quinta-feira, 9 de agosto de 2012

GABRIELA, UM PREGO NO CAIXÃO DO “HONRA SE LAVA COM SANGUE”

Várias leitoras têm me pedido minha opinião sobre Gabriela. Para algumas, a novela é apelação, já que há cenas de nudez e sexo em vários capítulos. Para outras, é uma defesa nostálgica de uma época (década de 1920) e lugar (Ilhéus no auge da sua produção de cacau) em que o machismo era explícito. Para outras ainda, é uma denúncia e reprovação a esse machismo.
Eu li o livro de Jorge Amado na adolescência, o que equivale dizer que não lembro de nada, e tinha 7 ou 8 anos quando a versão famosa passou, em 1975. Lembro da Sonia Braga e da Ana Maria Magalhães, que eu achava linda (na foto com Marco Nanini). E mais nada. Hoje em dia eu mal vejo TV, então tentar acompanhar uma novela quase diária é difícil. Mas, durante minhas breves viagens de férias, instigada por vocês, vi alguns capítulos. Devo ter visto uns dez ao todo. Prometo voltar ao assunto, porque a personagem Gabriela é bastante complexa no que ela representa. Desta vez só queria tratar de um capítulo em particular.
O capítulo de anteontem só falou do Coronel Jesuíno (José Wilker) matar sua mulher (Maitê Proença) e o amante. Alertado por fofoqueiras e senhoras que zelam pela moral e os bons costumes da cidade de que está sendo traído, ele vai até a casa do dentista já com a pistola em punho. Pega os dois na cama, atira neles, e sai calmamente, sempre carregando a arma. Todos o parabenizam: “Honra se lava com sangue”, “Mulher adúltera tem que morrer”, “O senhor agiu muito bem”, ao que ele responde, “Fiz o que qualquer homem faria”.
Há pouquíssimas vozes discordantes. Um delegado diz que tem que abrir inquérito, para a revolta de todos os coronéis reunidos. “É a lei”, justifica ele. “O que importa é a lei do homem”, afirma Cel. Jesuíno, sem deixar nenhuma dúvida que ele não está usando a palavra homem como termo genérico. Afinal, praticamente todos os homens da cidade têm amantes, ou frequentam diariamente o cabaré Bataclã. Não se deitar com prostitutas é visto como falta de macheza. Homem sair com outras mulheres não é considerado traição, e sim sinal de masculinidade. Mulher ter um amante é morte certa.
Outra voz discordante é do jovem político e dono do jornal, que paga pelo velório do casal de amantes, e pede que uma nota seja publicada, falando em assassinato. Gabriela (Juliana Paes), a do papel-título, acha matar um castigo grande demais, e pergunta a Nacib, seu patrão e amante e futuro marido, se ele atiraria nela se a pegasse com outro homem. Ele desconversa mas meio que diz que sim (e aí eu meio que me descabelo e quero esganar Gabriela por ela aceitar entrar numa furada como o casamento daquela época).
A maior voz discordante é a da jovem Malvina (Vanessa Giácomo), que critica a hipocrisia da sociedade, questiona o padrão duplo para homens e mulheres, e deixa uma flor no caixão de Sinhazinha. Leva um tapa da mãe ao responder que as pessoas que se apaixonam têm que tentar ser felizes, e que não deveria ser permitido que um homem matasse sua esposa (no dia seguinte, só falta a gente bater palmas pra ela quando ela descarta o noivo cafejeste do casamento arranjado e enfrenta o pai).
Durante todo esse capítulo do assassinato, eu não pude deixar de pensar na recepção a essa história. Suponho, ou quero acreditar, que ouvir essas loucuras de “honra se lava com sangue” em 2012 cause indignação na maior parte do público. Lógico, sempre vai haver algum maluco pra gritar que naquele tempo é que era bom (bom pra quem, né?). Mas a novela faz com que torçamos pra que Sinhazinha e o amante possam viver seu grande amor. Sabemos que, antes de conhecer o dentista, Sinhazinha nunca tinha tido um orgasmo. Vemos uma cena em que o marido a pega à força, e em 1925 aquilo jamais seria considerado estupro (afinal, ele é o marido!). Ninguém pode gostar de Cel. Jesuíno, um patriarca que anda com a cara amarrada e nunca faz um gesto de afeto.
Além do mais, a novela mostra as personagens mais íntegras, Malvina e Gabriela, aquelas que têm seus ideais, personalidade e caráter, lamentarem a morte de Sinhazinha. Pra defender os coronéis que se acham acima da lei, o espectador do século 21 vai ter que aceitar um carimbo de reaça e machista na testa.
Mas fico imaginando como foi a reação do público em 1975, quando a novela com Sonia Braga no papel-título foi ao ar. Era tão evidente assim que o comportamento de Cel. Jesuíno matar a mulher e receber tapinhas nas costas representava um machismo absurdo? Acho que não. Havia muitos casos famosos, e outros estariam por vir, de homens que matavam as esposas supostamente adúlteras. Eles eram julgados e inocentados. Seus advogados alegavam “legítima defesa da honra”, e a sociedade aceitava essa alegação numa boa. O negócio era tão comum que, no início dos anos 80, um dos principais gritos de guerra das feministas brasileiras era “Quem ama não mata”. Lembro de uma corajosa minissérie que foi ao ar com esse nome, e que ajudou a fazer corações e mentes.
Claro, hoje mulheres continuam sendo mortas (doze por dia só no Brasil) por maridos e namorados e ex-parceiros, e muita gente ainda acredita que o sujeito matou por paixão, que foi um crime do coração, um crime passional. Mas os algozes vão a julgamento e costumam ser condenados -– ok, nem sempre, é só ver que não aconteceu nada com Pimenta Neves ou com o ex de Maria da Penha, que a deixou paralítica. Mas (acho que estou desesperadamente querendo provar que os tempos são outros) os julgamentos são em cima do ato do assassino, não da vida da vítima. Pelo menos legítima defesa da honra deixou de ser uma defesa. Ao menos não é mais aceitável que um marido seja júri e executor de sua mulher, condenando-a à pena de morte por não suportar que ela não seja exclusivamente dele.
Espero, de coração, que as pessoas que ainda usam termos como “corno manso” e “crime passional” e, por que não, “honra” (quase sempre associada a valores arcaicos), vejam a Gabriela de 2012 e revoltem-se com a situação de quase um século atrás. Ou senão saibam que opiniões retrógradas não vão mais render congratulações quase unânimes. 
Valéria escreveu muito mais (e melhor) sobre a novela. Além de acompanhar esta versão, ela parece se lembrar de tudo da outra!

127 comentários:

Dayane disse...

Pra mim é bem claro que o livro de Jorge Amado é uma CRÍTICA FEROZ a socieade machista!Tanto que Gabriela é a personagems principal, sendo solta e sexual, além das mil outras histórias que passam com mulheres em situação de injustiça.Todas as moças do Bataclã tem sua história contadas.
Malvina é a feminista da novela! Vi também uma vez em que o poeta com quem namorava disse a ela "Vc é comprometida, não se dê ao desfrute" e ela disse "Vc só fala palavras bonitas, por dentro eh cm tds os outros!Homem nenhum dirá o tamanho da minha saia ou decote, muito menos com quem posso ou não dançar".
Eu tbm não acompanho a novela pq passa tarde e preciso dormir, mas todas as minhas amigas que assitem e sabem que sou "feminista" se lembram de mim quando a veem e dizem que com certeza eu iria gostar!Todos os dias me contam o que aconteceu no capítulo anterior e pedem minha opinião =).

Sonado Alaikor disse...

Traição sempre vai ser um tópico bastante delicado, envolve sim paixões, motivo pelo qual morrem pessoas de ambos os gêneros. Agora, uma coisa é compreender os motivos do crime, saber suas bases; outra é legitimar ele.
Não vejo TV a uns bons anos (salvo algumas bizarras situações que minha noiva me arrasta para ver algo que ela quer me mostrar) então não acompanho a novela. Contudo fico feliz que uma novela esteja tratando o tema desta forma.

