terça-feira, 30 de agosto de 2011

ESTADO LAICO, QUERO UM PRA VIVER

Marcha do Rio na semana passada

Domingo passado teve Marcha pelo Estado Laico em São Paulo e Recife, e durante a semana, no Rio. Haverá outras, em Florianópolis (hoje mesmo!), Curitiba (17/9) e Brasília (30/11) — você pode ver aqui o calendário com os locais de encontro. Mas é impressionante. Basta divulgar esses protestos no Twitter pra receber mensagens como “falta do que fazer”. Eu acho que todo mundo deveria participar dessas marchas, inclusive as pessoas religiosas. Porque é um Estado Laico que garante a sua liberdade religiosa. E você gosta disso, não é? De ter liberdade pra crer no que quiser, pra se reunir num lugar com outras pessoas e celebrar o seu deus. Pois é. Eu, ateia, fico feliz que você tenha liberdade pra isso. Mas também exijo liberdade para não ir ao seu templo ou acreditar no seu deus, ou em deus nenhum.
Lembro de, no ano em que vivi nos EUA (entre 2007 e 08), ter lido e visto coisas incríveis. Coisas que felizmente não são tão fortes por aqui, mas estão chegando rápido. Os fundamentalistas cristãos nos EUA representam 25% da população. Se dependesse deles, a maior potência mundial seria uma teocracia. Sério mesmo. Eles não apenas querem manter o direito de discriminar gays e retroceder quase meio século no que se refere às conquistas das mulheres e dos negros, como gostariam de banir ateus e não-cristãos do serviço público. Dessa forma, um professor de escola primária que fosse islâmico, por exemplo, seria posto no olho da rua. Médico ateu trabalhando em hospital público? Nem pensar. Muitos fundamentalistas cristãos gostariam de retornar aos tempos bíblicos. Eles defendem abertamente que um homem que não trabalhe não possa comer. Na realidade, eles são contra o governo — qualquer um. Gostariam de instituir os dez mandamentos e ver o país se transformar num único grande templo.
Eu tenho um pouco de medo dessa gente. Já foi perigoso o suficiente quando o presidente da nação mais poderosa do planeta disse invadir um outro país porque Deus quis assim. Eu vi os índices de gravidez na adolescência nos EUA subirem, porque Bush acabou com os programas de educação sexual, substituindo-os por aulas de abstinência. Eu acho que todo mundo deveria poder se expressar, mesmo que seja pra expressar preconceitos. Claro que eu preferia que não houvesse preconceitos. Mas, assim como não quero me meter (e nem quero que o governo se meta) nos assuntos religiosos, quero que os religiosos não se metam em assuntos de Estado. É bem simples: se uma religiosa é contra o aborto e ela tiver uma gravidez indesejada, ela deve ter toda a liberdade para não abortar. Se um religioso for gay e tiver certeza que sua orientação sexual o levará ao inferno, ele que tente não ser gay (não fazendo sexo, ou fazendo o esforço supremo de se casar com alguém do sexo oposto). Se um casal religioso quer que seus filhos pratiquem a religião, eles que a ensinem em casa, ou que coloquem a prole numa escola particular que siga aquela religião. Se um religioso tiver uma doença terrível e irrecuperável e for contra a eutanásia, ele que siga vivendo até onde der. Mas é prepotência demais querer que seus valores religiosos sejam os de todas as pessoas de um país.
Estado e igreja estiveram juntos, inseparavéis, nos piores momentos da humanidade. Não é bom pra ninguém que crenças religiosas se misturem com direitos e deveres da população. E, apesar de acharmos que vivemos num país laico, muitos de nossos direitos são tolhidos por, no fundo, vivermos num país cristão, em que dogmas da igreja católica (e mais recentemente, das evangélicas) se intrometem no nosso dia a dia. Não há outro motivo para que o aborto não seja legalizado senão a interferência religiosa na vida de todas as mulheres, incluindo as ateias, as de outras religiões, e até as católicas que não têm tanto apreço por uma igreja com os mesmos valores de dois mil anos atrás se metendo em suas vidas. Não há outro motivo para que dezenas de direitos dos homossexuais (e somos tod@s iguais de acordo com nossa Constituição) sejam negados. Fundamentalismo religioso — e é isso que acontece quando mistura-se religião e governo — é ruim sempre, independente da religião no poder.

156 comentários:

Kron disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Kron disse...

O legal é a dissonância cognitiva dos fundamentalistas, que conseguem ignorar as estatísticas. Os EUA são um ótimo exemplo, gravidez na adolescência é maior quando não há educação sexual (ou eles sonham que adolescentes vão abster do sexo? hahaha), isso sem contar estatísticas internacionais que mostram que quanto mais secular for um país mais desenvolvido socialmente ele será.

Quem? disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Kron disse...

@ene então teremos que proibir qualquer filme que encene algo proibido... o cinema vai ficar muito chato =\

Bart Rabelo disse...

É engraçado que eu, ateu militante e de certa forma antenado com o mundo virtual, nem sequer tenha sabido da existência desta manifestação no centro do Rio no dia 25. Não que significasse muita coisa, pois eu, ateu militante, trabalho durante a semana (e de acordo com alguns nos EUA posso até comer, certo?).

Minha maior teima com este tipo de manifestação é que elas são descentralizadas, o que reduz sua exposição e divulgação. Qualquer manifestação em horário comercial e dia útil, por exemplo, reduz o potencial de participação. Alguns dirão que não adianta fazer uma passeata em frente a uma assembléia legislativa num fim-de-semana pois o movimento é baixo e ninguém está trabalhando - durante a semana não é tão diferente, sinceramente. Então porquê não tomar um ícone nacional como a praia de Copacabana ou de Ipanema num domingo, onde há maior visibilidade na mídia?

Eu fico triste pois um assunto tão relevante como a defesa da laicidade do nosso Estado deveria ser levada mais a sério e ter maior divulgação, abrangência e coordenação.

Quem? disse...

jura, que somente por causa dos fundamentalistas religiosos que os direitos dos homossexuais não são aprovados?

então quero lembrar queo projeto de uniao civil entre pessoas do mesmos sexo estava há dezesseis anos no Congresso e ninguém aprovava

Jura também que é por causa dos reigiosso que a discriminaluzação do aborto não é aprovada? bom, a Itália é católica roxa e o aborto é legalizado lá. Na Holanda tem fundametalistas critãos na política ( democracia cristã) e a prostituição é legalizada e consumo de maconha é tolerado.

Acho que vc esqueceu que está no Brasil e que aqui as coisas caminham segundo as conveniências e não os interesses.

A mesma conveniência que usam criminalizou Rafinha Bastos, mas não considera justo que façam omesmo com o Serbian Film que atentava contra a infância por exibir uma cena de estupro com infantil tipificado pelas leis como crime, mesmo sendo ENCENADO. E a mesma que não condenou bolsonaro no Conselho de Ética.

Existem mais coisas entre o céu e a terra do que sua vã filosofia.

do mais utilizar o aumento no npmer de gravidez na adolescência para justificar acho sem nexo uma vez que se trata de um aspecto social evidente em qualquer sociedade.

Quem? disse...

@Kron

não foi uma cena que encenava crime, mas uma cena criminosa.É diferente.

Kron disse...

@ene Estatísticas não valem nada? Devemos ignorar por exemplo a mortalidade infantil como índice para medir a qualidade de vida em determinado local? Afinal a mortalidade infantil é evidente em qualquer sociedade.

Foi uma encenação! O que torna determinada cena criminosa? Qual a diferença disso pra uma cena de tortura e assassinato como há em "O Albergue"? Ou de estupro e canibalismo como em "Junkyard Dog"?

Lucas disse...

Apoio o texto quase todo dessa vez. Sou religioso e realmente é o estado laico que garante a liberdade religiosa plena.

Sobre os direitos dos homossexuais eu até concordo, mas sobre o aborto nem tanto. Tem princípios jurídicos outros que entram nesse caso.

Mas "ene", afinal qual é o seu ponto? A Itália ser católica e aprovar o aborto prova o que sobre o Brasil? Existem peculiaridades regionais a serem consideradas, o mundo não é tão simples assim.

Vivemos em um país muito religioso e muito conservador e aqui o aspecto religioso influi SIM na política. E não é de hoje, sempre influiu. O conservadorismo é que trava a união homoafetiva há tanto tempo, independentemente de se mostrar como evangélico, católico ou qualquer outra roupagem.

Lord Anderson disse...

Como alguem que tenta diariamente viver sobre a crança de amor e respeito a Deus e ao proximo como Jesus Cristo ensinou eu apoio totalmente esse post.

O estado laico é indispensavel para o bom funcionamento da democracia.


Os catolicos não me representam e um monte de denominações evangelicas tb não.

Prefiro que as forças publicas deixem a relgião para a esfera intima onde é o lugar mais adequado.


Sempre que saiu dai, deu merda.


Estado Laico já e sempre.

Quem? disse...

@ Kron

Estatisticas revelam o problema e não a causa do problema. Como uma sociedade com adolescentes que gozam de um bom padrão de vida, tem a sua disposição meios de comunicação para informar sobre estas questões, a causa
é pura e simplesmente a supressão de aulas de educaão sexual?

Existe algo chamado "contexto social" que influem bastante nestas problemática.

Sobre a cena criminosa do Serbina Film sa Lei o referido aritgo abaixo:

“Art. 241-C. SIMULAR a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual:

Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008″


Acho que este artigo responde a sua pergunta, já que estamos falando de infância, algo que não tem defesa por si mesmo e precisa de outros para defendê-la.

Lord Anderson disse...

ene

A maior prova que a religião influi na politica é a existencia de algo chamado "bancada evangelica" e da quantia de pastores que ocupam cargos no legislativo.

Num pais realmente laico de fato isso nem existiria.

Eu pessoalmente fico preocupado com todo o conservadorismo que estamo vivendo atualmente.

Denise disse...

Você viu os candidatos republicanos atuais? É de dar medo...

Quem? disse...

@ Lucas

Pergunte a autora do post que culpa e única e simplesmente os religiosos por questões como estas não serem aprovadas.

foi o que disse: cada Estado tem sua particularidades políticas, reduzir tudo a um único ponto é uma leitura reducionista das coisas.

E FIM.

Giovana disse...

Embora tenha religião - sou espírita - também discordo de grupos religiosos metendo a mão nos rumos das vidas dos outros.
Por outro lado, vejo as marchas em geral como algo que virou moda, motivo de festa e que acaba sendo banalizada, não cumprindo com o que seria seu objetivo principal.
Ainda por um outro lado, a questão cultural no Brasil é um cancro. Não adiantam leis se as pessoas não têm educação, cultura e informação para sequer entendê-las.
Religião num país assim é angu de caroço.

Kron disse...

@ene

Sobre a estatística, ela mostra que há uma correlação entre os dois fatos, não quer dizer que a falta de educação sexual seja a única causa, mas é fato que quando a mesma não é realizada há um aumento de gravidez indesejada e até mesmo de abortos

Sobre o filme, não sou advogado, mas esta lei pelo que entendi proibe a encenação deste tipo de cena, mas não proibe que alguém assista. O filme em questão não foi criado nem encenado no Brasil, portanto a lei não aplica. Não assisti a cena em questão, mas pelo que li ela não é EXPLÍCITA, e foi utilizado um BONECO de uma criança, não uma criança de verdade.

Jéssica disse...

Já viu a última do Rafinha Bastos? http://folha.com/no967411

Pelo jeito esse homem tá empenhado em mostrar toda sua misoginia.

Thiago Nogueira disse...

Falta uma Marcha pelo do Estado Laico em Fortaleza.

Beatriz disse...

Como católica praticante, feminista e defensora do Estado laico, parabenizo seu post Lola. Defendo inclusive que o principal argumento em favor do Estado laico, para convencimento das pessoas religiosas, está na própria Bíblia "A César o que é de César, a Deus o que é de Deus". Mas muitos cristãos preferem, convenientemente, se esquecerem dessa passagem, do "não julgueis para não serem julgados" e do livre-arbítrio.
Muito do praticado pela igreja católica foi decidido em concílios, por seres humanos, há séculos. Cabe aos fiéis tb refletirem se os costumes daquela época realmente estão de acordo com os valores cristãos de amor e tolerância, ao invés de aceitá-los cegamente. As pessoas não deviam ter medo de se questionarem, pq o questionamento é o exercício da fé. Mas, infelizmente, parece q existe uma educação religiosa no sentido de desencorajar o raciocínio, criando aquele estigma q muitas pessoas religiosas e cultas sofrem constantemente (eu, sem falsa modéstia, sou vítima dele sempre) de que pessoas religiosas são ignorantes. Pessoas fundamentalistas q o são.

rizk disse...

@Bart Rabelo
A Marcha Laica de São Paulo aconteceu num domingo, às 4h da tarde, num dia tão frio que a única alternativa era ir pra marcha ou dormir.
E ainda assim, éramos no máximo uns 300 gatos-pingados.
Porra, né? Não acredito muito nisso de "o horário era ruim"... quem leva a sua causa a sério, vai pra rua até debaixo de temporal.
Acho que o povo teve foi vergonha de ficar lá no meio dos ateus pervertidos, dos viados tarados, das feministas bruxas e da escória da sociedade que somos.

Blanca disse...

Amei os cartazes da Marcha. E eu queria ter ido, mas não fiquei sabendo que tinha, nesse dia!

Adorei o post, principalmente a parte que que vc diz coisas que todo religiosos tem direito de fazer, mas não pode tirar o dos outros.

Estudei em escola católica durante a infância e a mensagem mais legal que tirei foi: "Não faça com os outros aquilo que não gostaria que fizessem contigo"

Olha que bacana! Estava escrito no livro de religião! Não gosta que tirem seus direitos, pessoa religiosa? Não tire os dos outros.

Blanca disse...

Mas Giovana, uma maioria religiosa não pode interfirir no direito de homossexuais, mulheres, negros. A lei não pode seguir o que a maioria pensa. Tem que garantir que todos sejam tratados iguais, nem que seja levando na justiça casos assim. Quem sabe com uma lei que proteja verdadeiramente homossexuais, a cultura não melhore?

Satoshi disse...

Eu discordo sobre o que você disse do aborto ser impedido apenas por questões religiosas.

Eu sou ateu, completamente mente aberta para todos os assuntos, mas não tenho certeza se concordo com o aborto.

Não tem a ver com a alma nem nada assim (afinal, sou analista do comportamento, não acredito nem na existência duma mente, imagina duma alma), mas a questão de decidir o futuro de uma vida (mesmo uma em potencial) me parece muito complicada.

Bruno S disse...

Sobre a questão do estado laico vou contar um "causo" no qual me envolvi.

No período da páscoa a empresa na qual trabalho (uma estatal, controlado poum estado, a princípio laico) tradicionalmente abre um auditório para confraternizações e até convida líderes de religiões cristãs para participar desses eventos. Até aí tudo bem.

Mas esse ano, a comunicação empresarial resolveu inovar. Utilizaram o informativo interno para reproduzir as mensagens religiosas de três grupos (católicos, evangélicos e espíritas). Como considero inadequado fazer propaganda religiosa(e o código de ética da Cia também) enviei a seguinte mensagem à comunicação da minha unidade:

"É papel de uma empresa controlada pelo governo de um estado constitucionalmente laico reproduzir mensagens religiosas??

E, mesmo que seja o objetivo reproduzir mensagens religiosas, por que apenas as mesmas religiões são as contempladas?

Se for para receber mensagens religiosas, deveríamos receber também mensagens nas datas importantes a islâmicos, budistas, hinduístas, judeus, de umbandistas, de praticantes do candomblé ou wicca? Se um fala, todos têm que poder falar.

Acredito que essa tão competente comunicação deveria deixar o papel de divulgar religião para os líderes religiosos em seus templos, suas redes de TV, suas rádios e seus jornais. Não precisam da XXXXXX para isso.

Obrigado pela atenção."

Como não botive resposta, encaminhei para a ouvidoria da empresa e tive a seguinte resposta:

http://ouvidoria.petrobras.com.br/portal/ouvidoria/pt_br/coluna-do-ouvidor/limites-da-religiao-na-corporacao.htm

Serge Renine disse...

Todos os fundamantalismos radicais são danosos, inclusive os que pregam tolerância com tudo.

Liana hc disse...

O estado laico precisa urgentemente ser praticado aqui no Brasil.

