sábado, 24 de março de 2012

GUEST POST: A INSISTÊNCIA EM DOMAR CABELO CRESPO

Por que o segundo tipo é tido como o padrão aceitável?

Adorei este comentário que a Yssy deixou no post Feio é o seu racismo, e decidi reproduzi-lo aqui. Ele trata do padrão de beleza racista que determina que só um tipo de cabelo é bonito, e como isso afeta a autoestima de montes de meninas. Aproveitando o tema, ontem recebi vários tweets de leitoras indignadas com o novo anúncio de uma marca de lingerie.

Lola, este post me tocou especialmente porque eu cresci exatamente com esse padrão de beleza martelando a minha vida e isso trouxe sérios danos em todo o processo de formação da minha autoestima.
Tenho a pele clara e o cabelo muito crespo mas um pouco claro também, o que as pessoas chamam de "Sarará". Minha mãe é branca de cabelo liso. Eu nunca tive contato com meu pai, que já faleceu e era negro.
Fui levada por todos os lados a acreditar que eu era feia por causa do meu cabelo, que era “de preto”, “ruim”, e vivi muitos anos em luta com ele. Eu não saía na rua quando ele estava natural, alisei o cabelo sistematicamente desde os nove anos de idade, usei até ferro de passar roupa para alisá-lo (como muita gente) e fiquei careca duas vezes por alisamentos com soda cáustica, uma dessas vezes no dia da minha “formatura” da quarta série, aos dez anos de idade.
Quando eu era menor, queria ser paquita. E minha mãe, que também era muito nova, chorava porque sabia que eu nunca seria paquita, afinal, eu não era uma menina branca, loira de cabelos lisos! Como minha mãe e toda a família dela são brancos, eu não tinha nenhuma referência, e achava que eu era simplesmente feia.
Eu demorei décadas para perceber que o que eu sofri na infância na verdade era racismo! Estudei em uma escola pequena, privada, classista e racista -- que só tinha um aluno negro, bolsista, claro. E as crianças lá cantavam para mim a música “Reggae Night” e eu não percebia na época porque aquilo para eles era uma ofensa e porque eu realmente me ofendia tanto.
Minha mãe conta que, quando eu nasci, uma das primeiras coisas que falaram pra ela foi “Ainda bem que nasceu branquinha”… E outras pessoas da família da minha mãe falavam que meu cabelo era crespo por causa da idade, hormônios da adolescência, ou de uma influência sei lá daonde (nunca negra!).
Enfim, hoje, aos vinte e cinco anos, com o cabelo crespíssimo, totalmente natural, formada em Antropologia e morando na África, em Moçambique, eu olho para trás e percebo quantas formas e diferentes expressões o racismo pode adquirir na nossa sociedade, principalmente nessa fábula da miscigenação que é o Brasil e na formação de uma auto-estima feminina, o que por si só já é um processo complicado nesse bombardeio de padrões que a sociedade machista nos impõe.
Fico revoltada por imaginar quantas crianças, principalmente meninas, da minha e de tantas outras gerações cresceram sem imaginar que podiam ser consideradas bonitas -– por elas e pelos outros!
Por outro lado, vejo uma luzinha no fim do túnel em algumas coisas como o clipe da Willow Smith de uma música chamada “Whip my Hair”. Tudo bem, sei que não é uma coisa lá muito progressista e reproduz vários clichês, mas é a linguagem da molecada mostrando uma menina negra, de cabelo crespo, trançado como a “popular”, incentivando as outras crianças a “whip your hair” seja lá como ele for… Precisamos de mais expressões desse tipo no Brasil, que ajudem a empoderar as crianças negras, fazê-las ter orgulho se sua origem e sentirem-se lindas e poderosas com seus cabelões!
Quem sabe o fato de a maioria da população brasileira já ter “coragem” de se auto-intitular parda ou negra seja também um indício de que esta caminhada contra o racismo pode começar a andar a passos um pouco mais largos… porque o caminho ainda é muito longo!

85 comentários:

Dri Caldeira disse...

Bom, como aqui no blog, existem pessoas que me acham racista, vou falar do meu cabelo. É um cocô. Liso, fino, de bebê. Nunca soube o que é fazer um penteado, fivela, arco, flor, etc, etc, etc... o salão que eu frequento, por uma coincidência, TODAS as cabeleireiras são negras e alisam, relaxam, hidratam os cabelos TODAS AS SEMANAS. Sabem aquele lance de pegar no peito da amiga que colocou silicone? Pois é, todas ficam passando a mão no meu cabelo, e avisam que não estão com inveja, mas é um cabelo tãããããão macio. Eu digo que morro de inveja do cabelo DELAS cada semana de um jeito, é volumoso, tem forma, emoldura o rosto. E elas ficaram revoltadas qdo. levei fotos e mostrei as trancinhas rasta q já fiz e qdo. raspei minha cabeça careca (fiz sem nenhum motivo, deu vontade. E cabelo cresce de novo). Elas dizem que as respectivas mães, qdo. elas eram criança, elogiavam os cabelos das brancas. Elas não me ouvem e não acreditam qdo. digo q DETESTO MEU CABELO!! O pior é lutar contra a própria natureza, brasileira é BUNDUDA, COXUDA, tem cabelo REBELDE!! Só que daí vem a tal atriz, a tal agência de propaganda e impõe q o bonito é o meu cabelo ralinho, fininho, macarrão cozindo 1 hora... E que apelação usar uma NEGRA num morro. E o policial LOIRO!! Viva o Brazil, o país do turismo sexual!!

Anônimo disse...

Já comentei que tenho e sempre tive cabelos lisos, assim como o da Glória Pires e fui convenvida pelos meus pais de que meu cabelo era feio, particularmentre minha mãe que era complexada pelo cabelo ralo que ela tinha... e, pasmem, tinha inveja do meu cabelo desde minha meninice !!!

Enfim cresci sem dar a mínima pro meu cabelo pq pra mim "não tinha jeito" pq grampo não parava, um laço de fita escorregava, fazia penteados e daqui a pouco o cabelo estava se desarrumando... fiquei adulta, amadureci, mas cabelo nunca foi algo que me chamasse a atenção e eu nunca quis ter cabelo igual ao de ninguém tb... eu sempre fui de lavar o cabelo e sair pra rua... quase sempre usei cabelo curto.. ultimamente de tanto ler sobre cabelo aqui no blog dei por me ligar em xampus pra aprender melhor pois a variedade de xampu nas prateleiras de supermercados e farmácias nos EUA chega a confundir, pra não dizer dar nos nervos. Minha mãe já morreu e uma das vezes em que mais fique p da vida com ela, foi qdo ela não deixou a empregada sair mais cedo num dia de festa... a moça tinha de ir arrumar o cabelo, alisar, pentear, etc. e se arrumar um cabelo liso demora, mais ainda demora em cabelo afro. Essa vaidade nunca vai mudar, pregar que a mulher deve aceitar seu cabelo difícil de lidar é dar murro em ponta de facas... mulheres de cabelos lisos vivem ondulando seus cabelos... quem entende?

Quem tiver acesso ao produto WEN, acho que estará bem servida... nem xampu é chamado e sim condicionador que limpa... existe há uns 10 anos nos EUA, mas não é vendido em lojas... somente pela TV e tb no site Amazon, etc. um único produto pra todos os tipos de cabelo, pois deixa o cabelo maleável. Qdo eu acabar com meu estoque de xampus, vou experimentar o WEN.

(alguém já se incomodou pq eu cito EUA, oras, oras, oras... eu moro aqui e vez ou outra abordo algo que é diferente daí, então esclareço, OK?)

Anônimo disse...

Eu tenho cabelo liso, pessoalmente acharia bonito se tivesse cabelo cacheado, mas não detesto meu cabelo não, nem acho um cocô. Nosso combate ao racismo não pode ser de cabelo liso X cabelo crespo, pois nenhum nem outro é feio ou bonito por si só. Beleza não é isso colegas. O feio é o racismo que determina que só o liso é bonito. Pessoas com cabelos crespo/cacheados devem ter orgulho sim, mas não esquecemos que o foco é o racismo, é o racista e não o cabelo!

Sara Marinho disse...

