aí, nem todo mundo gosta...de ver.

Anônimo disse...

Perfeito post!
lembro do PC Siqueira falando em um video "você que tem orgulho de ser hetero é um babaca, por que não precisa se preocupar em lavar voadeira por andar na rua com seu namorado", ou algo assim, enfim, o sentido foi esse e pelo choque da frase fez muito sentido, como seu post fez agora. Parabens!

Jardim Aeroporto disse...

Sempre pensei assim ... obrigada por ter tornado essa opinião pública e de forma tão clara e pontual. Ótimo texto, ótima iniciativa...

deLira disse...

muito obrigada pelo post.

#semmais

Anônimo disse...

Mariane (Unknown) (vale pro cara que gostou do seu comentário).

Eu acho que vocês deveriam buscar um psicólogo, realmente. Isso não é uma ofensa, contra-argumento ou coisa assim. Pelo seu comentário é possível perceber em várias passagens, você definitivamente não se aceita como homossexual. Ou ainda não abandonou definitivamente, a tentativa de se passar por heterossexual ou de ser aceita como tal. Isso ainda parece ser bem importante pra você. Eu tinha escrito um comentariozão sobre o seu post, mas vários argumentos seus foram moídos e remoídos no post da Lola e nos outros comentários. Você não entende as bandeiras gays, tem problema com o próprio "estilo de vida gay", se preocupa com um conflito heteros x homos (por mais que a segunda parte seja invisível na socidade), pede desculpas de mais por ser homossexual. Qualquer argumento meu seria redundante e acho que não vai ser possível convencer você racionalmente antes de resolver umas questões particulares.

Procure ajuda, você vai ser bastante infeliz enquanto se sentir assim.

Mariana Amaral disse...

@ Denise - Sabe, pode até ser utopia, mas ter a consciência do que deveria ser não é utópico, na verdade é bem possível e deveria ser passado pra frente *sempre*. Talvez atualmente essa situação descrita seja utopia, pois as pessoas não se conscientizam, mas se elas se conscientizassem (da maneira correta, sem refletir ódio gratuitamente), você ia se impressionar como o quão fácil essa mudança poderia ocorrer...de qualquer forma, agradeço o tempo em ler o que escrevi, e fico feliz que você carrega bons princípios no coração, nós precimos disso no mundo.

@ Edenilson - Obrigada, querido, seu comentário me encheu de alegria. Desde que ao menos uma pessoa tenha lido e se emocionado pelo que leu, já me vale o tempo que gastei escrevendo tudo...



Um beijo para ambos,
Mariana

Mariana Amaral disse...

@ Mateuz - Não, Mateuz, eu não preciso de ajuda. Eu namoro há 1 ano e meio, vivo com a minha namorada, e sou muito feliz com ela e com a minha sexualidade. Tenho amigos, e várias pessoas que me apoiam e acreditam em mim. Só porque você não concorda comigo, não significa que seja louca ou precise de um psiquiatra (nem as pessoas que concordam comigo). Mas tudo bem... :) ...acho que eu nem tenho muito o que falar, afinal, você só me chamou de "louca" e disse que não iria escrever as coisas que lhe vieram na mente e na garganta. Não me julgue, Mateuz. Tudo que eu disse é algo realista, não neurótico...e existem pessoas por aí que passam exatamente por isso, muito mais pessoas do que você imagina.


Mariana

Letícia Rodrigues disse...

Substituir o dia do orgulho LGBTTT por um "dia do orgulho da sexualidade" seria uma forma de tentar tapar o sol com a peneira. Seria dar a entender que todas as formas de orientação sexual são igualmente discriminadas e precisam lutar igualmente por espaço.

Precisamos de um dia do orgulho LGBTTT para lembrar que vivemos em uma sociedade que elege a heterossexualidade como padrão e marginaliza todas as outras.

rbacellar disse...

De fato finalmente leio algo decente a respeito desse duelo entre hetero x homo...

Com relação a contextualização, você me deu o que pensar obrigado.

Grande abraço! Fica com Deus

Anônimo disse...

Mariane (unknown), só para você ter uma ideia do non sense do seu comentário.

Semana passada no Rio de Janeiro, em um votação que pretendia incluir a idéia de "orientação sexual" na lei que criminalizava racismo entre outras hostilidades a outras minorias, uma deputada afirmou que era um absurda. Como queriam impedir ela de demitir um funcionário caso ela descobrisse que ele era homossexual? E emendou, como poderia assim proteger o filho dela de pedófilos? Não houve nenhuma resposta a altura do comentário dela e esse vídeo se espalhou pela internet com várias mensagens de apoio à deputada. Sabe quantos parlamentares homossexuais assumidos existem no Brasil? Um. No universo de quantos? Mais de 200? Não é nem 1%. Vou nem falar dos direitos negados, disso você deve saber.

É essa a sua guerra de ódio? Uma das partes simplesmente não existe, como vamos odiar e tiranizar se nós não temos nem visibilidade ou poder na sociedade? Essa ideia não é só absurda, é cruel com tudo o que os homossexuais sofrem. Então, eu, gay, que tive problemas com meus pais, tenho uma penca de direitos negados, sofri bullying na escola, seria criminoso em mais de uma dezena de países... antes de lutar para existir, tenho que pedir licença e provar que não pretendo dominar o mundo, não utilizo o meu "poder" contra os heterossexuais? Isso é algum tipo de piada sádica?

Nem vou comentar sua ideia sobre homossexualidade estar na moda ou sobre a vulgaridade da parada gay, acho que com um pouco de boa vontade você também percebe o extremo non sense disso.

Os movimento gay não é um time de futebol disputando um troféu de hegemonia com os heterossexuais (por mais que pareça para alguma mente muito perturbada). O movimento gay luta apenas para que possamos existir como homossexuais (eu não sei se você percebeu, mas isso é bastante complicado).

Sobre sua ideia de dia da sexualidade, dia da raça, dia disso, dia daquilo... Olha, eu não sei se você percebeu. Esses dias já existem! Veja o dia dos namorados. O dia dos namorados, celebra o amor, o namoro, a confraternização de amantes, mas... espere! Quanto da propaganda do dia dos namorados você vê destinados a casais de namorados homens e namoradas? Inexiste. Como o dia do trabalho já foi considerado o dia do trabalhadOR, como o dia da independência do Brasil ou qualquer outra data cívica não representa indígenas e negros no Brasil. Somos invisibilizados de uma maneira ou de outra. Por isso é tão imporante o ORGULHO NEGRO, o ORGULHO GAY, o ORGULHO FEMINISTA. É um jeito de dizer, "olha, 'sociedade', nós existimos e nós não temos vergonha daquilo de que vocês gostariam de que nos envergonhássemos."

Relendo os seus posts, seus argumentos são tão masoquistas que fica difícil acreditar que você é lésbica e não um fake zombeteiro.

Anônimo disse...

Eu não lhe chamei de louca, meu último comentário saiu antes de ver a sua resposta.

Se você aconselha alguém a procurar um dermatologista, não significa que você diz a essa pessoa que ela tema alguma doença de pele. Ir a um oftalmologista não significa ser cego... Por que aconselhar a um psicólogo significa chamar alguém de louco? Não havia nenhum argumento ali mesmo, apenas um conselho. Que ruim que você viu de maneira negativa.

Adriano Magesky disse...

Gostei dos comentarios de Mateus. Acho que a natureza festiva da Parada é algo a ser ovacionado. Ninguém precisa desfilar com ódio pra reivindicar seus direitos.

Rotular gays de vulgares, depravados (por quem se diz gay), pra mim, é preconceito internalizado.

Beijokas, Lola, te apoio totalmente.

Anônimo disse...

PARTE 1
Mariana, eu não ia postar, mas já que você deu falta dos meus argumentos, esse era o comentário que eu tinha escrito. E reafirmo meu conselho de você procurar ajuda.

Primeiro a parada gay. Eu fui duas vezes na parada gay de Fortaleza, provavelmente deve ser uma das piores na crítica que as pessoas costumam apontar normalmente, vulgaridade, mais um carnaval fora de época, oportunidade de sexo, pouca efetividade política e o agravante de ter muitos héteros e, não necessariamente comprometidos com a causa(já pensou alguém sofrer homofobia na própria parada?, pois é, eu vi aqui). Eu não tenho uma opinião fechada sobre a parada, já tive essas críticas contra a vulgaridade e tal, mas isso não vai muito longe, até porque na maioria das vezes isso assume um viés moralista, que eu identifico fortemente nas suas palavras.

A idéia do movimento gay nunca foi quebrar estereótipos de “putos ou vulgares”, ainda mais no começo, isso eu posso falar com certeza. A rebelião de Stonewall não foi exatamente (não foi de maneira alguma, na verdade) promovida pela burguesia classe média de Nova Iorque. E, sim, muito provavelmente eles eram “putos e vulgares”, como em boa parte das vezes, os lugares gays são “putos e vulgares”, alheios completamente à moralidade que todos aprendemos a adorar, porque nós não cabemos nessa moralidade. Não que eu ache que devamos defender o sexo pelo sexo ou uma libertinagem hedonista, mas quem define o que é “puto e vulgar”? Sexo também é político. Ouvi uma vez de uma lésbica uma idéia muito interessante sobre a visibilidade do sexo heterossexual, a procriação e família, de como isso torna qualquer outra alternativa sexual algo sujo e a necessidade de nós sermos visíveis. Bom, eu não entendi muito bem as idéias dela, mas eu acho que o caminho correto não é, de maneira alguma, se envergonhar ou se desculpar pela vulgaridade homossexual, é problematizar a própria vulgaridade. Como é? Vamos exigir das travestis que se mantenham castas quando a vida delas é completamente outra (e aí por motivos mil)? Vamos exigir que as paradas gays sejam eventos familiares e alheios ao sexo, à pegação, quando essa é uma prátia completamente familiar à esmagadora maioria dos homens homossexuais? Eu acho que não é por aí, antes de se questionar sobre as paradas LGBTs, devemos nos perguntar quem somos. Nós gays, lésbicas, travestis e transexuais, vivemos realmente os padrões familiares, românticos e burgueses? Eu acho que não. Isso é errado? Eu acho que não. Para sermos aceitos não precisamos engolir modelos prontos e, meu deus, eu acho que somos nós, LGBTs que podemos e devemos construir uma alternativa a isso. Acho que o mais importante é que a parada LGBT fosse uma celebração de nossa visibilidade, de nosso amor e de nosso sexo. Seria muita ingenuidade esperar que num evento como esses as pessoas não aproveitassem para gozar, é, SEXO, aproveitar um momento em que você tem uma multidão de pessoas com desejos semelhantes ao seu, aproveitar o momento em que você pode cantar um cara sem medo e transar. Olha, não é apenas os direitos civis que nos são negados, sexo também e não dá pra separar isso.