Como tento ao máximo não ser hipócrita, farei um comentário pelo qual tenho certeza que vou ser levado a mal, mas prefiro ser julgado pelos erros que sei que devo superar do que mentir para min e para os outros.
"Eu possivelmente mataria caso traído."
Meu relacionamento é baseado em dialogo, com abertura para debater e resolver qualquer coisa, baseado na confiança mutua e no respeito. Eu não abro meus sentimentos tão facilmente, se abro, espero sinceridade, pois é o que eu ofereço, não espero que a pessoa aceite de qualquer forma, mas se aceitar, fica foda se depois me iludir, sendo que poderia apenas me dizer que não rola mais.

Izabela de Lima disse...

Excelente post! Infelizmente a obra retrata a realidade da sua época, em que o casamento (e o sexo dentro dele) só existia com o propósito de procriação. A mulher era vista como propriedade do marido, e se só olhasse pra outro homem, já apanhava em casa... Infelizmente ainda existem casos em pleno século XXI no qual o homem acha que a mulher é posse dele. Mas não sei dizer se a novela está apenas retratando a obra original como ela é, ou se está fazendo um protesto, até porque não assisto a novela (mas acompanho pela propaganda rs) e ainda não tive a oportunidade de ler o livro.

Bruno S disse...

Ultimamente não tenho assistido nada além de esportes na TV, fica difícil comentar.

De qualquer forma, também espero que as pessoas não engulam mais essas justificativas para assassinato da mulher.

Anônimo disse...

URL

sinceramente não compro essa história da Gabriele. Para mim Jorge Amado, tenta, tenta mas é tão machista quanto qualquer outro.Passa apenas um verniz de denuncia social, mas o que ele de fato mostra está por baixo disso.. É mais profundo. Basta ver a forma como as mulheres são retratadas.: as esposas são sempre feias, frias gordas, chatas e sérias quase secas.. E claro os um bando de carola recalcada e os maridos não gostam delas.Elas são más para Amado. Já as putas do cabaré, estas são lindas, bem vestidas, cheias de jóias , de vida e totalmente serelepes.. vistas até como bem-sucedidas no caso da Dona do Bataclan e claro os homens gostam delas. Elas são boas para Amado e levam vida sofrida. Já a Gabriela essa? ah lá vai... Ela é morena, linda, ancas largas, boa de cozinhar e de cama.. o que é ela? A mulata faceira sonho de mulher dos sinhozinhos do século XVIII.

Se vc pegar todos os ingredientes sobre os tipos de suas obras e fazer uma comparação com as leitura de Gilberto Freire sobre a cultura brasileira nos tempos coloniais verá que Jorge Amado expõe os mesmos gostos deste homens. Freire dizia que os colonos mais precisamente os sinhozinhos não gostavam da esposa mãe que só servia para fazer filho. Elas eram sempre carolas que vivam presas dentro de casa cuidando dos filhos, se enfeiando.... Mas na o que esse homens gostavam era das mulheres de caberé e se deixava enfeitiçar por aquela que lhe pegava pela barriga ( cozinha) e pela cama ( sexo). Leiam também Roberto da Matta sobre a relação entre comer e sexo na cultura brasileira... é a Gabriela que representa bem isso.

Gosto mais das personagens femininas de Graciliano Ramos elas sim são ativas não pega nenhum homem pelo sexo. São inteligentes e intruidas e sempre costumam e entrar em conflitos com os homens por suas idéias mais avançadas. Porque elas tem idéias avançadas como Madalena em São Bernardo.. Acho que Graciliano faz uma crítica melhor do que essa

Anônimo disse...

Não acompanho a novela, mas o capítulo de ontem está dando o que falar. Fiquei sabendo de tudo na aula e agora quero ver os vídeos, principalmente as cenas da Malvina.
Algo que achei interessante no post da Valéria é a história da Lindinalva, estuprada por seu noivo e considerada uma mulher desonrada por isso. Mostra bem o discurso de culpabilização da vítima.
Apesar disso, não tenho vontade de acompanhar a novela, primeiro por causa do horário, segundo porque me enoja muito o comportamento dos homens estupradores, como o Cel. Jenuíno e o Berto.
Por falar em estupro, minha vó relatou uma cena grotesca do início da novela: as prostitutas fizeram greve por causa da procissão, e isso desencadeou um desejo incontrolável nos homens da cidade, que passaram a estuprar suas noivas. O pior de tudo, é que as cenas foram retratadas com humor (tipo como na propaganda da Nova Schin), com os homens correndo atrás delas e elas gritando.
O que mais de deixou puta foi que a cena era mostrada com humor e que os homens foram mostrados como seres bestiais sem controle, discurso de mascu.
Argh!

Anônimo disse...

Huan

Você já se questionou para saber o porquê desse pensamento? Seria interessante compartilhar aqui na caixa sobre o que te fez ter essa visão.
Eu acho que todos temos capacidade de matar, ainda mais quando estamos em um surto de raiva ou medo, mas o que eu percebo nessa "defesa da honra" é que é um raciocínio frio, quase como uma obrigação do homem (principalmente naquela época), e não resultado de um surto de raiva.

Camila Fernandes disse...

Lola, a Malvina é DIVA! Foi icônico o capítulo em que o professor pediu às alunas para escrevem uma redação. Mais tarde, Malvina e Jerusa (a grafia é assim mesmo) discutiam sobre o tema que cada uma escolheria. Malvina quis fazer sobre o voto feminino, algo impensável naquela época. Mesmo com a insistência desesperada da amiga para que ela mudasse de ideia e a chance do professor entregar a redação dela ao pai, o que certamente lhe renderia um imenso castigo, a Malvina escreveu sobre o voto feminino. E a Jerusa? Escreveu sobre "a beleza das flores". Sério.

E no dia que a Malvina foi argumentar com o pai que ela queria ir para a faculdade? Quando o pai dela disse que estudar não era coisa de mulher, ela encheu a boca para dizer que, no ano anterior, QUATRO mulheres haviam se formado na Universidade de Salvador. Olha, não lembro a fala na íntegra, talvez fossem três mulheres, mas era um número assim, absurdo. E ela cheia de orgulho e confiança que seria a próxima. Di-va!

Vinícius de Castro disse...

Eu não acompanho a novela, mas li o romance. Jorge Amado tenta desconstruir a hipocrisia da época e eu acho que ele é bem feliz nisso. Eu não vejo Gabriela como um objeto sexual. No livro, ela é livre, não acha que deve prender-se a um só homem, questiona os padrões machistas Ela é bem feminista. Além disso, no livro - SPOILER! - o cel. Jesuíno é condenado no final, contrariando a sociedade machista daquela época. Concordo plenamente com a Lola. Hoje, quem tenta defender "legítima defesa da honra" não é levado a sério.

Anônimo disse...

novela é mais feminista que o livro, por tony goes

http://f5.folha.uol.com.br/colunistas/tonygoes/1133861-novela-gabriela-e-mais-feminista-que-o-livro.shtml

Bruna B. disse...

"Traição sempre vai ser um tópico bastante delicado, envolve sim paixões, motivo pelo qual morrem pessoas de ambos os gêneros."


Ambos os gêneros? Engraçado como a esmagadora maioria dos casos (acredito que uns 99%) são de homens matando mulheres. Casos como o Yoki são raridades, amigo.

E você mataria caso fosse traído? Por que?
Lamento, mas isso diz tudo o que precisamos saber sobre você.

Phaby disse...

Ai Lola, tu não imagina como eu e o marido estávamos esperando um post teu sobre a novela.
Assistir aos capítulos me dá náusea e eu espero, realmente espero, que a maior parte das pessoas considerem aquele modelo de sociedade um absurdo.

Dayane disse...