Sou espírita e entendo a religião como algo de foro íntimo e assim deve ficar. A política serve, ou deveria servir, para cuidar dos interesses gerais de toda a população. Não faz sentido então ter religiosos decidindo coisa alguma ali.

Sobre o aborto, eu sou contra e não vejo motivações "atéias" que justifique isso. Penso que as questões aqui são outras também me preocupo em alegar que se não tem religião envolvida então vale um bocado de coisa. Penso que não é bem por aí, a vida tem valores que independem de uma religião para ratificá-la. Ainda temos muito o que considerar.

Serge, concordo. Tem quem vai tanto por um lado e quer proibir de um tudo e tem aqueles que sob o suposto manto da democracia acha que tudo nos é permitido. Muito perigoso isso, algumas práticas são danosas e devem ser vetadas. Não podemos ter medo de nos posicionar receosos de atentar contra a liberdade de alguém. Afinal, o direito de um termina onde o de outro começa.

Blanca disse...

"A questão de decidir o futuro de uma vida..." E aquilo lá é uma vida?


Não é o melhor/mais concreto dos argumentos, mas se você não acredita em alma nem em mente, aquilo ali é um punhado de células que só vira algo se a mãe não interromper...

Escarlate disse...

Aff, de novo sobre o aborto? Sinceramente, eu estou pouco me importando com quem acha que uma blástula é uma vida, é o mesmo que falar que um ovo é uma galinha e que uma semente é uma árvore. MAS NÃO VENHAM QUERER MANDAR NO MEU ÚTERO.

Eu não tenho direito de mandar na vida de ninguém. Se querem deixar o aborto como está, matando milhares de mulheres e NÃO SALVANDO VIDA NENHUMA, então adotem crianças de mulheres que não quiseram abortar mas não querem o bebê. Salvem a vida deles então, ué! Ou só importa quando é feto? Quando tá na barriga?

To cansada de hipocrisia, to cansada de gente querendo se meter na minha vida e na dos outros. Estado laico é o que tá faltando pra acabar com esse inferno.

Lucas disse...

Vamos voltar pro assunto do aborto?

Bem, sobre o "punhado de células que só vira vida se a mãe não interromper", aí entra a discussão de quando começa a tal vida.
E que, uma vez feita a inseminação, aquilo é um ser em formação, por mais inicial que seja essa formação.

É um processo já em curso e que, sem intervenção, vai gerar um outro ser que em 9 meses será livre e independente do corpo da mãe. Aí entra a lei pra definir se esse punhado de células vai ter direito a se tornar um ser completo ou se alguém tem direito de impedi-lo de existir.

Só pra deixar claro, sou pessoalmente contra o aborto, mas conheço toda a argumentação a favor e sinceramente não consegui chegar a uma conclusão sobre a legalização. Prefiro deixar pros técnicos decidirem isso.

Mas voltando à programação normal...

Rose disse...

Lucas..
Só pra deixar claro, sou pessoalmente contra o aborto, mas conheço toda a argumentação a favor e sinceramente não consegui chegar a uma conclusão sobre a legalização. Prefiro deixar pros técnicos decidirem issou
É exatamente disso que trata opost. A sua opinião é válida, importante pra você. Você não concordar é direito seu, discuti-lo é importante, mas não pode querer que, por não concordar (ou não aceitar) o aborto, eu tenha que seguir a tua, e não minha, opinião.

Guilherme Rambo disse...

@Lucas o ser se distingue como uma vida única humana quando seu sistema nervoso se desenvolve, se não me engano por volta dos 3 meses de gestação (posso estar errado no número). Antes disso, um embrião é tão "vida" quando uma célula ou órgão qualquer. Se um punhado de células qualquer sem consciência é uma vida que deve ser protegida pelo estado então quando eu tive meu apêndice removido também foi aborto.

Mas, como disse a Rose, abortar ou não deve ser algo pessoal, ninguém deve tentar impor sua opinião na vida alheia.

Edson disse...

O que me irrita além da interferência das religiões é esse discurso "temos que manter a moral e os bons costumes da familia brasileira". Geralmente dito por pessoas preconceituosas.
Também quero um Estado LAICO.

Obs: Adoro teu blog Lola e é meu preferido atualmente. Espero que logo eu lhe envie um e-mail falando sobre mim e de como acho esse blog tão importante.

Abraços

Flávio Brito™ disse...

O estado é laico mas o povo não!
E o estado deve servir a seu povo.
Imaginem só que absurdo o nosso estado é laico e temos feriados religiosos. Deveríamos acabar com todos esses feriados como o natal, pascoa afinal de contas o estado é laico.
Deveríamos proibir ambientes religiosos em hospitais e presídios se os religiosos internados, enfermos e presos quiserem exercer sua crença que o façam em seus templos não em hospitais e presídios do estado.
Tem até capelão nas forças armadas pra prestar assistência religiosa aos militares, que absurdo.
E as estatuas de santos em lugares públicos é uma ofensa a quem é ateu, é o cristo redentor é a praça dos orixás e eles ainda colocam crucifixos nas paredes.
Deveríamos banir tudo isso!

Kron disse...

@Flávio Brito

http://pt.wikipedia.org/wiki/Falácia_do_espantalho

Lucas disse...

Rose

Sim, eu não disse nada diferente disso.

Rambo

Eu entendo o ponto
Mas seu apêndice não estava em processo de se tornar um ser humano completo e consciente em questão de meses se não houvesse interferência. Esse é o meu ponto. E acho que é um ponto pouco discutido e que, na minha humilde opinião, deve ser levado em consideração também na hora de legislar sobre o tema, além da questão dos 3 meses.

Flávio Brito™ disse...

Novamente esse discurso de quando começa a vida no tema do aborto!
A humanidade não respeita a vida independente da fase em que ela se encontra.
Vemos mulheres jugando crianças no esgoto, homens matando homens e mulheres por motivos banais nós os seres humanos são cruéis com a vida animal.
Vai por mim: mesmo fosse provado cientificamente que a vida começa nos primeiros momentos da gestação as feministas ainda seriam a favor do aborto.
Há pessoas que são a favor da pena de morte.
Respeito à vida não é uma característica humana.

Priscilla disse...

Excelente o post Lola, arrasou muito!
Eu tbm passo por mal bocados quando expresso de modo tão convincente a minha não fé em deuses, santos e afins e fé (quase cega, pq a coisa anda feia) na humanidade. Isso mesmo, na capacidade do ser humano de construir a História calcados em valores éticos e não religiosos. A nossa sociedade não sabe lidar com o diferente, fato! Seja gay, negro, atéia, surdo, o escambau...mas a tal fé na humanidade ainda vibra.

Bruno S disse...

Pessoal,

tornar o estado de fato laico não é obrigatoriamente liberar o aborto. Significa desinterditar o debate.

Pode ser que se decida não liberar. Mas o debate deve ser feito sem dogmas religiosos. A despeito de nossos amigos comentaristas não religiosos, o discurso antiaborto majoritariamente está calcado em argumentos religiosos.

M disse...

Só não defende um estado laico quem quer obrigar os outros a viverem conforme suas crenças.
---------------------------------

Ene

A cena em "A Sebian film" foi feita com um bonecos e truques de edição... Existe um estatuto para proteger a integridade de bonecos, manequins e action figures ? Se existir vou ter que denunciar a loja que fica na esquina da minha casa. Constantemente vejo as vendedoras trocando a roupa do manequim infantil na frente de todo mundo... Será isso pedofilia ?

Ainda bem que "encenar" um crime é diferente de executa-lo. Senão teríamos todos os "Romeus" da história presos por invasão e assassinato antes do último ato...

Niemi Hyyrynen disse...

Denovo esse papo de aborto?[2]

O aborto não vai interferir de forma prioritária na questão do estado Laico, por favor né?

Embora, que os fundamentalistas estejam ocupando cada vez mais espaço na verdadeira "casa do povo", enfiando goela abaixo suas convicções, isso sim que não é democrático e precisa ser debatido.

Para que o Estado possa cuidar do assunto de interesse geral é necessário a isenção de convicções e isso não se atinge com um fundamentalismo instaurado!

Eu fugindo do Perussuomalaiset e caio aqui na bancada evangélica...

Paloma Varón disse...

Lola, que ótimo post! Este assunto tem estado cada vez mais presente na minha casa, na minha vida (alô, Dilma!).

Explico: matriculei a minha filha de 4 anos numa escola pública daqui de Brasília e desde o início do ano tenho lutado contra as orações que eles insistem em fazer antes das aulas e antes do lanche, fora uma penca de músicas de cunho religioso que eram ensinadas às crianças.

Pedi uma reunião com a diretoria no primeiro semestre e me "explicaram" que era um aspecto cultural, que não era nada ligado a uma religião específica e tal, que era apenas um agradecimento. E é claro que isso continuou nós incomodando, porque a escola tem um viés altamente cristão, mas é pública!

Acontece que, na semana passada, saiu uma matéria na Globo local (e eu tenho de agradecer à Globo, ahaha!) sobre outra escola do Plano Piloto que fazia as orações (descobrimos que todas fazem) e um grupo de pais foi reclamar na regional de ensino, gerando uma celeuma. A regional proibiu a oração nesta escola específica e a maioria dos pais fez até abaixo-assinado para que a oração voltasse.

Aproveitei o auê causado pela matéria da Globo (que foi reproduzida pelo G1) e escrevi novo email para a diretora. Ela reconheceu que a postura da escola estava errada, que ia contra a Constituição e o Estado laico e suspendeu as orações.

Demoramos meses para fazê-los constatar o óbvio, que uma escola pública não pode impôr um deus para as crianças, ainda mais um deus único, homem, cristão. Que o Estado laico assegura a liberdade de crença e a liberdade de não crer.

Neste caso, tivemos um final feliz, mas temo que, após o fuzuê da matéria, tudo volte a ser comoa ntes. Fora que nas cidades satélites as orações devem continuar firmes e fortes, já que a regional de ensino do Plano Piloto é diferente da de outras cidades.

Temos amigos com filhos em outras escolas (do Plano mesmo) que continuam com a prática e eles optaram por levar à filha sempre atrasada para a escola para pular a parte da oração. É um absurdo ter que fazer isso. As escolas têm todo um discurso de respeitar as diferenças, mas, na prática, isso não existe.

Beijos

Liana hc disse...

O estado laico não garante uma resposta automática para estas questões. É contraditório acusar certas pessoas de se apoiarem na religião para determinar isso ou aquilo de forma irrefletida enquanto outros estão aí se calcando justamente no laicismo para liberar o aborto sem maiores questionamentos da sociedade.

Por mais que queriam entender dessa maneira, abolir o discurso religioso da conversa não dá passe livre para que todas as opiniões de ateus se concretizem. Sei que todos gostam de se achar o amendoim salgadinho mais lúcido do pacote mas a religião não esgotou o assunto. Há um diálogo que envolve biologia e filosofia se não, pra quê né, vamos institucionalizar que ateus mandam e o resto obedece de boca calada. Acho que não. O estado laico não vai se furtar a essa conversa tampouco se resume a isso. Muitos outros temas precisam de um debate sério.

Sara disse...

Apoio integralmente tudo o que vc disse Lola, sempre pensei assim tambem, e sinceramente me assusta ver tantos grupos religiosos brigando por poder politico, pois é certo que vão querer impor aos outros suas regras, abomino qualquer tipo de teocracia.
Eu tambem não ouvi nada sobre essas manifestações, mas gostaria de participar, pois essa e uma bandeira que eu acho importante carregar.

Roxy Carmichael disse...

matéria interessante da carta capital sobre os novos projetos dos deputados para tornar ainda mais dura a punição de mulheres e profissionais de saúde envolvidos no aborto. creio que os religiosos podem e devem manifestar a opinião contrária ao aborto, mas as pessoas que o defendem deveriam não só ter o mesmo de direito de manifestação como também o mesmo espaço no congresso para que suas propostas também sejam conhecidas. dentre algumas das propostas do primeiro grupo (os que são contra o aborto) está a proibição da manifestação da opinião (quanto "ão") a favor do aborto. há ainda um projeto que propõe pagar pensão às mães que resolvam ter seus filhos que foram concebidos à partir do estupro.
http://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-infantaria-antiaborto

Roxy Carmichael disse...

dizer que religiosos tem direito de manifestar-se não significa ferir o estado laico. parto do pressuposto que os seres humanos tem sua subjetividade e que é impossível exigir objetividade e imparcialidade. mas isso se aplica a pessoas. e não a leis.

Bruno S disse...

Liana,

a questão não é que os ateus devam falar e os crentes assentir.

O ponto colocado é que o discurso religioso (das religiões de maior representatividade) acaba tendo influência em questões políticas e na vida das pessoas que não comungam da mesma religião.

Na verdade, as vítimas da influência religiosa acabam sendo os seguidores de religiões minoritárias.

Para um ateu, nenhuma religião faz sentido. Então o crucifixo no local de trabalho não diz nada. Para alguém que não pode ter seus símbolos expostos no mesmo local sem risco de estigmatização, isso é problema.

A briga por ser laico não é só a nossa briga(ateus), é a briga também de quem acredita numa religião marginalizada pela "cultura"de seguir e propagar o cristianismo em qualquer lugar.

aiaiai disse...

ótimo texto como sempre lola!

Mas, entrei para dar parabéns ao Bruno pela atitude de contestar e ao ouvidor da empresa dele pela resposta. Duvido q a comunicação não pense 15 vezes antes de fazer alguma publicação com cunho religioso depois disso!

aiaiai disse...

aos q estão reclamando q não ficaram sabendo da manifestação: claro q ñ é divulgado, né gente? As mídias tradicionais escondem esses assuntos e é difícil para os organizadores fazer a divulgação de forma adequada. Ao invés de reclamar, que tal se juntar ao povo q tá tentando e ajudar!?

Roxy Carmichael disse...

eu sou a favor de uma lei que garanta assistência médica e proteja a vida de uma mulher e não de uma (suposta) vida em processo de formação. alguns dos defensores da proibição do aborto aqui (que enfatizaram que não possuem vinculo religioso) apelaram para uma espécie de dilema cientificista que procurar determinar a vida humana a partir da concepção. recomendo que procurem ler um pouco do foucault, que fez uma interessante crítica ao discurso cientificista e como esse substitui o religioso no que se refere a normativização e controle dos seres humanos (principalmente dos seres que não recebem o selo de normais na fábrica)

letícia disse...

"...Porque é um Estado Laico que garante a sua liberdade religiosa..." Pois é. Parece que tem gente que não vê isso.
O Estado e a religião não deveriam se 'cruzar'.

"...Mas é prepotência demais querer que seus valores religiosos sejam os de todas as pessoas de um país... " EXATO! Somos um país tem uma cultura vasta, com gente de todo tipo e não é porque fulano crê em X coisa, que a nação tem que crer também!

Igrejas/religião junto com Estado só mostraram coisas ruins. É essa mania de querer tornar a idéia de alguns, absoluta. Isso não deveria existir, somos indivíduos, com direitos de crer (ou não) em que/quem quisermos!!

Se não houvesse esse tipo de relação, não teria tanto preconceito e tirania contra gays ou tanto debate em cima da legalização do aborto. Seriam direitos, que cada um poderia escolher (em determinadas situações) o que fazer.


----
Lembrei de uma vez, que fui fazer uma entrevista e tinha um formulário para preencher, nele, vinha "Qual sua religião?" eu não respondi, deixei para lá, mas voltei para casa encucada com a pergunta e mandei um email para a empresa, informando que a minha religião e o meu caráter profissional não tem nada a ver um com o outro e se eu for cristã, budista ou atéia, não vai mudar meu desempenho profissional. (Até hoje, não obtive resposta).

Koppe disse...

Bart Rabelo disse... "Qualquer manifestação em horário comercial e dia útil, por exemplo, reduz o potencial de participação."

Assino embaixo.

Anônimo disse...

Então, me considero uma pessoa religiosa e sou cristã (kardecista), mas sinceramente, tem hora que dá vergonha dos cristãos. Vergonha alheia mesmo. Como assim? O lance do cristianismo não é exatamente "não faça aos outros aquilo que você não quer que façam com você?". Impressionanete como as pessoas distorcem a própria religião. Eu simplesmente não entendo.

Defendo totalmente o estado laico, assim como a legalização do aborto. E não, não sou a favor do aborto, mas acho que aborto é um caso de saúde pública.

Estado laico = liberdade religiosa. Liberdade de poder professar a sua fé ou não fé nas coisas sem julgamentos e sem leis que barrem seus direitos.