Minha família nunca foi muito ligada em estética sabe, na verdade eu que comecei a ser mais vaidosa na adolescência e influenciei minha mãe e irmã, eu ensinei minha irmã mais velha a usar maquiagem. Meu cabelo é cacheado, mas na infância, no meu ambiente familiar, ninguem ligava muito para o fato que eu simplesmente não penteava o cabelo, justamente porque ninguem era muito preocupado com estética. Na escola o pessoal me enchia o saco, mas eu não ligava muito, o preconceito apertou para mim um pouco mais tardiamente do que o normal, eu já estava lá pelos meus 13/14 anos, quando as questões estéticas passaram a me incomodar, porque a pressão social é muito maior quando você cresce. A partir dos 14 anos comecei a odiar meu cabelo, sempre me sentia incomodada com ele, e queria por tudo alisar, minha família sempre foi muito quebrada, então não tinha jeito, mas minha mãe não deixaria que eu alisasse o cabelo tão nova. Foi um processo, dos 14 aos 19, minha raiva dos meus cachinhos foi sendo substituida por orgulho, desisti de alisar, resolvi fazer algum tratamento para reduzir o volume, enquanto esperava surgir algum dinheiro, desisti disso também, e resolvi ficar com meu cabelo do jeito que ele é. As vezes aperta sabe, cabelo cacheado dá trabalho, a facilidade de um cabelo liso atrai, mas sei que cabelos artificialmente lisos não são muito fáceis, e sei que fico sem graça sem meus cachos, são crises que passam.

MYNAH DRAKUL disse...

Como eu já disse eu tenho cabelo encacheado. Eu gosto dos meus cachinhos; e o meu cabelo é fininho desses que para alisar chega a ser fácil - penteou com pente fino umas 2 vezes enquanto estava molhado, já alisa - só que eu detesto cabelo liso!!!
Então toca d'eu ir pintar o cabelo e alguém no salão "oferecer" uma escova - "você VAI fazer uma escova nesse cabelo, né?" - e eu não faço, não aliso. Escova para mim é ritual de tortura.
Eu estou estudando a 'horripilante' ideia de fazer um permanente e deixá-lo cacheado por um longo e feliz tempo.
O engraçado é que eu já tive cabelo liso (natural) dos 5 aos 10 anos; e detestava eu via as fotos de quando era menorzinha, e tinha cachinhos e queria de volta. Só nunca imaginei o inferno que seria enfrentar todo um arquétipo sem congruência com a realidade em matéria de cabelo.
Caramba é a pessoa que deve gostar do seu cabelo não o resto do mundo.
E eu sou vaidosa com meu cabelo; eu uso secador com difusor - peça dos secadores que deixa o cabelo cacheadinho - uso produtos para manutenção de cachos (com volume, mas sem frizz, que é aquela teia de aranha que fica acima do penteado).

Mas eu fico avaliando até que ponto se vai em busca do liso perfeito. É loucura. É desrespeito também. Com a sociedade inteira, se gasta tanto com isso, se podia gastar isso com coisa beeemm mais útil.

Lara disse...

Não tenho complexo com mes cabelos sou parda meu cabelo quando criança era liso desses em que não ficava um grampo pois caia, as fitas voavam, aos doze anos ele foi ficando ondulado e depois cacheou creio que tenham sidos os hormônios, mas não acho ruim pois se quero ele liso escovo e na maior parte do tempo uso ele ao natural gosto dos cachos.

Uma das minhas primas sofre muito com cabelo pq o dela é crespo e o da irmã cheio de caichinhos e as parentes ficavam sempre falando dos cabelos dela, quando ela engravidou pedia a Deus pra criança nascer com cabelo bom e morena pra não confundirem ela com a babá , bem a menina e quase transparente de branca e com cabelo liso.

Laís disse...

Esse negócio de racismo/bullying quando se é pequeno é muito comum. Eu tinha o cabelo cacheado e sou morena (parda). Odiava meu cabelo, pois em geral, cabelos cacheados são um tanto difíceis de lidar (por exemplo, se pentear quando estiver seco fica terrível - pois desmancha os cachos -)e eu não tinha nenhuma orientação de como cuidar dele e acabava ficando frustrada. Além disso, no colégio, faziam piadinhas comigo por ter cabelo cacheado. O fato de ser morena também rendia comentários desagradáveis, como se ter a pele parda fosse a coisa mais terrível do mundo. Por muito tempo me senti inferiorizada, principalmente tendo como na maioria amigas de pele clara. Recentemente, com 17 anos algumas amigas minhas que faziam esses comentários me disseram que na verdade falavam isso porque queriam ser como eu!
Achei terrível como a inveja (não queria usar essa palavra, é muito forte) pode levar você provocar a baixa auto-estima em uma amiga.

Josiane Caetano disse...

Quantas mais assumirmos o nosso cabelo crespo, melhor será para espantar estes paradigmas racistas. Sei que parece meio bobo, como aquela história do passarinho querendo apagar a fogueira da floresta, mas eu acredito que a nossa atitude faz toda a diferença!

Anônimo disse...

Fiquei muito tocada com os depoimentos tão tristes, em um post sobre racismo e cabelo crespo, das amigas que têm cabelo lisíssimo que nenhum grampo fica. Tomara que vocês consigam superar essa dificuldade tão torturadora na vida de vocês.

Alex disse...

Apesar de não ser mulher também sofri com meu cabelo quando era criança. Até meus 5, 6 anos ele era liso, levemente cacheado. Foi com 6 anos que minha família se mudou do Rio para uma cidade do interior de Sergipe chamada Japoatã, a cidade natal do meu pai. Na época (final de 1983) era um município com menos de 10 mil habitantes. Quando chegamos uma tia minha vivia dizendo "Os filhos de Tonho todos têm o cabelo bom...". Graças a Deus que moramos naquele lugar por apenas 1 ano. Mas foi exatamente nessa época que meu cabelo começou a mudar, pra terrível desgosto da minha mãe. "O cabelo do meu filho tá virando pixaim, foi olho gordo de Aldete". "Foi aquela tesoura cheia de dente do barbeiro dessa cidade horrível". "Foi a água do Riacho Nossa Senhora" - que abastecia a cidade. Pra minha mãe era tudo no mundo, só não passava pela cabeça dela a palavra genética - minha bisavó paterna era uma mulata dos olhos verdes. Dizem que era muito bonita, MAS, PORÉM, TODAVIA, CONTUDO, tinha o "cabelo ruim". Felizmente com o tempo minha mãe se acostumou com meu cabelo "bombril" (era a forma carinhosa como de vez em quando ela se referia a ele). Hoje em dia ela não fala mais nada. Na verdade, tornou-se raro. Vez em quando é que ela pega no meu cabelo e diz: "Era tão bonito... Tão fininho". Eu já quis ter o cabelo liso. Até alisei uma vez. Mas ficou com cheiro de amônia. Eu tinha uns 13 anos. Achei aquilo horrível. Ainda sobrou alisante mas pedi pra minha mãe dar pra alguém ou jogar fora. Foi fácil pra mim abdicar do alisamento. Mas eu sou homem, pra mim é mais fácil. Coitadas das mulheres. Coitadas, não. A ditadura da beleza dos cabelos lisos só existe porque as mulheres que têm cabelos crespos a alimentam. Que tal renunciar à escravidão?

Anônimo disse...

Pq o a propaganda da Duloren é racista?? Alguem me explica o porquê de-ta-lha-da-men-te?? Na minha opinião não adianta dizer "é racista" ou "não é racista". Tem que existir uma argumentação.

Jac disse...

Alguém pode me explicar melhor o que é a propaganda da Duloren?

Não entendi sequer a idéia comercial da publicidade e, por consequencia, não entendi direito o racismo nela (apesar de ter aquele feeling ruim de mostrar uma negra com as palavras pacificar e dominar).

Elaine Cris disse...

De uns tempos pra cá venho notando mais gente assumindo e elogiando cabelos crespos, mais precisamente desde que a Taís Araújo apareceu com os cabelos naturais em uma novela (como sempre a mídia ditando o que pode ser usado...).
Mas claro que ainda está longe de acabar o preconceito e essa história de cabelo bom, cabelo ruim, etc...
Eu sempre "lutei" com meu cabelo, por ele ser muito volumoso e fino, então, se fica ao natural chega a me incomodar, fica todo embolado e embaraçado. Gosto de relaxar de seis em seis meses pra tirar o volume, lavar e deixar, pra mim é quando fica mais bonito, ondulado e com volume médio. Mais brasileiras são tão influenciadas pelo padrão escorrido (não basta ser liso, parece que tem que ser escorrido, totalmente sem volume, agarrado na cabeça) que vivem me sugerindo escovas, alisamentos mais fortes, chapinha que odeio e quando meu cabelo está super escorrido, sem volume é quando mais elogiam e é justamente quando eu olho no espelho e acho que está mais sem graça e artificial.

Alex disse...