Jorge Amado tbm era machista a seu modo, principalmente naquela época o machismo era forte de mais para existir alguém que ia contra ele totalmente. Até hoje é assim.
Concordo que ele colocava as mulheres casadas cm frias, feias e recalcadas e as prostitutas cm mulheres mais felizes, mas acho que isso é "pequeno" em comparação a crítica que ele faz com a sociedade da época.

Camila Fernandes disse...

Eu li o livro e estou adorando a novela. Torci pela Sinhazinha, claro, e torço ferrenhamente pela Malvina. Agora, simpatizo também com a Jerusa (sério, é assim que escreve?) que vai contrariar a família conservadora para viver um romance com o inimigo declarado do avó, que é um coronel. Aliás, ela tem minha simpatia desde que decidiu parar de escrever sobre flores e foi ler O Crime do Padre Amaro, livro que na época era proibidíssimo, super tabu, mocinha não devia nem pensar e mimimi.

Metalhead disse...

Só não esqueçam de que as mocinhas feministas morreriam sozinhas sem filhos/mães solteiras.
Seriam as ovelhas negras da familia.

Dayane disse...

Camila, acredita que até hj eu tenho vergonha de pegar O crime do Padre Amaro pra ler?kkkkkkkkkkk

Dayane disse...

Falei Camila ou Marília o.O?

Anônimo disse...

anonima das 16:45, tb me incomoda esses estereotipos. mas nao acho que o escritor jorge amado realmente pensasse dessa forma. poxa, a esposa dele, que foi mulher dele a vida toda, era uma pensadora, escritora, parceira dele de ativismo politico e tal.

acho q escrever ficçao é sempre um desafio pq vc fica dividido entre fazer uma critica à realidade e reescrever a realidade como vc gostaria q fosse.

se eu fosse autora e tivesse q escrever sobre as mulheres brasileiras de hoje, adoraria criar personagens fortes, independentes, mas tb faria questao de colocar mulheres bitoladas, alienadas pela midia, futeis, q sonham em encontrar um marido rico... pq elas existem. pode nao ser culpa delas, elas foram educadas para serem assim, mas a questao é que elas existem.

eu entendo e gosto de ver autores q escrevem apenas personagens fortes pra dar uma contrabalançada, ja q o resto da midia ja retrata praticamente todas as mulheres como idiotas (oq tb nao corresponde a realidade, nós sabemos q existe um montão de mulheres fortes por aí e elas nao sao representadas pq n ha diversidade). mas aí corre-se o risco de ser fantasioso demais... nao sei

eu ia até perguntar isso pra lola uma vez e acabei esquecendo. ela diz que nao gosta de pan am e outras series "saudosistas" dos anos 60 pq dao a entender q aquele tempo era melhor. mas eu nao vejo assim, eu vejo mais um "revisionismo do bem" (tipo o de bastardos inglorios, sabe? a gente sabe q aquilo nao aconteceu, mas é uma forma de retratar as vitimas de hitler nao como vitimas, mas como agentes).

Li S. Nascimento disse...

Eu também não acompanho a novela, vi apenas algumas cenas e capítulos...

E acho que interpretação é uma coisa bem preocupante. Eu gostaria mesmo que muitas mulheres que apontam o dedo acusador chamando uma outra mulher de puta ou vadia, se sentissem no papel daquelas senhoras que zelavam pela moral da época e condenaram uma outra ao assassinato, que perpetuavam uma cultura que as prejudicavam. Gostaria mesmo que servissem como uma crítica ampla.

Da mesma forma ridícula eu gostaria que muitos homens - que pensam 'alá' Huan Icaro Piran - percebessem que A VIDA de uma pessoa é muito maior que qualquer vaidade ou mágoa pessoal. E como isso é absurdo de ocorrer em pleno século XXI!

Infelizmente eu ainda vejo muito de nossa cultura atual representada em nossa novela. O que mudaram foram as leis e o seu poder de atuação, o que é muito.

Mas, culturalmente ainda temos "coronéis" a torto e direito matando mulheres por as considerarem como coisas, objetos, uma propriedade sua. Ou então como algo muito inferior, menor que a sua vaidade pessoal. Que pode ser desprezado, jogado fora, assassinado...

Assim como ainda temos as moça de família e senhoras de bem machistas que adoram essa divisão das mulheres entre putas e santas, porque acreditam que possam receber regalias, sentirem-se especiais...

Mal percebem que estamos todas no mesmo barco, somos todas mulheres e se uma é considerada objeto, todas também o serão, pq somos um mesmo sexo, uma mesma luta.

Ana disse...

@Camila
"Lola, a Malvina é DIVA!"[2]

Olha, eu não assisto novela. Eu destesto novela. Quando quero me entreter eu vou ler um livro.

Mas minha mãe assiste e como a gente dividia o quarto, eu fui forçada a assistir uns pedaços de Gabriela.

Então é, hoje sou fã de carteirinha da companheira Malvina.
To pensando em fazer umas camisetas; quem sabe até batizar minha filha de Malvina, se eu tiver uma. How cool is that?

Falando sério agora, eu acho que, de um jeito ou de outro, a novela acaba fazendo um serviço público expondo essas questões porque a verdade é que pouca gente pensa nessas coisas.

Eu nunca conheci nem uma única mulher, toda a minha vida, em lugar nenhum, que sequer soubesse o que é feminismo. Quer dizer, ninguém nem sequer lê um texto. Nem por curiosidade. Nem pra fazer trabalhinho da escola! Considerando o número de vítimas (XX e XY) que o machismo faz ainda hoje, isso é deprimente.

Acho que pôr isso na novela, que é entretenimento mainstream aqui no Brasil, pode lembrar as pessoas dessas questões. Só me preocupa que muita gente vá falhar em associar que o machismo é feroz inclusive atualmente, mesmo sem coronéis matando esposas à luz do dia. Muita gente acha que isso é coisa do passado e já foi superado (melhorou muito, inegável, mas oi pessoas, está longe do aceitável).

Eu assisti quando a Lindinalva foi maltratada por todo mundo na cidade... A Malvina saiu em defesa dela, dizendo que a culpa era do noivo que tinha transado com ela e dado no pé, não dela. A resposta da mãe da Malvina: 'Não é assim que a sociedade pensa. A culpa é da mulher, a culpa é sempre da mulher'.

Foi uma cena amarga, porque todas as vezes que eu tento fazer a minha mãe olhar as coisas por outro ângulo, ela sempre acaba saindo pela tangente com alguma coisa assim também. É apavorante fazer esse paralelo, porque me faz pensar que muita coisa continua igual desde o tempo em que o livro foi escrito. Muita gente continua com o discurso do 'é, até pode ser, mas o mundo não pensa assim e as coisas são como são'. Comodismo, é você?

"a Malvina escreveu sobre o voto feminino. E a Jerusa? Escreveu sobre "a beleza das flores". Sério."

A Jerusa me dá nos nervos. Toda vez que ela abre a boca eu faço um facepalm. Tem episódio em que eu fico com dor na testa, kkkkkk

Mas acho muito interessante as conversas dela com a Malvina, é um contraste que ajuda a entender muita coisa.

--

Outra coisa importante que a novela mostra é como as mulheres perpetuam o machismo. A personagem da Laura Cardoso (esqueci o nome, sorry) é fantástica nesse sentido.

De tanto dizer que mulher serve pra cuidar da casa, o machismo acabou dando origem a algumas criaturas que fazem de seus lares seus castelos no pior sentido possível - usam de seu poder sobre o ambiente doméstico para comandar a vida de todo mundo (é, eu sei que soa como idiotice, mas peguem a personagem da novela e vão ver do que estou falando).

Tem algo de perverso nessas mulheres machistas... Um cinismo que até os homens mais sexistas às vezes não tem. É um machismo diferente, menos físico mas tão danoso quanto. Me dá arrepios.

A velhinha da novela é asquerosa. Ela expõe perfeitamente como são essas matronas validadoras (como diria a Yulia2, kkkk).