Fundamentalismo em qualquer religião é pernicioso e super perigoso. E eu realmente acredito num futuro sem religiões pois acredito que no futuro a humanidade saberá expressar sua espiritualidade sem precisar de alguma coisa para guiá-la.

E falando em fundamentalismo cristão nos EUA: alguém aí já leu "O Conto da Aia" (The Handmaid´s Tale) da Margaret Atwood? É uma ficção bem real do que pode acontecer se essa galera começar a ganhar mais poder.

letícia disse...

Bruno S:
Ótima sua iniciativa!
Gostei da resposta também:
"Assim, penso que a melhor opção para se fazer observar o Código de Ética é que a empresa, institucionalmente, não promova ações de cunho religioso..."

letícia disse...

Escarlate:
Exato! Concordo.
E é até "engraçado" que muita gente que é contra o aborto, por exemplo, ao invés de optar por adotar, tem filhos e filhos biológicos.

Annah disse...

Sou atéia e realmente sou contra as religiões em geral. Não acho que as pessoas deveriam ter liberdade de ensinar os filhos a ter uma religião, por exemplo.
Em geral, a maioria dos ateus, por ser de direita liberal, é moderada e tem uma atitude de "respeito" com as crenças - O negócio é que "ser tolerante" não vai resolver o problema da intromissão religiosa nos assuntos políticos porque é mantido o status de instituição das organizações religiosas e estas, como empresas, tem um alto interesse em ter suas pautas representadas no espaço político.
A solução claramente seria mais intervenção estatal nessas organizações, na forma de impostos e da existência de um aparato de educação pública realmente antirreligioso: na escola pública uma pessoa tem que aprender ciência, por exemplo, e sem essa de fazer aula de religião respeitando cada crença.
Um individuo pode, obviamente, acreditar no que quiser, mas como instituições, as religiões devem ser coibidas, pois de outra forma elas vão necessariamente se intrometer na vida pública.

Daniela Rodrigues disse...

Sou (ou tento ser) muuito tolerante, mas concordo com o Serge quando ele diz que "todos os fundamantalismos radicais são danosos, inclusive os que pregam tolerância com tudo". Vivo na Suiça e aqui, como em outros países da Europa, é grande a discussão sobre o véu islâmico, por exemplo. E, para mim, quando pesquisas indicam que em 20 anos vários países europeus podem se tornar majoritariamente islâmicos, me desculpem mas fico extremamente irritada com esse discurso multiculturalista exarcebado, esse hiper-relativismo que coloca em risco o nosso modo de vida (ocidental) - que não é perfeito mas é aquele que construímos até aqui.
Me desculpe também Beatriz, mas não consigo ver uma relação lógica que possa existir entre "católica praticante" e feminista. Claro que respeito o direito individual ao livre exercício e expressão da fé (em qualquer coisa que seja, desde que permaneça no âmbito privado), e não é de maneira nenhuma esse direito que estou questionando, mas a coerência do seu discurso. Muitas vezes eu fico brava com homossexuais que fazem de tudo para serem aceitos pela igreja, para poderem casar no religioso etc. Pôxa, para que querem a "benção" de uma instituição e de um deus que os desprezam e abertamente? Que os rejeitam e os tratam como aberrações? E a mesma coisa aplico às mulheres. Pelo menos para mim é tão claro que o deus abraâmico não passa de um misógino de marca maior (isso além de tirano, cruel etc, mas estamos falando de feminismo aqui), que não consigo entender a insistência das mulheres - as maiores vítimas históricas da religião - em continuar botando panos quentes nas escrituras e nas ações deste deus e de todas as instituições que o representam. Lendo "O Cálice e a Espada", da Riane Eisler, fica tão claro como toda essa ladainha foi construída que, se fosse para acreditar nisso tudo eu preferiria aceitar a submissão da mulher diante dos homens do que levantar, ao mesmo tempo, as bandeiras do catolicismo e do feminismo. Acho completamente excludentes.
Como defensora da democracia exijo um Estado verdadeiramente laico que garanta os direitos individuais, e só isso. Mas como atéia e feminista nutro a esperança de que um dia todas nós mulheres nos veremos livres dessas amarras que nos prendem, sufocam, cerceiam, mas que continuam não sendo percebidas por tantas de nós.

Lucas disse...

A.H.B.

Agora é você quem está defendendo a imposição dos seus valores.
Você considera religião uma coisa perniciosa. Ok, seu direito. Mas impedir a difusão e o ensino da religião em na vida privada das pessoas e adotar algum tipo de discurso oficial anti-religião te deixa exatamente no mesmo patamar dos que querem impedir a união homoafetiva ou o ensino de educação sexual baseados nos próprios valores.

Lara Silva disse...

Lola,

independentemente de eu concordar ou discordar das suas posições, gostaria de saber como ficaria a situação dos médicos. Porque como ser humano, o médico também tem direito a uma crença. Com a legalização do aborto, da eutanásia etc. o médico seria obrigado a fazer estes procedimentos? Por exemplo, na rede pública, onde tudo falta. Se o médico que estiver antendendo naquele dia for contra a eutanásia, ele será obrigado a realizá-la? Gostaria que você falasse sobre este tema, se for possível. Agradeço antecipadamente.

Débora disse...

Que beleza!
Eu não sabia dessas marchas, eu e meu irmão estaremos presentes em Curitiba. Beijo

Bruno S disse...

Lara,

nem aborto nem eutanásia são procedimentos de emergência. Sua questão apresenta um falso dilema.

Annah disse...

Lucas: você não entendeu bem o que escrevi. Na vida privada a pessoa acredita no que quiser, o problema é permitir a existência de instituições religiosas. Não é mais uma questão privada aí, porque os espaços da religião não se restringem à esfera privada.
No mais, não acredito que pais religiosos sejam capazes de decidir o que é melhor para seus filhos. Digamos que uma pessoa dessas seitas que são contra tratamento médico tem um filho doente. Devemos permitir que essa pessoa não leve o filho ao médico.
Da mesma forma, será que devemos imitar os EUA a questão da educação e permitir que os pais sequer mandem os filhos a escola? Que tipo de cidadão queremos produzir?
Esse culto absurdo a um suposto "individualismo", na verdade, penetra totalmente as esferas públicas e é uma questão relevante. Se continuarmos sendo tão "tolerantes" com a bacada evangélica, ainda vai demorar para resolvermos questões como aborto e casamento gay, sendo que estes são temas que distraem a atenção política de pautas socio-economicas. Sou mais pelo banimento de religião em qualquer esfera pública e a superação dessas questões morais, que só são questões morais por causa de conservadorismo religioso.

Sara disse...

Parabens DANIELA RODRIGUES, concordo com tudo o que disse, e espero que essas previsões funestas nunca se cumpram nem ai na Europa nem em parte nenhuma do mundo.

Annah disse...

Bah, faltou revisar o comentário, mas não tem importância. Aliás, esquece Lucas, vi seus outros comentários e não vai dar em nada debater com você. Não é produtivo.

Tcheis disse...

AMEI o seu tema de hoje simplesmente porque concordo em gênero, número e grau. Quero que todos tenham a liberdade de seguir a religião que quiserem, ou não seguir nenhuma, mas que isso não tenha relação com o Estado. O Estado tem o dever de dar direitos iguais a todos sem exceção e detesto quando vejo na política pessoas se utilizando de preceitos religiosos dela para justificar suas atitudes. Não me interessa, se seu cargo é público, deve-se pensar no estado laico. Há um mês li uma entrevista de um representante da comunidade atéia do sul do país que falou que os ateus são mais mal vistos que homossexuais, pedófilos e assassinos de acordo com uma pesquisa. Quer discutir aborto e não fale em Deus, me venha com argumentos reais e científicos de quando a vida começa e por isso é ilegal que aí sim posso até discutir, mas negar porque Deus não gosta, pode ser que SEU Deus não goste, mas o seu não necessaraimente é o meu então por quê sou obrigada a obedecer o seu?!

Annah disse...

Daniela R.: pensa também no outro lado da questão. O problema com os islâmicos em muitos países europeus é distorcido como se fosse um problema de "multiculturalismo politicamente correto", mas por outro lado, você deve saber que a direita cristã é particularmente preocupada com assuntos de imigração. Então, a questão é: estão "reprimindo" os islâmicos para manter o estado laico ou como política antimigratória e atitude "cruzadista"?
Aliás, como feminista, é estranho dialogar concordar com gente que critica "esses liberais politicamente corretos", não é?
Será que as pessoas que reclamam das islâmicas com véus são todas atéias feministas, ou será que são conservadores xenófobos que não pretendem tratar as mulheres muito melhor caso cheguem no poder?
Quando "pós modernizamos" uma questão e paramos de classificar politicamente quem está fazendo critica a determinado grupo e caímos em buraco negro de "regionalismos" e "considerações culturais", perdemos muitos pontos a ser levados em conta.
Sem dúvidas que a religião tinha que ir para a lixeira da história, mas certamente não é dando as mãos para a direita cristã que vamos fazer isso.

Liana hc disse...

Bruno s, claro. Meu comentário foi sobre essas pessoas que julgam que o laicismo e o ateísmo respondem a "todas" as questões ou dão a palavra final sobre um imbróglio qualquer, como tenho visto em algumas opiniões por aqui. Fica parecendo uma coisa automática, se é laico e ateu nem precisa mais pensar em nada. E não é assim que as coisas funcionam. Naturalmente que isso não se aplica a todo mundo. O laicismo é necessário, o ateísmo é válido e são uma parte muito respeitável da dinâmica humana mas não são as únicas. Tem gente aqui esquecendo disto.

Quem? disse...

@ A.H.B

Me desculpe dizer, mas vc além de ser claramente intolerante é também prepotente quando afirma que as pessoas estariam melhores se não tivesseme religião.

Pergunto: quem é vc para dizer o é melhor para o outro e especialmente para o mundo inteiro?

O mundo não gira em torno de vc. A vida não começa e não termina na cadeira da mesa do seu computador?

Vc não é o centro do mundo, querida. As pessoas tem capacidade e racionalidade o bastante para entenderem o que é melhor para elas.

sua posição soa prepotente e arrogante tanto quanto a de qualquer outro fundamentalista.

Aposto que isto não é radical e nem extremists. Afinal de contas extremismos e radicalismo não existem e desse modo nem fndamentalismo.

Annah disse...

ene: se você tivesse lido direito, ao invés de se revoltar e ter uma atitude condescendente e desqualificadora com meu comentário, não teria saído fazendo um ataque pessoal e completamente irrelevante em relação à linha argumentativa.

Eu falei várias vezes que a crença pessoal de um individuo não entra em questão, mas sim a situação de instituição das ordens religiosas e que estas devem ser combatidas.

Por exemplo, é engraçado as pessoas acharem que é normal querer coibir uma islâmica de usar véu, mas se revoltarem quando alguém fala que as INSTITUIÇÕES religiosas deveriam ser reprimidas de forma a perder sua força política.
Isso não vai impedir ninguém de acreditar ou não em deus, gnomos e chaleiras voadoras, mas sim impedir a existência de uma bancada evangélica na Câmara dos deputados.

Kron disse...

Concordo com A.H.B.
As religiões deveriam ficar limitadas a atuarem em seus templos, de onde nunca deveriam ter saído. Bancada evangélica e partidos com "cristão" no nome em país laico são uma piada da qual eu já não consigo rir mais.

Juba disse...

letícia, por que quem é contra aborto nao pode ter filhos biológicos? Concordo com Escarlate que a vida das crianças nascidas deve ser prioridade, mas... por favor, né? Não misture as estações.

Olha só: sou contra o aborto, sou a favor da descriminalização, tenho filhas biológicas e pretendo adotar. Mas isso nada tem com ser contra o aborto e não me sinto obrigada a não ter filhos biológicos para sustentar minha posição. Que dogma é esse?

Quem aborta merece respeito. Quem não aborta e dá a criança para adoção, também. E mais ainda as mães separadas dos filhos por razões que vão contra a legislação, como a pobreza. Há um imenso contingente de crianças nos abrigos separadas das famílias por essas razões e que não podem ser adotadas...

Fiquei bege com seu argumento. É quase como eu dizer que, se você é a favor do aborto, deveria abortar para salvar crianças de viver nesse mundo, ou ainda deveria apoiar o infanticídio justificado. Não dá, né?

Daniela Rodrigues disse...

A.H.B: Outro dia mesmo eu entrevistei um deputado suiço de origem angolana, que representa os imigrantes, e coloquei à ele esta questão. O governo suiço ainda sustenta as igrejas, por exemplo, e tem uma direita radical nojenta bem interessada nessas questões de imigração. E sim: existe a imposição de uma política do terror em relação aos estrangeiros na Europa, e esta possui principalmente o objetivo de criar bolsões de reserva de mão-de-obra cada vez mais submissa, principalmente no caso dos ilegais. Já refleti muito sobre essa questão e minha posição é: continuo sendo contra essa falácia do multiculturalismo quando ela nos faz colocar em risco a vida como a conhecemos. Me refiro principalmente a conceitos como estado de direito, democracia, liberdades individuais... No caso do islã, sua intenção de controlar a esfera pública nas regiões onde está presente é clara, bem como seu espírito igualmente "cruzadista", como você disse. Por mais que eu tenha críticas ao Ocidente, por mais que eu deteste viver num mundo capitalista selvagem/consumista/individualista/ etc, acho que não devemos exagerar no discurso de tolerância com relação ao islã sob pena de voltarmos a ser uma sociedade tribal dentro de 20 anos, desconhecedora do significado da palavra razão.
Quanto ao véu das mulheres islâmicas (e todas as questões envolvendo o status da mulher no islã), recomendo que você leia os dois livros da ex-deputada holandesa de origem somali Ayaan Hirsi Ali - uma personalidade admirável que se tornou uma inspiração para mim. Inclusive, através dela tomei consciência do quanto nós, feministas ocidentais, precisamos voltar nossas atenções para o que se passa no Oriente. Por meio do relato dela, e de situações como esta: http://www.paulopes.com.br/2011/02/paquistanes-na-italia-mata-filha-por.html talvez você consiga ter uma idéia do que se passa por aqui neste momento.

Denise: obrigada por suas palavras. Espero que a gente consiga construir uma sociedade mais lúcida e justa.

Blanca disse...

Nunca entendi isso de ser contra o aborto mas a favor da descriminalização.

Significa que a pessoa não faria um aborto, mas quer que não seja crime?

'-'

Blanca disse...

E porque as pessoas "contra aborto" não dizem simplesmente "não faria, mas sou a favor da descriminalização"?

Unknown disse...

Sou agnóstica criada em família protestante, mas com bom senso, ciência dos próprios direitos e boa educação, então sempre aprendi a valorizar a laicidade (até porque isso foi antes da explosão neo-pentecostal. Tinha que explicar que tipo de igreja era a nossa, e com detalhes). Tanto que fui tirada de uma escola pública porque a professora fazia catequese e distribuia santinhos para crianças de cinco, seis anos. Conhecendo-os como conheço, meus pais fariam o mesmo se a professora estivesse usando Revistinha da Escola Dominical pra me alfabetizar, simplesmente porque escola pública não é lugar pra isso.

Mas se eu me recuso a acreditar na certeza de um deus é justamente porque conheci muita gente religiosa menos legal que meus familiares e não consigo aceitar que um deus benevolente deixe pessoas assim falar por ele. Sempre que vejo algum ser da bancada religiosa do congresso ou esse pessoal da Escola Datena de Oratória e Mídia falar na TV, tremo de medo do que pode virar meu país se gente o bastante os ouvir sem nenhum julgamento.

Estaríamos todos perdidos, sem dúvida. :c

Anônimo disse...

É interessante quando vc fala nesta questão de "falta do que fazer"... vai ver se essas pessoas que dizem isso pra quem gasta tempo com causas de bem comum, fazem alguma coisa de últil que não unicamente pela sua própria via. O ideal seria ignorar tais observações, mas pra mim também é bem complicado. Prefiro seguir sendo criticado por organizar movimentos LGBT e participar de fóruns e debates sobre opressões, do que viver omitindo. Este estado Laico que era pra ser concreto, ainda é muito utópico!

Bruna disse...