Anônimo disse...

PARTE 2


A crítica que eu faria à parada é: para onde é que isso tudo tem apontado? Acho que é muito mais sobra a canalização disso tudo.

Segunda coisa, o que é ter a cara limpa e um contexto nobre para celebrar o orgulho gay? Esse foi um dos seus maiores chistes moralistas. Acho que você confunde o que seria o “orgulho gay” e ainda transpõe uma idéia de moral. Como alguém disse nos comentários, orgulho é contrário de vergonha. Celebrar o orgulho gay não é mais que dizer que eu não sinto vergonha em ser gay, gostar de homens, não seguir os padrões heterossexuais... não faz de mim menor que ninguém. E eu não preciso ter a “cara limpa” para dizer isso, mesmo que os homossexuais fossem tão promíscuos como dizem ser, ainda assim eu não teria porque me envergonhar de ser gay, não é mais que um direito individual me relacionar com homens, eu não deveria ser desrespeitado por causa disso. Isso é um contexto nobilíssimo, celebramos um direito humano: um direito ao sexo, um direito relação afetiva, a liberdade de recusar o modelo heteronormativo. O que você quer dizer com cara limpa? Já se perguntou se assim como a normalidade heterossexual é uma construção social e por causa disso não tem absolutamente nada de “natural” ou “normal”, os padrões morais, de pureza e sujeira, também não tem nada de naturais e nromais?
Agora a idéia do preconceito contra heterossexuais, que é quando você se mostra mais confusa. É bem difícil argumentar sobre essa idéia do preconceito contra héteros ou sobre o “orgulho hétero”, depois do post da Lola e do mar de comentários. Eu só gostaria de acrescentar a todos eles que é muito engraçado quando a maioria das pessoas discute isso (você inclusa), é como se falassem de times de futebol. Quer dizer, eu não sei como as coisas são nos EUA, me parecem muito surreais, mas é como se houvesse o time dos héteros e o time dos gays, ambos com o mesmo número de jogadores, um árbitro imparcial, campo bem divido, regras bem estabelecidas, torcidas. E a melhor saída é... UM EMPATE, aí todos vamos ficar felizes! Bom, o mundo não é assim. Você está falando grupos de poder ABISSALMENTE COLOSSAL (acho que não existe uma palavra para nomear a diferença de poder e legitimidade entre gays e héteros), de modos que a parada gay não é o dia de comemoração dos que gostam do mesmo sexo, assim como em todos os outros dias do ano, olha, é fácil perceber, nós não vivemos como os héteros. Não é uma briga de irmãos por um bolo, você divide o bolo e pronto. Uma das partes não existe, simplesmente. Apenas ontem a ONU reconheceu a liberdade de orientação sexual como direito humano e em meio mundo a homossexualidade é crime. É muito engraçado como de cidadãos de segunda classe e excluídos nós passamos a futuros tiranos. Isso é de tantas maneiras absurdo, mais que isso... é cruel com tudo o que sofremos. “Olha, com licença, eu que fui expulso de casa pelos meus pais e ainda não tenho direito à união civil e nem a adotar crianças porque suspeitam que eu seja doente e pedófilo, sou criminalizado em diversos países e etc...” eu não quero dominar o mundo e definitivamente não sou um tirano. E, olha, ainda que os gays sejam preconceituosos (sim, eles são, em vários aspectos são racistas, misóginos, elitistas... (só não “heterofóbicos”)) ainda assim isso não diminui de maneira alguma a causa gay. Para exigir direitos humanos não é necessário atestado de santidade, basta ser humano.

Anônimo disse...

PARTE 3


E, olha, onde está esse seu mundo em que está na moda ser homossexual? Aqui em Fortaleza, muito mais da metade dos estudantes de escola pública não gostariam de estar na mesma classse que um homossexual. Números semelhantes se repetem nas outras capitais. Acho que aqui Lady Gaga não tem feito tanto sucesso.

Por que não esquecer as diferenças e afirmar as semelhanças? É porque são as diferenças que constituem minha identidade. Não faz sentido uma manifestação pelo meu braço, meu respirar... não tenho problema com nenhum deles e eu já sou reconhecido como tendo um braço e capaz de respirar. Agora eu não sou reconhecido por exercer minha sexualidade diferentemente do padrão e em todos os espaços em que "celebramos a sexualidade humana", a sexualidade celebrada é a norma, é a hegemonia. Ou você já viu lojas comuns com propagandas gays no dia dos namorados? Novelas em que os protagonistas são gays? Filmes comerciais em que os protagonistas são gays e etc... tudo se passa como se houvesse o padrão. Não se trata de querer que tudo seja 100% gay e limar a heterossexualidade, eu só quero ser reconhecido, daí a necessidade de eu afirmar, eu sou diferente e tenho direito a isso.

O tamanho desse comentário ficou mega-bizarro.

Edenilson Francisco disse...

Mateus,

Não só gostei como foi para mim uma brisa de ar fresco (sem duplo sentido)já que minha compreensão do que a Mariana escreveu foi de que a polarização que assistimos só colabora para o recrusdecimento das tricheiras.

Como já escrevi num comentário, e se não deixei claro faço-o agora; Eu não acredito no bom mocismo seja dos "progressistas", seja dos "reacionários".

Tanto um como outro ao seu modo querem ditar como, quando, de que jeito as pessoas podem ou não amar, pensar, dizer, só muda a cor da bandeira. A postagem da Mariana deixou isso muito claro, bem como a sua postagem, do lado oposto corrobando tudo o que ela tbm disse.

Oportuna lembrança teve ela da frase do filosófo Nietzche, pois é exatamente o que vejo ocorrer com boa parte de qualquer militância ( o que por sí só pressupõe polarização). Raro é encontrar a lucidez demonstrada pela Mariana, afinal a bandeira que se defende TEM QUE estar hasteada o mais alto, não é assim?.

Caso vc não tenha lido minha 1ª participação nesta postagem, citei a indignação com o vídeo da deputada católica, pois é de uma burrice e vigarice o que ela disse sem tamanho e só colabora para a dita cuja polarização.

Vc se apresentou como gay certo? Eu não sou. Pois bem deixe-me dizer uma coisa, a PLC122 SE aprovada hoje como está será um retrocesso enorme para os homossexuais, por conta de artigos mal escritos que ferem direitos constitucionais, como a liberdade de expressão. Caso lhe interesse leia este artigo do jornalista Reinaldo Azevedo;

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-ai-5-gay-ja-comeca-a-satanizar-pessoas-se-aprovado-vai-provocar-o-contrario-do-que-pretende-acabara-isolando-os-gays/

Sou favorável a proteção do Estado à todos os cidadãos, independente de cor, sexo, idade, etnia (raça quem tem é cachorro) e para isso é preciso modificar artigos da C.F., e não criar categorias especiais de cidadãos, nem tampouco o STF atropelar o texto da lei. Ideia aliás difundida com a cartilha politicamente correta de quem diz pretender que seja um direito de todos.

Esta ideia na minha visão só faz é piorar a situação, como diz um ditado antigo; "Farinha pouca, meu pirão primeiro".

Enquanto isso quem está sentado sobre suas benesses se diverte.

É o que penso meu caro, sem precisar nem de longe de psicológo.

Abraços!

Dana disse...

Bom, eu nem iria vir aqui, porque eu não costumo entrar em discussões que eu sei que não vão levar a lugar nenhum, infelizmente, apesar de que eu gostaria muito que isso desse em alguma coisa. Mas não pude deixar de vir quando vi o comentário do @Mateusz em cima do da Mariana, antes dele decidir escrever tudo o que pensava, quando a única coisa que ele veio fazer é dizer o quanto ela deveria ser EMOCIONALMENTE CONFUSA simplesmente por ter uma opinião diferente e por ser uma homosexual de valores diferentes. Sabe a parte do comentário dela que ela diz sofrer homofobia dentro do próprio nicho, simplesmente por ter idéias diferentes? Então, é exatamente DISSO o que ela estava falando. Ser tachada de confusa simplesmente porque ela não tem a promiscuidade que se tanto orgulha e por não se orgulhar desse lado tanto assim. Isso não tem nada a ver com certo ou com errado. E se não existe nada de errado em valorizar o hedonismo, porque existe tudo em errado de ter valores morais "certinhos"? Por que ela está errada em não se orgulhar ou não querer fazer parte que, para se impor o orgulho gay, se deve mostrar os peitos na câmera ou sair trepando na rua? Qual é o problema disso e porque as opiniões diferentes precisam ser tão avidamente crucificadas igualzinho foi nesse comentário?