Anônimo disse...

traição é algo que dá raiva e doi mas matar é pior do que uma traição,porque ficar com tanto odio assim? raiva e indignação vai acontecer mas sempre devemos lembrar que somos donos apenas do nosso corpo e não do corpo dos nossos parceiros

Anônimo disse...

lembrei de outra coisa que eu queria perguntar pra lola: procurei e nao achei, mas vc ja escreveu sobre soylent green? eu sei q vc gosta de distopias e eu li q nesse filme as mulheres sao mostradas de forma horrivel. isso poderia ser considerado uma crítica feminista? se interpretada literalmente é uma fantasia misógina, mas pelo fato de ser uma distopia...

Roberta disse...

não gosto!

mas ainda existem claramente homens- mulheres com tais comportamentos de Gabriela,andando por essas ruas nos anos de 2012...

Marli Belloni disse...

Não vejo a novela atual, mas na época dos dinossauros - minha adolescência - li o livro e vi a novela. Como memória se vai com o tempo, lembro muito mais de como a Gabriela (atenção, leve spoiler rsrs)aprisionada no casamento ficou triste e perdeu a graça faceira do sexo (mas que depois a redescobre, o que dá pano pra mais discussões sobre a "posse' da mulher, o "castigo' devido etc.) E de como eu era a voz dissonante entre colegas da escola, defendendo que "lavar a honra com sangue" era pura covardia. Hoje em dia, para a moçada com quem convivo (filho e amigos) é inimaginável pensar em matar por ser traído. Mas sei que é um grupo minoritário, nerds bem-ajustados (isso existe sim!) que não aceitam a dupla moral. Quem dera se tornem maioria um dia!

Anônimo disse...

Metalhead

Melhor ser a ovelha negra do que ser tratada como bosta pelo marido, sendo estuprada e considerada como inferior...

Priscila Boltão disse...

Eu ia fazer um comentário aqui mas aí fui ler o texto da Valéria e tipo, ela já disse tudo q eu pensava e mais um pouco, essa linda.
Malvina é uma das poucas razões de eu ainda ligar a TV em casa. Tomara que tenha um final feliz, bem como Gabriela e Lindinalva, que também merecem.

Ana disse...

@Huan
"(...)prefiro ser julgado pelos erros que sei que devo superar do que mentir para min e para os outros.
(...) fica foda se depois me iludir, sendo que poderia apenas me dizer que não rola mais."

Meldels. Meldels, Huan, por essa eu não esperava! Eu vou ter que juntar meu queixo lá no chão! Admitindo isso assim, a céu aberto! :O

Mas oi amigo, foi sim muito bravo admitir algo ao invés de mentir. Pelo menos eu achei. E falar disso vai, pelo menos, ajudar mais que ficar quieto.

Como alguém que tem absoluto PAVOR de ser traída, eu simpatizo muito com a parte em que dissestes que 'podia simplesmente dizer que não rola mais'. Eu me pergunto, e acho que nunca vou ter resposta, porque raios uma pessoa entra num relacionamento que exige monogamia se não é capaz de ser fiel?
Caramba, se não consegue ser fiel, procura uma pessoa que seja tolerante a isso, relacionamento aberto, etc.
Se pensou que conseguia mas se apaixonou por outr@, vai lá e acaba com o "titular" antes de ficar com a paixonite. Pronto.

É eu sei, fácil falar, cada caso é um caso, no coração não se manda, etcetcetcetc...

Mas eu tenho que concordar com ele, podia sim dizer que não rola mais. Dói mas não é sacanagem.

Agora Huan, eu vou te confessar que eu tenho muita dificuldade em entender o que leva alguém a matar se traído, mesmo com o meu pavor. Porque nessa situação, meu comportamento seria de desapego - eu não ia nunca mais querer olhar pro carinha. Eu ia sumir. Esquecer que ele existe. Não descambar pra raiva. Eu não mataria, porque não vejo motivos pra matar. Eu jogaria minha vida e tudo o que eu amo fora por alguém que não vale nada? Sem chance!

Sim eu também faço parte do time dos que não engolem traição. Mas jamais, jamais mataria, sequer machucaria uma pessoa por me fazer isso.

Eu não vou dizer que você tem que trabalhar isso, porque você já sabe. Esse pensamento é inadmissível, atroz, horrendo. Eu torço muito pra que coloques a cabeça no lugar. Acho que destes o primeiro passo, pelo menos.

... Imaginem quantos outros que nem ele estão por aí? E provavelmente nunca vão admitir isso antes de acabar fazendo uma bobagem...

Me apavorei agora.

Dayane disse...

"
Tem algo de perverso nessas mulheres machistas... Um cinismo que até os homens mais sexistas às vezes não tem. É um machismo diferente, menos físico mas tão danoso quanto. Me dá arrepios."

Sim, tem mesmo! Parece que elas vêem outras mulheres cm inimigas em potencial!Aliás, isso me lembrou um texto de uma "Célebre escritora da atualidade" chamada Tati Bernardi:

http://revistaalfa.abril.com.br/estilo-de-vida/comportamento/mulheres-se-odeiam/

Leiam e...tirem suas próprias conclusões.

Anônimo disse...

Outra coisa importante que a novela mostra é como as mulheres perpetuam o machismo. A personagem da Laura Cardoso (esqueci o nome, sorry) é fantástica nesse sentido.

alguém escreveu isso aí num comentário e eu concordo e o pior é que mulheres assim criam os filhos homens que perpetuam o machismo.

Anônimo disse...

Não sei se já comentaram, mas teve um dia que o cel. Jesuíno chega de viajem e diz: "Essa noite quero lhe usar".

Porém, mas que as consequências pra sinhazinha, o que me indigna é o "destino" de lindinalva.

Que tentou tocar o marcado do pai e não pode, tentou trabalhar de empregada e não pode... a menina perde os pais e não tem uma alma caridosa, nem o padre, pra acolher??? Será que a única saida era virar prostituta?

Ana Claudia disse...

Olha, Lola... O triste é constatar que esse pensamento não ficou no passado. Acho que há duas semanas atrás foi veiculada a notícia de um homem que matou a mulher e o filho de 3(?) anos a facadas porque descobriu ou desconfiou que a esposa estava em um relacionamento extra-conjugal. Haviam vááários comentários dizendo que foi horrível ele matar a criança, mas que a mulher merecia morrer! Impressionante! Cada vez ficou mais assustada com a sociedade em que vivemos...

Elaine Cris disse...

Lola, acho que as coisas melhoraram sim. Mas a passos de tartaruga.
Uma professora minha escreveu um artigo sobre o dia em que o extinto Linha Direta mostrou o caso da Angela Diniz, a socialite que o amante assassinou, foi inocentado e desencadeou manifestações feministas com a frase "quem ama não mata". A crítica da minha professora, é que a encenação que o Linha Direta apresentou, puxava a sardinha para o lado do assassino. Era quase como voltar à estaca zero.

Quanto a minissérie, assisti alguns capítulos quando o foco maior era em uma moça que era noiva e depois que perdeu os pais passou a ser desrespeitada. O noivo praticamente a obrigou a perder a virgindade com ele alegando que tinha pago o aluguel pra ela. O dono da casa, não recebendo o aluguel, também fez uma proposta pra ela e como ela recusou a expulsou. O noivo, não quis mais ficar com a moça "desvirginada" (mesmo que por ele próprio) e deu no pé. Ninguém a acolheu, a menina acabou indo parar no bordel, não tinha pra onde ir, e já na primeira noite também foi forçada a se deitar com um homem que era amigo do pai dela. Estender a mão pra ela não quis, mas foi mais um a se aproveitar da situação dela.
Achei tudo tão horrível que nunca mais quis assistir.
Prefiro assistir Chiquinha Gonzaga, ali, pelo menos, o preconceito, a violência contra a mulher até ocorrem, mas são condenados quase que imediatamente. Tenho um pouco de medo desses produtos globais mostrando essas coisas e não dando um juízo de valor ou não punindo os personagens. Eles tem muita força, influenciam muita gente com suas novelas e minisséries.

Bruno disse...