A propaganda é racista porque reforça o estereótipo de que, para os homens loiros como o guarda sexualmente nocauteado, uma mulher negra só serve mesmo pra sexo. "Pacificar foi fácil", isto é, dar "umazinha" foi fácil, "quero ver dominar", isto é, quero ver é namorar, casar, haver algo mais sério. Na época da escravidão era muito comum os senhores dos engenhos e dos cafezais usar as negras só pra sexo. Elas serviam pra lhes satisfazer sexualmente, mas não pra algo mais, o algo mais era reservado às brancas. Pior é que hoje em dia muitos homens continuam pensando assim: pra transar pode ser qualquer uma, INCLUSIVE UMA NEGRA OU UMA MULATA, mas, pra casar (e ter filhos, quando a genética que não agrada pode prevalecer), POR UMA QUESTÃO DE GOSTO PESSOAL, a mulher tem que ser branquinha. Claro que a propaganda comporta outras leituras. Esta foi a que eu fiz.

Anônimo disse...

Nossa senhora, que interpretação procurando cabelo em ovo. Assim dá pra achar racista até um episódio de Teletubbies.

Alex disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Eu já comentei em outro post que aqui que nos EUA não é qq salão de beleza que sabe cortar, tratar, cuidar, pentear, enfim trabalhar com cabelo africano. E nenhuma mulher digamos filha de um casal interracial vai se sentir ofendida pq a cabelereira cuida do cabelo maleável da irmã dela, mas não cuida do cabelo da outra que tem o cabelo africano. -- Pra vcs terem uma ideia do que falo, deixo dois links (forum em inglês) e em ambos o assunto é cuidado com o cabelo afro... alisamento (hoje dizem relaxamento)... pelo que li, não vi nada nem ninguém desabonando esse ou aquele estilo de cabelo."

DD = dear daughter (QF = querida filha)

"Japanese Hair Straightening on Afro-American Hair"
http://www.city-data.com/forum/hair-care/827332-japanese-hair-straightening-afro-american-hair.html

"Black Women Natural Hair vs Relaxed Hair"
http://www.city-data.com/forum/hair-care/1214200-black-women-natural-hair-vs-relaxed.html

PM disse...

Loola
Esssa mulher com de roupa branca com o policial ao fundo morto atrás não pode ser considerada incitação a violencia contra os policiais ??

Sinti preconceito nessa propaganda

Anônimo disse...

É preconceito contra as gordinhas também, porque a mulher tem mó corpão!!

Anônimo disse...

Gente, o "pacificar" e "dominar" está fazendo analogia aos eventos da Rocinha, tanto que utilizaram uma moraadora da comunidade. E quem nao esta sendo dominada, no caaso, é a mulher.

Anônimo disse...

Não querer mulher feia = preconceito

Não querer homem feio = Liberdade de Escolha.


Tá bom então...

Anônimo disse...

ANônimo de 21:52: Cuidado que aí vão dizer que tão chamando os negros de selvagens, porque a mulher se recusa a ser dominada.

Anônimo disse...

Você provavelmente já escreveu algum post sobre isso, mas não custa retomar o assunto: de onde os homens tiram essa idealização absurda da beleza feminina? E por que eles acham que podem exigir pra si essa beleza, desprezando as demais mulheres? Olha esse comentário, provavelmente de um homem que está longe de ser 'passável':

pfdemoura

17 minutos atrás

"Não Dado, eu não concordo. Aconteceu com ela o que acontece com a maioria das pessoas. Ela engordou com a idade e isso não ajuda a ninguém. Dizer que ela é linda é um exagero, linda era Elizabeth Taylor, Sophia Loren, Ava Gardner, Grace Kelly, Anouk Aimée, Mônica Fitti, Anita Ekbert. A Madona até que passa, mas precisa sempre de uma boa produção. O pessoal fala que a Kate Midleton é linda ... não, ela não é linda, acho que ela é apenas passavel,"(sic)

Alice

Anônimo disse...

nossa, fiquei arrepiada com o post. parece minha história. nasci loirinha/ruivinha, branquelinha e fui crescendo. e o cabelo foi enrolando. e aí minha mãe, de cabelo lisíssimo, passou a prender meu cabelo SEMPRE. ir pra escola era um parto. tinha sempre o sofrimento da trança e dos rabinhos apertados. um dia ela perdeu a paciência e me bateu com a escova. aos 9 (como a menina do texto), rolou meu primeiro alisamento químico. só queimou meu cabelo. e aí começou a pior fase da minha vida. minha mãe, peruésima (meu nascimento deu na coluna social), me escondia. fui aos salões mais caros de brasília e voltava tão acabada da tensão que só dormia. e tbem reparei numa coisa: são raros os salões que gostam de atender clientes "mais difíceis". meu cabelo é MUITO fino. sou neta de alemães (pais nascidos no brasil)e nunca achei um cabelo parecido com o meu no brasil. qdo minha mãe desistiu de mim, resolvi "me revoltar". parei de cortar o cabelo, resolvi usar óculos (sim, usei lentes ainda nova e nem tinah óculos)e fui viver. minha mãe nem enchia mais. aos 17, entrei pra unb e percebi que tinha muita gente que gostava de mim assim. meio que me resolvi. só que, de lá até hj, só ouço "vc é linda, mas, se vc alisasse seu cabelo, se vc pintasse seu cabelo"... sempre aquele MAS. meu cabelo é do tipo que, se eu tomo sol, fica loiro. sem sol, ele fica um ruivo fechado, quase chocolate. qdo alguém "sugere" alguma coisa, eu só faço cara de paisagem e pronto. não me afeta mais. o engraçado é que eu fui acompanhar uma amiga a um salão famoso em brasília e o dono me viu e foi falar comigo (eu ainda tinha trauma de salões e gelei qdo ele começou a mexer no meu cabelo - eu confesso que as primeiras idas ao salão na vida adulta foram com minha psicóloga junto). ele é um japa, com aquele cabelão lindo, grosso, liso, forte, longo... bem cuidado e tal. ele amou meu cabelo. disse que era muito raro, que é o enrolado europeu e tal. e eu pensando:"é, cara, e daí? viver com ele é um inferno". e aí, por falar em europa, fui estudar lá. e me encontrei. primeiro que eu era parada na rua pras pessoas elogiarem meu cabelo (isso aconteceu várias vezes tanto na inglaterra como na alemanha) e eu conheci (morei com ela) uma menina alemã que tinha o cabelo como o meu! vcs não imaginam como é BOM encontrar alguém com alguma coisa igual a vc. dá uma sensação de ser normal (qdo eu era criança, eu achava que meu peito rosinha era defeito. tudo em mim era diferente da maioria e era defeito). nossa, tô até chorando de lembrar de tudo isso. hj em dia, eu AMO meu cabelo. é fácil cuidar? não, não é. mas é meu. sou eu. mas quer saber de uma coisa curiosa? a maioria de shampoos e condicionadores anda lotada de queratina por conta da onda de alisamento. esses produtos não servem pra mim pq embaraçam e quebram meu cabelo. foi uma luta pra achar um produto que servisse pra mim. tudo isso pq a mulherada no brasil anda alisando tudo. e, sim, na alemanha, eu SEMPRE achava produtos pro meu cabelo, sem essa meleca reconstrutora. o brasil consegue ser menos tolerante com diferenças do que alguns países que têm fama de intolerantes...

ps: sobre anúncios/comerciais racistas, em 2005, acho, rolou um do rexona pra peles negras na tv. a tela era divida em duas partes. em cima, mostrava a mulher negra pegando ônibus, trabalhando, enfim, fazendo o que todo mundo faz. na parte de baixo, ela tava SAMBANDO em todas essas situações. fiquei chocada. não quero ver pelo em ovo, mas, putz, a sensação que dava era que a negra podia fazer tudo que a branca fazia, mas seria sempre a negra sambante do carnaval e de roupas mínimas... na época, eu tava no mestrado de comunicação e cheguei a comentar, já que eu mexi com campanhas com mulheres. pelo que percebi, ficou no ar super pouco, mas, putz grila, né? não dá pra entender que isso passou por uma equipe, por aprovação...

Anônimo disse...

LoLa, artigo assim:

"A Morte Materna Invisível da Mulher Negra"
http://blogdocarlosmaia.blogspot.com/2012/02/morte-materna-invisivel-das-mulheres.html

me faz entender pq pessoas brasileiras, aí no Brasil, passam a crer e a propagar ideias comunistas... e nem poderia ser diferente.

"O Brasil consegue ser menos tolerante com diferenças do que alguns países que têm fama de intolerantes." --Anon 01:19

E quem vive no exterior, em meio a brasileiros das diferentes regiões do Brasil, sabe melhor do que ninguém como é forte e arraigada a intolerância dos brasileiros e detalhe importante: qto mais anos de escola as pessoas tiveram no Brasil, mais intolerantes são!!! Criticam todas as nacionalidades... TODAS... e tb criticam nosso próprio povo, estado por estado. Ah e se acham que vc "tem cara ou jeito de americana" se mordem sei lá se de inveja, de desprezo, de algo que incomoda. So sad... triste mesmo.