Sinceramente, @Mateusz disse que Mariana era confusa, mas se for assim, não sei que maior confusão é reclamar dos estereótipos que os gays recebem, mas fazer de tudo para firmá-los. E acho uma completa IGNORÂNCIA o fato de se generalizar tudo. Quer dizer, todos os gays tem que ter o nível alto de promiscuidade, tem que gozar na parada gay, tem que fazer todas essas coisas, senão ele não entende o que é orgulho gay, é isso? É simplesmente pelo bel prazer de "cuspir nos conceitos de moral heterosexuais", porque não são aplicadas aos gays. Eu concordo plenamente que os gays não são reconhecidos, concordo que existam um milhão de direitos para se conseguir, um milhão de respeito para se alcançar. Mas como se quer aparecer em cartazes de "dia dos namorados", se a maioria prega exatamente a libertinagem? Como querem ser incluídos no conceito de amor, se simplesmente se incluem no conceito de sexo? E todas aquelas famílias gays estáveis, em diversos lugares do mundo, que são casados, adotam filhos e simplesmente querem ser reconhecidos como FAMÍLIA? A causa deles está errada? E se toda a imagem causada pela Parada Gay afaste cada vez mais os homosexuais do conceito de FAMÍLIA (porque afasta), e prejudique outros homosexuais que BUSCAM isso. Ou será que só a Mariana é a única gay no MUNDO TODO que gosta de monogamia? =) Acho que não, né.

Dana disse...

Então vir aqui e falar milhares de coisas sobre como o conceito de moralidade é ERRADO, e é apenas uma perturbação mental e emocional, é a mesma coisa que ter preconceito SIM. É a mesma coisa que o preconceito que heterosexuais sentem SIM, vindo de gays, que satirizam todo e qualquer valor de casamento (sem generalizar, mas falando por experiência própria). Então é errado SIM dizer que todas as pessoas que estariam nessa "parada dos sem noção" é simplesmente porque é homofóbica. Eu sou alguém que irá lutar pelos direitos dos gays SEMPRE, e por isso que fico extremamente CHATEADA em ouvir as pessoas que eu defendo, satitirizando as coisas nas quais eu acredito, nos valores que são aplicados à minha pessoa. Mas agora eu vi que os próprios gays sofrem com isso também, então não me espanta que esse monte de coisas esteja errado, porque com essa falta de respeito MÚTUO, é óbvio que ninguém vai chegar a lugar nenhum.

Agora, sério, Lola. Vir falar que não existem preconceitos pra hetero e branco? Pode até ser que, dentro dos conceitos de SOCIEDADE, não existam mesmo, mas e em relação ao "outro eixo"? Não? E os brancos que são assassinados por negros? E os heteros que são satirizados por gays? Isso não conta como racismo e ódio SIMPLESMENTE porque vem da minoria, então justifica? Nossos antepassados e nossa sociedade "fizeram isso", então cada um de nós, hetero e branco, merece pagar? É esse o conceito que se tem sobre acabar com as diferenças? Sinceramente...

Lucas disse...

Mariana,

Entendo seu ponto, mas infelizmente não é tão simples assim. Seria ótimo que um dia não fosse mais necessário dia do Orgulho LGBTTT, Consciência Negra, da Mulher, e etc.
Porque no dia em que essas coisas não forem mais necessárias, quer dizer que chegamos num ponto onde existiria uma igualdade de fato, na lei e na consciência das pessoas.

Mas esse dia não chegou e tá bem longe de chegar.

Claro que existem preconceitos e pessoas escrotas em todos os movimentos, linhas políticas e etc. E é claro que só a Parada Gay não vai resolver todos os problemas do mundo, e que a parte "festa" do evento supera em muito a parte política e eu acho uma pena, muita coisa tem que ser repensada ainda, mas usar isso pra deslegitimar as bandeiras e os movimentos em essência é meio raso.
Além do que, sentar e dizer "ah, mas ia ser tão bom se todo mundo desses as mãos e cantasse "We Are the World" juntos e não houvesse mais conflitos" não vai resolver nada. Vai só deixar o problema se estender.

Não existe mudança social sem combatividade, sem reivindicação e sem luta. Claro que tem que ser uma luta política, com respeito às pessoas e à lei, mas uma luta do mesmo jeito.

E eu sou hétero, mas sinceramente não vejo o menor fundamento na sua defesa do tal Orgulho Hétero. Acho que você deveria tentar esfriar a cabeça e ler o post de novo.

Abraços,
Lucas

Anônimo disse...

Edenilson, estamos todos polarizando enquanto vocês estão num pedestal observando os dois extremos? Eu acho que não.

Por que acontecerá com toda militância, não captei. Eu não conheço gays que querem uma "homonormatividade" em lugar de uma heterossexualidade, mulheres que querem um femismo no lugar do machismo ou negros que querem inverter as classes sócio-raciais. Defender a igualdade de direitos é um extremo? Sim, eu sou um extremista então. E qualquer outra posição que admita menos que a igualdade de direitos não é outra coisa que discriminatória.

Ah, a PLC122 se aprovada hoje como está será um retrocesso enorme para os homossexuais, por conta de artigos mal escritos que ferem direitos constitucionais, como a liberdade de expressão? Onde estão SEUS argumentos? Tenho problemas com copie e cole.

Bom, eu me recuso a ler qualquer coisa que intitulada AI-5 gay, é uma piada de mau gosto. Que liberdade de expressão você acha que a criminalização da homofobia fere? O direito de ser homofóbico, o direito ao ódio...? Assim como a criminalização do racismo fere o seu direito de ser racista? Essa é a ideia de liberdade mais absurda que eu já vi. Não vou comentar nada que se refira ao PL como AI-5 gay, isso é uma piada de mal gosto. Eu até tenho críticas, mas porque ele se apresenta como uma espécie de código do consumidor gay.

O Estado liberal defende a proteção de todos os cidadãos desde sempre. A idéia de igualdade de direitos só avançou desde a revolução francesa e a independência dos EUA. O que não impediu a permanência da discriminação e da desigualdade de direitos. O problema é que as sociedades são reais e a cidadania não é universal, o projeto da modernidade europeia, que nós adotamos, nunca foi concretizado, sempre existiu um outro: a mulher, o homossexual, o delinqüente, o louco, a raça inferior... Eu acho que o reconhecimento da cidadania plena desse outro passa pelo combate aos processos de exclusão, também com a legislação. Daí a necessidade de criminalizar o racismo, a homofobia, o machismo... ou o que? Vamos continuar apelando para uma igualdade de direitos etéreas, sem atacar os dispositivos de exclusão?

João Roberto Cintra disse...

Lola, muuuuito obrigado pelo texto! Sou professor e vou levá-lo para discussão em sala de aula. Espero que os meus alunos se animem a ler o seu blog como eu!

Grande abraço!

Amanda disse...

Poxa Lola, faço coro com a galera que disse que esse post é sua obra-prima! PQP, veio! Vou imprimir e sair distribuindo por ai!

Aoi Ito disse...

Ai, gente, cês não são facio.

Só vou responder a última parte do último comentário, da Dana, porque é MUITA INOCÊNCIA ou muito mau-caráter (Creio que seja inocência) achar que um branco assassinado por um negro ou um hetero assassinado por um gay seja tão frequente, tenha tanta força e os mesmos motivos sociológicos do vice-versa. É muita inocência ou mau-caráter achar que estamos num mundo igualitário, com aquela idéia cute que "não existem raças, a ~raça é humana~" enquanto todo o dia não-brancos são discriminados (E nem me venham falar que brancos sofrem tanto quanto não-brancos, PUH-LEEZE), ou que "~vamos celebrar a sexualidade~" quando vamos celebrar a sexualidade quando é a certa, no caso, se for a errada (Não-hetero) aí já pode bater e implicar.

Por favor, gente. POR FAVOR.

NÃO TEM COMO COMPARAR PRECONCEITO DOS NÃO-PRIVILEGIADOS AOS PRIVILEGIADOS COM OS DOS PRIVILEGIADOS AOS NÃO-PRIVILEGIADOS.

É MORALMENTE CONDENÁVEL? É. É EXPLICÁVEL COMO AUTO-DEFESA? É. SER MORALMENTE CONDENÁVEL TIRA TODO O MÉRITO DOS NÃO-PRIVILEGIADOS? NÃO.

De boa, se eu não gosto de heterossexualidade, E-FODENDO-DAÍ? O que eu vou fazer? Matar os heteros porque são heteros? Falar "ohhh não quero empregada hetero"? Pra que, cara, NINGUÉM vai me apoiar, a ESMAGADORA maioria vai tirar com a minha cara. No dia que a esmagadora maioria tirar com a cara de alguém que não quer empregada lésbica, ou que não gosta de homossexualidade, ou que matar um/a homo, AÍ SIM a gente conversa.

Não é fácil, viu.

(Não que eu não goste de heterossexualidade. :) )

Ariadne Buendía disse...

Lola e pessoal dos comentários, o vídeo da Myrian Rios foi citado aqui e tem uma campanha no facebook contra as declarações ridículas da deputada, tudo ótimo, exceto que grande parte dos comentários tomou um rumo sexista que só, com gente postando a imagem da capa de quando ela posou nua, apontando que ela foi "abandonada" (??) pelo Roberto Carlos e por aí vai. Deixei meu comentário por lá, quem quiser contribuir, visite a página:
https://www.facebook.com/event.php?eid=235833113111136

Paulo Madeira disse...

Nunca senti vergonha por ser branco ou hétero, mas por diversas vezes senti vergonha por ser humano.

Parabéns pelo post.

deAmores eFlores disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
deAmores eFlores disse...

Simples e Impecável.
Aplaudo sua capacidade de tornar letras os pensamentos de muitos!
E divulgo!
Parabéns!

Tatiana Freitas

Letícia disse...