Essa idéia começou a mudar com o caso Doca Street. O cara matou a a mulher que o havia traído, o júri o condenou a homicídio culposo (sem intenção de matar), pelo calor do momento e outras coisas assim. Ele recebeu um benefício penal e saiu livre do tribunal.
Dois anos depois a promotoria que havia recorrido conseguiu um novo julgamento - foi na época do "quem ama não mata" - e o cara foi condenado a 15 anos de prisão.
Eu realmente nunca entendi bem essa história de legítima defesa da honra, afinal, o que pode ser mais desonroso do que praticar um crime tão bárbaro?

Liana hc disse...

Outro dia tava escutando o povo falando sobre a novela. Tem de tudo, inclusive quem ache que machismo mesmo mesmo, com letra maiúscula, era naquela época, hoje só faltaria aparar algumas arestas e já tá de bom tamanho. Achei curioso isso. Às vezes acho que não vivo no mesmo planeta que essa gente, aí tem hora que eu prefiro fazer cara de paisagem pra não me desgastar.

Sonia Braga causando e sensualizando como Gabriela, Axila Peluda. Demais.

Anônimo disse...

"Só não esqueçam de que as mocinhas feministas morreriam sozinhas sem filhos/mães solteiras.
Seriam as ovelhas negras da familia."

E qual o problema disso? Casamento e filhos não é garantia de felicidade pra ninguém e não se casar e não ter filhos não é garantia de infelicidade, principalmente pra quem não deseja isso.
Aliás, fazendo as contas, do jeito que o casamento no modelo machista é sacrificado pra mulher, conheço mais solteiras e divorciadas felizes e animadas com a vida e um monte de mulher casada que tá infeliz, passa o tempo todo só reclamando, falando mal do marido e dos filhos, sem coragem de se separar.
Casamentos realmente felizes que conheço são muito poucos.

brujeria disse...

A tv Brasileira assim como nossa musica já decretou sua falencia faz tempooooo.
pior que estas porcarias brotam e jorram audiencia.
incentivando seu publico a matar,trair,sequestrar.a tv atualmente é uma lata de lixo que todos os Brasileiros tem e assistem todos os dias sem saber filtrar sua programação e engolir guela abaixo qualquer tema.

brujeria disse...

Aqui em casa é o contrario eu vivo em conflito com minha esposa para ela não ver isto mas ela adora.
gabriela nada mais é que apostar na audiencia por cenas de beleza e sexo e não mostrar a historia.
alias ela adora ver o panico na tv,eu odeio.
gabriela é extremamente mostrada para levar a audiencia em cima de cenas atrizes belas e cenas de sexo.
chega ser constrangedor ver tv em casal hoje em dia.

Anônimo disse...

Dayane

Diz pra mim que essa Tati Bernardi foi extremamente irônica e eu não percebi, pelamor.
Parece um mascu falando!
Se acha mediana, que antes era feia e com esforço virou uma adulta razoável?
Diz que não perdemos o sono por causa do machismo, mas sim por termos inveja umas das outras?
Que ficamos brabas quando não somos assediadas?
Que o maior trunfo é roubar a promoção ou o namorado da mulher mais linda da empresa?
Enfim, eu realmente espero que hoje eu esteja meio lelé e não tenha percebido a ironia...

Anônimo disse...

A Gabriela de Jorge Amado é mulata no mínimo com as características físicas de Sônia Braga; Juliana Paes está passada de idade tb para fazer Gabriela.

Ana disse...

@17:47
"se eu fosse autora e tivesse q escrever sobre as mulheres brasileiras de hoje, adoraria criar personagens fortes, independentes, mas tb faria questao de colocar mulheres bitoladas, alienadas pela midia, futeis, q sonham em encontrar um marido rico... pq elas existem. pode nao ser culpa delas, elas foram educadas para serem assim, mas a questao é que elas existem."

Oi pessoa, disseste tudo.

Eu conheço pessoalmente mulheres assim. Toda vez que aparece um cara aqui xingando a mulherada de ser interesseira e o escambau eu penso, 'ah, deve ter conhecido alguém como a fulana'.

Sim essas mulheres existem, mas o grande vilão é o machismo, que sempre as coloca em posição de princesinhas. Elas vivem assim porque pra elas é assim que o mundo funciona, oras.

Na minha experiência pessoal, o que eu vejo é uma troca: geralmente, são mulheres que dão o sangue para serem aceitas por qualquer molde estético, e depois colocam um preço nesse esforço - não saem com caras que ganhem menos de X, com carro menos que tal, etc.

Na minha opinião isso não é nem surpreendente - se você pensar, elas estão simplesmente exigindo o que o machismo prometeu a elas - um provedor. Porque é esse o acordo machista - a mulher é decoração, e o cara é a carteira.

Elas não aceitam nada menos que carro X, eles não topariam uma 'baranga' nem a pau; um exigindo do outro que o parceiro personifique os ideias sexistas.

Se me perguntar, eu acho ridículo. Mas muita gente vive assim, homens e mulheres.

Nada disso é feito com má intenção. A gente vive sendo bombardead@ com essas coisas, não? Mulheres sempre têm algum defeito pra consertar em seus corpos e homens sempre têm alguma coisa diferente pra conquistar - e assim impressionar. Pra um homem, quanto mais bonita a mulher melhor; pra uma mulher, quanto mais rico o homem melhor - é senso comum. Muita gente segue sem nem piscar. Como eu disse, pra el@s o mundo funciona assim.

O que eu sempre lembro é que, primeiro, não são as pessoas, é a cultura. Segundo, não temos que aceitar essa realidade como absoluta. Vamos abrir a cabeça para a igualdade e deixar de nos desdobrar pra cumprir exigências ridículas - como ser uma mulher sem uma linha na pele ou um cara 'fodão' 24/7.

As pessoas me olham esquisito por que sou feminista, como se fosse algo muito radical, mas sei lá, me parece tão mais fácil que viver num modelo sexista...

Anônimo disse...

anon das 16:45 é isso aí.

não aguentei assistir nem um capítulo inteiro da novela. qdo eu vi, uma virgenzinha teria sua primeira noite com o personagem do Zé wilker que eu não qual é. ele ficava perguntando se ela era virgem mesmo, se não fosse não queria. ele mande que ela se dispa e a vira de costas e a empurra. ela cai de barriga na cama, rindo. parei aí. não dá. é mais uma novela feita pra pais 'de bem' criticarem mas baterem suas punhetinhas escondidos no banheiro enquanto desprezam suas esposas que obviamente se parecem mais com esposas do que com ninfetinhas de 18 anos. enquanto isso, as mães também criticam com ódio nervoso, excitadas e invejosas do corpo jovem. é uma novela pra perpetuar a hipocrisia e afirmar a vida sexual medíocre dos casais (não porque os corpos - das mulheres sobretudo - precisem ser belos para dar prazer, mas porque é isso que a mídia vende e as pessoas compram como verdade).

Anônimo disse...

http://www.youtube.com/watch?v=24Yfm5zw1Qk&feature=related
Gabriela sobe no telhado e pega a pipa

Teofilo Tostes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Gabriela
http://www.youtube.com/watch?v=TT5KN4k-m1o&feature=related

um dos comentários muito bem feito: "Na versão de 1975 a preocupação era mostrar o romance de Jorge Amado, uma trama que mostrava a disputa do poder politico, uma "ingênua menina com corpo de mulher" que despertava o desejo de todos os homens de Ilhéus. Na versão atual 2012 a preocupação é mostrar cenas picantes em demasia , parece produção da Brasileirinhas. Juliana Paes faz na verdade algo que parece uma "ponta" como Gabriela. Estão querendo audiência chegando a enxertar personagens no Bataclã.Pobre J.paes merecia coisa melhor." TheMrpainter 1 month ago 27

Teofilo Tostes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Gabriela, 1975
Seu Naciba contrata Gabriela
http://www.youtube.com/watch?v=VRi2DqYtXfA

Ana disse...