Majô disse...

o "engraçado" da peça publicitária do shampoo seda é que o leão de juba alisada fica ridículo e perde completamente a sua identidade.

só sendo muito racista para achar que essa mensagem pode ser positiva e atrair vendas, ainda mais comparando as pessoas de cabelo crespo ou indisciplinado a um animal selvagem.

e é só por causa do racismo que essa propaganda pode ser que funcione e influencie alguém a comprar o produto. porque não fosse o racismo, o natural para qualquer um que olhasse a peça publicitária seria pensar: credo, se eu fosse um leão JAMAIS faria isso com a minha juba e JAMAIS compraria esse shampoo.

Anônimo disse...

Genocídio de Jovens Negros
prof. Hélio Santos

(vídeo ao lado direito da página, entre vários outros vídeos)

http://cenpah.blogspot.com/2010/01/populacao-negra-no-brasil-ja-e-503.html

Anônimo disse...

http://dolcinha.wordpress.com/2011/07/22/miss-brasil-2011-e-o-racismo-aa-brasileira/

o post do link aborda o preconceito que particularmente a mulher negra sobre no Brasil qdo de concursos de beleza... vale a pena ler os comentários tb.

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outro dia postei aqui alguma informação que estou buscando sobre a boneca Baby Alive e agora já encontrei a boneca... não sei no Brasil, mas aqui a BAby Alive há opção de cor/raça... uma boneca é loira de olhos azuis, uma boneca é marron clara, uma boneca é negra.

perguntei pra menina pra quem vou presentear a boneca, qual das três ela escolhe e... ela escolheu a loira de olhos azuis... a menina não é loira, nem tem olhos claros... sei que ela é morena, mas morena pra mim não é algo concreto em termos de cor da pele até que eu veja a pessoa.

seguinte:
a Baby Alive vai ser presente pro niver a menina, no final de maio... mas pra ela não ficar esperando por tanto tempo, hoje mandei uma boneca... era a única que havia numa dessas lojas que vende de tudo por um ótimo preço... achei a boneca bonita... vi duas meninas na loja e perguntei se elas achavam a boneca bonita e me disseram que sim... a boneca é negra... não é tipo Barbie, e sim parece uma nenezinha, sem cabelo... eu não comentei nada com a menina sobre a cor dessa boneca, apenas disse que eu não tive escolha, pois foi a única boneca da loja.

gente, essa boneca eu paguei 10 dólares, em perfeito estado, embalagem original, mas a caixa está meio judiada... fui pesquisar o preço da boneca e está por uns 65dólares, mais cara do que a Baby Alive, aqui.

no fundo fiquei feliz pq mandei uma boneca negra... acho que a menina vai amar essa boneca-bebê, pois eu me encantei com a bichinha.

Aline Motta disse...

Não achei a propaganda da dulorem racista não! E ninguém soube explicar e o pq dela ser racista!

Como o Anônimo disse...
Gente, o "pacificar" e "dominar" está fazendo analogia aos eventos da Rocinha, tanto que utilizaram uma moraadora da comunidade. E quem nao esta sendo dominada, no caaso, é a mulher.

Concordo com ele!E eu pessoalmente acho lindo cabelo crespo,que diga a Sheron Menezes!!

Anônimo disse...

estou buscando fotos antigas, de mulheres negras, africanas, nascidas e radicadas na África, antes da indústria da beleza... encontrei apenas uma.

http://www.swissinfo.ch/por/multimidia/galeria_fotos/Tracos_suicos_na_Africa.html?cid=28858020

Bruna na na disse...

Sabe que eu venho de uma família de loiras de cabelo liso... TODAS... não há uma exceção na família... meu cabelo é assim tb... liso... loira(+o- é mais escuro que o resto)... sempre considerei que esse tipo de cabelo era bonito... mas tb sempre achei estranho... sem volume... super controlado... até meio sem graça....
Com o tempo passando comecei a admirar cabelo volumosos.. cacheados... juro por deus que hoje meu sonho é ter um cabelo volumoso a cacheadão... mas nao adianta o que eu faça... e não penteio... nao seco... faço babyliss e passo litros de laque e musse... da 10min e volta pra aquele liso chato e sem graça....
invejo as amigas que tem aquele cabelo afro lindo e volumoso.... e abomino as que alisam... mas vai fazer o que... tem quem diga que é lindo essa coisa sem graça....
Nao detesto meu cabelo mas que ele podia te uma "descendência" maior... nossa eu ia adorarrrr!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Acho que m cabelo bonito, um corpo bonito e tudo e tal só depende da pessoas... em um certo momento tu tem que superar certos estereótipos e aprender a gostar e achar bonito o que tu ve no espelho... se sentir bonita!!! independente do cabelo.. do tamanho da bunda, do peito... cada um@ tem sua graça... e sempre alguém vai achar lindooo... o que importa é se divertir...

Anônimo disse...

o negócio, gente, é que não depende tanto de "se aceitar" simplesmente. e o problema nem é o cabelo e nem é a mulher ser negra no anúncio. o problema começa qdo a gente se pergunta por que negra na comunidade, por que policial loiro, por que cabelo liso é bonito, por que...

tanto cabelo liso quanto o enrolado podem ser lindos. acontece que as meninas crescem com mais referências de cabelos lisos sendo bonitos do que o enrolado. tudo que a gente acha tão natural que seria só procurar pelo em ovo é que é problema. sinal de que um preconceito já tá naturalizado e ninguém nem questiona. usando o exemplo do texto: uma menina só vê paquita loira. isso é internalizado como se loira fosse melhor que não-loira. a criança não vai questionar isso tão diretamente, mas ela vai entender que uma coisa é boa e o que ela tem, que é diferente, é ruim. por que escolheram a modelo negra? tem mais negro naquela comunidade? se sim e isso fosse questão só de probabilidade (ela é mesmo da comunidade?), por que então não há mais negros no resto da publicidade e em destaque na mídia? se fosse puramente proporcional, veríamos pouquíssimos brancos...

Anônimo disse...

LisAnaHD, não sei o que você pretende com estas fotografias em preto e branco, mas não é necessário muito, pois basta observar as características das tribos que ainda mantém a economia de caça e coleta como os Hadza na Tanzânia e os !Kung no deserto de Kalahari. Todos eles, as negras tem o cabelo crespo e curto. Alisamento é coisa do nosso padrão de beleza. Na verdade, é um tipo de racismo implícito. Mas se você observar, há muitas brancas com cabelo crespo, também...

Carol NLG disse...

Vou admitir uma coisa: adoro meu cabelo. É liso, mas com algum volume. Os fios são bem grossos. É preto bem preto. Enfim. Basicamente, qualquer coisa que eu faça com ele dá pra ficar legal - longo, curto, preso ou solto.

Mas eu cuido MUITO bem dele pra mantê-lo assim. Uso produtos específicos. Lavo com cuidado. Hidrato com máscara uma vez por semana (em Brasília, era uma vez por mês. Aqui no Saara tem que ser com mais frequência).

Minha irmã mais velha tem o mesmo tipo de cabelo que eu, mas não cuida. Resultado é que fica uma massa disforme. Não fica bonito. E ela acaba fazendo alisamento atrás de alisamento. E acaba ficando feio, porque daí fica escorrido.

Não estou dizendo que todas têm que cuidar do cabelo. O meu, eu uso produtos baratos, mas apropriados pro tipo. Os "cuidados extras" se resumem a isso.

Sei que em caso de cabelos cacheados e, sobretudo, encaracolados, os cuidados tem que ser maiores. Se os cabelos não forem bem hidratados, fica feio. E isso independe do tipo de cabelo.

É importante aprender a amar o próprio corpo, e nessa idéia entram também os cabelos. Aprender que cada um tem uma beleza própria. Não adianta só invejar os cabelos alheios - sejam eles lisos ou afros. Mas junto com o amar o cabelo e aceitá-lo como ele é, vem também o cuidar do jeito que o cabelo exige.

Lívia Pinheiro disse...

Eu achei a propaganda da Duloren nonsense e também não consegui enxergar racismo. Nonsense porque dá a entender que quem pacificou (a polícia) foi ela, já que é o policial que está nocauteado. E, nesta leitura, quem está com o poder é ela, que não quer ser dominada - não é o policial que só veio para "pacificar", sem qualquer interesse em "dominar".

A mulher é negra provavelmente porque pensaram que geraria protestos representar uma moradora de comunidade branca, sendo a maioria dos moradores negros e pardos. O policial é loiro provavelmente porque este é o padrão de beleza, e também porque não deve haver discrepância tão grande no número de policiais brancos e negros/pardos, ou pelo menos não é tão visível.