Legalmente já existe um Estado laico no Brasil. Por isso sempre fico indignada qdo, por exemplo, pessoas recebem o Papa com manifestações pró-aborto. (bom, a não ser q sejam católicos)Eu sei, cada um manifesta sobre o que quiser, mas fico pensando que podia rolar uma manifestação bacana para q @ presidente recebesse o papa somente como chefe de estado, e jamais discutam questões religiosas para o país. Da mesma forma q argumentos religosos deveriam ser interrompidos legalmente em discussões no congresso e nas assembléias.
Agora, sobre alguns comentários, conheço pessoalmente tantos ateus intolerantes, qto religiosos, pra falar a verdade, até mais. Então é complicado né, a luta contra a intolerânica tem q partir pra tds os lados, afinal o Estado tem q ser laico não ateu, é diferente sim, é livre de convições radicais, é isso q impede q alguém force suas verdades para o outro. Só um exemplo, qdo a China invadiu o Tibet, milhares de monges foram assassinadose torturados em nome do ateísmo.

Escarlate disse...

"letícia, por que quem é contra aborto nao pode ter filhos biológicos? Concordo com Escarlate que a vida das crianças nascidas deve ser prioridade, mas... por favor, né? Não misture as estações.

Olha só: sou contra o aborto, sou a favor da descriminalização, tenho filhas biológicas e pretendo adotar. Mas isso nada tem com ser contra o aborto e não me sinto obrigada a não ter filhos biológicos para sustentar minha posição. Que dogma é esse?"

Dogma? Oi? Ela só falou que muita gente é contra o aborto das outras e ao invés de adotar e "salvar vidas inocentes" preferem ter seus próprios filhos e nem lembrarem que se interferem na vida das mães, pelo menos teriam que ter um mínimo de obrigação com a criança que nasceu.

Eu não quero ter filhos, não tenho a mínima vontade.E é por isso que eu faço de tudo para me prevenir. Mas e se uma merda acontece e eu engravidar? Algum pró-morte vai cuidar da criança que eu não quero? Esse é o ponto.

Unknown disse...

Agora, sobre alguns comentários, conheço pessoalmente tantos ateus intolerantes, qto religiosos, pra falar a verdade, até mais.

Infelizmente, verdade. :c O que tem de ateu que se acha superior de um jeito semelhante ao que um fanático religioso olha pra religião de outro... ofendendo a inteligência, modo de vida e independência dos outros sem nem ouvir o outro lado, decepcionante.

Denise disse...

Daniela, você colocou muitas questões na roda. E eu concordo absolutamente com toda a desconexão que você apontou entre feminismo e religião (cristianismo, no caso). Muito bom!

Annah disse...

Daniela: obrigada pelas indicações de leitura.

Bruna: Erm.. dizer que a China agiu em nome do ateísmo é um pouco inocente. Acho engraçado acharem que ateísmo é igual às religiões, quando é justamente o oposto. Até hoje, não ouvi falar de ateus se reunindo semanalmente para contar histórias de lição de moral ou para alcançar algum tipo de verdade espiritual.

Bruna disse...

Não é inocencia não, é pesquisa. Claro q existiram e existem motivações economicas e politicas, mas o ateísmo era um ideal e continua sendo. Não seja radical. Afinal vc não questionaria o ideal cristão nas guerras de religão na Europa, ninguém questiona, apesar das óbvias motivações economicas e politicas. Como eu disse, a intolerancia esta por tds os lados, principalmente nestas discussões em blogs em comentarios agressivos como esse.

Annah disse...

Ateísmo não é religião.
Dizer que alguns ateus são intolerantes é a mesma coisa que acusar negros de racismo reverso ou feministas de misandria.
Uma postura atirreligiosa é contrária a existência de instituições religiosas, religiões orgaizadas. A crença pessoal de cada um é irrelevante, até porque sabemos que as pessoas muitas vezes se tornam religiosas por terem recebido determinada educação e não há escolha, mesmo havendo "liberdade religiosa".
O grande problema, e isso que faz ateus parecerem "intolerantes", é que são vozes discordantes às igrejas todo-poderosas e, principalmente, a isenção fiscal dessas mega-empresas.
Acho que estamos confundindo aqui a instituição de uma igreja como força política e econômica, com seus fiéis, que podem individualmente acreditar o que quiser, desde que isso não seja prejudicial a outro. (Por isso não podemos deixar um parente religioso impedir que seu filho receba cuidados médicos, por exemplo)

Annah disse...

"Como eu disse, a intolerancia esta por tds os lados, principalmente nestas discussões em blogs em comentarios agressivos como esse." - Sério, isso é igualzinho àquelas pessoas que falam "olha esse negro reclamando de racismo, que agressivo!"
"olha essa feminista radical falando que é gente, que agressiva!"
Uma crítica incisiva não é agressiva, e se uma pessoa considera tal crítica "agressiva", isso quer dizer que o comentário provocou seus valores, o que já é alguma coisa.

Serge Renine disse...

Só pode ser a favor do aborto quem for, pessoalmente, capaz de criar uma simples unha. Até lá, simplesmente,NÓS TODOS, não sabemos do que estamos falando,ou seja, somos seres pernósticos, opinando sobre o que não temos o mínimo conhecimento.

Quem ja é pai ou mãe, pelo menos, conhece o amor por um feto ainda no útero e depois o amor por um filho, quem não foi pai ou mãe, nem isso sabe.

Bruna disse...

Entendo, tbm me irrito com gente q faz comentários assim, afinal sou mulher, feminista, preta e agnóstica, mas não é o caso, só classifiquei seu comentário de agressivo pq vc não usou nenhum argumento pra justificar minha suposta inocência, somente disse q era inocência. No caso vc poderia ter citado que os monges tibetanos controlavam o Estado e tal, daí eu concordaria com vc e argumentaria q a maior parte dos soldados se excederam e basearam seus abusos no ateísmo como geralmente acontece com as religiões e q é preciso se livrar de posições radicais, não importam de onde elas venham, vc poderia contra argumentar dizendo, sei lá, q as notícias q chegavam aqui na época eram influenciadas por uma moral capitalista, eu concordaria e traria outros argumentos, como os ideias disseminados no período, enfim. Uma discussão assim, seria bastante construtiva. Mas vc nem sabe como construi meus argumentos e já os comparou com argumentos racistas, machistas, etc. Isso não é agressivo?

Anônimo disse...

Bruna, sobre sua questão do aborto: é o seguinte. Ser a favor ou contra o ato em si é irrelevante. O lance é mesmo é torná-lo legal. Eu por exemplo não sou a favor do aborto, mas não acho que mulheres devam ir para clínicas clandestinas e sofrerem o horror. Claro que eu acho que o ato de abortar em si vai da consequência de cada um. Sou a favor de que o aborto seja legalizado e que haja debate sobre o tema e talz.

A.H.B: eu que você é muito incisiva quando fale e que algumas pessoas tomam isso pelo lado pessoal. Eu entendi que seu argumento diz respeito à esfera pública e não à privada, mas acho que você usou umas expressões fortes e o pessoal acabou levando pro pessoal (como sempre).

Então, sobre o lance cristianismo e feminismo. Eu acho que sempre há uma confusão entre catolicismo, protestantismo e cristianismo. O cristianismo em si (ou seja, os ensinamentos de Cristo) só fala de igualdade entre as pessoas, de amor, de caridade. Inclusive, várias mulheres se tornaram discípulas do Cristo. O fato de o catolicismo e o protestantismo terem distorcido a essência da coisa e mascarado para atingir seus próprios interesses é outra história. É uma questão histórica mesmo e também acho muito, muito complicado.

Claro que a maioria dos cristãos acaba caindo nas categorias acima e são facilmente manipulados por líderes religiosos sem escrúpulos. Mas não vamos deixar de pensar que existem sim cristãos conscientes, assim como budistas conscientes, etc.

Marcelo disse...

o brasil é laico.
remover os religiosos do cenario politico chama-se ditadura ateista.

voce ja escreveu textos melhores. esqueça os assuntos que vocenao entende.

Bruna disse...

Só mais uma coisa q lembrei. Racismo reverso ou feministas radicais não tem mta relação com "ateus intolerantes". Pq não falei no ateísmo como fonte de intolerância ou radcalismo e sim em posturas individuais q podem ser tão radicais como de qualquer pessoa, justamente pq são pessoas, são humanas. Falo do ateísmo como não-solução aos problemas e não como fonte deles. Ou seja, não basta questionar as religões, mas as nossas atitudes em favor de um Estado laico.

Sara disse...

Sem nenhuma sombra de dúvida estados controlados pela religião sempre serão nocivos a boa parcela da população que não professem a mesma fé, agora o crescimento do Islã no mundo, pra mim representa um pesadelo, que eu estaria disposta a fazer acordos até com SATANAS, para dete-los, como disse a Daniela Rodrigues apoiar de qualquer maneira esses grupos de religião Islâmica é um retrocesso inimaginável para a mulher, não existe argumento que me convença que esse grupo religioso especificamente possa trazer qualquer beneficio pra sociedade em geral, agora para as mulheres seria simplesmente o epitáfio de toda a luta que o feminismo travou até agora.

Bruna disse...

mundomel,
se vc falou do aborto pra mim (desculpe, não li tds os comentários, pode ser pra outra Bruna), sou a favor do aborto, eu apenas questiono manifestações q tem como foco autoridades religiosas, acho, apenas acho, q o foco tem q ser os governantes.

Marcelo disse...

agora os ateus querem ter a sua propria 'parada gay'?

sinceramente...

Aoi Ito disse...

>o brasil é laico.
remover os religiosos do cenario politico chama-se ditadura ateista.

O Brasil é laico mas a bancada evangélica tem poder na política, a gente basicamente não tem direitos humanos plenos por causa da religião, blablablá.

Sobre os ateus: Eu acho que, enquanto é claro que eles não podem oprimir, alguns grupos - E pessoas atéias - Parecem ser mais sagrados que qualquer pessoa só porque são atéias. Parecem ter superioridade moral só por causa disso. Sei lá, eu sinto isso. Todo mundo ateu, todo mundo humanista, todo mundo secularista, mas as coisas como feminismo que são boas, nada. É tipo um liberal-bacaninha.

Acho que o problema é que as pessoas acabam interpretando que a Igreja e religião e fé são a causa de tudo de ruim no mundo, e que as pessoas têm morais erradas, e, logo, se você não se enquadra com isso - É ateu - Você está fora do alcance da moral inferior. Você não poderia ter moral inferior porque você não é religioso. É claro que esquecem que não é só de religião que o mundo é feito - A sociedade toda tá aí intrincada com religião, com classes, com sexo, com tudo. Mas, acreditando que se livraram das correntes amorais da religião - Organizada ou não - Eles são mais inteligentes e mais certos.

Digo isso porque a maioria dos ateus que vejo são bem no estilo liberal-bacaninha (Homem, hetero, branco, só não cristão) que REALMENTE se acham no direito de xingar e inferiorizar uma pessoa por causa da fé, ou de achar que as pessoas são ruins por causa da fé, e como eles não têm, são pessoas boas ou superiores.

É claro que isso não os torna opressores como a religião nos oprime. Só acho que nem 8, nem 80. Nem santa, nem puta. Religião não define caráter. Sou contra religião contra instituição, mas a fé, pura, pode ter até beneficios para o ser humano, e acho que você só acreditar nos deuses que você quiser - Sem ter uma instituição que te controle - Pode ser muito bom.

Eu, que sou apateísta (Não ligo pra existência de deuses, não muda em nada a minha vida) com tendências pro panteísmo quando estou me sentindo mais espiritual, não me sinto à vontade nos grupos ateístas bacaninhas. Vejo uma hipocrisia sem tamanho na maioria deles em tentar se mostrar superiores intelectual e moralmente só porque são ateus. :/

Mas, claro, eles realmente não podem oprimir ninguém. Não têm poder para isso. É só a nível pessoal, mesmo.

Sara disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Sara disse...

Obrigada Daniela Rodrigues por seus comentários muito profícuos, e também por mencionar essa mulher digna de nota "Ayaan Hirsi Ali" pretendo ler os livros que ela escreveu, ela é um verdadeiro exemplo de coragem.

Annah disse...

Bruna: certo, desculpe se a forma como respondi a seu comentário sobre a china pareceu desqualificar sua opinião. Não queria fazer isso, depois que você expôs mais comentários deu para ver que não estava simplesmente falando por falar - porque é comum as pessoas usarem argumentos "fizeram tal coisa em nome do ateísmo" que acho meio difícil de engolir, porque realmente não faz muito sentido.
em geral diria que a atitude dos chineses tinha uma grande relação com a revolução cultural e o desprezo pela religiosidade tradicional, que era representante das dinastias imperiais. Outra coisa é que acho que todo comentário sobre a China tem que ser bem avaliado porque, de verdade, realmente não sabemos muito sobre o que ocorre por lá. E sabemos que a nossa mídia não tem problema nenhum em inventar notícias sobre esses "terríveis ateus comunistas" ou o que for.
-
A comparação que fiz, entre ateus, movimento negro e feministas foi no seguinte espírito: embora os ateus não sofram o mesmo preconceito - porque ateísmo não é visível, além de ser uma escolha moral - em um debate, é muito comum que a postura "radical", em relação ao teor das outras opiniões sobre o mesmo tema, seja taxada de "agressiva" como forma de manter um certo "conservadorismo centrista". Bem sabemos que é muito comum, principalmente devido ao formato do jornalismo, aparentar que é tudo "uma questão de opinião" e que a verdade está sempre mais próxima de um "meio termo" absoluto.

Marcelo disse...

Aoi Ito,

O que acontece é o que eu chamo de 'self-selling'.

Ateus etc estao fazendo 'propaganda de si mesmos' como os melhores, mais corretos, mais brilhantes.

É dessa forma que estao promovendo o ateismo.

Bruno S disse...

Sempre escuto essa de que "ateua são arrogantes" e nunca vi um exemplo disso acontecendo.

Só lembro das caras de espanto e de "tadinho". Sem falar da tosca pergunta do "pq você é ateu?" como se alguém perguntasse para outro sobre o motivo de seguir tal religião.

Deixo sempre um link do Idelber, que sabe das coisas. http://idelberavelar.com/archives/2009/07/ateus_saiam_do_armario_ateismo_e_falsas_simetrias.php

Annah disse...

Aoi Ito: "Digo isso porque a maioria dos ateus que vejo são bem no estilo liberal-bacaninha (Homem, hetero, branco, só não cristão) que REALMENTE se acham no direito de xingar e inferiorizar uma pessoa por causa da fé, ou de achar que as pessoas são ruins por causa da fé, e como eles não têm, são pessoas boas ou superiores." - Sim, tem vários ateus que fazem isso, mas não era o que estava fazendo aqui. Pode ver que não falei que ninguém é burro ou o que fosse. Estava tentando expressar um ateísmo "radical" diferente desse ateísmo "médio-classista", que na verdade é o de sempre. Da mesma forma, lendo os comentários do blog da Lola por um tempo, noto que sigo uma linha de feminismo bastante diferente da linha de muitas pessoas por aqui.
Tanto para ateísmo, quanto para feminismo, em geral diria que o problema é continuar pensando em termos capitalistas.
-
Até porque, peculiarmente, a maioria dos ateus liberais não são anti-clericais. Bem pelo contrário, o Dawkins por exemplo desce o pau em religião mas fala como a bíblia tem poemas bonitinhos. Sem falar aqueles que não tem opiniões muito diferentes da direita conservadora, como é o caso do Hitchens.

Roxy Carmichael disse...

o debate sobre ateísmo me parece quase insignificante se comparado a visão totalmente islamofóbica da daniela e de sua apoiadora, a denise. digo quase insignificante porque as pessoas discutem a arrogância do ateísmo em termos individuais, ou seja de individuos ateus arrogantes, mas que se considerarmos em termos gerais, no máximo leva a uma discussãozinha em mesa de bar um pouco mais acalorada que está longe cercear direitos de qualquer pessoa. daniela querida, no mesmo link que você enviou com o "terrível caso do pai que mata a filha com pretensões ocidentais" tem uma noticia relacionada sobre um pai evangelico que espanca a filha quase pelos mesmos motivos, portanto não vejo como isso possa ser representativo da idéia que você que passar de um certo estado (alarmista) das coisas aí nesse momento. é realmente risível essa defesa dos valores ocidentais contra o inimigo, o outro, o islâmico, baseada em casos de extremistas, de fundamentalistas que atentam contra nosso modo de vida "livre e democrático". eu particularmente tenho muito mais medo da ascensão da direita radical na europa que da "islamização da europa". aliás não foi o islã que levou milhões de judeus, negros, homossexuais, ciganos à morte num dos episódios mais traumáticos da história europeia. esse sim, o verdadeiro retorno á barbarie, que desconhece a palavra razão.