@Bruno
"Eu realmente nunca entendi bem essa história de legítima defesa da honra, afinal, o que pode ser mais desonroso do que praticar um crime tão bárbaro?"

BRAVO!

Liana hc disse...

As machistas validadoras podem ser "piores" porque como mulheres elas carregam o peso e o amargor da sua própria opressão e depois num movimento distorcido e monstruoso elas assumem o discurso do opressor e se tornam suas cúmplices. Acho que é uma perversão do instinto de sobrevivência num primeiro momento, no qual a pessoa se força a simpatizar com a fonte de sua tortura porque senão não consegue sobreviver, uma vez que não vê saída ou não se sente forte o suficiente para lutar contra. E dá-lhe Síndrome de Estocolmo na veia. Aí tudo ganha um verniz de normalidade e vai sendo reforçado pela sociedade, como biscoitinho pra cachorro que acabou de fazer truque.

É como quebrar uma pessoa e depois envolvê-la numa trama na qual ela mesma tenha que enterrar sua dignidade e depois colar os pedaços que sobraram pra formar essa figura deformada e quase sempre irremediavelmente perdida. A humilhação máxima é virar porta voz daquilo, é o golpe final. É vil, é feio, me dá pena. Sempre que escuto o discurso de uma mulher machista eu penso naqueles bonecos grandes que o povo carrega abrindo procissões. Não é gente, é trapo, caricatura, e elas nem se percebem disso.

Liana hc disse...

Não tem como uma mulher ser machista sem ser traidora de si mesma e sem ter um dose grande de masoquismo, vergonha, sentimento de culpa, alienação, dor. Aí o que fazer com esses sentimentos? A saída mais fácil é usar outras mulheres como alvo, projetar. "Melhor" do que ter de lidar com a própria miséria. E muitas mulheres, às vezes até influenciadas pela visão machista, vão colocá-las na berlinda e julgá-las muito mais firmemente do que a um homem agressor que talvez tenha feito até pior. E aqui eu não digo que homens devem ser os únicos criticados e que mulheres são pobrezinhas. Eu também as critico pois são emblemáticas. O que eu noto é que há uma maneira viciosa de se olhar para mulheres que está presente inclusive da parte de quem critica a atitude delas, parece haver um nível de rancor maior que também pode ser projeção. Por isso quando falo no machismo prefiro, salvo exceções, falar no geral, sem citar gênero. Pra não alimentar "preferências" no discurso.

brujeria disse...

Os mesmos atores,a mesma chatice,ai depois vão no domingão do CHATÃO receber homenages e blá,blá,blá.
a globosta não se preocupa com boas historias.
é audiencia,pela audiencia a qualquer custo como todos so canais abertos.
gabriela é alegria dos punheteiros de plantão.
lembra a historia de ANITA ? que alias a atriz sumiu das telinhas.
audiencia pela beleza e cenas de sexo quente com violencia.
TV BOSTILEIRA.

brujeria disse...

Alias estes assasinos da HONRA como pimenta nevez,lindenberg,esta do caso yoki,daqui alguns anos estarão comendo e bebendo e rindo do que fizeram nas ruas,se casando novamente,a vida acaba pra quem eles mataram.
a unica justiça será feita mesmo quando estes fecharem seus olhos e se forem a outro lado e verem que atrasaram outras vidas aqui na terra.

Anônimo disse...

Não querendo colocar as coisas no mesmo nível mas, as mulheres não tem honra? Esse tipo de alegação poderia ser usado por mulheres também?

nina disse...

Lola, também desejo tudo isso.
E nunca gostei de Jorge Amado, por mais que me esforçasse, rs.

Mas o que eu fico querendo comentar é o que se escreve no site da Globo. Ok, nem precisa falar dos problemas todos da Globo, eu sei de todos eles. Mas ainda entro no portal pra ver as manchetes e ler resumos de novela, por curiosidade. Já viu o que se escreve nos resumos de Gabriela? Que o personagem fulano de tal 'não resiste aos encantos da moça', pra se referir a um personagem que vive tentando agarrar a empregada à força. Todos os resumos são nesse tom. É bizarro. E sim, eu não poderia esperar diferente da Globo...mas caramba, tanta gente entra no site. E além de ver nas novelas os clichês de sempre, lê os mesmos clichês lá. Não ajuda em nada...

Enfim, mais uma vez obrigada por continuar ajudando a gente, pelo menos a saber que não somos os únicos incomodados.

nina disse...

PS: adorei o comentário do Bruno.

Sara disse...

Eu não assisto televisão Lola, mas vi quando era ainda adolescente a primeira versão, e ja naquela época achei extremamente revoltante essa parte da estória.
De todo o mal q o machismo causa esse pra mim é o mais odioso e sordido, acho que seres que se dizem humanos matarem por ciumes, me desculpe nem merecem a classificação de humanos, pra mim são bestas feras que tem que desaparecer da face da terra.
Me causa profunda repugnância alguem dizer que acha isso cabivel sobre qualquer ponto de vista.
Ha bem pouco tempo vi num blog feminista uma pesquisa feita por um instituto da AVON onde apontava que 21% das mulheres continuavam com seus parceiros agressores e que as ameaçavam por medo de pedir a separação e serem mortas, as demais porcentagens eram variações não muito distante dessa.
Portanto até hoje para uma mulher é algo muito perigoso terminar uma relação, e as opções que sobram para essas mulheres é passarem suas vidas frustradas ao lado de um homem por quem não sentem mais nada a não ser temor e ódio, ou procurarem por um pouco de felicidade e realização nos braços de um outro homem mas na clandestinidade e anonimato.
Sou frontalmente contra relacionamentos monogâmicos, pois acredito que eles gerem sentimentos de posse que as pessoas tem dificuldades para lidar.
E como esse tipo de relacionamento é a norma em nossa sociedade, pessoas possesivas e geralmente homens se sentem justificadas ao agredirem ou até assassinarem seus parceiros no momento de uma traição.
E eu continuo pensando que a única resposta aceitavel como punição para um parceiro que tenha cometido uma traição, e que a pessoa que se sinta ofendida simplesmente abandone o dito traidor, qualquer outro tipo de vingança para mim é fruto de pessoas muito desequilibradas mentalmente e que se sentem uns vermes mesmo.

Anônimo disse...

Nina

O pior foi ver que o estupro da Lindinalva foi escrito como "noite de amor"

Anônimo disse...

Errata: a expressão "noite de amor" foi usada no site da CARAS, não no da Globo.
É a frase bem acima do vídeo.
http://caras.uol.com.br/noticia/gabriela-usando-a-forca-berto-rodrigo-andrade-consegue-se-deitar-com-lindinalva-giovanna-lancellotti#image0

Elaine Telles disse...

Eu também tenho essa visão do Jorge Amado que URL citou, e que se intensificou depois que li Quincas Berro D´água. Ali também temos a figura da esposa (tanto a mãe como a filha) como a chata de galochas aproveitadora, velha, mal-humorada, interesseira versus a prostituta jovem, alegre, interessante, divertida, sensível, amável, amante, sem interesse finceiros. Que é a visão que a sociedade tem do casamento. Para o homem é um fardo chato, aguentar uma chata, e nada mais justificável que ir procurar algo pago, fora do casamento, que não configura traição com "moças" alegres, diveryidas, prontas pra fazer de tudo e ainda ouvir as lamúrias dele sobre como é chato ser casado.

Fatima disse...

Infelizmente NÃO É uma situação de quase um século atrás: http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/19427850/apelacao-crime-acr-7050415-pr-0705041-5-tjpr

Ana disse...

@carolinapaiva
"Diz pra mim que essa Tati Bernardi foi extremamente irônica e eu não percebi, pelamor.
Parece um mascu falando!"[2]

Meodeosoqueeraaquilo.

Será que ela acha mesmo que todo mundo é assim no íntimo? Meldels que vida infeliz! Coitada!

Pelo menos os comentários dão esperança. Eu ri com a menina que mandou a Tati tomar um sorvetinho XD Bom saber que a maioria das pessoas enxerga o absurdo ali.