Fora que eles fugiram do padrão de beleza ao mostrar uma mulher que não atende às exigências dementes de peso da indústria da moda, o que deve ter sido proposital, já que é razoável que tudo o que foge ao padrão que foi instalado na nossa cabeça costuma ser proposital.

Thaís Vieira disse...

Meu cabelo é crespo, mas minha mãe desde a minha infância o alisou. Agora quero deixá-lo natural e estou penando pra isso. Ter que aturar as pessoas falando que sou maluca, "pra fazer isso?", além de ter a metade do cabelo crespa e a debaixo lisa. Tô pensando agora em cortá-lo bem curtinho, mas as vezes me pego pensando em desistir e alisar de novo, pelo "grande apoio" que tenho. Bom ler esse post!

Anônimo disse...

não, amiguinhos e amiguinhas, não é a gente que 'vê racismo em tudo'.
são vocês que não enxergam nada, por serem culturalmente cegos.

Majô disse...

para as meninas que têm cabelo liso e sofrem porque não conseguem usar uma fivela:

a questão posta aqui não é "sou ou não sou satisfeita com o meu cabelo?", mas "sou pressionada, discriminada, humilhada, me sinto envergonhada, inadequada e defeituosa por causa do meu cabelo, a ponto de não aceitá-lo ou achar que, talvez embora até goste, mudá-lo é algo necessário para ser aceita ou entrar no rol de pessoas quem têm `boa aparência`?"

se a resposta de vcs for "não", aceitem que vcs estão no grupo das privilegiadas por simplesmente terem nascido de cabelo liso, embora tê-los possa ser um cocô.

Anônimo disse...

"Anônimo disse... LisAnaHD, não sei o que você pretende com estas fotografias em preto e branco..."

Pretendo saber como é que as mulheres negras, africanas, penteavam seu cabelos antes da indústria da beleza fazer a cabeça das mulheres... acho que expliquei isso já... não é possível a mulher negra continuar a viver nesse inferno por conta do cabelo, tudo tem limite... nós mulheres sempre fomos dadas a lero-leros com nossos cabelos, mas pelo que leio aqui no blog no Brasil a coisa virou paranoia... existe tanta pregação para voltarmos às raízes, para vivermos de forma natural, sem artifícios, etc. etc. e foi daí que me despertou o interesse ao que me referi qdo postei o link da foto. O que mais eu poderia pretender, isso não me ocorre.

Anônimo disse...

Pelo que vejo das propagandas/comerciais brasileiros não sei de onde tiram a ideia de que o marketing/propaganda no Brasil é essa grande coisa toda... tanto o comercial da Seda qto o da Duloren, pela foto do post, ambos me parecem sofrível, um tremendo mau gosto.

Nih disse...

Fiquei meio chocada com alguns comentários aqui, não pelo conteúdo em si, mas tive a impressão de que estava em um salão de beleza e não em um debate.

O tema do post não é "cabelos", mas o racismo. Ou será que entendi errado?

Devemos começar a perceber que adotar certos padrões, que oh wait!, são padrões caucasianos como padrões universais de beleza é racista. Só que este tipo de racismo foi tão imposto que o percebemos como gosto pessoal.

Claro, tem a desculpa de que cabelo liso é mais prático, mas...Só é mais prático porque aprendemos que o cabelo liso é o cabelo "arrumado". No mais, qual a real dificuldade de manter o cabelo limpo e hidratado? Claro que o cabelo afro é mais difícil de hidratar, só que ao invés de hidratar, a imposição social é "vamos alisar". Manter o cabelo com progressiva se você tem cabelo crespo é mais difícil do que manter hidratado (relaxamento de raiz, retoque, escova e prancha não me parecem práticos).

Isso também me lembrou que nos EUA e na Argentina (deve ser isso em outros países, mas destes eu não sei), bunda grande é considerado feio e é usado com xingamento. É óbvio que isso se dá por motivos racistas!
Imaginem uma pessoa com bunda grande, cabelos crespos, nariz largo, ossatura larga...
Essas são características desvalorizadas apenas pela questão racial, até mesmo porque, do ponto de vista racional elas não de sustentam.

Anônimo disse...

a fama do bumbum da mulher brasileira chegou com tudo nos EUA... nãO se fala mais no bumbum J-Lo... um brasileiro, personal trainer de famosas em HollyWood, lançou um programa em DVD e ensina como a mulher americana pode ter o bumbum da brasileira e isso está bombando em academias... bem, eu sou brasileira e não tenho esse tal bumbum... nunca tive e nunca me esforcei por ter... minha irmã tem, acho que pelo lado português... e eu saí pelo lado índio (silvícola).

Nih disse...

Jeniffer Lopez "abriu" o mercado, digamos assim. Uma moda nova não invalida um preconceito antigo.

Sara disse...

Realmente minha opinião não bate com a sua Lola ainda mais se tratando de comerciais, não consegui ver racismo no comercial da Du Loren, e adoro esse comercial do Leão, achei genial os efeitos de imagem.
Até entendo que tem muitas moças que sofrem com seus cabelos, que infelizmente alguns chamam de "RUIM", mas pra ser sincera acho que sofrem a toa porque acho lindo o cabelo AFRO, as garotas das fotos do Post são um exemplo no sentido que a autora do post falou, são um exemplo de beleza e constituem num padrão pra quem tem cabelos e cor negra se espelharem.
Ainda ontem uma amiga me falou esse termo "CABELO RUIM" na hora perguntei p ela - Mas o que esse cabelo havia feito de mal p ela.
Ela ficou meio sem jeito, mas acho q entendeu o recado.

Anônimo disse...

o que me incomoda é a falta de diversidade em tudo, inclusive na publicidade, que usa tudo pra atrair e convencer. se eu usar produtos pra cabelos afro, que costumam ser mais grossos e resistentes, fico careca. se temos tanta diversidade no brasil, por que a indústria martela com esses produtos só pra cabelos lisos ou alisados (com bastante queratina)? o certo não seria que aqui fôssemos como na europa ou nos eua, com mais diversidade também na hora de comprarmos as coisas?

sempre vi isso como controle. por que as palavras são sempre "domar", "controlar", "arrumar", "relaxar", "acalmar"? isso me incomoda horrores. inclusive a mulher negra é mostrada muitas vezes como "selvagem", "hiperssexual", "exótica"... aí, pra se conformar, dá-lhe "controle"...

Anônimo disse...

"Pretendo saber como é que as mulheres negras, africanas, penteavam seu cabelos antes da indústria da beleza fazer a cabeça das mulheres" - Como eu disse, não é necessário pesquisar fotos de africanos do século XV, XVI ou XVII, basta pesquisar imagens e videos sobre tribos africanas que ainda mantêm as suas tradições e ainda não sofreram a influência da industria da moda e da beleza ocidental, como os Hadza, os !Kung e os pigmeus.

Anônimo disse...

vc faz sua pesquisa a seu modo;
eu faço a minha pesquisa a meu modo;
o que me interessa é encontrar a informãção que busco.
sem mais, good-bye!

Anônimo disse...

Bem, vamo lá galera. Acho que a propaganda admite uma série de interpretações, mas a mais banal, para mim (e preconceituosa e acintosa sim), é a seguinte: ao fundo vemos a favela. Por quem a favela foi pacificada? Pelos policiais. No meio tem o policial caído, dominado. Quem o dominou, quem o deixou no chão? A mulher negra, poderosa, sensualmente vestida com a lingerie x. Pacificar, tudo bem. Qualquer policial (homem) pacifica - tem uma vibe passiva (mesma etimologia, afinal) o verbo, o homem aparece dotado de pouco poder. Domina, mesmo, é a negra (mulher) por meio do sexo. Qual é o grande problema disso tudo? Mulher domina tanto que é a principal vítima de violência doméstica, de violência sexual em todas as idades e em todas as formas (mulher negra ainda mais que a branca). Sem contar que ainda estamos longe de ter ao menos 50% dos cargos de chefia, ganhamos menos que os homens quando assumimos as mesmas funções e pouquíssimas de nós são (grandes, sobretudo) empresárias, proprietárias e políticas. Ou seja, de novo essa falácia de que o homem é dominado pelo sexo (vagina) feminino. A propaganda é acintosa a todas as mulheres e ainda mais para a mulher negra, que sempre sofreu com o estigma de mulher para trepar, e com o estigma de ser prostituta. A desgraça além de tudo é que no CONAR só tem homem.

Anônima Beócia

Sátiro disse...