Gaia disse...

Obrigada pelo seu comentário Roxy.
Quando eu li o comentário da Daniela eu quase caí pra trás.

Roxy Carmichael disse...

o europeu branco defendendo seus privilégios, eu não concordo, mas me parece um pouco mais lógico do que a senhorita brasileira colonizada comprando esse discurso, francamente. entenda que os valores ocidentais foram conquistados a custa de muito sangue dos indios e negros em toda a américa (foi a exploração desse continente que serviu de base financeira pra revolução industrial e isso qualquer estudante do ensino médio sabe). e se você acha que não tem nada a ver falar disso agora, que isso foi há 500 anos, pois bem, a europa saiu do magreb não tem muito tempo. matou e explorou muita gente por lá e agora fecha as portas pra ex-colonia que quer tentar a vida na metrópole. o argumento dos colonizadores era justamente esse: levar a civilização à barbarie já que a civilização ocidental é superior às outras, porque a civilização ocidental defende a idéia dos "direitos humanos" e da "democracia". sugiro a leitura de o universalismo europeu, do immanuel wallerstein.

Max disse...

Eu sou evangélico e essa questão de até onde meus valores e princípios devem influenciar a vida dos outros (mediante participação política) sempre me pertubou. Acredito no Estado laico como forma de evitar que algum grupo religioso seja preponderante sobre os demais e onde as minorias (entre elas ateus) seja respeitada em suas opiniões e direitos. Agora, vejo em alguns discursos aqui, uma certa intolerância contra as instituições religiosas, onde chegaram ao ponto de defender o fim destas instituições, mas se esquecem que o direito de se organizar em prol de uma crença é livre,até os ateus se quiserem criar algo como um clube de discussões filosóficas sobre o ateismo tem esse direito e então pq as instituições religiosas não deveriam ser toleradas?
Outros defenderam que bancadas políticas dessa ou daquela religião não deveria ser tolerada. OLha, eu realmente não me vejo representado por esses políticos que só usam a religião para se locupletarem, mas não nego o direito de qualquer pessoa se candidatar independente de sua religião. Conforme havia dito no início, sempre me questionei se eu deveria tentar moldar a sociedade em função do Deus que eu acredito, confesso a vcs que essa é uma questão complicada, onde não há uma única resposta e várias questões, mesmo sendo de foro íntimo, influenciam a vida de todas as pessoas, mesmo que aparentemente não tenham participação na questão em si (como exemplo o aborto). Dessa forma não concordo quando alguns aqui dizem que determinadas questões não devem levar a religião em consideração, pois se a crença do indivíduo é parte fundamental do seu ser e que todo indivíduo como cidadão deve ter a sua opinião levada em consideração pelo Estado, como podemos separar uma coisa da outra?

Max disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Daniela Rodrigues disse...

Caro Roxy Carmichael

Estudei História e conheço Wallerstein. Utilisei o exemplo islâmico por estar próximo da minha realidade. Inclusive faço parte de um projeto suiço que promove debates e oficinas com o objetivo de combater o preconceito contra os islâmicos no país, então não me considero islamofóbica. No meu modo de ver, você é quem comprou muito facilmente o discurso hiper-relativista. Não tenho nenhum orgulho das barbáries cometidas pelo Ocidente ao longo da história, e de maneira nenhuma reduzi a questão como se se tratasse de uma "guerra santa" contra o Oriente em nome da defesa da democracia.
Entretanto, o islã me preocupa sim muito mais do que os cristãos carismáticos, por exemplo - apesar de pessoalmente eu desejar com todas as forças o fim de todas as religiões, mas este seria um mundo perfeito e creio estarmos ainda longe disso. O islã toma como verdade absoluta os devaneios de um pedófilo misógino medieval, ignora os direitos de metade da população mundial com base em tais devaneios e não esconde de ninguém que desconhece a separação entre os espaços público e privado; odeia os homossexuais e declara infiel digno de perseguição todo aquele que não cumpre suas leis (sim, leis, e não código de moralidade). Por tudo isso, sem medo de ser taxada por pessoas como você de islamofóbica, eu defendo sim que nós ocidentais - ou todos aqueles que conhecem o significado dos valores que mencionei antes (estado de direito, democracia, liberdades individuais etc) - valores estes que nos custaram muito, você mesmo disse - façamos o máximo possível para preservá-los, pelo menos na vida pública.
Gostaria de saber, por exemplo, se você defenderia uma tribo indígena que mata cruelmente as crianças nascidas com alguma deficiência por acreditar que elas sejam uma espécie de punição divina, ou coisa assim. Um hiper-relativista como você talvez defenda até a morte o valor sagrado da tribo de manter seus rituais e rotule de "indiofóbico" quem tentar interferir na questão, mas se enquanto sociedade não formos capazes nem mesmo de defender o valor supremo do direito à vida - e isso pelo medo de sermos "preconceituosos" -, então realmente o islã tem mais créditos que a gente só pela sua auto-confiança. Um importante autor (cujo nome não me lembro) disse uma vez que Roma não caiu por conta das invasões do Norte, mas sim no momento em que os romanos deixaram de ver a si mesmos como exemplo de civilização para o resto de mundo. Acho interessante essa observação, pois vejo que o mesmo acontece atualmente nos EUA, por exemplo. Sem cair na arrogância de querer impor seu modo de vida ao resto do mundo, creio que é importante para qualquer civilização preservar esse sentimento coletivo. Ele é muito bom, desde que tal civilização nunca pare de criticar a si mesma (e sobre esse marasmo intelectual sem precedentes na História ocidental o sociólogo Robert Kurz discorre lindamente). Enfim, não ignoro de maneira nenhuma tudo o que está em jogo, não ignoro o uso político/econômico/etc que se faz dessas questões todas, mas creio que não estamos fadados a apenas duas opções: continuar nossa ação imperialista ou nos entregar ao imperialismo alheio. Não é simples assim. Espero que encontremos outras vias, e estas virão justamente quando recuperarmos nossa capacidade de auto-crítica enquanto sociedade. Neste momento, mesmo ponderando tudo o que há a ser ponderado, ainda acho que devemos sim defender os valores da razão - e de maneira racional.

Daniela Rodrigues disse...

A.H.B.: "Tanto para ateísmo, quanto para feminismo, em geral diria que o problema é continuar pensando em termos capitalistas" - concordo com você e sugiro a leitura de um artigo do Robert Kurz chamado "As virtudes femininas": http://obeco.planetaclix.pt/rkurz42.htm

Sobre o ateísmo, há um trechinho de uma entrevista do filófoso André Comte-Sponville. Arrisquei uma tradução da primeira parte deste vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=IF9H_RP2Dfk&feature=channel_video_title) que considero muito interessante. Ele diz:

"Não é porque nós (ateus) não temos religião que estamos entregues ao niilismo. Em geral, acredita-se que, se não há deus, não há nada mais; porém essa idéia não é verdadeira. Se você não acredita mais em deus, o que resta? Resta uma moral, o que chamamos de fidelidade, e ainda uma espiritualidade. E não é apenas possível, mas também desejável, que exista uma espiritualidade sem deus.

Num sentido geral, espiritualidade significa «a vida do espírito». E, pelo que eu saiba, os ateus não têm menos espírito que os outros. Isso porque a espiritualidade é a vida do espírito, mas particularmente na sua relação com o infinito, com a eternidade e com o absoluto. Então, nossa vida espiritual é a nossa relação com o «finito-infinito», «temporalidade-eternidade» e com o «relativo-absoluto». O fato de você não acreditar em deus não te dispensa de ter uma relação com o infinito. Ao contemplar um céu estrelado, por exemplo, nós nos damos conta de estarmos no coração do Ser, do mistério, do infinito. Com ou sem deus a humanidade é dotada de espírito e seria realmente lamentável nos amputar essa dimensão. Não é porque eu sou ateu que eu vou mutilar a minha alma; não é porque eu sou ateu que eu vou renunciar à vida espiritual, renunciar ao mistério.

Há muito mais mistério para um ateu que para um teísta. Isso porque o verdadeiro mistério, o primeiro mistério é o mistério do Ser. É a maior questão metafísica: por que há alguma coisa ao invés de nada? Por que o mundo?

É uma questão sem resposta possível, pois se você responde «por causa do big bang» eu te pergunto imediatamente: mas por que o big bang? Você não respondeu à questão, apenas a deslocou. A mesma coisa se você me diz «por causa de deus». Assim, essa questão se coloca necessariamente à humanidade e ela não tem resposta possível. O Ser é mistério.

Ora, nós estamos no coração do Ser, no coração do mistério. Os crentes colocam um nome sobre esse mistério, eles o chamam «deus», e assim ele se torna menos misterioso; já os ateus, que não podem nomear esse mistério, são confrontados ao mistério do Ser. Não se trata de uma amputação, acredito que isso faça parte da condição humana.

Tomando ainda a experiência de se deixar imergir num céu claro durante a noite, no universo que nos rodeia, nós estamos no «coração» do Ser. Não ao centro, mas no coração do Ser, do mistério, do infinito, da eternidade, do absoulto. E é isso que nós chamamos de espírito: você é um ser finito aberto ao infinito, um ser temporal aberto à eternidade, um ser relativo aberto ao absoluto. Não é porque eu sou ateu que eu vou renunciar a essa abertura que me faz homem, que me faz espírito".

Sara disse...

Diferente da Daniela eu aceito o titulo de islamofobica, que vc me rotulou, acho essa religião um pesadelo para o feminismo, talvez no passado esse grupo religioso não tenha sido tão virulento como chegou a ser agora na atualidade, mas o que há de diferente na ideologia que moveu as cruzadas cristãs no passado e os movimentos de terror dos grupos muçulmanos de hoje? Eu não vejo nenhuma.
Pra mim a religião islâmica é tão deletéria como foram às religiões maias e astecas praticadas no passado, embora muita gente como vc ache que a ação dos espanhóis que se empenharam e desarticular essas culturas sejam condenável, o que eu não acho.
Portanto entre escolher entre a direita radical e a ascensão desses grupos de malucos fanáticos, não tenho dúvida fico com a direita radical, alias acho que muita gente na Europa pensa como eu, e por isso esses grupos de direita estão crescendo tanto, pq as outras opções que há em termos políticos na Europa, podem ser até muito mais desejáveis, mas esse discurso de tolerância com o Islã assusta.

Aoi Ito disse...

"Sempre escuto essa de que "ateua são arrogantes" e nunca vi um exemplo disso acontecendo."

Poxa, em qualquer vídeo do Youtube ou qualquer discussão religiosos vs ateus, pode apostar que vai acontecer um tipo de self-selling como disseram. Vejo muito como ateu de quarto, ou um cara que é mais anti-cristão que ateu (Não acredita no Deus judaico-cristão e focaliza todas suas discussões e provas que Deus não existe no judaico-cristão) total. Na minha timeline do twitter particularmente tenho um amigo assim mesmo. O problema é que outro amigo meu (Que já comentou aqui muitas vezes, é uma pessoa brilhante) é evangélico, se não me engano. Chaos ensures.

A.H.B., respeito muuuuuuito você e acho você uma pessoa muito interessante e inteligente. Espero que possa ver mais dos seus posts aqui. Do pouco que vi, também, você tem uma mente brilhante. Adorei o termo ateu médio-classista, e assim que tiver tempo vou dar uma lida decente nos comments.

Kron disse...

@Aoi Ito Ateus são arrogantes né?
Bem, a maioria dos ateus que conheço acreditam que o mundo nasceu do big bang e que estamos aqui por conta da evolução. Já a maioria dos cristãos acredita que o mundo foi criado por um deus SÓ PRA ELES e que podem pedir coisas pra esse deus que ELES QUEREM e que quando morrer irão para um lugar onde só seres humanos vão. Quem é mais arrogante?
E self-selling é algo necessário, na minha opinião. Se as religiões compram emissoras de TV inteiras para venderem seu peixe, porque nós ateus não podemos fazer o mesmo? A grande diferença é que nossas opiniões são baseadas na razão e na evidência.
E se soei arrogante no comentário é porque sou mesmo, mas ao menos tenho consciência de que este mundo é só um pontinho insignificante no universo e não foi criado pra mim.

Aoi Ito disse...

Logo logo falo sobre islamofobia aqui. Só digo que eu acho suuuuuper estadunidense defender o Ocidente democrático, avançado, livre dos islâmicos barbáricos, que matam suas mulheres, que fazem o jihad, blablablá whiskas sachê. Demonstra muito uma idéia de que islamismo = Westboro Baptist Church do oriente, e que não pode haver islâmicos moderados ou como qualquer outra pessoana rua, mas que por acaso adoram Allah em vez de Deus e tem uma série de costumes um pouco diferentes dos cristãos.

Eu, por exemplo, conheci uma muçulmana feminista muito legal. Acho que, de novo, não precisamos tomar partidos nessa guerrinha pessoal Ocidente vs Islã. O negócio na França por exemplo. Eu acho um ABSURDO que o pessoal francês lá queira proibir os véus das mulheres islâmicas (São vários tipos, não lembro se só a burca (Que, se não me engano, é pouco usada), mas não vou generalizar), porque isso não vai ajudar em nada para a libertação feminina, mais parece "mimimi odeio islâmicos e sua islamicidade, eu, francês, superior, europeu, branco e DEMOCRÁTICO, vou salvar essas pessoas" que "quero ajudar as mulheres a se livrarem de algo que é um símbolo da opressão". POR OUTRO LADO, não concordo com a obrigação do uso dos véus e, ao mesmo tempo que sei que as mulheres têm "livre escolha" de usarem ou não na maioria dos casos, acho que essa livre escolha não é nada livre se sutilmente colocam essa idéia na cabeça dela desde criança.

Nem um, nem outro. Contra a opressão da religião e contra eurocentrismo ~DEMOCRÁTICO~. (Tenho problemas com essa palavra, sempre a usam num sentido "viu? temos isso, somos superiores e temos direito de oprimir qualquer pessoa contra nós, porque ela está indo contra nossa DEMOCRACIA")

Depois escrevo mais, gotta go fast.

Aoi Ito disse...

Kron, não disse ateus, disse alguns. Leia de novo meu comment, eu explico bem o tipo de ateu que faz isso.

Daní Montper disse...

Lola, vou processá-la por uso indevido da minha imagem rsrsrs
Estou em uma das fotos que você colocou no post, que por sinal, saí terrível...

Aqui no Rio a marcha foi durante a semana como um aquecimento, era mais por causa da Miryan Rios e por isso a manifestação foi durante o culto religioso dela na ALERJ - toda quinta às 13h.
Mas faremos um seminário sobre a laicidade e faremos outras manifestações, dessa vez com mais visibilidade.

Nem preciso dizer que estou contigo, né? Sou uma das que participa da frente nacional contra a criminalização da mulher e pela legalização do aborto percebo que, com o aumento do nº de religiosos nas bancadas, não conseguimos avançar, temos ficado na defensiva devido ao aumento absurdo de projetos que ferem os direitos humanos das mulheres, quando a gente faz alguma coisa é para impedir que algo seja aprovado e com isso não temos conseguido aprofundar o debate pela descriminalização da mulher e legalização do aborto.

Daniela Rodrigues disse...

Denise, compartilho 100% do seu sentimento de horror em relação ao islã. O que muitas pessoas não entendem é que, como pessoas racionais que somos, não odiamos os islâmicos, quer dizer, jamais cometeria nenhum ato de intolerância contra um membro desta religião (nem contra qualquer outro ser humano), justamente porque não compactuo dos ensinamentos de ódio que ela propaga. Trabalhando nessas oficinas que visam reduzir o preconceito e a violência contra estrangeiros aqui na Suiça estou tendo a oportunidade de conhecer e trabalhar com pessoas muito dignas, bacanas, interessantes, dentre as quais muitos islâmicos. O que eles têm em comum? São todos a favor de um Estado laico. Quer dizer, apesar de ser atéia e achar que teríamos um mundo melhor sem religião - no plano individual, longe de querer impor isso ao resto do mundo - consigo ter uma ótima relação com essas pessoas. Pessoas que diferem completamente de mim neste sentido, mas que também não têm vontade de impor ao mundo suas crenças.