Mariana,
não vou dizer que concordo ou não com vc, pq vc trouxe muitas ideias novas e o cerebelo aqui ainda está processando... rs. mas gostei da forma como vc expôs as coisas. como vc mesma disse: não invalida a tese da Lola, acho que só mostra o quanto o buraco é mais profundo, né? o ser humano não é fácil.

eu entendo o que vc quer dizer quando se refere a preconceito dentro do seu próprio grupo... como sou hetero, não conheço bem essas coisas sobre as quais vc falou, mas conheço, por exemplo, a dificuldade que é se inserir dentro de um grupo que se diz revolucionário de esquerda. as dissidências internas, pra começar, são enormes. e, infelizmente, já fui julgada por fatores completamente externos à orientação política, como não beber, não fumar, ser hetero e monogâmica... é meio comum que um grupo cobre um comportamento de alguém pra aceitá-lo como membro, e esse comportamento nem sempre é o da maioria, mas sim de quem está dominando a questão no momento. é bem esquisito e confuso mesmo, mas eu entendo que aconteça.

Edenilson Francisco disse...

Mateusz,

O fato de estar "observando" não me exclui como pólo, só não me incluo enquanto partícipe do antagonismo citado, "progressistas" x "reacionários".

Vc entendeu muito bem a questão da militância, tanto que usou o termo homonormatividade, termo cunhado para polarizar a heteronormatividade "vigente", e prq não dizer, míope e estrábica, já que diversidade sexual existe desde antanhos, camuflada, proibida, enrustida ou não. Vc até pode não conhecer pessoas que queiram o que exemplificou, mas eu não duvido que existam, e já ouvi declarações apontando neste sentido.

"Defender a igualdade de direitos é um extremo?", perguntou vc, e se tivesse prestado atenção ao que escrevi teria entendido que a questã do método é que faz muita diferença, tanto que apontei que é preciso modificar a letra da lei, exemplo;

C.F.Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
§ 4º - Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
§ 5º - Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.

O caminho é modificar o parágrafo 3º, onde se lê: "entre homem e mulher" para "entre pessoas", e não com uma decisão inconstitucional como a tomada pelo STF.

Defendeu-se igualdade de direitos nesta última Parada do Orgulho Gay, ofendendo símbolos da Igreja Católica, sob o pretexto de orientação preventiva sexual? Ou foi uma provocação dispensável ao meu ver, para firmar posição militante?

Isto foi extremismo, pura e simplesmente, e pior vigarice vindo da boca de quem diz lutar contra preconceitos.

Assim como parabenizei a postagem da Mariana, pela lucidez, o fiz igualmente por ela ter conseguido expressar o que não consegui. O mesmo argumento me valho para sugerir o artigo citado.

Vc não quer ler por conta do título? Opção sua.

"Que liberdade de expressão você acha que a criminalização da homofobia fere?"

Se vc conhece de fato a PLC 122, sabe muito bem do que falo.

"Eu acho que o reconhecimento da cidadania plena desse outro passa pelo combate aos processos de exclusão, também com a legislação"

Olha aí, concordamos!

"Daí a necessidade de criminalizar o racismo, a homofobia, o machismo... ou o que?"

Aqui é que a porca torçe o rabo, e por isso disse que criar nichos específicos é o contra-senso da idéia de que os direitos/deveres PRECISAM ser para todos.

E é aqui que digo, de novo, que a mudança precisa ser feita na letra da lei.

Crimininalizar, a exemplo da PLC 122, onde as pessoas que são contrárias ao homossexualismo, não poderão sequer ter o direito de discordar, é defender a igualdade de direitos ou cidadania plena?

É este tipo de polarização que rechaço e aponto como nefasto para todos nós.

Abraços!

Mariana Amaral disse...

Parte 1:

@ Laetitia - Fico imensamente feliz de saber que você leu meu comentário, e que o compreendeu no seu coração. Sinto muito por você ter sido julgada dessa forma: "já fui julgada por fatores completamente externos à orientação política, como não beber, não fumar, ser hetero e monogâmica". Entendo bem o que você quer dizer. Na verdade, acho que não importa o grupo, isso acontece, e deve ser conscientizado né...? Acho que foi por isso que eu escrevi tudo aquilo. Obrigada pela resposta, querida!

@ Mateuz - Eu não vou pessoalmente responder suas mensagens agora. Na verdade porque o que você escreveu me entristece MUITO. Você disse:

Mariana Amaral disse...

Parte 2:

"Pelo seu comentário é possível perceber em várias passagens, você definitivamente não se aceita como homossexual. Ou ainda não abandonou definitivamente, a tentativa de se passar por heterossexual ou de ser aceita como tal. (...)
Relendo os seus posts, seus argumentos são tão masoquistas que fica difícil acreditar que você é lésbica e não um fake zombeteiro." - e é exatamente isso que eu comentei no que escrevi, que as pessoas dizem pra mim. Exatamente isso. E é exatamente isso que me entristece, é ouvir isso vindo do meu igual, vindo das pessoas que são *como* eu sou.

De qualquer forma, você disse muita coisa, e eu pretendo responder, mas não agora. Mostrei seus posts pra minha namorada e amigas, pra ver se eu realmente não estava ficando "louca" (note as aspas, elas significam muito tanto nesse post como no meu post antigo quando usei essa mesma palavra), e minha namorada insistiu que eu postasse uma resposta escrita por ela pra você. Ela escreveu em inglês, e apesar dela conseguir escrever em Português, eu gostaria que você compreendesse 100% o que ela disse, então eu decidi traduzir pra garantir tal compreensão. Não quero que pense que eu estou fugindo ou usando outras pessoas pra me ajudar, pelo contrário. Quero pensar sobre o que você disse e reler antes de repsonder, apesar de que eu acho que eu já sei o pouco que pode ser dito. Na verdade eu estou enrolando pra ir no mercado porque eu fiquei aqui traduzindo isso hahahahahaha mas eu deveria ter ido faz tempo. Enfim, antes de mais nada, aqui vai a resposta dela:

Mariana Amaral disse...

Parte 3:

Eu sou a namorada da Mari, e segundo voc ê, Mateuz, eu não amo minha namorada. Não poderia ou conseguiria, porque ela não é gay. E ela não me ama, segundo você, Mateuz, e nosso relacionamento não é evidentemente profundo ou significativo. Mas, com o que parecem essas palavras? Parecem as palavras que médicos usavam 20 anos atrás ao dizerem que não era possível ela ser homossexual, pois amor homossexual não existe. Mas eu realmente não preciso passar por julgamento com o meu relacionamento, indiretamente, por você a chamar de uma heterossexual confusa. *Você* está julgando da mesma maneira que heterossexuais julgam.

Ele(a)s devem escutar a Mariana, principalmente porque ela precisa pegar o posição dificil entre gays e heterosexuais. Ela não quer perder as amigas heterosexuais dela, que ajudaram-na a vista de discriminação e que amam-a e aceitam-a com todo o coração. As amigas delas leram esse blog, porque elas interessam-se pelos direitos de gays e pela liberdade de gays. Mas pra elas, parece que muitos gays odeiam heterosexuais. Enquanto eu lia o blog, eu pensava, "Queeeeeeee? Os heterosexuais do Brasil são melhores...muito melhores do que os daqui dos EUAs. Porque então há, no Brasil, tanto ódio quanto aqui? Porque há tanta raiva?

Por minha parte, eu escolho não promover o ódio, pois me é uma convicção. Eu já vi ódio demais, já vivi ódio demais, já fui espancada quase à morte por causa do ódio alheio, e já vi morte demais. Talvez eu não leia Português perfeitamente bem, mas eu vejo ódio nas suas palavras, e me entristece, pois o Brasil tem muito potencial para ser uma socialidade que permite as pessoas de vidas diferentes viverem juntos sem prejudicar uns aos outros.. Eu vejo isso, quando suas palavras podem influenciar as opiniões das pessoas que tem sido abertamente gays por 50 anos ou mais, e os mais jovens, fáceis de impressionar, que estão somente começando a entender a sua própria sexualidade.

Mariana Amaral disse...

Parte 4:

Pense nas suas intenções e no que eles realmente representam. Você realmente quer criar uma mentalidade "eles contra nós"? Você quer viver num Brazil que diz que homossexuais não podem ter *nada* em comum com heterossexuais? Que homossexuais não podem se importar sobre seus amigos heterossexuais, quando estes sofrem preconceito *também*?

O que há de errado em heterossexuais terem "o dia do orgulho heterossexual"? Sim, eles tem sido o grupo dominante e opressivo da maioria, mas isso poderia se tornar algo maravilhoso no final. Porque não falar com eles, ajudá-los a celebrar a sexualidade deles também? Porque não se livrar desses orgulhos opostos e, ao invés disso, celebrar o dia da sexualidade? *MESMO QUE* os heterossexuais o façam de uma maneira discriminatória contra homossexuais, porque não se aproximar destes com amor e carinho e tolerância, pois eles provavelmente são os indivíduos *DE FATO* confusos (em muitas formas eu me vejo lamentando homofófibos, pelo fato de que eles acabam por se mostrar gays anos mais tarde). Antes de ficarmos bravos como uma primeira reação - coisa que eu mesma tenho que constantemente me policiar a não fazer - porque não tocá-los?

Não só isso, mas se os heterossexuais do Brasil são semelhantes aos dos EUA, eles *REALMENTE* podem precisar de ajuda pra ter uma vida sexual saudável. Eu já aconselhei muitos casais heterossexuais que precisavam de ajuda no relacionamento, não sabiam sobre sexo seguro ou maneiras alternativas de sexo. Um argumento é que homossexuais tendem ser mais "kinky" e sexualmente ativos. Então porque não ajudar heterossexuais? Hah!

Na política americana, a maneira mais conhecida de manter minorias oprimidas é fazer com que eles odeiem tudo ao seu redor. Se as pessoas gays querem se tornar mais forter, e ter sua voz mais aceita, o que eles *realmente* precisam fazer é se comunicar, de um pra um, com heterossexuais. Nos EUA, políticos usam racismo e ódio para dividir as minorias, fazendo com que somente as pessoas egoístas e famintas por poder pudessem fazer o que quisessem com o país.

Mariana Amaral disse...