Embora eu não veja nada demais em mulheres que alisam o cabelo, eu entendo o racismo contido na noção que coloca as características caucasianas como referência de beleza; então entendo o questionamento à propaganda do leão.

Mas... realmente não consegui entender o que há de racista numa propaganda que mostra uma mulher negra, linda, numa posição de força, destaque e domínio da situação; em um contexto que até tem algo de sexual, mas nada de racial a meu ver. Ok, talvez a propaganda não seja lá de muito bom gosto, mas racista?

Vim comentar para perguntar isso, mas resolvi ler os comentários antes e vi interpretações bizarras e forçadas, dando a entender que a mulher foi usada sexualmente pelo homem, quando a imagem dá a entender justamente o contrário. E devo estar ficando míope também, porque a cada referência ao "policial louro" que eu lia, eu voltava à foto e continuava vendo um cada pardo. Não consigo ver conotação racial nessa imagem de jeito nenhum, e adoraria que alguém explicasse o porque dessa propaganda ser racista, sem os evidentes exageros das explicações que foram dadas até agora.

Anônimo disse...

Racismo onde na propaganda da Duloren, gente?

QUE VIAGEM!

Anônimo disse...

De qualquer forma, Lisa, prefiro pesquisar as tribos que ainda mantêm as tradições, como as que eu citei. Além do mais, como você vai encontrar fotos de africanos do século XV, XVI, XVII se naquela época, se a fotografia só foi inventada no século XIX? O máximo que você pode encontrar é uma pintura.

E aqueles que não vê racismo na propaganda, ainda não entenderam que cabelo crespo é um dos traços principais dos negros. Só não vê quem não quer o padrão de beleza imposto é eurocêntrico.

Anônimo disse...

"pacificar", "domar", "dominar"... que horror

Deize disse...

A moça é realmente moradora da Rocinha, os comentários estão pegando fogo no Facebook:

http://www.facebook.com/duloren

Anônimo disse...

Acho a campanha da DuLoren machista, sim, mas não racista. Pelo contrário, foi bem legal colocarem uma moradora da comunidade, de uma beleza fora dos padrões, em vez das modelos de sempre. Se fosse uma loira provavelmente reclamariam que a "mulher de verdade" nunca é retratada em campanhas publicitárias e que esta incita aos esteriótipos inatingíveis de beleza.

Anônimo disse...

“Eu pensava que gato servia apenas para a gente se sentir dona de alguma coisa, para reclamar a cada espirro de pêlos espalhados pela casa inteira ou para destoar das amigas que preferem cachorros. Até o dia em que Dolores apareceu em minha vida . . . Então Dolores sugeriu um gato”.

--- Conto Clóvis, do livro "Essa Febre Que Não Passa", de Luce Pereira
leia mais
http://www.satisfeitayolanda.com.br/blog/

Anônimo disse...

apenas pra saber se entendo o linguajar...

a foto da moça (post de 12 de março de 2012) eu considero que ela tem cabelo cacheado (não é ondulado, não é crespo, não é pixaim; na foto está cacheado) e eu acho bonito... mulher com o cabelo com esse visual sofre discriminação no Brasil?
http://coisasaudiveis.blogspot.com/

Anônimo disse...

Anônimo disse... 25 de março de 2012 21:17
De qualquer forma, Lisa, prefiro pesquisar as tribos que ainda mantêm as tradições, como as que eu citei. Além do mais, como você vai encontrar fotos de africanos do século XV, XVI, XVII se naquela época, se a fotografia só foi inventada no século XIX? O máximo que você pode encontrar é uma pintura.
>>> Mas eu não estou interessada a justamente a partir do advento da fotografia. Pois foi a partir do advento da fotografia que nasceu a indústria de beleza... Helena Rubinstein, a pioneira, nasceu em 1870 e pegou ai no comecinho da chegada da fotografia.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Helena_Rubinstein

a página em inglês oferece muito mais... de qq forma mesmo na página em português vc vai ter acesso às grandes mulheres da indústria coméstica... foram elas as pioneiras de tanto empenho no visual feminino.

>>> Estou tentando entender essa guerra de nervos que virou o assunto cabelo no Brasil...

Anônimo disse...

errata:
considere: >>>Mas eu estou interessada...

Carol M disse...

Gente, o racismo começa no fato de quando finalmente colocam uma negra não modelo na propaganda é algo relacionado a favela, ou quando colocam outras negras, mesmo modelos, é sempre algo pitoresco.
Raramente negras são demonstradas nas propagandas fazendo o básico ou sem ser associadas a samba e carnaval.

Essa propaganda vem como exceção que só confirma a regra. Fora tudo mais que já falaram antes aqui.

Outra coisa, racismo está em vender coisas para cabelos cacheados ou afro na intenção de torná-los "mais aceitáveis" perante o padrão caucasiano dos cabelos lisos. Vc é autorizada a ter cachos, desde que domados, com pouco volume e sem frizz. Apenas cachos ou crespo saudáveis e bem hidratados não basta. Aí é que está o racismo nesse padrão.

Fora é claro, o bom e velho mercado da beleza, fazendo mulheres se sentirem mal com sua aparência para que consumam coisas inúteis e percam tempo em salões e etc ao invés de cuidar de algo que seja realmente relevante.

Anônimo disse...

Bem babaca essa propaganda de lingerie, fala sério...

Como as paquitas foram mencionadas na postagem, queria dividir uma coisa que não muita gente do meu círculo de amizades consegue se lembrar: muitos anos atrás, logo que a Xuxa virou a tal raínha dos baixinhos (não to falando de Amor Estranho Amor) ela fez um especial de final de ano na Globo. Nesse especial ela fazia uma apresentação "ao vivo" (era gravado na verdade, mas foi diante de público) e aí a linda solta o seguinte: que reconhecia a importância que tinha para o Brasil porque estava mostrando ao resto do mundo que no nosso país também tinham pessoas brancas.

Alguém deve ter isso gravado em alguma fita de video empoeirada, não é possível.

Décadas passaram e pouca coisa mudou nesse cenário.

Lívia Pinheiro disse...

Bom, não faço idéia de como é o processo de criação de uma propaganda, ainda mais uma de tão mau gosto como essa da Duloren. Mas se a idéia original era "brincar" com a pacificação, não faz sentido dizer que é racista porque colocou uma mulher negra lá, já que é inegável que pobreza tem cor e seria bisonho colocar uma mulher branca representando uma moradora daquela comunidade.

Agora, se a idéia original era fazer propaganda com uma mulher negra, e depois desta decisão houve a incorporação do contexto da favela, aí sim eu concordo que cheira a racismo. A questão é: por mais que eu saiba que de fato quando decidem lembrar que negros existem, eles são colocados em contextos bisonhos nas propagandas, não acho que este necessariamente foi o caso aqui.

Anônimo disse...

De qualquer, Lisa, você estava procurando fotos, e você não vai encontrar pois só foi inventada no século XIX. Entao pesquisas quadros retratando os negros africanos. Mas você pode sim, pesquisar os traços africanos pesquisando fotografias dos pigmeus ou dos "Bushmen" africanos que ainda não sofreram influências da indústria da moda e da beleza eurocêntrica.

Olivia disse...

então, apesar de ser branca, meu cabelo é crespo simplesmente pq a parte italiana da família tem cabelo assim. E sim, tb tinha apelido por conta do meu cabelo quando era criança. Demorou pra aceitar o meu cabelo, simplesmente pq ele não segue o padrão, liso. Já cansei de contar as vezes que fui em cabelereiro e falam pra fazer progressiva. Acontece que não gosto do meu cabelo liso, não acho q combine. Gostaria q ele fosse mais comprido, mas é outra história.
O que eu vejo é a maioria das pessoas, principalmente no Brasil, tem cabelo crespo, cacheado ou encaracolado e são todos lindos, mas se insiste em propagar a versão liso escorrido.

MCarolina disse...

Eu gosto do meu cabelo. Não é tão fácil de arrumar como eu quero mas ele tem uma carinha própria e eu gosto disso. E adoro variedade. cada um com um tipo de cabelo. Cortes diferentes, cores...
Me dou bem com minha cabeleireira porque ela também detesta cabelo tingido de loiro e alisado. As pessoas parecem playmobil, é muito tedioso. Gosto de pessoas e cabelos com personalidade. E cabelo enrolado é muito legal, ainda bem que estão começando a usar assim.

Anônimo disse...

Anônimo disse...
26 de março de 2012 11:01
De qualquer, Lisa, você estava procurando fotos, e você não vai encontrar pois só foi inventada no século XIX. Entao pesquisas quadros retratando os negros africanos. Mas você pode sim, pesquisar os traços africanos pesquisando fotografias dos pigmeus ou dos "Bushmen" africanos que ainda não sofreram influências da indústria da moda e da beleza eurocêntrica.