A violência, a discriminação contra os estrangeiros por aqui prevalece muito por conta dessa condenação prévia, desses dedos apontando e acusando as pessoas de preconceituosas, de islamofóbicas. Ninguém quer ser rotulado dessa maneira, então ninguém fala o que sente. Todos pensam, comentam com seus familiares mais íntimos, mas têm medo e vergonha de se expor publicamente. Medo de sofrer represálias por parte de algum fundamentalista; vergonha de ser politicamente incorreto, ser taxado de intolerante e estragar o agradável jantar entre amigos com esse tipo de assunto. É melhor fingir que os conflitos não existem e apenas trocar discretos olhares de condenação com uma mulher que passa na rua portando um véu sobre a cabeça...

Lucas disse...

A.H.B.

"...não vai dar em nada debater com você. Não é produtivo."

Considerando o julgamento que você faz das pessoas, digo o mesmo.

Sara disse...

Esse discurso do Aoi Ito é que esta abrindo a Europa a esses grupos religiosos islâmicos, o Europeu em geral é tolerante com outras culturas, a reação tem partido dos políticos de extrema direita, não apoio nenhuma religião, mas não coloco o islamismo no mesmo patamar que as outras, com exceção de religiões animistas que praticam sacrifícios humanos, portanto jamais vou encarar um muçulmano como pacifico, pois as normas que esse grupo religioso segue me agridem como ser humano, pra mim o feminismo é incompatível com as religiões em geral, mas em relação ao islamismo ele é antagônico.

Kron disse...

@denise concordo com você. Acho absurdo esse papinho de "ah, é a cultura deles, tem que respeitar"

Liana hc disse...

Eu acho que estão confundindo aqui o que quiseram dizer quando chamaram por arrogância as atitudes de certos religiosos e ateus.

Não é questão de determinar qual teoria de formação do mundo é verdadeira ou não. Big Bang OU Deus, Big Bag E Deus, cada um acredita no que lhe convier. O que foi apontado, é a incapacidade de alguns, em ambos os lados, de entender que o sistema de crenças de uma pessoa é tão válido quanto o dela própria. Isto é respeito.

Concordo que preservar a idéia do estado laico é muito necessária mas também vejo uma tentativa de alguns ateus, que são só pessoas como quaisquer outras com virtudes e torpezas, em enquadrar toda e qualquer pessoa religiosa como sendo alguém "fanática" e incapaz de qualquer pensamento lógico. Mais uma vez, isso se aplica a alguns ateus, não me refiro à totalidade.

O ateímo também é uma crença. A ciência não tem resposta para tudo, não é perfeita nas suas aplicações e já foi usada para propósitos bem escusos. Isso não mancha a idéia de uma visão científica da vida como válida mas também não a isenta de erros. Ainda assim, ateus creem nela com todo fervor e é tão aceitável quanto creer em qualquer outro sistema de valor. Nada é perfeito, nós não somos, nossas crenças não são, o outro também não é. Nem todos entendem isso e acabam se tornando arrogantes.

Conheço um bocado de pessoas que se tornam tão cegas pela "ciência" quanto uns se tornam pela "religião". Parece que elas simplesmente deslocaram o fanatismo de um lugar para o outro. A ciência, assim como qualquer outro aspecto da vida humana, não significa absolutamente nada por si mesma se destituída de pensamento crítico e quando não mais serve para a melhoria da vida da população.

Sara disse...

Daniela eu mesma tenho uma grande amiga que é muçulmana, mas com certeza não por opção dela, muito pelo contrario, se ela não se rebela mais, é só por medo de terminar como a garota do link de noticias que vc mesma postou, não consigo acreditar que alguém que professe essa religião por livre e espontânea vontade mereça minha consideração, sou democrática e tenho que respeitá-los na sociedade em que vivo, e bem diferente deles jamais seria capaz de devolver a violência que eles praticam ou financiam, ou aquiescem.
No entanto tudo o que estiver ao meu alcance e que por direito eu tenha de fazer no sentido, de restringir a influencia desses grupos religiosos, vou fazer.
Pouco me importa se outras pessoas pensem diferente de mim, e achem que o discurso de tolerância com esses radicais se justifica em nome de suas posições de esquerda.

Anônimo disse...

Daniela Rodrigues: o jeito que você se colocou em relação ao Islã nos seus primeiros posts realmente deu uma idéia de que você anti-islã, então não culpe a galera por ter "entendido errado". Agora que você explicou ficou mais claro.

Gente, fé islãmica é diferente de fundamentalismo islãmico. Como uma pessoa comentou aqui, não vamos confundir fé com instituição (essa sim distorce as coisas).

Agora, Denise, me desculpe, mas dizer que você prefere a extrema direita a fim de evitar a expansão do Islã é totalmente um contra-censo. Você diz que as religiões são todas contra o feminismo, a extrema direita é pior ainda!

Anônimo disse...

Lia, seu comentário foi super pertinente. Concordo com o que você disse. Inclusive olha o discurso de alguns pessoas aqui "eu, com meu pensamento racional", "como uma pessoa racional eu...". Peraí: só por que alguém tem uma fé X ela é desprovida de raciocínio???? De pensamento crítico?????

Roxy Carmichael disse...

daniela: multiculturalismo e relativismo preguiçoso são duas coisas distintas. estado de direito, liberdades individuais e democracia funcionam muito bem para uma parcela da população, para outra, bastante expressiva por sinal, é só uma abstração. me refiro às pessoas que estão na linha da pobreza, ou abaixo dela. esse papo de "não tenho nada contra islâmicos, conheço islâmicos, mas..." me parece "não tenho nada contra gays, conheço vários gays, mas..." agora medo de represália?de grupos extremistas fundamentalistas?sinceramente, outra vez, me soa como paranóia de europeu que não quer perder seus privilégios e outra vez você comprando o discurso deles me parece muito engraçado. parece aquele discurssinho dos heteros falando em barrar a ditadura gay, mas barrar de forma sutil porque tem medo de sofrer violencia dos grupos gays, quando a gente sabe muito bem, que os crimes de ódio são praticados pelos heterossexuais paranóicos contra os homossexuais
denise: não se preocupe que tem um montão de gente pensando como você. pode ficar tranquila que provavelmente você não vai precisar mover um fio de cabelo pra conter a invasão islâmica no maravilhoso mundo ocidental porque tem políticos que tão bastante empenhados nisso. eu diria até que a maioria pensa como você, o ultimo que ganhou visibilidade matou 90 pessoas na noruega. agora "abrindo a Europa a esses grupos religiosos islâmicos"? você só pode estar brincando. a europa até onde eu sei não tá se abrindo pra ninguém, muito pelo contrário. "o Europeu em geral é tolerante com outras culturas" ???agora o que mais me impressionou foi isso aqui: "Pra mim a religião islâmica é tão deletéria como foram às religiões maias e astecas praticadas no passado, embora muita gente como vc ache que a ação dos espanhóis que se empenharam e desarticular essas culturas sejam condenável, o que eu não acho. " eu acho condenável sim, e o autor que eu citei tá justamente falando que essa é a retórica europeia que funcionou muito há 500 anos atrás (pelo visto tem seguidores até hoje) e que ainda continua servindo de base pro mundo europeu invadir países soberanos e matar uns bons milhares de civis inocentes (como efeito colateral, claro). a islamofobia é quase senso comum hoje, ou seja seu pensamento não só me surpreende como quase me dá tédio, mas isso aí de justificar a ação dos colonizadores foi novidade, eu NUNCA tinha escutado nada parecido aqui dessa lado. depois dessa realmente vi que o debate aqui será totalmente infrutífero e eu tenho mais coisa pra ler e escrever.
sem mais.

Roxy Carmichael disse...

aoi lto
é exatamente isso: proibir véus não visa defender as mulheres da opressão do véu. visa impor a "civilização" á "barbárie", coisa que os europeus vem fazendo há muitos anos. é realmente cômico ver a burca ou o véu como o simbolo do cerceamento das liberdades femininas, quando vivemos num mundo ocidental, em que as mulheres vivem sob uma ditadura bastante cruel chamada ditadura da beleza. o brasil é o maior mercado dos produtos e técnicas para alisar cabelos crespos. o brasil acho que é o maior mercado do mundo em cirurgia plástica. mas mexer com o poderio de empresas transnacionais e com interesses do capital financeiro (quem realmente manda no mundo ocidental, ou seja, pouco importa o espírito nacionalista crítico, daniela) é muito mais complicado né?melhor a gente pensar mas mulheres oprimidas por essa religião abjeta chamada islã, obrigadas a usar véus e burcas que não tem nem como comprar um dolce e gabanazinho. porque afinal lá que é ditadura, aqui a gente tem liberdade pra decidir se quer o nosso cabelinho crespo ou lisinho.

Sara disse...

A Europa esta usando esses políticos de extrema direita para combater o Islã, porque ainda que eles se instalem no poder será por pouco tempo, extrema direita não é a vocação da Europa, qual foi o maior pesadelo facista o Nazismo? Quanto tempo perduraram no poder?
Agora se vc é muito jovem Sr Roxy, não deve se lembrar há quanto tempo os aitolas se instalaram no Irã, e não vão sair tão cedo , tente desinstala-los de La.
O Irã para mim é emblemático dessa questão, quem pavimentou o caminho para o Aiatolá Khomeini no Irã foram os militantes de esquerda, que lutaram contra a ditadura do Reza Pahlavi, e no oportunismo desse grupos religiosos abriram o caminho pra essa ditadura islâmica que hj reina nessa parte do mundo, e é triste ver como essa esquerda que indiretamente levou os aitolas ao poder , foi praticamente exterminada nesse regime nefasto.
Não quero de forma alguma ver esse filme horroroso de novo se repetir na Europa, se isso lhe causa espanto , é problema seu, eu não quero viver sobre uma ditadura religiosa que me obrigue a ser uma simples parideira , e não ter nenhuma outra aspiração na vida.

Denise disse...

Roxy,

Acontece que, em um país cristão, memo com a direita mais atuante, o que é infelizmente o caso dos EUA por exemplo, eu não vejo as pessoas que falam mal do cristianismo sendo presas ou maltratadas. Eu cresci no Brasil sendo agnóstica e estudando em escola católica. Não fui mandada embora e nem proíbida de estudar. Você pode dizer o mesmo de um estado islâmico? Não pode. Acredito que esse seja um dos receios da Daniela. E em verdade, o meu também, embora aqui a influencia islâmica não seja a mesma que na Europa, acredito e espero.
Veja bem, não tenho nada contra a pessoa que quer acreditar nas nuvens, em fantasmas, deuses, pedrinhas, etc. Acredite no que quiser. Só não venha querer mudar a minha vida restringir a minha liberdade de não acreditar em nada!
Eu concordo com a Daniela em praticamente tudo que ela escreveu. E extendo isso A todas as religiões. Religião é coisa de foro íntimo.
Quanto aos ateus serem arrogantes, etc. Eu não vejo muito isso. O que eu vejo são ateus, ou agnósticos, fazerem graça quando esse pessoal religioso vem bater na porta da casa da gente para pregar. E disso eu sou culpada, me divirto com eles. Se eles se dispõe a vir a minha casa, me aborrecer e ainda ter a arrogância de achar que eu preciso de salvação, então eles tem mais é que agüentar quando eu uso meu conhecimento bíblico (que não é pouco) para argumentar com ele e me divetir a custa deles. Sou arrogante? Aposto que alguns pensam que sim. Mas eu pedi para ser doutrinada? Não.

PS. Sou outra Denise...

Daniel Fernandes disse...

Lola.

Estamos organizando uma edição da Marcha pelo Estado Laico em Belo Horizonte. Ela vai acontecer no dia 17 de setembro.

Mais informações nos links abaixo:
http://www.facebook.com/pages/Brasil-Laico-BH/283475571667934
http://marchaestadolaicobh.wordpress.com/

MARIA, L.P. disse...

Adorei o post, como normalmente acontece.
Sou cristã-católica-apóstólica-romana, e acredito que nós crstãos temos o dever de defender o Estado Laico, para o nosso bem e de nossos irmãos.
Sugiro esse texto, que fala "porque os cristão devem defender os direitos dos homossexuais" http://letthyssia.blogspot.com/2011/08/por-que-os-cristaos-devem-defender-os.html

Abração!

Denise disse...

Roxy,

E tem mais. Eu sou mulher, agnóstica, vivendo em um pais ocidentail, laico com fortes tendências cristãs. Eu não me depilo, não uso maquiagem, não ando na moda, estou gordinha. E ainda não apanhei, ou fui presa por isso. A ditadura da beleza existe e é péssima, mas ainda temos a liberdade de sermos contra e de agirmos diferente sem sofrermos retaliações violentas e se termos nossas liberdades cerceadas. Eu trabalho, dirijo carro, saio quando quero, falo e escrevo o que quero.
Você sinceramente acha que o xador ou a burca tem o mesmo peso que a ditadura da beleza? Sério?
O xador, véu, burca, paninho são e representam uma opressão quanto a mulher sim. A ditadura da beleza também oprime a mulher. A diferença é que enquanto nós ocidentais podemos nos rebelar sem apanharmos, ou sem perdermos a nossa subsistência, as mulheres do Islã se se rebelarem vão apanhar e não vai ter como subsistir.
Deu para ver a diferença brutal?
Deu para entender a di

Roxy Carmichael disse...

eu até queria me afastar desse debate (que mais parece uma conversa de doidos) mas é irresistível não discutir com as denises.
então vamos lá denise I: realmente a ultima vez que a alemanha usou os direitistas radicais, eles não ficaram muito tempo no poder, mas o saldo de mortos foi coisa pouca, passou dos seis milhões, além de algumas bombas nucleares que foram lançadas.
denise II: não faz muito tempo aqui no brasil, os direitistas cristãos apoiaram a ditadura militar, em que os subversivos que discordavam do regime eram presos, e mortos, não sem antes serem torturados. mas anistia foi concedida pra todo mundo, não tem praquê ficar pensando no passado né? eu só acho que tem sim, pra evitar que ele jamais volte a se repetir. o mesmo aconteceu na argentina, onde os bebes eram separados das mães subversivas e eram lançados no mar (depois de um passeiozinho de avião). no chile um terço da população desapareceu por discordar do regime. as isso era ditadura, oras! acontece que no regime "democrático", depois da ditadura, o pinochet recebeu o título de senador vitalício. lá nos estados unidos, os árabes não são presos e não são negados o direito a eles de um julgamento justo, claro, eles tem a base de guatanamo lá em cuba pra jogar esses bárbaros machistas entusiastas de explosivos que querem acabar com as nossas liberdades. mas tudo isso não importa, o que importa é que a senhorita denise pode sim frequentar uma escola com orientação religiosa católica, sem ser católica, oras!
quanto a questão da burca vs. ditadura da beleza, imagino que a senhorita denise II não soube interpretar meu texto, mas já que estou por aqui não custa nada ajudá-la: em nenhum momento foi dito que a ditadura da beleza era mais cruel que a que certos governos teocráticos impõem a suas mulheres. assim como jamais foi dito que a imposição do véu não é uma opressão à mulher. o que foi dito é que para o governo francês do senhor sarkozy o direito das mulheres islâmicas interessa tanto quanto o campeonato baiano de futebol. eu pensaria duas vezes antes de defender a autenticidade de nossas escolhas, inclusive tem vários posts da lola sobre esse assunto. mais uma vez, isso tudo não importa, o que importa é que a senhorita denise II, nao depila, tá acima do peso e vive livre, leve e solta oras!mas eu não vou ficar pegando no seu pé, porque afinal de contas vivemos num mundo de liberdades individuais, ou seja, dane-se a coletividade, não é mesmo?só sugiro que antes de sentar na beira da piscina com tacinha de martini para conversar com as amigas sobre a péssima situação das mulheres lá no irã, se dedique um pouco mais de tempo pra olhar aqui pro nosso quintal.
não sei porque tão me chamando de sr. ou caro, já que eu possuo dois cromossomos X.

VOZ DO BRASIL disse...

Lola. Parabéns.

Falar o que pensamos sobre esse assunto é um ato de coragem diante dessa sociedade arcáica neo-medieval.

Vivemos numa civilização que a milênios entende a religião como o norte das ações do estado. Seria um absurdo para os dias de hoje se não tivessemos passado pelo ataque á biblioteca de Alexandria no ano 415 DC pelos crstãos, mas infelizmente é mais difícil mudar esse conceito da população do que desmamar o tal camelo no buraco da agulha bíblica kkk.

Desde a Proclamação de República esse assunto já deveria ser página virada, mas passado mais de um século e as gerações que sucedem acumulam ainda mais esse ranso, ainda mais hoje com discursos potencializados pela grande mídia.