Parte 5:

Você sabia que o que você está fazendo foi feito pela comunidade negra, recentemente, aqui nos EUA, nos últimos 40 anos? Hoje em dia eu não posso sequer ir a casa de alguns de meus amigos *por causa de idéia estúpida de que a cor da minha pele me impede de ter contato com eles*. Eu não posso ir a casa deles, ou eles a minha casa, pois as pessoas perguntam se eles são loucos. Isso tudo por causa da idiotice do racismo e as reações a esse racismo. Por sorte, eu pareço branca o suficiente pra poder ter contato com os meus amigos, porque se eu parecesse tão nativa quanto minha família, as famílias dos meus amigos nunca teriam deixado suas filhas/filhos chegarem perto de mim (negros e nativos-americanos sempre concorriam pelos mesmos trabalhos desgraçados nos EUA, e por conta disso o relacionamento entre eles é muito amargo).

Agora, sobre o "estilo de vida gay", isso foi uma frase ("catch-phrase") criada por políticos que queriam fazer homossexuais terem a imagem de terem uma vida ilícita. Na verdade, a maioria das pessoas daqui dos EUA, gay or hetero, odeiam essa frase de "estilo de vida gay", porque quem quer que use essa frase é normalmente a pessoa mais intolerante que existe. O "estilo de vida gay" não existe, porque a *ÚNICA* diferença entre o estilo de vida homossexual e heterossexual é que homossexuais tem que viver o estigma de serem homossexuais. O "estilo de vida gay" é somente uma frase que separa pessoas boas. Heterossexuais e homossexuais, ambos são capazes de ter relacionamentos profundos, adquirirem AIDS, perderem pessoas amadas, terem vidas estáveis. Heterossexuais e homossexuais são, ambos, *pessoas*. "estilo de vida gay" está começando a fazer os gays parecerem como se eles não fossem *pessoas* àcima de tudo. Apesar de eu duvidar que você vai viajar pros EUA, eu aconselho você a *nunca* usar a frase "estilo de vida gay" num bar gay ou num local gay-friendly, pois você pode ser expulso do local.

Um exemplo disso: http://articles.cnn.com/2010-04-06/opinion/granderson.gay.lifestyle_1_gay-rights-gay-lifestyle-american-family-association?_s=PM:OPINION

E eu vou deixar você com isto, pois acredito que Martin Luther King era um homem bom (mesmo que ele tenha sido um heterossexual feliz):

"A escuridão não pode expulsar as trevas;
só a luz pode fazer isso.
O ódio não pode extinguir o ódio,
só o amor pode fazer isso.
Ódio multiplica ódio,
Violência multiplica violência,
e dureza multiplica dureza
numa espiral descendente de destruição...
A reação em cadeia do mal --
ódio produzindo ódio,
guerra produzindo mais guerras --
precisa ser quebrada,
or nós mergulharemos
no escuro abismo da aniquilação."

Ághata disse...

Unknown, agora que você viu o nível dos comentários que vieram em sua defesa, eu espero que você tenha notado o quão confuso foi seu comentário. [Artigo de Reinaldo Azevedo? Intitulado 'Ai 5 gay'? Só podem estar brincando.]

E concordo com o que Mateusz disse...

A questão da moralidade não deve ser discutida, a questão é sobre direitos.

E eu acho um barato sabe virem acusar os homossexuais de serem imorais por causa das farras das paradas LGBTTT...

Quer dizer, é como se os heteros simplesmente esquecessem do carnaval, certo? É como se as mulheres simplesmente apagassem de sua memória todo o tratamento e 'gentilezas' que recebem dos heteros bêbados - como uma colega lembrou acima!

Queria ver uma heterossexual dizendo "Me pergunto se os 'heterofóbicos' não tem razão em ter tanta aversão a nós, visto que os estupradores e pedófilos são em sua esmagadora maioria heteros", Mas é simplesmente irreal! Não existe Heterofobia! Ninguém julga todos os heterossexuais! Mas julgam, sim, os homoessexuais. Como você fez, Unknown.
E foi por isso que Mateusz perguntou se você realmente se sente bem em ser lésbica, se você tem Mesmo Orgulho de ser quem é.

...E isso não tem nada a ver com ter um relacionamento estável de sei lá quanto tempo.

Ághata disse...

É, Lucas, Aoi Ito e Mateuz, concordo com vocês.

[Poha, Reinaldo Azevendo? Ai-5 gay? Bando de gente morrendo de forma brutal e a galera se preocupando com seu sagrado direito de ódio? Meo deos...]

Carol disse...

Mateusz e Mariana,

Sou estudante de Direito, último ano. Estou fazendo meu TCC sobre, bem resumidamente, homoafetividade.
E adoraria poder entrar em contato com vocês e discutir o assunto, pois vejo que vocês tem pontos de vista bem opostos, o que me interessa muito.
Meu TCC tá praticamente pronto, mas, o preconceito está longe de acabar, razão pela qual pretendo estudar muito mais o assunto e, de alguma forma, poder ajudar efetivamente na luta pela igualdade.

Meu e-mail: carolzampier@hotmail.com

Espero que entrem em contato. Ficaria muito feliz!

Abraços
Carol

Wyrd disse...

http://es.wikipedia.org/wiki/Heterofobia

Heterofobia - "Un concepto parecido es el de alterofobia que se define como: oposición y desprecio de los que tienen otra cultura, otra religión, otra lengua, son pobres y además extranjeros. Y que se manifiesta por ejemplo con las expresiones de violencia neonazi."

Existe ^_^.

Ághata disse...

Mariana, eu realmente acho que você não compreendeu o que foi escrito aqui.

Ághata disse...

Wyrd, Mhauhauhauhauhauhauhauhauhauhauhauhauha...
Excelente!

Aoi Ito disse...

Wooooooooooooooooooooooooooooooooh.

Mariana. Heterossexuais não sofrem 1/10 do preconceito que homossexuais sofrem. Isso é um fato. Sofrer preconceito de homossexuais são casos isolados. A sociedade é feita por heteros, para heteros, de heteros. Ser normal é ser hetero. Desde sempre. Querer procurar chifre em cabeça de cavalo pra falar que homossexuais estão errados quando fazem X ou Y porque "eles também têm preconceito" é, como eu disse, ou muita inocência ou mau-caráter. Preconceito contra hetero existe? EXISTE. É claro. Ele tem algum significado na vida dos heteros como classe e grupo? Não. Não. Não tem. Há casos individuais, mas não é um problema de classe ou grupo. É como falar "ah, homem também apanha, você não pode falar de mulheres que apanham dos cônjugues porque homens também sofrem nas mãos das mulheres" quando na verdade esses casos são:

1- Isolados
2- Individuais
3- Não têm base em um ódio por um grupo (no caso, misoginia/misandria)

Tem homem que apanha? Tem. Isso invalida a causa das mulheres que são agredidas? Torna menos digna? Torna menos justa? Some com o preconceito e com o ódio que há indiscutivelmente contra mulheres e não contra homens? Nope.

"Sim, eles tem sido o grupo dominante e opressivo da maioria, mas isso poderia se tornar algo maravilhoso no final. Porque não falar com eles, ajudá-los a celebrar a sexualidade deles também?"

Ain... SÉRIO? Sério que tu acha que eles serem opressivos e dominantes pode ser maravilhoso no fim? Sério que tu acha que eles precisam de mais celebração que já há pelo dia-a-dia normal? Já não basta que 99.9% dos casais na TV sejam heteros, no cinema, nos quadrinhos, na ficção, nas representações, que eles sejam o grupo "padrão", que eles sejam sempre os primeiros pensados?

Porrãn...

Já ouviu falar que "Well-behaved women don't make history"? Já parou pra pensar que se os homos forem bonzinhos e doces e nunca mostrar a outra face isso NUNCA vai dar certo, porque só taria reforçando que são um grupo PASSIVO que pode continuar sendo oprimido que eles nunca vão reclamar porque aí ~é discriminação~? É muita inocência, realmente, achar que o mundo funciona assim, nesse momento. Olha que eu sou do tipo que acredita moooooito no ser humano. Só que não dá. Tem gente querendo cortar nossos direitos a torto e a esquerdo. Tu vai MESMO ser bonzinho com eles? Abaixar a cabeça e falar docemente, querer ser amiguinho, quando eles já te odeiam? Acha que eles vão mudar de idéia porque você é legal e não merece ser estapeada assim? ACHA MESMO que um preconceito de milhares de anos vai ser mudado por açúcar, tempero e tudo que há de bom?

Aoi Ito disse...

"Eu já aconselhei muitos casais heterossexuais que precisavam de ajuda no relacionamento, não sabiam sobre sexo seguro ou maneiras alternativas de sexo."

Já parou pra pensar que isso ocorre tanto com casais homos quanto heteros? Não tem nada a ver com nada, dudebro.

"Se as pessoas gays querem se tornar mais forter, e ter sua voz mais aceita, o que eles *realmente* precisam fazer é se comunicar, de um pra um, com heterossexuais."

OK, Rosa Parks devia ter conversado com o motorista lá do busão cara-a-cara pra ver se talvez ele pudesse deixar ela ficar sentada no lugar para brancos; e não ter feito aquele ato de rebeldia e desafio que foi simplesmente não levantar pro pessoal sentar? Você acha que as trabalhadoras que morreram incendiadas na greve não deviam ter feito greve pra começo de conversa, e sim conversado pra tentar chegar a um consenso?

Vem cá... Em que mundo bonito que tudo é resolvido na paz e na conversa e todo mundo se respeita você vive?