>>> Já encontrei as fotos que eu buscava. Eu buscava fotos de mulheres negras ANTES DA INDÚSTRIA DA BELEZA fazer a cabeça das mulheres... me refiro a fotos na virada do século XIX para o XX... qdo a indústria fotográfica já pegava pulso nos EUA... aliás, o francês Émile Zola que morroeu em 1902 era um grande fã da fotografia!!!! Bem, já postei link para uma foto de mulheres negras em seu habitat, em 1910. Exatamente o que eu buscava. Obrigada pelo seu sem empenho.

Anônimo disse...

Madam C.J. Walker (23.12.1867 – 25.05.1919)
Foi uma mulher de negócios, afro-americana, da indústria de cuidados do cabelo, e pilantropista. -- Ela fez sua fortuna desenvolvendo e promovendo a venda muito bem sucedida de sua linha de produtos de beleza e produtos para o cabelo para mulheres negras. Madam C.J. Walker Manufacturing é o nome da empresa que ela criou.

ver foto dela em 1919
http://en.wikipedia.org/wiki/Madame_C.J._Walker

Entendendo o cabelo africano
http://en.wikipedia.org/wiki/Afro-textured_hair

1868
foto de uma mulher negra em Madagascar
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Madagascan_Woman.jpg

1900
foto de uma mulher negra na Tanzânia
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Vincenti_-_African_woman.jpg

1935
foto de duas mulheres negras em Fiji
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Fijian_women_ceremonial.jpg

Anônimo disse...

copiei e colei o texto original na página www.tradukka.com e aqui vai a tradução... (o texto original segue abaixo com o link o artigo e vários comentários)

Um Olhar para a História do Cabelo Africano
"KetchiAmandala Says:
February 14th, 2009 at 9:32 pm
Isto é tão grande. Muito obrigada por este destacamento! Há assim que muitas pessoas lá fora que não entendem por que as pessoas negras têm tantos problemas de cabelo e como ele difere de questões curlies todos os têm.

Sendo bi-racial, eu cresci sendo disse que eu tinha cabelo ruim por amigos latino-americanos e que tinha pêlos pubianos por crianças brancas na escola. Minha mãe colocar um relaxer no meu cabelo no 13 e em torno de meninas pretas, em seguida, diria que eu tinha cabelo bom, porque ele era "mais suave" e iria crescer muito. Eu não gostei dos produtos químicos e como insalubre meu cabelo começou a olhar após seis anos, assim que raspou a cabeça. Fui careca durante três anos e, em seguida, começou a crescer em.

Agora estive natural agora por mais de 15 anos. Nesse tempo, foi-me dito que meu cabelo era inadequado para o office. Meu cabelo estava sempre foi uma preocupação ao se preparar para entrevistas de trabalho desde sua foi bem claro que meu cabelo natural poderia rotular-me como um empregado indigno.

Aprender a amar meu cabelo nesse mundo que pura e simplesmente me considerado feio ou pouco profissional era muito difícil. Esta desagregação de história dá alguns exemplos de factualtangible do que as mulheres negras tiveram que enfrentar ao longo dos anos e onde ele se originou.

É realmente muito bom ver que as pessoas finalmente começam a abordar estas questões. Seria ótimo se meninas poderiam crescer apenas amar quem eles são e não têm as mesmas experiências que eu e muitas outras mulheres negras, fizeram.

KetchiAmandala Says:
February 14th, 2009 at 9:32 pm
This is so great. Thank you so much for posting this! There are so many people out there who don’t understand why black people have so many hair issues and how it differs from the issues all curlies have."

Being bi-racial, I grew up being told that I had bad hair by Hispanic friends and that I had pubic hair by white kids in school. My mom put a relaxer in my hair at 13, and around then black girls would say that I had good hair, because it was “softer” and would grow long. I didn’t like the chemicals and how unhealthy my hair began to look after six years, so I shaved my head. Went bald for three years and then began to grow it in.

I’ve now been natural now for over 15 years. In that time, I was told that my hair was inappropriate for the office. My hair was has always been a concern when preparing for job interviews since its been made clear that my natural hair could label me as an unworthy employee.

Learning to love my hair in this world that outright deemed me ugly or unprofessional was very hard. This history breakdown gives a few factual/tangible examples of what black women have had to deal with over the years and where it originated.

It’s really great to see that people are finally starting to address these issues. It would be great if little girls could grow up just loving who they are and not have the same experiences that I, and many other black women, did.

http://www.naturallycurly.com/curlreading/kinky-hair-type-4a/a-look-back-at-the-black-hair-story

Helena disse...

Eu amo meu cabelo cacheadinho!!! Mas, Lola, antes de amá-lo passei a adolescência toda odiando o coitado... Hoje, pasme, trato o queridão tão bem, mas TÃO bem que só ouço elogios e mais elogios... E pensar que na faculdade uma vez tive que ouvir de uma colega (daquelas que é vítima de todos os procedimentos de alisamento) que meu cabelo "não estava na moda"... Hahaha... Amo teu bloguinho!!! Bjo!

Clarissa disse...

Depois de anos lutando contra a ditadura da progressiva, fui obrigada a compartilhar este texto.

Anônimo disse...

olha, eu n amo mto meu cabelo nao. agora mesmo ele ta todo embaraçado, ta um ninho. e vive seco, vive armado. eu fico com ele quase o tempo todo preso. se ele fosse mais liso, ele assentaria melhor no meu rosto (embora eu nao me reconheça de cabelo liso escorrido. queria q ele fosse ondulado, menos volumoso)

mas ainda assim, ele só causa transtornos a mim, a mais ninguem, entao nao dou direito a ninguem pra falar mal dele, pra me julgar por ele, pra dizer q ele é feio ou inadequado.

Anônimo disse...

OFF Topic
Ayn Rand e o Homossexualismo
http://www.youtube.com/watch?v=SYRpNarU2Qw&feature=related

O Herói do Ócio disse...

Cara LisaAnaHD,
Citar Ayn Rand em "Escreva, Lola, Escreva" é como citar F. Hayek num fórum de teoria marxista.

Não sou um objetivista, mas sempre admirei a tolerância que Rand tinha para com a liberdade alheia. =)

Anônimo disse...

bem, LoLa e Ayn Rand não se divergem no assunto aborto, nem no assunto homossexualismo... não creio que LoLa tenha lido Ayn Rand, pois já perguntei e ela não me respondeu... e entendo que a maioria que passa por aqui e rechaça Ayn Rand não o faz por tê-la lido e estudado e sim por doutrinamento em universidade... uma pena tomar lado, tomar partido unicamente pq se deixa levar, algo que Ayn Rand considerava baixa auto-estima.

O Herói do Ócio disse...

Eu concordo sem reservas com oq vc disse.

Ayn Rand é considerada feminista?

Anônimo disse...

Ayn Rand nunca carregou a bandeira do feminismo pq para ela era natural que homens e mulheres tivessem os menos direitos. Para ela a educação é a chave do progresso e bastaria a mulher estudar o que ela quisesse para ter a profissão escolhida... então a mulher estaria preparada e pronto. Ela não gostava do movimento feminista pq dizia que a mulher estava querendo que o governo fizesse isso e aquilo e desse isso e aquilo. Para Ayn Rand isso não é papel do governo... qto mais um povo depende do governo, mais o governo passa a ter direitos e veja vc a prova disso no Comunismo.

Ayn Rand deixa claro que a mulher não é intelectualmente inferior ao homem. Infelizmente, essa meninada estudante de sociologia e áreas afins ouvem um prof. carismático (Lula é carismático....) dizendo isso e aquilo sobre Ayn Rand, o cara cita duas ou três frases extraidas de um todo... passa um pequeno texto de autoria dela pra moçada ler e pronto... temos cabeças feitas contra Ayn Rand...pergunta quais livros dela leram, estudaram, analisaram, fizeram um trabalho e vc vai ouvir somente respostinhas páreo pra roteiro da Globo... mediocridade e acaba o assunto. Pra ter uma ideia, "The Fountainhead" publicado nos EUA em ~1943 foi traduzido no Brasil somente agora há uns 3 anos !!!! Ah, vc viu o trailler do documentário Atlas Shrugged? abraço.

Gabi Rowlands disse...

Olá Lola,
Mas pelo o que me lembro, a Duloren tem uma tradição em fazer propagandas que incitam racismo e violência contra a mulher.
Posso estar enganada, mas faz alguns anos que foi veiculado na mídia uma série de propagandas de mulheres usando apenas Duloren: amarradas, sendo espancadas, com insinuações de estupro...
Nunca mais esqueci daquilo. Foi muito chocante pra uma adolescente (na época). Nunca mais comprei a marca....