Aliás, a mídia (concessões de rádios e TVs) são bens públicos por natureza legal, mas infelizmente essa grande mídia nem chega ás mãos da população, mas chega nos púlpitos dos empresários da fé e em seus shoppings-templos midiáticos na pregação do chamado "cristianismo de mercado" para enriquecer as contas dos paraisos fiscais de seus sacerdotes ou para financiar as campanhas politicas de seus candidatos fortalecidos pelos currais eleitorais que se formam nessas igrejas.

Nossa legislação, criada por esses sacerdotes políticos, é absolutamente permissiva e protecionista com essas empresas da fé, quando liberam de impostos essa atividade ECONÔMICA religiosa e não exige sequer que seja declarada ao fisco suas receitas, fazendo assim uma injustiça fiscal com as verdadeiras fatias produtivas do mercado.

Realmente precisamos assumir nossas idéias em público, dizer quantos somos e o que queremos com nossa luta. Precisamos sair do armário, principalmente aqueles que não precisam de dogmas e fantasias psicosomaticas para ser cidadãos de bem.

Chico Lobo - radialista e produtor cultural São Paulo SP 31.08.11 - 14:43hs

Sara disse...

Sé é para comparar o que esses radicais árabes são capazes de fazer contra a coletividade minha cara Srta.Roxy, ainda prefiro os Le Pen s da vida.

Daniela Rodrigues disse...

Cara Roxy Carmichael (me desculpe a desatenção).

Quando citei os tais valores da sociedade ocidental moderna não estava querendo dizer que não tenho críticas à eles, ou ao modo como os vivenciamos. Não disse que o Ocidente é a oitava maravilha do mundo, que aqui funciona tudo muito bem etc. Tampouco lancei às mulheres que vivem sob o jugo do islã um olhar de piedade, nem jamais disse que, do alto de nossas vidas perfeitas, devemos salvá-las da opressão. Isso tudo foi você quem deduziu. E já que você se permitiu fazer deduções e interpretações tendenciosas do que dissemos, eu e a(s) Denise(s), também me autorizo à dizer que o seu discurso me parece bastante ressentido, do tipo que se enfurece com a aprovação de uma nova lei no Brasil, por exemplo (para que? se elas não são cumpridas???).

Acontece que, ao citar os valores que sustentam a sociedade ocidental moderna eu estava falando de princípios ideológicos. É mais do que claro para qualquer pessoa, por mais alienada que seja, que eles não são aplicados como deveriam, que temos grandes problemas como a pobreza extrema, a violência etc. Mesmo as liberdades que conquistamos não sabemos usá-las ainda da melhor maneira, acabamos criando armadilhas e temos caido nelas... Mas é preciso, apesar da realidade distorcida, ter um ideal enquanto sociedade, vislumbrar um caminho, saber onde queremos chegar - e isso só podemos fazer tendo bem claros quais os valores que nos são mais caros, que vão nortear nossas ações em busca de melhorias. E sim, é consenso que o direito à vida, as liberdades individuais, à liberdade de expressão, o direito de ir e vir, enfim, tudo isso de que ouvimos falar desde muito cedo na escola, são ideais que perseguimos. E continuaremos a fazê-lo.

No islã, nas sociedades dominadas pelo islã, a realidade não é menos dura que a nossa, e para completar no plano ideal eles ainda não passaram da Idade Média. Então, sim: temos o direito de defender nossos ideais enquanto civilização, e também o dever. faremos isso, e vamos também tomar uns drinques de vez em quando sem nos sentir os seres mais repugnantes por conta disso.

Por essas razões, suas argumentações são extremamente simplórias. Claro que não é preciso ser nenhum gênio para encontrar todos os defeitos do mundo na civilização ocidental, mas nada que você aponte vai eliminar o FATO de que aqui, pelo menos, temos o direito de apontá-los. Na verdade, é urgente que o façamos cada vez mais, mas não de maneira ressentida. Insisto que precisamos recuperar a capacidade de nos criticar, mas levando em conta o verdadeiro sentido do termo. Pois critiqueiros de plantão já existem aos montes.

Roxy Carmichael disse...

defender nossos ideais é completamente diferente de estigmatizar e perseguir pessoas por sua fé. os imigrantes que vivem na europa que são islâmicos, ou até as novas gerações de filhos de imigrantes que nasceram na europa tem o direito de seguirem a religião que eles quiserem. inclusive tem o direito de usar véus se eles quiserem. isso no plano ideal, porque no plano prático esse direito já foi negado. em um post antigo aqui, lola falou sobre uma atleta judia que lhe foi negado o direito de jogar basquete com camiseta de mangas cobrindo os ombros porque a comissão do time de basquete propunha uniformes um pouco menores, com um pouco mais de exposição de peles femininas pra aumentar a audiencia dos esportes (nada melhor mostrar mais os corpos das atletas). no filme paris je t'aime mesmo tem um curta super bacana que mostra um grupinho de franceses que estão mexendo com garotas muçulmanas. um deles depois resolve conhecer a garota e pergunta pra ela porque ela se sujeita à imposição de vertir-se com o véu. ela diz que não é uma imposição. podemos argumentar que isso foi imposto a ela desde criança, como a religião católica é imposta em nosso país a várias crianças, mas isso não vem ao caso.eu defendo totalmente o estado laico, como todos aqui imagino, mas o estado laico não significa tolher a liberdade religiosa dos cidadãos. o que eu quero dizer é que sim existem mulheres que são oprimidas na região islâmica e existem mulheres que não são (religião que é diferente de estado teocrático). em nenhum momento a minha opinião aqui foi conivente com opressão proposta por regimes teocráticos. uma coisa é pensar numa ideologia e num projeto de civilização que queremos seguir. a outra coisa é eleger o inimigo, o outro e bancar esse discurso da direita européia. só não acho que os ideais europeus corram o risco de sucumbir diante da ameaça islâmica. mas acho que se a europa bancar esse discurso contra os islâmicos proferido pela extrema direita (o pior é que a esquerda européia também tem flertado com esse pensamento), nossos ideais democráticos estarão seriamente ameaçados (o que sinceramente me parece muito mais plausível), não só no velho continente, mas no ocidente como um todo. só fiquei bastante assustada com essa adesão ao discurso direitista de alguns por aqui. e não creio que meu texto tenha sido ressentido, apenas atentei para a memória, que para mim é muito importante tanto para a se chegar a justiça, quanto para impedir que a história se repita como farsa. e a memória, mostra que sim, se existe alguma ameaça à democracia, essa ameaça é a extrema direita e não a religião islâmica (não confundir com estado teocrático). no mais tenho grande apreço pelos drinks, saúde!

Daniela Rodrigues disse...

Roxy

"defender nossos ideais é completamente diferente de estigmatizar e perseguir pessoas por sua fé" - concordo, mas não vi ninguém fazendo isso aqui.

Quanto ao islâmicos que vivem na Europa e seus descendentes, recomendo muito o livro da Ayaan Hirsi Ali, extremamente esclarecedor sobre a problemática, principalmente em países como a Holanda, onde a tolerância exarcebada tem realmente preocupado.

Essas pessoas - ou uma grande parte delas - vêm pra cá e recusam qualquer tipo de integração, em qualquer grau (claro que, legalmente, a integração de um imigrante não pode ser forçada, mas é altamente desejável que, em casa alheia, ao menos se faça um esforço para uma convivência harmoniosa). Querem colégios próprios, ensinam seus filhos a odiarem os "infiéis" e criam com isso um conflito sem tamanho nesses jovens. Foi exatamente na Holanda onde foi morto o cineasta Theo Van Gogh, que produziu com Ayaan um filme criticando o islã. Foi assassinado por um jovem de 26 anos de dupla nacionalidade, holandesa e marroquina - muçulmano. E ela, Ayaan, até hoje vive escondida, exilada nos EUA, sem o seu direito de ir e vir, simplesmente porque ousou fazer críticas ao islã.

Admiro a sua boa vontade em acreditar que eles querem apenas viver suas vidas e sua religião no âmbito privado, mas sinto informá-la que eles mesmos não escondem de ninguém seu projeto de expansão territorial e ideológica - e este inclui, obviamente, o tal estado teocrático, pode ter certeza.

Apesar do debate acalorado, gostaria de deixar muito claro que ninguém aqui está propondo uma caça aos islâmicos, perseguição nem estigmização de nenhum grupo religioso - antes que uma boa alma faça o favor de apontar o seu dedinho (na verdade são ELES os especialistas nisso). Apenas acho importante falar disso abertamente, sem receio de ser rotulado. Vivendo aqui, este é o sentimento que tenho, é o que eu vejo acontecer. Apesar de considerar a Europa uma civilização em plena decadência moral, espiritual, social, econômica etc etc etc, nesse ponto estou 100% de acordo com o tal Patrick Condell ( http://www.youtube.com/watch?v=-R5_0qaL5DU&feature=channel_video_title ).

Encerrando por aqui... Boa noite a todas e todos.

me poupe! disse...

Lola, o absurdo dos absurdos. Sou mineira e estudei toda a vida numa escola estadual e na hora da aula de ensino religioso, os evangélicos eram convidados a se retirarem da sala de aula....Eles ficam um horário inteiro na biblioyeca ou em qualquer outro lugar, q não a sala de aula, enquanto a maioria católica ouvia a professora propagar a religião católica e seus dogmas...acho q até hj é assim...

Anônimo disse...

Lola,
Veja o vídeo produzido pelo Movimento COEP:

Ensino religioso e a homofobia.

http://www.youtube.com/watch?v=CaOCSosir48

letícia disse...

Somente uma observação, que para alguns tem que explicar detalhes por detalhes para ficar claro: sobre adoção, meu ponto de vista é que a maioria das pessoas nem pensam nisso, pensam apenas em terem filhos biológicos. Até ai, ok. Mas quem é contra o aborto, poderia pensar melhor em adotar, já que são crianças que nasceram e os pais não quiseram.
EM NENHUM MOMENTO foi dito que eu acho que quem é contra aborto não deveria ter filhos biológicos, por favor né...

Lara Silva disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Juba disse...

Escarlate e letícia, foi o uso da expressão "ao invés" que levou à minha interpretação... já que também tenho de explicar os detalhes.

Ao invés significa ao contrário de. Opções excludentes. Just it.

Agora sim seu posicionamento ficou mais claro.

Pessoalmente, prefiro que a criança seja dada para adoção que abortada, mas acredito que, contraditoriamente, muita gente não tenha coragem.

Acho que o parto anônimo poderia ajudar e muito nessa questão. Tenho dúvidas ainda se a legalização do aborto diminuiria substancialmente os abortos clandestinos (lembrando que sou a favor da legalização), pelo mesmo motivo: negação, vergonha, querer esconder...

Unknown disse...

Lola, desculpe, mas compartilhei este seu post no meu blog, porque achei que a questão foi muito bem tratada, e recebi essas pérolas, que agora divido com vc, junto com as respostas que não consegui não dar...me perdoe, se puder.

B r u n a disse...
Lola.

Não dá para tratar igual coisa diferentes!

Também dois bicudos não se beijam.

Se num casamento os dois querem ser "cabeça", a relação vai para o ralo.

Para que qualquer coisa possa avançar é preciso de hierarquia.

Sem vai ter alguém mandando na relação.

E Deus escolheu o homem para mandar!

E toda mulher gosta de ser "dominada".

20 de setembro de 2011 20:56
ana marta disse...
Esse comentário nem é pra mim, mas estou passada!!! De onde essa criatura tirou isso? Quanta asneira se fala em nome de Deus. Quem disse que Ele criou o homem para mandar e a mulher para ser "dominada"? Meu Deeeeeeeeeeeus! Que criatura é esta?Será que nunca ouviu falar em compartilhar?
Hierarquia na relação/convivência amorosa? Credo em cruz!!!

20 de setembro de 2011 21:10
B r u n a disse...
Cara, ana marta.

Em todo lugar, a hierarquia é importante!

Sem hierarquia nada dá certo!

É uma questão de organização

20 de setembro de 2011 21:25
B r u n a disse...
"Quem disse que Ele criou o homem para mandar e a mulher para ser dominada"

Leia a Bíblia!

O homem deve ser o chefe da mulher, assim como Cristo é o chefe da Igreja.

20 de setembro de 2011 21:34
ana marta disse...
Bruna, me desculpe, respeito todas as religiões, acho que todas e todos têm o direito de seguir a orientação que lhes atende, mas, na religião que me orientou desde a infência, aprendi que quem acredita em Deus não precisa acreditar em mais ninguém, nem ter medo de nada; quando aprendi os mandamentos, vi que eles sempre se referem ao respeito ao próximo; não vi em nenhum deles essa determinação de obediência ao homem. Minha religião me ensinou a respeitar o próximo, de qualquer sexo, cor, condição social, opção sexual e credo; aprendi a ser reponsável pelos meus atos, não preciso que ninguém me diga o que é certo ou errado todas as semanas, e isso tudo sem precisar de qualquer cartilha. Não li a Bíblia, e acho que isso me fez bem, pois não desenvolvi nenhum tipo de preconceito e discriminação, e não aceito que ninguém queira me "dominar", não sou bicho. Religião, para mim, é apoio espiritual, não dependência. Hierarquia nas relações afetivas é um absurdo, somos iguais em direitos e obrigações, respeito é a palavra-chave, não dominação, foi isso que Cristo ensinou. Se alguém lhe disse algo diferente, desconfie.
No entanto, não posso nem criticar a Bíblia, deve ser uma boa leitura para quem sabe interpretá-la.

21 de setembro de 2011 07:47

REPLICANTE disse...

Para quem não sabe..laico é sinônimo de leigo. ou seja pessoa que esta por fora, por fora do ministério eclesiástico e da vida com Deus, pessoa que não tem conhecimento teológico, pessoa secular, mundana, carnal, povo comum. se você se diz laico, porque vc tenta criticar a bíblia? se vc foge do conhecimento da mesma?
Os homo-sexuais e as pessoas que querem a legalização do aborto tem direito de ouvir a verdade ainda que não a aceite. Para que não possam dizer: "ninguém me avisou de nada!”.
Podem fazer um estado laico. Mas privar as pessoas do conhecimento e da verdade isso voceis
não podem

Unknown disse...

Eu sou ateu, mas vivemos num país democrático e uma vez que a maioria decide que algo como o aborto, independente de ser fundamentado em religião ou não, é imoral, isso deve ser respeitado. Assim também com relação a outros assuntos. Eu particularmente não vejo o aborto com bons olhos, mas acho que alguém disposto a matar o próprio filho é porque não merece tê-lo mesmo, a seleção natural em si é sua punição.

REPLICANTE disse...

O Brasil ja é laico.o que a Lola quer é calar a boca dos religiósos, como le convem.Isto fere a liberdade de opinião. Em um pais democrático tem que haver liberdade de opinião.
E para quem é ateu use a ética, quanto mais elevada for sua ética mais parecido com as coisas de Deus você será.

Anônimo disse...

"Eu sou ateu, mas vivemos num país democrático e uma vez que a maioria decide que algo como o aborto, independente de ser fundamentado em religião ou não, é imoral, isso deve ser respeitado."

A maioria quer que gays se fodam, negros continuem sendo empregados ou entreterimento e mulheres continuem a ser donas-de-casa. Desculpe mas a maioria não decide porra nenhuma.

E sobre o restante do seu comentário.. Foda-se.

Anônimo disse...

"O Brasil ja é laico.o que a Lola quer é calar a boca dos religiósos, como le convem.Isto fere a liberdade de opinião. Em um pais democrático tem que haver liberdade de opinião."

O Brasil não é laico na medida em que toda a ética das instituições educacionais de base, por exemplo, ainda são, informalmente, religiosas. E isso não é um 'problema individual', não é responsabilidade só dos professores que transmitem religião ao invés de ciência. Quando esse tipo de comportamento é coletivo, significa que a própria instituição já assimilou tal forma de conduta.

Lord Anderson disse...

Deyvson


E se a maioria da população tivesse sido contra a Lei Aure, os negros deveriam continuar sendo escravos?

e se a maioria apoia-se uma lei que permite o abuso infantil?

Desculpe, mas existem certos diretos que são inegociaveis, e democracia não garante só as decisões da maioria, protege tb os direitos e dignidades das minorias.

VOZ DO BRASIL disse...

Recado para REPLICANTE:

Você fala da "ética" de deus.

Qual é essa ética de deus que voce fala?