Não sou um santo que não sente raiva nem ódio. Não preciso disso pra me fazer sentir bem. Me sinto 100% humano e nada mais, e sinto que raiva ajuda muito mais a fazer algumas coisas que passividade. É bonito dizer que não, mas às vezes raiva te faz realmente fazer coisas e tentar mudar a situação. Essa solução pacífica, ao meu ver, além de extremamente falha - Já que quem tem o poder não quer ceder, não vai ser com conversa e compreensão e glitter que vamos mudar o mundo - Me parece só um meio da pessoa se sentir bem consigo mesm@. "Ah, eu não sou raivos@, não sou histéric@, não odeio, sou uma pessoa pura e socialmente gostável". Agora, se você quiser apelar pra falar que tem ódio nas minhas palavras, pra você se sentir moralmente superior e lamentar que o Brasil podia ser melhor e blablabla, vá em frente.

Ao meu ver, não é com pôneis que vamos conseguir nossos direitos. Não é assim que se faz revolução. Não é assim que se muda as coisas.

Well-behaved women don't make history.

Robson Fernando de Souza disse...

Parabéns e obrigado, Lola, por mais esse texto petardo pra calar os brownbrains.

Aproveito e complemento com essa: Reacionários querem criar em São Paulo o Dia do Orgulho Hétero

Aoi Ito disse...

Enfim, pra terminar, não tô dizendo que a gente tem que fazer que nem na peça Hermanoteu e MATA TODO MUNDO.

É só que, pooooooorrããããn, ficar com raiva e brigar e lutar pelos seus direitos NÃO É ERRADO. Você VAI bater de frente com outro grupo, é inevitável. VAI ter gente que vai te ouvir pela palavra, mas a grande maioria do tipo bolsonaro que diz que fulana X tem que ser estuprada e que prefere filho drogado a filho gay NÃO VAI se comover com suas doces palavras de compreensão e glória. Se fosse assim, porrãn, o mundo seria 10/10.

Wyrd disse...

"Já ouviu falar que "Well-behaved women don't make history"?"

Marie Curie, Emmy Noether, Lise Meitner eram 'well-behaved', mas elas queriam entender tudos. Elas nao brigar *apenas* contra sexismos, mas elas fazaim o que elas entendiam. E. Elas faziam "historia". O que voce quer? Ser celebre, ou fazer bem?

http://xkcd.com/896/

e Ghandi. Resistencia passiva. Porque precisamos brigar, quando nos pudermos desviar a dia dos heterosexos pra uma coisa boa? Muitas pessoas falara que india nao ganharia liberdade si eles usassem resistencia passiva. Agora? Eles tem sua liberdade.

Porque briga, mesmo assim pessoas bateu voce, cuspir em voce, e mais? Faz as pessoas sentir culpado (nao brava), e voce vai ganhar mais. Voce pode mudar a mente das pessoas heterosexuais pro entendimento.

"Well behaved women never make history?" Sophismas. "Well behaved women" fazem historia, mesmo assim elas nao sao sempre famosa. Mais, o que e melhor? Famosa ou feitos boms? ou ambos?

Alvaro Domingues disse...

Lola, continue escrevendo! Parabéns pelo texto corajoso!

Mariana Amaral disse...

Faço de Wyrd as minhas palavras. Heterofobia existe sim, está no dicionário por um motivo. E deve sim ser combatido, pois não é um caso isolado, não hoje em dia. Se você ler cada resposta desse blog você vai ver que não são casos isolados, na verdade está virando tendência.

Eu nunca disse que heterossexuais eram santinhos. Eles tem muito o que aprender sobre sexualidade também. E eu também sou contra a parte desrespeitosa do carnaval, não as fantasias, não a arte, mas a parte em que as pessoas morrem, passam mal, pegam AIDS, etc.

E sim, revolução sem violência e ódio pode existir sim. Talvez não no seu livro, mas como eu disse, lê lá o que a Wyrd falou, e os nomes que ela mencionou. Eu sou extremamente a favor da liberdade gay, e deles lutarem contra os seus direitos, mas eu nunca vou ser afavor deles serem desmerecedores desse respeito por acabarem com os *meus* valores morais, e os *meus* valores morais são que eu não preciso bater na cara de uma pessoa pra provar o meu ponto com ela, ou fazer ela entender o que eu quis dizer.

O que o Edenilson falou é muito coerente: "Defendeu-se igualdade de direitos nesta última Parada do Orgulho Gay, ofendendo símbolos da Igreja Católica, sob o pretexto de orientação preventiva sexual? Ou foi uma provocação dispensável ao meu ver, para firmar posição militante?

Isto foi extremismo, pura e simplesmente, e pior vigarice vindo da boca de quem diz lutar contra preconceitos."

FOI SIM EXTREMISMO. FOI SIM ERRADO. Foi necessário? N-ã-o.

Gandhi fez história sem mostrar os peitos pra TV, desrespeitar ninguém, etc.

De novo, não estou dizendo que heterossexuais são perfeitos. Isso não significa que homossexuais podem ser errados também, ou que isso justifica. Não sou a favro da pena de morte, não acho que só porque alguém te xingou você pode xingar de volta. Até pode. Mas você estará se rebaixando ao nível deles...e eu sinceramente não quero isso pra mim.

Mari disse...

Pois é Lola, as minorias tem mesmo que se unir. As minorias devem juntas mostrar ao mundo que a regra é a diferença. Não somos iguais e a sociedade deve se adaptar à essas diferenças. Acho que todas essas pessoas que atacam as lutas das minorias se sentem realmente enfurecidas porque quando a diversidade vem à tona, é a identidade deles que balança. "O que? Os seres humanos não são todos iguaizinhos a mim? Pois deveriam querer ser iguais a mim! So o que faltava agora todo mundo acabar se tornando diferente e eu acabar também deixando de ser quem eu sou!" Tem que ser realmente muito inseguro e ignorante para achar que a homossexualidade é contagiosa, que a raça humana esta em risco! E como pensar que com a legalização do aborto, toda mulher se sentira obrigada a abortar e com a legalização da maconha todo mundo vai passar a fumar! Como se o direito à escolha anulasse a propria escolha! Precisamos nos unir para lutar não so pelo respeito mas pelo direito à diversidade!

Edenilson Francisco disse...

Ágatha,

Quer mesmo saber se estou lendo, divergindo,e "brincando" neste blog?

Convido-a a ir além do título do artigo citado do jornalista Reinaldo Azevedo e debate-lo comigo ponto a ponto neste espaço.

Não seria um título feio que a impediria de expressar seus contra-argumentos quero crer.

Fico no aguardo,

Letícia Rodrigues disse...

Laetitia,

Alguém te julgar careta por não beber e só ter um namorado, e não querer ser seu amigo por isso, é uma babaquice, mas é direito dessa pessoa. Todo mundo tem o direito de escolher os amigos de acordo com os critérios que achar melhor, podendo inclusive escolher pela orientação sexual ou pela cor da pele, por mais nojento que isso seja. Isso é uma questão pessoal.

A luta pelos direitos dos gays é uma questão social. As pessoas podem te achar careta por não beber, mas vc nunca vai ser expulsa de um bar por pedir refrigerante. Mas os gays são expulsos de bares por serem gays. Por isso, aqui no Rio, existe uma lei que classifica como crime discriminar clientes gays - uma vitória do movimento LGBTTT. Uma lei para proteger clientes heterossexuais não é necessária, ninguém é expulso de bar ou de boate por beijar alguém do sexo oposto.

Acho muito importante saber separar questões pessoais de questões sociais. O fato de vc ter já ter conhecido gays que odiavam heteros, ou negros que odiavam brancos, não muda o fato da nossa sociedade conceder privilégios a brancos e heterossexuais, e negar direitos a negros e gays.

Letícia Rodrigues disse...

Wyrd,

Ghandi nunca pregou resistência "passiva", e sim resistência pacífica, o que não significa não lutar, e sim lutar sem pegar em armas ou fazer uso de violência física. Que eu saiba, os gays não partiram para o confronto armado, a parada LGBTTT é, sim, uma manifestação pacífica.

Letícia Rodrigues disse...

Mariana,

Vc pode até achar que o comportamento de muitos na parada LGBTTT e no carnaval é errado, mas não pode querer impor seus valores para os outros. Nem negar que respeito, direitos civis, e direitos humanos são para todos, e não só para quem é "bem comportado" ou "faz por merecer".

Denise disse...

Um dos melhores! Sem dúvida! Adorei!!!

Denise disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Isabella disse...

ARRASOU!!!!

Gaia disse...

Bem, este comentário é longo, e fui elaborando à medida que ia lendo os outros comentários...

Mateusz
Adorei seu comentário enorme de 3 partes! Sério!
Ele faz um complemento perfeito ao texto da Lola. Se eu fosse vc faria algumas edições (pra não ser resposta a só uma pessoa) e pedia pra ela publicar como guest post. Tenho (quase) certeza que ela vai aceitar.
Enquanto isso não acontece eu salvei no meu bloco de notas...

Edenilson
Eu li esse texto que vc mandou, e achei horrível... Acho o Reinaldo Azevedo um babaca de marca maior (admito, tenho preconceito contra ele).
Sugiro esta resposta publicada no blog do Idelber Avelar, pra fazer um contraponto.

Mariana
Não concordei quando o Matheusz disse q vc precisava de ajuda profissional. É vc que tem que decidir se é necessário.
Mas no seu comentário vc associa psicólogos/psiquiatras como "médicos de louco".
Não é bem assim. Isso é um preconceito terrível que impede que muitas pessoas procurem ajuda desses profissionais quando precisam (não tô dizendo que é seu caso).
___________________________

"Eu sou extremamente a favor da liberdade gay, e deles lutarem contra os seus direitos..."

Ato falho...

Wyrd
Hahahahahahaha!!!! Adorei!
Vou guardar esse link. Assim, quando me acusarem de heterofobia, vou poder falar: heterofóbico é você.


Mariana (2)
"Acho que todas essas pessoas que atacam as lutas das minorias se sentem realmente enfurecidas porque quando a diversidade vem à tona, é a identidade deles que balança."
Pois é...
Narciso acha feio o que não é espelho.