Anônimo disse...

Sinto muito por ainda haver episódios de racismo no Brasil. De fato comentários racistas machucam muito, especialmente na infância e na adolescência.

Contudo, acho que os primeiros a serem conscientizados em relação "cabelo ruim" é o próprio negro, em especial o dono do cabelo.

Eu nunca vi alguém de cabelos lisos se referindo ao cabelo de outra pessoa como ruim. Todas as vezes que escutei essa expressão, veio da boca de uma pessoa de cabelos crespos, para referir-se ao seu próprio cabelo ou ao de outro.

E outra coisa, cabelo crespo não escolhe etnia. Conheço inúmeras pessoas de origem caucasiana com o cabelo ao qual muitos negros chamariam de "ruim".
Só pra citar alguns exemplos: Bette Midler, Sarah Jessica Parker, Nicole Kidman, Brian May, Slash (roqueiro)...
É só jogar no google imagens e conferir!

A moda dos cabelos lisos é uma moda, só isso. Adere quem quer.
Lembrando que nos anos 70 e 80 a moda era o cabelão crespo, natural e bem volumoso.

O bom da moda é isso. Ela é opcional e sempre passa!

Anônimo disse...

eu tb já pensei nisso...
que nunca ouvi a expressão "cabelo ruim" a não ser de quem julga seu próprio cabelo ser ruim... a expressão em inglês "a bad hair day" não se refere a cabelo ruim e sim a um dia ruim em que não há jeito do cabelo ficar ajeitado... (ou um dia em que o cabelo está ruim... ser ruim é diferente de estar ruim...)

. disse...

Um dia desses a minha sobrinha de 9 anos de idade, que tem os cabelos lisos, veio comentar sobre como nossos cabelos têm a mesma cor. "Só que o meu melhor", ela disse, se referindo aos meus cachos. É mole? Respondi que já tinha ouvido aquilo de muita gente, mas que o meu cabelo era ótimo, sim! Faz uns cachos super interessantes, está cada dia de um jeito, e que tenho muito orgulho dele. :)

Diana disse...

Olha Lola, eu tenho 18 anos e tenho o cabelo crespo. É crespo mas é levemente ondulado e bastante volumoso e por isso nunca solto.
Faço amaciamento há uns 4 anos mais agora resolvi parar e deixá-lo um pouco mais natural (para procurar outro produto que não seja agressivo) e nem preciso dizer que as críticas já começaram a vir.
Hoje no meu serviço ouvi de dois rapazes (motoqueiros babacas que se acham a última bolacha do pacote universo) comentarem: nossa, como essa menina tem cabelo ruim. O engraçado é que eles ficam cochichando e falando baixinho, mas tenho certeza que foi pra mim.
Nessa hora fiquei muito chateada e veio todas as minhas lembranças de bulling que sofri na infancia e adolescencia por causa do meu cabelo e tambem da minha aparencia. Tanto que hoje tenho minha auto estima baixa.
Queria não ligar pra esse tipo de comentário, mas sou uma pessoa muito sensível e estou pensando seriamente em partir para a tão temida progressiva. Não só pela pressão da sociedade quanto pelo todo o sofrimento que passei na infancia e adolescencia como também para mudar meu visual e pela "praticidade" de cuidar do cabelo.
Não sei realmente o que fazer, me sinto perdida. Sei que não devemos ligar para o que os outros dizem, mas ser gorda, feia, negra e do cabelo crespo nessa sociedade que te oprime por ser assim não é fácil. Em todo o lugar sou discriminada: no trabalho, na escola (eu era) e na faculdade. E olha que procuro ser gentil com todas as pessoas. Mas infelizmente a maioria das pessoas acham que a gente se resume pela aparência e não pelas atitudes.

Renata disse...

Por isso quando falam do meu cabelo tipo "porque você não alisa", jogo logo um "qual seu problemas com cabelos cacheados?", pra mim é um tipo de racismo disfarçado "não tenho racismo, mas poxa seu cabelo é de negro"

Paula disse...

Acho que isso não é só questão de se aceitar, não sou negra, mas tenho o cabelo extremamente crespo e armado que nem da minha mãe que não é branca. Cresci ouvindo piadinhas na escola, na rua e pela parte da família do meu pai, já que todos eles têm os cabelos lisos. Toda vez que meu pai me via me mandava ir pentear os cabelos que estava horrível(como se pentear cabelo crespo o deixasse liso ¬¬) e ganhei mil apelidos na escola. Isso me deixava muito chateada, claro. Ando com ele não liso, pq não posso alisar, mas ondulado. Num dia desses em que meu cabelo estava mais crespo que o normal ouvi na rua "é bonita, mas olha esse cabelo, precisa fazer uma chapinha" (isso vindo de um negro, que tb tem cabelo crespo é óbvio).
Acho um absurdo eu ter que "domar" meu cabelo pra parecer uma pessoa o mais branca possível e ser "aceita na sociedade", mas eu sei que se eu andasse por aí como sou de verdade teria que ouvir muito mais piadinhas desse gênero e eu,infelizmente, não aguento essa hostilidade gratuita.

Elaine Bernardo disse...

Sou loira, branca pra caramba, e adivinhem! tenho cabelos crespos caixinhos miudinhos mesmo (menos na nuca que é liso,liso mesmo, não sei como isso acontece...)!!!! Aprendi a amar minha mistura, e acho lindo como no Brasil temos o privilégio com pessoas tão únicas, na china todo mundo igual, Itálha todo mundo igual, etc... Não entra na minha cabeça como as pessoas podem ser tão medíocres e não ver quanto somos abençoados com pessoas tão lindas, o Brasil é lindo porque somos assim, misturados, mestiços, negros, brancos,amarelos, viva as diferenças!!! Somos como o Jardim de Monet, que só é lindo por causa da diversidade de flores.

Yara disse...

OLá, eu gostaria de comentar que também sofri preconceito a minha vida inteira por causa dos meus cabelos crespos, pra começcar da minha mãe que reclamava quando eu era criança que ela não conseguia pentear, e me enchia de traças, no pré as crianças me chamaram de emilia, depois veio o ginasio, e mais preconceitos, era bombril, assolan, havengar, afff acho que tenho trauma até hoje, eu sofria bullyng e não sabia, enfim, de tanto acreditar que meus cabelos eram feios,comecei a alisar, no começo ficava lindo, mas depois de 10 anos alisando, vc vira escrava do cabelo, agora estou tentando deixar os meus cabelos naturais e estou sofrendo muito por ter que aguentar metade liso, das pontas e as raizes crespas vindo com toda força, porém, não vou desistir, pq acho o cabelo crespo lindo, e não me importa mais o que as pessoas acham, tenho que agradar a mim primeiro... O preconceito sempre vai existir, mas não podemos agradar a todos. E o mais importante é que Deus nos ama do jeito que a gente é.. e sou feliz com o cabelo que ele me deu!

DeniseM disse...

Bom, meses atrás pesquisando sobre os males da progressiva, caí nuns sites de blogueiras negras e que falam sobre alisamento de uma maneira MUITO PESADA. Me assustei, fui conversar com amigos e descobri que alisar o cabelo é uma coisa muito mal vista! Que a pessoa q vê a pessoa negra de cabelo liso e já acha que ela não se aceita e quer ser branca, que é oprimida e bla³.
Juro q eu achava que era só e puramente só estética! frívola ou conceitual.

Acho que vivemos numa era de liberdade onde tudo pode mesmo (aí o que vai acontecer depende do q vc fizer, segura o rojão depois!) e nem tudo tem de ser um statement.

Ter uma identidade visual (para quem pensa nisso), que reflita quem vc é, significa também que você pode se transformar plasticamente, pois é uma forma de expressão.

Sofri muito preconceito quando criança (minha mae é branca e meu pai negro) e hoje absolutamente não tolero isso.
Um dia fui fazer um teste num café famoso de são paulo e a gerente nem olhou meu curriculo, só me disse "a gente quer muito uma morena bonita como você". Foi feio. Não tolero.

Alisei o cabelo a primeira vez aos 22 anos (hj tenho 34), e a única questão que eu tinha era "não tenho paciencia pra isso". Acho lindo em outras pessoas, mas não "carrego" um cabelo desse tamanho (o meu é igual o do davi luis!), do mesmo jeito q não me visto de vermelho e não suporto melissa.

É isso que quero dizer: pode ser só estética! é como escolher uma tatuagem ou um sapato.

Sinto muito pelas pessoas que sentiram-se oprimidas e alisaram, admiro quem luta contra isso! É uma transformação interna gigante, mas gent... entre o branco e o preto tem tantos tons de cinza...

Agradeço o espaço!