@Teofilo
Comentário irretocável.

Anônimo disse...

“– Olhe, Belmiro, tenho pensado que o papel de indivíduos como nós é ficar à margem dessas coisas. O mundo está errado, mas receio que, apelando para a violência, se cometam erros maiores. Confio na evolução social." --fala da personagem Jandira, nromance "O Amanuense Belmiro", de Cyro dos Anjos, em 1937

nina disse...

Carolinapaiva

Sim, no site da Caras. Mas né? Tão seguindo o exemplo. Nos resumos e 'vem por aí' de Gabriela só tem essas coisas 'fulano não resiste ao charme', 'mão boba', 'será que ela vai resistir?', como se fosse uma cantada e não uma tentativa de agressão.
Palavras amenas pra situações horríveis. Sei lá, pode ser querer demais, as cenas da novela mostram bem o horror de tudo, e os comentários das pessoas que eu conheço também,mas a linguagem usada no site é pra suavizar tudo. Ridículo.

Anônimo disse...

Tem algo de perverso nessas mulheres machistas... Um cinismo que até os homens mais sexistas às vezes não tem. É um machismo diferente, menos físico mas tão danoso quanto. Me dá arrepios."
________________-

Seria essa a mongolóide do acidez feminina? aquela que faz vídeos do blog testosterona....
uma pobre coitada validadora, amarga que no fundo sente ódio do mundo. me desperta pena aquela lá.

Jordana disse...

momento SPOILERZÃO:


pelo que me lembro do livro, q devo ter lido uns 6 anos atrás, a temática do progresso de Ilhéus é recorrente, e uma das situações que simbolizam isso é o contraste entre a atitude de Jesuíno, que mata a esposa ao ser traído, e a de Nacib, que é traído por Gabriela mas não lhe tira a vida. só não lembro se ele chega a agredi-la fisicamente...

por fim, Nacib se torna um símbolo do progresso da mentalidade dos homens de Ilhéus, que não mais seriam autorizados a "lavar a honra com sangue", e o Coronel Jesuíno acaba condenado por matar a esposa e o amante.

Anônimo disse...

É possível ser uma feminista humanista. Postando aqui pq tá dando encrenca na página de comentários do post sobre o assunto.

Anônimo disse...

off topic...

finalmente tomaram vergonha na cara!!!

Decisão sobre estupro de meninas de 12 anos é anulada por tribunal

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1134883-decisao-sobre-estupro-de-meninas-de-12-anos-e-anulada-por-tribunal.shtml

Licianne disse...

Dayane

Acho que a Tati Bernardi se superou com esse texto deplorável. Dá ânsia de vômito! Mas, sabe de alguma coisa? Senti um certo alívio depois que conferi os comentários. Eu ainda tinha medo que houvesse uma maioria compartilhando daquele mesmo pensamento escroto.

Anônimo disse...

O nome da mulher que inspirou Gabriela era Lourdes (dona Lourdes) e ela teve filhos com o turco. -- Vocês sabem que uns 20 anos antes da Gabriela de Jorge Amado houve a Gabriela de Cyro dos Anjos? 17 anos tira o sossego do profe de Literatura, Abdias, já esbarrando nos 40, casado.

E aqui vai uma pra dar nos nervos da Lola... rs... há quem diga que Lolita foi "inspirado" em A Presença de Anita... e que Nabokov teria tido acesso ao livro.

Unknown disse...

Foi a única cena que vi de Gabriela, pela internet, justamente pelo tanto que falaram. E fiquei pensando exatamente nisso, Lola: como teria sido retratado e recebido há 40 anos? Quanto a consciência trazida pelo feminismo influenciou na versão daquela época e na de agora? E só aí realmente pude entender que é realmente interessante fazer uma nova versão de Gabriela. =)

juli lopes disse...

Achei esse texto da Tati Bernardi tão idiota que não consegui terminar de ler. Que merd@ de mundo que ela vive, hein? Ainda bem que no mundo em que eu vivo,a pior coisa do mundo não é a mulher que se sentar ao meu lado ser mais bonita ou magra que eu.

E "todas as mulheres são vacas", foi de matar!

Anônimo disse...

não sabia quem é Tati Bernardi e fui buscar. cheguei lá no blog dela... te~xtículos como ela escreve é considerado grande coisa? e ainda leva isso pra roteiro de novela?!!!

Anônimo disse...

“Lógico, sempre vai haver algum maluco pra gritar que naquele tempo é que era bom”

Os malucos, quer dizer, os criminosos, ainda estão por aí, como mostra o casal que matou a própria filha sufocada na Grã-Bretanha por “desonrar a família”: http://www.publico.pt/Mundo/pais-condenados-a-prisao-perpetua-por-assassinarem-a-filha-que-se-quis-ocidentalizar-1557655 , http://www.guardian.co.uk/uk/shafilea-ahmed

Unknown disse...

Não assisto a novela nem assisti a versão dos anos 70. Estou me baseando só nos comentários que li aqui.

O coronel Jesuíno assassinou a esposa e o amante e foi parabenizado pela sociedade em que vivia. Alguém disse que a Gabriela vai trair o Nacib e ele a perdoará e graças a essa mudança de comportamento o tal coronel assassino será finalmente julgado.

Se o coronel vive numa sociedade que não apenas aceita mas exige que o homem assassine, não é muito utópico achar que repentinamente a mentalidade mude? Não dura gerações e não custa muita luta daS feministaS (porque uma só nao é ouvida) pra mudar as coisas?

Se mostam apenas uma mudança de mentalidade por causa do Nacib, então isso passa a impressão que só precisamos de homens "bonzinhos" e compreensivos para por favor não nos assassinar mais. Sinto falta de barulho, de indignação mesmo. Das gerações mais novas percebendo os erros das mais velhas, se rebelando, inovando...

Sara disse...

É Lola ao que me parece o titulo que vc deu a esse post , não corresponde a nossa triste realidade, pois em 2002 , e em muitos outros casos, o que temos é essa aberração juridica , sendo usada principalmente contra nós mulheres, o único prego que tem sido usado é para selar o caixão das mulheres vitimas dessa excrecência jurídica "legitima defesa da honra"

RESP. JÚRI. LEGITIMA DEFESA DA HONRA. VIOLAÇÃO AO ART. 25 DO CÓDIGO PENAL. SÚMULA 07 DO STJ.
1. Relata a denúncia haver o marido, incurso nas sanções do art. 121, § 2º, incisos I e IV, do Código Penal, efetuado diversos disparos contra sua mulher, de quem se encontrava separado, residindo ela, há algum tempo (mais de 30 dias), em casa de seus pais, onde foi procurada, ao que parece, em tentativa frustrada de reconciliação, e morta.
2. A absolvição pelo Júri teve por fundamento ação em legítima defesa da honra, decisão confirmada pelo Tribunal de Justiça, ao entendimento não ser aquela causa excludente desnaturada pelo fato de o casal estar separado, há algum tempo, e porque "a vítima não tinha comportamento recatado".

Bruna B. disse...

"Só não esqueçam de que as mocinhas feministas morreriam sozinhas sem filhos/mães solteiras.
Seriam as ovelhas negras da familia."


rá rá rá Eu irei morrer solteira e sem filhos, COM MUITO PRAZER, OBRIGADA.

E nada, nada justifica matar um companheiro/ex-companheiro. Não importa se a relação era monogâmica, se havia amor, confiança ou qualquer outra coisa. Foi traído? Se afaste daquela pessoa e bola pra frente. Pessoas que pensam em matar por ciúmes, por decepção têm uma falha grave no caráter e eu quero distância desse tipo de criatura.

Sobre a Tati Bernardi... nenhuma surpresa, ela é uma machista, validadora, estúpida, que não tem um pingo de talento para a escrita e utiliza clichês infantis para angariar fãs ignorantes. Tenho pavor dessa guriazinha.

Sonado Alaikor disse...