Y ♥ disse...

Lola seus textos são maravilhosos.

Realmente são pessoas de cabeça pequena que nunca passaram por nada e se acham no direito de ignorar quem passa. Já tive o desprazer de encontrar esse tipo até dentro da universidade pública, um lugar que deveria ser de aceitação e debate.

Eu vou a boates gays e nunca fui de forma alguma destratada,acho inclusive que os funcionários e frequentadores são infinitamente mais bem educados que os das boates "héteros".

Letícia disse...

Mariana: de nada, imagine.

Letícia Rodrigues: bom, o que eu disse foi só um exemplo, a primeira coisa que me veio à cabeça, já que não sou gay e portanto nunca fui discriminada por isso. E eu não acho que o meu caso, nesse exemplo, seja meramente "pessoal", embora de fato não dê pra comparar um conflito dentro de um grupo qualquer com o dilema monstro que é a posição dos homoafetivos, e dos grupos que defendem os direitos dos homoafetivos, dentro da sociedade.

Ah, e eu não sou a favor da "parada hetero". Tenho certeza de que o objetivo dessa porcaria foi zoar e desmerecer o movimento gay, mesmo; até pq, ao contrário da Mariana, eu tenho dificuldade em acreditar nas boas intenções humanas.

O que eu acho que há de interessante no comentário dela é o fato de ela chamar a atenção pra questão de QUEM comanda as ideologias que representam as minorias. Sério mesmo que, a partir do momento em que vc faz parte de uma minoria, todos se dão as mãos, se entendem perfeitamente, se amam incondicionalmente? Sério que todo gay se sente representado pelo movimento gay? Eu não acho. Já vi muitos amigos reclamando, da mesma maneira que a Mariana aqui. Nessa semana mesmo, alguns amigos vieram me contar exatamente a mesma coisa - o quanto a Parada Gay virou uma enorme balada, o quanto muita gente que tá ali não sabe bem o que está fazendo (até pq virou evento pra hetero tb, e muitas vezes esses heteros estão lá só pela festa).

Enfim... como eu disse, não tenho propriedade pra falar sobre o assunto, pq não sou homossexual, nunca sofri preconceito com relação à minha sexualidade, já estive em festas gays pra fugir da encheção de saco dos homens heteros e fui muito bem tratada lá, enfim. Mas eu defendo o direito da Mariana de opinar, como todos os outros, pq duvido mesmo que exista uma unicidade de pensamento dentro do movimento gay (e de qq outro). Acho errado tentarmos tirar a "autenticidade" dela como homossexual só pq discorda da maioria. O ser humano não é fácil, o ser humano não sabe viver em grupo respeitando as diferenças. Mesmo dentro das minorias, deve haver quem se sinta mais minoria ainda, e essas pessoas tb têm que ser ouvidas pra que nós possamos ter uma visão completa sobre o assunto - seja qual for.

Letícia disse...

Só pra ilustrar mais o meu comentário, e quem sabe explicar melhor a minha posição:

A Letícia Rodrigues entendeu o meu exemplo como uma mera questão pessoal, afetiva, e infelizmente não é bem esse o caso. A questão é invalidar VC, invalidar a sua luta dentro daquela ideologia pq vc não segue determinada linha de comportamento! Eu já passei por isso diversas vezes e sei como é terrível vc perder a voz por causa de algo totalmente alheio às ideias que pretende defender. Exemplo: grupo de feministas torcer o nariz pra vc pq vc parece muito "arrumadinha". Surreal, não? Mas aconteceu comigo.

Eu acho que é a isso que a Mariana estava se referindo, e eu entendo bem o que é.

Sara disse...

Mariana Unknown
Por tudo que li de seus comentários e de sua namorada, vcs são extremamente espiritualizadas, acho até que devem ser muito superiores a maior parte das pessoas, continuo achando que o seu ideal é utópico, porque a nossa realidade é exatamente a que o Aoi Ito descreveu, e é apenas da maneira como ele colocou que talvez algum dia cheguemos a ter o direito de pensar como vcs pensam agora, eu adoraria jamais ter que dizer palavras de ódio de revolta, de lutar por meus direitos, mas nunca vou conseguir aceitar com tanta resignação como vc e sua namorada demonstram ter, hoje a hora é de luta mesmo, e perto do que aqueles que querem continuar a manter seus privilégios, os homossexuais são até muito condescendentes demais, como disse o Aoi Ito é raro ver algum homossexual usar de violência, mas o contrario é freqüente demais.

bike disse...

Mariana

De tudo o que li , inclusive o post com todos os comentários o que mais valeu foi ler seus comentários , eles são de uma sensatez e clareza que só engrandecem a você como pessoa !
Talvez tenha sido o mais belo texto que já tenha lido a respeito do assunto .
Virei seu fã ..

Luan Lopes disse...

Tudo esta dito.

Edenilson Francisco disse...

Gaia,

Olá!

Certamente não estamos aqui para emitir julgamento sobre a pessoa Reinaldo Azevedo ou qualquer outra.

Não conhecia o texto indicado, e a partir do mesmo já estou descobrindo outros indicando inclusive possíveis falhas no texto do jornalista relativas a atualizações da PLC 122.

Agradeço de pronto a indicação que certamente ampliará minha visão sobre o assunto.

Abraços!

VJ Porto disse...

Comemorar "orgulho hétero" é tão nonsense que é muito engraçado!

E esse símbolo, o arco-íris em preto e branco, é ótimo! Piada pronta, morri de rir.

E, cá pra nós, esse negócio de "vejam só como sou orgulhoso de ser machão" é coisa de bicha enrustida, né não?

Anna disse...

Lola,

excelente post!

Não posso fazer nada além de aplaudir.

Adorei!

Letícia Rodrigues disse...

Laetitia,

Em nenhum momento questionei o direito da Mariana de opinar. Apenas discordei da opinião dela e da sua.

Concordo que nem todos os gays se sentem representados pelo movimento LGBTTT, e que nem todas as mulheres se sentem representadas pelo feminismo, e que qualquer movimento social que cresça um pouquinho mais vai se multiplicar em muitas correntes diferentes e ter suas dissidências internas. E sei que pode acontecer de um desses grupos dentro do grupo impor seu discurso aos outros de forma arbitrária.

Só não acho que estas disputas políticas possam ser comparadas com a exclusão social de grupos historicamente discriminados - são questões completamente diferentes.

Um grupo de feministas achar que "ser muito arrumadinha" não condiz com uma postura feminista é uma forma de pensar simplista - na minha opinião -, querer impor isso para todos os integrantes do grupo é arbitrário, e invalidar a opinião de alguém por causa disso é um golpe baixo para impor seu ponto de vista dentro de um debate. Eu acho muito válido, e necessário, discutir todos esses problemas que podem surgir dentro de um movimento, e concordo que é contraditório que em grupos que defendem igualdade e liberdade se encontrem esse tipo de comportamento. Só acho que nada disso tem nada a ver com discriminação e ódio.

E o que a Mariana estava defendendo é que o dia do orgulho LGBTTT devia ser substituido pelo "dia do orgulho da sexualidade", ou seja, ela estava questionando a necessidade da manifestação do orgulho LGBTTT em si, e não apenas apontando problemas na forma como o movimento se organiza.

E também usou todos esses problemas para defender a existência da heterofobia, coisa que eu nunca vi na vida real, e ainda afirmou que acredita que está virando tendência. É óbvio que ela tem todo o direito de defender essas idéias, mas eu discordo completamente.

Lucas disse...

Eu acho que a Letícia conseguiu colocar bem o que muita gente aqui tentou dizer mas não conseguiu expressar muito bem.

Juliana disse...

Boa tarde, Lola. Seu post está realmente sensacional. Concordo 100% com você e ainda chamo atenção para outro ponto: práticas homossexuais eram mais comuns na antiguidade do que as prática heterossexuais. E isso a gente pode ver inclusive em filmes holywoodianos recentes que retraram os tempos dos grandes imperadores romanos. Nessa época, nós, mulheres, éramos consideradas seres inferiores e, por isso, eramos usadas apenas para fins reprodutivos. O lazer dos mais "másculos" romanos fica a cargo das relaçoes homossexuais.
Outra observação pertinente é que não podemos afirmar 100% a nossa sexualidade quando não experimentamos a outra opção. Não quero dizer com isso que, por exemplo, sou infeliz com a minha opção sexual hetero hoje. Mas que é um opção que pode variar no tempo. E só quem é realmente livre de qualquer preconceito é capaz de aceitar tal idéia.
Sabe quando a gente é pequena e diz "eu não gosto de sorvete de abacate, só de chocolate" e nossa mãe responde: "como é que vc diz q não gosta de uma coisa que nunca experimentou?!" É por ai...
Quem não tem preconceito tem, ainda, que estar disposto a "dar a cara a tapa", porque provavelmente também corremos o "risco" de sermos rotulados como homossexuais. E nós descobrimos que realmente não temos preconceito quando não nos importamos com tal rótulo já que não o consideramos como uma ofensa.

Aoi Ito disse...

Juliana, não se engane. Antiguidade não é apenas Grécia e Roma. O seu recorte temporal é grande demais para falar com convicção que as práticas homossexuais masculinas eram mais frequentes que as heterossexuais. ;)

André disse...

Lola, ótima postagem! Parabéns!
Eu não conhecia o seu blog, é bem interessante.
Fiquei conhecendo através do Consciencia.blog.br.
Vou publicar esta postagem no meu mural do Facebook e colocar um link no meu blog (andreribeirodeoliveira.blogspot.com), tudo bem?
Forte abraço!

Arashi disse...

"Marie Curie, Emmy Noether, Lise Meitner eram 'well-behaved', mas elas queriam entender tudos. Elas nao brigar *apenas* contra sexismos, mas elas fazaim o que elas entendiam. E. Elas faziam "historia". O que voce quer? Ser celebre, ou fazer bem?"