Por acaso voce já leu o velho testamento?

Já viu a falta de ética desse deus que voce defende e que está escrito no livro de Números do V.T.?

Falar em ética em nome desse deus, é no mínimo uma grande piada.

Leia a sua biblia com atenção, aquela que voce usa como desodorante debaixo do braço e depois voce venha aqui falar em "ética" de deus.

- Ah, vocês crentes, são mesmo muito engraçados...

A ética histórica dos religiosos é ter queimado vivo em praça pública aqueles que não confessavam a sua fé ou que ousavam estudar a ciência e falar que a terra era redonda. Que ética, heim!!! E depois voce vem aqui nesse espaço de pensadores sérios cobrar ética...

Essa é a ética daqueles que em nome desse deus se dizem sacerdotes dele, imagina então seus demais seguidores...!!!

VOZ DO BRASIL disse...

A democracia NÃO PODE SER A DITADURA DA MAIORIA SOBRE UMA MINORIA.

A democracia precisa contemplar a todos, inclusive os desejos e vocações das minorias.

Fosse assim, espulsariamos daqui a minoria de estrangeiros que vem aqui a busca de trabalho. - E isso se chamaria NAZISMO e não democracia.

Portanto, na democracia existem regras de bom convívio e por isso na nossa República Democrátrica o Estado é LAICO, para que NENHUMA RELIGIÃO DITE REGRAS NO ESTADO, para que elas possa com isso ter a sua liberdade religiosa.

Porém, certas correntes religiosas querem transformar essa Liberdade religiosa em DITADURA RELIGIOSA, querendo impor a todos os cidadãos os seus conceitos dogmáticos a toda população na força da lei.

Essa intenção deles é plenamente refutável num Estado Laico como o nosso.

E por essa intransigência deles é que cresce o descontentamento de grande parcela da população que notoriamente estão se transformando em ATEUS... ou seja: o "tiro" dos religiosos está saindo pela culatra.

Particularmente eu tenho respeito pela fé alheia, o que eu não respeito é a intransigência dos religiosos querer impor á força na população suas idéias e conceitos na força da lei.

*Chico Lobo (cidadão Brasileiro)

REPLICANTE disse...

Recado ao VOZ DO BRASIL:

Eu venho aqui e sou igual a todos que vem aqui. Você disse que esse espaço é de pensadores sérios,e está me discriminando, pois eu só venho com seriedade, respeito.
Você disse que venho aqui cobrar ética, não estou cobrando ética de ninguem.

Quanto ao seu ateismo posso ver suas palavras tipicas de ateu, sempre repetindo as mesmas tolices de sempre.

Sabe o que é um "circulo ateísta" circulo é uma coisa que sai de um ponto e sempre volta ao mesmo ponto. assim são os ateus, querem criticar as coisas de Deus sendo um ateu, ateismo só da em ateismo.
O ateu não passa de uma pilha de carne. por isso não venha criticar coisas que voceis disprezam entender.

A biblia dis: "as coisas espirituais só se discernem espiritualmente".

Sendo um ateu vc jamais intenderá a palavra.
Sendo um ateu vc jamais intenderá Deus.
Sendo um ateu vc jamais intenderá as coisas espirituais.
Sendo um ateu vc blasfemara.
Sendo um ateu vc maldizerá os religiosos.
Não vim aqui cobrar ética de ninguem.

Ha pessoas que me chamam de gente fina não sabem que eu sou é cristão, pois debaixo do meu braço exala perfume Divino, sacou?!

Quanto ao que eu disse que o Brasil ja é um paiz laico e é laico sim.
Diferente de um paiz como o Irãn que não é laico, as pessoas la são muçulmanas por lei, tudo la é regido pelo islamismo.

Não venha me hostilizar pela religião. fica na sua você com seus PRÉ-conceitos.

REPLICANTE disse...

VOZ DO BRASIL
Não leio pouco,eletrônica(eu domino) programação, fisica,história e teologia eu mesmo questiono meu vocabulário,sempre achei que sou ruim de gramática mesmo, deve ser por inúmeras atividades e nerdismo, desculpe-me a sintaxe.

Respondendo

1- Eu, como ateu não entro em sua igreja para pregar ateismo, por respeito á sua fé. A recíproca deveria ser verdadeira...

Igreja não é minha, eu só sigo a luz que brilha mais forte. Todos entram e são livres de ir embora.

2 - não sei quais são essas "palavras típicas de ateu" que você diz que temos - por favor, me explique com mais detalhes.

Bem, você pediu uma explicação. Vamos lá: Todos os espiritos são discernidos, qual tendencia?, quem são?, como é?, de onde procede?(sem tratar a pessoa em si)

3 - Tanto eu, quanto você, quanto qualquer ser humano somos pilhas de carne, um código genético e um atormento a nos perseguir: A MORTE... o que nos difere é o conteúdo intelectual apenas. E note que nenhum crente que conheço não tem medo da morte, mesmo tendo tanta certeza dessa tal "Vida Eterna", que alias, deve ser um saco viver atormendado direto por solos de harpa de anjinhos eternamente, sem uma cerveja, sem uma garota para fazer sexo...

A carne é só um envolucro da alma, o que nos difere é o conteudo intelectual, pessoal, espiritual, por isso que a palavra tem ha vem com reflexão, meditação.
cerveja não é proibido, o vício é que destroi. O unico que faz sexo feliz sem culpa é Homem mulher que casam, unidos por Deus numa só carne.

4- na nossa conversa vc quer que eu me volte para seu ponto? quem faz isso são os crentes, que rezam sempre a mesma ladainha e tem uma necessidade imensuravel de acreditar em algo, senão, não conseguem viver. Eu, particularmente sou absolutamente feliz, íntegro e realizado sem precisar acreditar em nada. Há algum problema nisso?

Não o problema não é o que você tem de bom. O que é bom permanece.
E não estou querendo que você se volte ao meu ponto, só estou tentando mostrar a luz que brilha mais forte, que é um caminho reto.

5 - Não, não vim aqui nesse mundo para maldizer os religiosos ou aqueles que acreditam em lendas, tenho respeito a eles assim como tenho respeito também aos artistas de circo que alegram meus filhos.

Gostei da piada! mas as coisas podem se manifestar em lendas para confundir os sarcasticos.

6 - me diga onde se compra esse tal desodorante com CHEIRO DIVINO... Como publicitário vou aproveitar sua idéia e lançar o produto numa de suas igrejas...vou ficar rico....

É você que chamou a biblia debaixo do braço de desodorante, no seu post ai a cima.




Pra esclarecer o que eu disse sobre estado laico é que o Brasil não é teocracia, teocracia é em certos paises islamicos onde a religião determina tudo. aqui não é assim

VOZ DO BRASIL disse...

Querido REPLICANTE.

Teoricamente aqui no Brasil somos uma República Laica sob o prisma da Lei, mas na prática não é isso o que ocorre.

Algumas coisas mantidas da tradição monárquica-católica ainda perduram em nossa cultura, a qual contraria frontalmente os princípios Laicos.

1 - Nomes de "santos" em logradouros públicos, cidades, estabelecimentos públicos.

2 - Simbolos religiosos fixados em repartições públicas.

3 - Feriados nacionais de cunho religioso.

4 - Dispensda dos serviços militares a certas religiões privilegiadas.

5 - Criação de leis que obrigam ritos religiosos em escolas públicas.

6 - Criação de leis que obrigam a presença da biblia em certos serviços públicos como bibliotecas, tribunais ... (quem já não viu a cena de se colocar a mão sobre a bíblia num tribunal jurando dizer a verdade?)

Bancadas religiosas eleitas nos currais eleitorais dos templos em nome de uma pseudo verdade dogmática querem reverter a laicidade do Estado, tentando impor leis que contrariam os princípios Republicanos de liberdade e igualdade de direitos.

Há paises islâmicos que realmente impera a teocracia plena, bem nos moldes do que pode ficar o Brasil se o povo não abrir os olhos com as chamadas "bancadas religiosas" eleitas nos currais eleitorais dos templos as custas de personalismo, carisma e dinheiro de dizimo (para deus).

É contra essa ação orquestrada contra a laicidade do estado é que o povo precisa se conscientizar.

REPLICANTE disse...

Sim eu sei disso, eu ia postar isso e não quis.
Muitas vezes um evangélico tira os simbolos religiosos de repartições publicas e é rechaçado pelo povo.
Criação de leis que obrigam ritos religiosos em escolas públicas. Isso é uma ação da igreja católica, porque eles estão perdendo fieis para os evangélicos.

ninguem é contra a laicidade do estado, por que a laicidade permite que não aja uma religião oficial no paiz. Embora o Brasil historicamente favorece o catolicismo.

"Criação de leis que obrigam a presença da biblia em certos serviços públicos como bibliotecas, tribunais"
Tem essa lei? precisa? isso é apenas uma serimônia, um incentivo a moral isso que importa.

Você disse;"bancadas religiosas" eleitas nos currais eleitorais dos templos as custas de personalismo, carisma e dinheiro de dizimo (para deus). Personalismo carisma. Nao damos exaltação a pessoas deste mundo.
Dinheiro de dizimo não é usado em politicagem, embora reconheço que isso possa ocorrer o que importa é que ha justos.
dizimo serve para custear a igreja. agua, luz, limpeza, aparelhagem, manutenção, contrução, campanhas. mas sempre tem um meledicentes pra chamar pastor de ladrão.

princípios Republicanos de liberdade e igualdade de direitos. você mencionou. Não é tão simples assim, tem que se moderar tudo, liberdade não é libertinagem e sobre igualdade de direitos tambem tem igualdade de deveres.

Bancada religiosa tem os mesmos direitos que outra bancada qualquer.

O que voceis querem é diser "religiosos calem a boca voceis não tem opinião nesse paiz". é assim que tem que ser?


Laico significa leigo(sem conhecimento teológico)

estado laico = estado morto.

literalmente.

VOZ DO BRASIL disse...

Querido amigo REPRLICANTE

Não sei em que planeta você vive... pelos fatos descritos por você aqui, acho que você já está no céu, e não na Terra.

Alguma câmaras municipais no Brasil aprovaram leis tão esdrúxilas quanto a religião de seus autores.

Há leis municipais que obrigam alunos da escola pública a rezar o "Pai Nosso" antes de cada aula.

Há outras que obrigam as bibliotecas a ter um exemplar de um livro de lendas chamado de "bíblia".

E por aí vai, se vpce pesquisar sobre o assunto da internet vai encontrar até coisas piores.

E nao pense que coisas assim são praticadas por católicos, evangélicos, alias, essas duas correntes são os dois lados da mesma moeda e tem os mesmos equívocos - Todas as duas nos aborrecem com suas pregações indesejadas, não só na mídia, quanto na nossa porta, nos escandalosos "discursos" em praça pública com aqueles malditos auto-falantes... Coisa que já está enchedo o saco até dos cristãos. Que pregem em suas igrejas, não está bom? pra que encher o saco da gente?

Eu nunca entrei num site cristão pra encher de ladainha o site deles, mas essa turma vive entrando intransigentemente em tudo quanto é site para impregnar de coisas que a gente realmente não está afins de curtir.

Você sabe o que é a lei da ação e reação? - Pois então, é isso o que aconteceu em 11 de setembro. Americanos e judeus vivem atacando territórios muçulmanos, um dia eles não aguentaram tanta perseguição e resolveram revidar... Isso é Religião...

REPLICANTE disse...

Voltei aqui pra diser que não vou mais postar nem acessar esse blog. Não vou mais incomodar voceis.

não venho aqui converter ninguem. muitos se convertem ao perceber algo diferente em pessoas como eu. religiosidade nem eu gosto.

Não concordo com leis esdruxulas de nenhum tipo e de lugar nenhum, como essas que vc citou.

sim me trate como se eu não fosse desse mundo mesmo, andar com Deus a consequencia é ficar parecido com o mundo dele, considere quem dá bom exemplo.

Me desculpe viquei surpreso ao ver
que só em mensionar sobre ética(coisa que vocêis asimilam bem) parece que isso os assusta. Sabemos como incomodamos esse mundo perdido.
Quando pregamos na rua não é so para salvar aqueles de coração mais aberto mas é para que ninguem morra desavizado. é um incomodo nescessário e bem intencionado.

Só ulguns de voceis, como você por exemplo reclamam que incomoda, mas temos que suportar o pre-conceito em todo o lugar tipo:"ô irmão.ô irmão.ô irmão.ô irmão.ô irmão..." estão sempre nos incomodando igualmente.

Sobre o que você disse no final, guerras são consequencias de inumeras causas. Ja existe uma frase: judeus e muçulmanos deveriam viver em paz como bons cristãos.

Valeu a experiência! nâo vou incomodar mais. (alguem ai disse ja vai tarde?!!)
sigam seu rumo.

Sara disse...

REPLICANTE pelo q vc deixou transparecer no seu comentário da p perceber a qual religião vc pertence, eu conheço esse pessoal e sei q eles não incentivam seus adeptos a cursar o ensino superior, mas pelo menos segundo grau eles não objetam em nada, bem q vc poderia dar uma melhorada no q escreve, sei q vc acha q será salvo e q o resto do mundo que não pensa como vc esta perdido, bom talvez vc esteja certo, mas sabe esse deus q vc cultua não me parece um cara muito justo, ainda mais com as mulheres e gays, portanto se for pra viver num mundo injusto desses é melhor ir p Geena rrsssss mesmo.
Agora vc VOZ DO BRASIL afirmar que os muçulmanos foram justos na atitude q tomaram em 11 de Setembro é bem mais nojento q esse replicante me desculpe.
O que essa religião faz em todos os lugares onde ela atua não da nem pra nomear, agora se vc compactua com eles, saiba que tem aqui uma inimiga, e em matéria de imbecilidade vc foi bem pior q o replicante.

REPLICANTE disse...

Sara
Ja disse que não voltaria mais a esse blog.
só voltei pra responder que não sou dessa religião que você mensionou. Saiba que ha faculdades de ensino superior construida e financiada pela oferta dos membros da igreja.

Não me acho salvo e mais certo que os outros, mas fui real e espiritualmente ensinado a dar conta de mim, foi duro, sou apenas resolvido.
Você invoca de novo escrevendo "deus" com letra minuscula como os ateus gostam, negando o ensino de portugues sobre pronomes de tratamento. Se eu fose ateu escreveria com letra maiuscula ao Deus verdadeiro que exista.

Você disse que Deus não é justo com mulheres e gays, Saiba que ha mais mulheres evangelicas do que homens, ha harmonia entre os sexos e dão graças a Deus um pelo outro.
No caso dos gays tambem tem gays nas igrejas, ums se libertam, ja vi dois, outros deicham a igreja e voltam pra vida de homosexualismo. Tem caso de ex travesti que era cheio de silicone, HIV positivo, quase morrendo e Deus o limpou todo e transformou ele num honroso Homem saldavel.
tem gays na igreja e todos os tratam bem, agora violência contra homosexuais e contra mulher vem do mundo de voceis.
Eu queria ver voceis lidarem com uma mulher ungida, posso te apresentar muitas, aí vai ser com ela e Deus.

Você escreveu:
" e em matéria de imbecilidade vc foi bem pior q o replicante."
Como é que você chama os outros de imbecil desse jeito? Não te conheço.

vou parar de participar de lugares como esse. Voceis são como folhas tocadas pelo vento, o vento as toca pra cá, as toca pra lá e pode parar no fogo. Não tem diretrizes.

Anônimo disse...

Não se descriminaliza o aborto não por machismo, mas pelo simples fato que a Constituição desse país prevê o direito fundamental à vida. O embrião é um ser individualizado, de carga genética diferente do pai e da mãe,devendo ser protegido pelo Estado . A Constituição protege à vida em geral, inclusive a uterina.
Não tem a ver com machismo.

Guilherme Rambo disse...

Entao anônimo, porque esse mesmo Estado nao defende a vida de uma pessoa que precisa de um rim, por exemplo? Por que uma mãe que tem um filho que precisa de um rim nao é forcada a doar um dos seus rins para que esse filho possa sobreviver?
Pois no útero é a mesma coisa: um ser que nao consegue sustentar sua vida sem o corpo da mãe, no entanto nesse caso o Estado obriga a mãe a continuar sustentando essa vida. Nao vejo diferenca. Tambem nao vejo porque a vida de uma mãe que tem memórias, sonhos e produz é menos importante que a vida de um ser que sequer é capaz de sobreviver sem o corpo da mãe.