Wyrd, isso não é bem verdade. o próprio fato de essas mulheres estarem em campos que não eram 'delas' (de mulheres) já era, por si só, um 'mau comportamento', uma rebeldia. Rebeldia não é só luta armada, não confunda as coisas. Pode apostar que cada uma dessas mulheres enfrentou uma tonelada de preconceitos. E elas só foram vitoriosas porque NÃO foram 'bem-comportadas', no sentido que resistiram e superaram esses preconceitos.

Juliana disse...

Olá, Aoi Ito! :) Sei que a história não se resume a essas civilizaçoes. Citei roma apenas para mostrar que o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo não é uma prática "moderna" como muitos pensam. E tb pra mostrar que em um dado momento oq temos hj como "minoria" já foi uma maioria significativa (e respeitada) em se tratando de alguns povos. Considerei os romanos pelo tamanho do imperio que construiram e por considerar que todo mundo tem algum conhecimento acerca de suas conquistas. Alem disso, sabemos que se trata de um povo muitissimo respeitado ainda que conhecidas as praticas homossexuais que existiam naquela sociedade. Porque é assim que deve ser.
Em algumas matérias ALGUNS dos povos antigos eram mais avançados do que muitos de nós. rs

Raphaela disse...

Lola, o texto é de deixar qualquer um boquiaberto. Concordo plenamente com tudo o que disse, porém gostaria de compartilhar uma situação (a qual presenciei) para reflexão.

Meu círculo de relacionamentos sempre foi composto por pessoas de todos os povos, credos, opções sexuais, etc. Num belo dia resolvi reunir aqueles que me são mais queridos para comemorar meu aniversário e me deparei com uma demonstração de preconceito horrorosa. Uma de minhas amigas faz parte da comunidade Mórmon e sua crença acabou virando um dos assuntos da noite. Duas fulanas (sim, hoje elas viraram apenas "fulanas" em minha vida) resolveram questioná-la sobre suas crenças e tudo o que era respondido virava motivo de comentários sarcásticos em tom irônico. Quando souberam que ela seguia à risca "esperar até o casamento para se relacionar sexualmente" foi como se um Freak Show tivesse sido inaugurado ali naquele momento. Me emputeci e questionei como ambas, lésbicas que diziam lutar diariamente com o preconceito conseguiam ser tão hipócritas a ponto de usar a máscara de vítimas quando dentro daquele ambiente as mais preconceituosas eram elas. Resumo da ópera, elas julgaram incabível o que eu disse, foram embora e eu nunca mais ouvi falar seus nomes.

Sou contra QUALQUER demonstração de preconceito e totalmente a favor de levantar a bandeira que você levantou em seu post, desde que haja essa coerência de saber que nada adianta pregar tolerância demonstrando intolerância.

Infelizmente a ignorância existe dentro de toda raça, opção sexual e credo, não apenas da parte heterossexual, ou de brancos, de religiosos.

Portanto, ao invés de levantarmos uma bandeira "orgulho de ser hetero/ homossexual/ negro/ branco" podíamos levantar a bandeira "orgulho de ser tolerante". Esta sim eu acho digna de ser carregada.

Bruna disse...

Leticia Rodrigues, poxa, depois do texto da Lola e dos seus comentários não resta nada a dizer!

Letícia Rodrigues disse...

clickcasamento,

Nós não vivemos em uma sociedade em que brancos excluem negros na mesma medida em que negros excluem brancos, ou em que heteros excluem gays na mesma medida em que gays excluem heteros. Se fosse assim, até faria sentido pregar que a solução para a discriminação é todo mundo se esforçar igualmente para ser mais tolerante com todo mundo.

Mas nós vivemos em uma sociedade comandada por uma elite branca que oferece menos oportunidades a negros. Vivemos em uma sociedade em que uma maioria heterossexual nega direitos a quem não é heterossexual.

A discussão é em torno de como nossa sociedade se estrutura. O fato de poder acontecer de uma lésbica discriminar uma hetero por sua religião não coloca heteros e gays em pé de igualdade. Não muda o fato de que a sociedade privilegia heteros e nega direitos a quem não é hetero.

É preciso por o dedo nessas feridas, e a parada do orgulho LGBTTT e o dia da coinsciência negra fazem isso. "Orgulho de ser tolerante" incomodaria a bem menos gente que "orgulho gay" ou "orgulho negro", justamente por que não explicitaria todos esses problemas estruturais da nossa sociedade.

Letícia Rodrigues disse...

Obrigada, Bruna!

Aichego disse...

Chaves,

entendo muito bem o que vc fala sobre o precoceito contra pessoas evangélicas. Não sou evangélica, ao contrário, não tenho qualquer crença. Mas minha mãe se converteu há uns 20 anos ao evang´lho e pude acompanhar a discriminaçnao que ela, de repente, começou a sofrer. É uma mulher independete, muito inteligente e crítica e que sempre foi muito respeitada por essas caracteríaticas. Quando se converteu, imediatamente passou a ser vista como se tivesse, subitamente, virado uma anta retrógrada. E nessa brincadeira muita gente se afastou dela. É uma pena. pra eles principalmente.

Porque eu, mulher, bissexual, feminista, tatuada, ateia e cheia de opinião pude ver o bem que a evangelização fez à minha mãe.

Demorou um pouco, adimito, mas pude.

E ela, evangélica, me respeita, apoia e defende, idenpendete de quaisquer diferenças.

Fico feliz de "ouvir" comentários de outra pessoa assim. Mas triste de saber que sofre com esse preconceito.

Raphaela disse...

Letícia

A intenção é "incomodar"? Para mim o intuito das manifestações era conseguir o devido respeito e igualdade.

Se o foco é somente incomodar, bem, apontar o dedo para quem é diferente é o caminho certo, mas é o tal "faça o que eu digo, não o que eu faço".

Entenda, sou totalmente contra QUALQUER forma de discriminação, mas tais atitudes incoerentes como de alguns que julgam e se ofendem quando são julgados me remetem a uma frase que ouvi certo dia com relação aos bombardeios "pela paz" no Iraque: "Bombardear em busca da paz é como foder em busca da virgindade".

Letícia Rodrigues disse...

Raphaela,

Como eu disse no meu comentário anterior, a intenção é discutir a forma como a nossa sociedade se estrutura. É expor o fato que essa sociedade privilegia homens em detrimento de mulheres, brancos em detrimento de negros, heteros em detrimento de quem não é heteros. O fato de algumas pessoas se incomodarem com isso, simplesmente pq não gostam de ver seus privilégios serem contestados, não pode ser motivo para que a discussão não aconteça.
Em nenhum momento defendi a atitude de quem aponta o dedo para quem é diferente.

Matheus disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Matheus disse...

Oi, Lola! Bom dia, tudo bem?

Sou um leitor novo. Fui apresentado ao seu blog há algumas semanas por uma das minhas melhores amigas, que é feminista, mas li várias postagens antigas.

Gosto muito do que você escreve e, após ler este post, decidi comentar porque você conseguiu esclarecer e sintetizar tudo o que penso sobre a posição dos grupos discriminados (nem vou falar minoria porque as mulheres são numericamente superiores aos homens no Brasil) na nossa sociedade.

Concordo com o seu posicionamento e gostaria de lhe dar os parabéns pelo conteúdo e pela clareza com a qual escreve.

Saudações,

Matheus

Minhoca disse...

Nossa querida, fiquei emocionada, parece que vc conseguiu falar tudo que a gente queria, obrigada!

Magia da Floresta - Despertar da Consciência disse...

Lindo! Lindo! delícia de conversa...grata...li em voz alta!!!pro mundo ouvir!! muito bom!!beijos

Unknown disse...

oooooown tadiiiiiinhos dos gaays!

--'

Werner Piana disse...

Te aplaudo de pé, longamente.
Viva Lola, VIVA!
;)

Bárbara de Almeida disse...

Chorei ao ler. Muito, muito bom mesmo!

Ághata disse...

Muito bom seus comentários, Aoi Ito, não sei nem de onde você tira paciência pra ler, quem dirá responder.

Parece que tem gente que vive em realidade alternativa.

Simplesmente Ronaldo disse...

Não demora muito virá o " Orgulho de ser Católico" "Orgulho de ser Evangélico" "Orgulho de ser Político" ou "Orgulho de ser branco, macho e dominante"
Muita palhaçada, essas idéias medão náuseas.

Minha primeira vez aqui no blog, mas já virei fã.
Parabéns.

Antonio Mello disse...

Pessoal, povo deste triste país. Discutamos coisas mais sérias. Educação, saúde e cidadania são essenciais e nós estamos nos esquecendo disso. Temos um longo caminho a percorrer e proponho que nos demos trégua nas questões raciais e de orientação sexual e passemos a discutir que caminhos devamos seguir para resolver os problemas de nosso Brasil. Educação, saúde, cultura UNIVERSAL (isso mesmo: alemã, africana, latina, japonesa, judáica, árabe, americana, mexicana, afegã, etc..), cidadania, respeito e felicidade. Tenho orgulho de pensar assim! Tenho vergonha de sermos assim, brasileiros incivilizáveis! Acorda, Brasil, os chineses vêm aí....

Letícia Rodrigues disse...

Ah, claro, Antonio!

É perfeitamente possível discutir cidadania sem discutir o racismo e a homofobia que fazem com que os direitos de cidadãos que não são brancos nem heteros sejam desrespeitados!

Clarinha disse...

Caro, Antônio, proponho que leia o texto, apesar de longo e tente compreende-lo. Talvez a leitura o ajude a entender melhor o que seria educar, o que seria ser cidadão.

Éverton disse...

Maravilha!! Parabéns pelo texto!!

SOUZA, Filipe disse...

Escrevo apenas para informá-la que foi citada no meu blog.
Fique a vontade para checar: blogdofilipesouza.blogspot.com

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