Na verdade carolinapaiva, ontem até mesmo deixei de ir ao kendo por ter me perdido em meio a essa indagação, mas eu evitei pensar sobre o tópico até ontem quando li esta postagem. Devo essa reflexão a lola com certeza e esta sendo bem produtivo.

Meu temor surgiu ao pensar em ser traído e ver o que sinto lendo aqui.
Coloquei como possivelmente, porque não tenho certeza, é fácil falar, mas na hora sempre é diferente. Quando postei abri meu coração, pois tenho um temor sério em ser traído por quem confio (por isso confio pouco nos outros).

A Tiana sabe cada um de meus segredos mais sombrios, sabe que eu uso coisas como minha história de violência na infância ou o fato de ter passado fome e presenciado certas violências (estes dois últimos dado ao fato de eu ter tido uma infância pobre em um lugar complicado) como um escudo sinalizando que nada pode me atingir é uma forma de esconder os temores que realmente me deixam em panico. Não sei se eu aguentaria perder a confiança plena que deposito nela...
Mas repensando ontem, algo que alias me fez ter apenas 4 horas de sono, pois realmente tem sido uma reflexão bem torturante (porem necessária ao meu ver), possivelmente eu não faria o ato, há um perigo real de suicídio nisso contudo.
Confio na Tiana plenamente, não acho que ela faria isso, tanto porque seria uma via de mão dupla, pois também conheço muitos segredos que ela preferiria me ver morto a ver revelados, mas ainda assim, contudo mesmo com raiva, temo que eu não conseguiria revelar essas coisas, é um de meus temores declarados ver alguém sofrer por minha culpa, portanto, esse é um temor que ela tem praticamente em vão.

Somando esse medo em fazer sofrer com minha natureza pratica que conclui que findaria outrem. Mas pensando melhor, meu temor é de ter confiado tanto em alguém, meu ódio seria contra min por isso, não contra ela e por isso mudo a pessoa morta no argumento.

Passarei a refletir mais sobre o tópico. Não acho correto que esse tipo de coisa termine em fatalidade, por este motivo que expus, porque é sim preciso uma profunda reflexão (principalmente de minha parte).

Sonado Alaikor disse...

"Da mesma forma ridícula eu gostaria que muitos homens - que pensam 'alá' Huan Icaro Piran - percebessem que A VIDA de uma pessoa é muito maior que qualquer vaidade ou mágoa pessoal. E como isso é absurdo de ocorrer em pleno século XXI!"

Também não concordo Lilian Soares do Nascimento e por isso expus desta forma. Creio que eu preciso repensar e trabalhar isso.

Sonado Alaikor disse...

Ana, eu fiquei assustado ao pensar sobre o tópico e ver o que meu coração diz. Racionalmente repudio isso, mas justamente por saber que em um momento desses há muito pouco de razão que fico com medo.
Ontem de noite pensei até que talvez eu tenha errado em postar isso, mas sei que se não o fizer, se eu não exorcizar isso, não vou superar, não vou chegar a ser um humano melhor. Fiz isso aqui talvez justamente por saber que eu não seria aplaudido, pois o ego sempre prefere ser elogiado mesmo quando erramos e eu nada progrediria assim.
As reflexões que coloquei a pouco para a carolinapaiva já deixam basicamente explicado o que eu tenho refletido de ontem para hoje. Espero mudar isso...

Sonado Alaikor disse...

PS.: Eu não respondi a ninguém por:

1- eu sai do trabalho as 17:00
2- estou sem internet em casa
3- mesmo tendo estado na casa de um amigo com internet e ele ter oferecido para eu usar (por compadecimento com o findar de minha residencial) preferi tirar mais tempo para refletir sobre o tema e tentar entender melhor o que sinto e penso sobre o tópico

André disse...

Fala sério, o cara tá traçando a mulher do cara mais malvado e poderoso da região e faz isso com a porta aberta?

André disse...

Huan,

Will Munny já dizia: “Matar um homem é algo infernal. Você tira tudo que ele tem e tudo que ele poderia vir a ter um dia”.

Valéria Fernandes disse...

Lola, obrigada por linkar o meu post.

Eu não li Gabriela, eu assisti o compacto da novela original, já que não tinha nascido em 1975 ainda. Lembro pouco da protagonista, lembro muito mais da Malvina de Elizabeth Savalla, a personagem que me mobilizava. Ela foi uma das personagens mais feministas que já vi em todas as telenovelas. A interpretação da Elizabeth Savalla me agrada mais que a atual. Ela tinha muito menos brejeirice e humor, muito mais raiva. E você podem achar várias de suas melhores cenas no Youtube. Vale a pena comparar. Um dos problemas que vi nesta adaptação é não colocarem as surras que o pai dá em Malvina e ela nunca se dobrou. Nesta versão, a mãe já bateu em Malvina várias vezes. Depois do incidente com o noivo, esperava que o Cel. Melk espancasse a filha, espancou a esposa. Não deixa de ser coerente, mas tudo passou muito leve para a moça, até agora. Curiosamente, o que li de Malvina no livro até o momento me decepcionou muito. Já Jerusa, ao contrário, é muito mais viva, madura e esperta. E é loura, como a atriz que escolherem.

A censura do governo militar limitou muitas das discussões, mas trouxe para a TV uma das cenas mais utópicas para a época do livro, final dos anos 1950, mas absolutamente perfeita em 1975: o marido que matou para lavar a honra é condenado. Não espero que Jorge Amado seja feminista, mas o pouco que li de Gabriela até agora, me mostra um autor preocupado em denunciar, sim, algumas desigualdades de gênero. E para quem escreveu que todas as esposas de Jorge Amado são feias, bem, D. Sinhazinha, morena e roliça no livro, é descrita como bonita. Ora, até o fato das esposas – algumas delas ou a maioria, não sei – talvez indique o quanto o autor acredita que aquele modelo de casamento é daninho para as mulheres. E a novela mantém isso.

Eu sempre tive preconceito contra Jorge Amado com base na forma como a prostituição era mostrada em obras derivadas de suas obras. Tieta, Teresa Batista. Assisti esse material todo. A Gabriela original era muito mais condescendente em relação à prostituição, também. Não sei se isso é Jorge Amado, ou a leitura que fazem dele. É burrice – e eu professei essa burrice durante muito tempo – julgar qualquer obra por suas adaptações para outras mídias. Agora, nesta nova novela está claro o quão infelizes são as prostitutas. Por trás do glamour do Bataclã há toda uma série de histórias tristes, a começar pela da dona do bordel, Maria Machadão. O que fica evidente é que “de limões podemos fazer limonada” e, não, que as prostitutas são as mulheres mais felizes do mundo. Atentem para os diálogos. Há inclusive a introdução do tema da homofobia através da personagem Miss Pirangi. Ele não é o gay cômico, ele é mais um marginalizado que tem no bordel o único espaço no qual pode existir em (*relativa*) segurança. A cena dele com Lindinalva, quando ele a consola depois da tentativa de suicídio mostrou bem isso.

Valéria Fernandes disse...

Por fim, quando da greve do bordel, invenção da novela de 1975 e retomada nesta, não acho que houve a venda da idéia de que os homens eram insaciáveis e que isso era engraçado em si mesmo. Houve, sim, a mostra de como aqueles homens estavam assujeitados a este modelo de sexualidade sem limites, sem amarras. São os papéis de gênero impostos. Os homens que não seguem os padrões – Mundinho, Osmundo, o Prof. Josué (*que não tem dinheiro*), Juvenal – não saíram agarrando ninguém. As mulheres “de família”, educadas para na ter prazer, também perceberam a importância das prostitutas. Isso é naturalizado pela novela? Se você pega o episódio isolado, parece que, sim. Se você pega o conjunto da obra, percebe que há uma crítica (*várias, na verdade*) embutida.

E não estou dizendo que a novela é perfeita, mas que ela está levantando várias questões e colocando-as em discussão. A telenovela tem função social importante em nosso país. Glória Perez em uma entrevista disse que novela não deveria educas, mas que, infelizmente, tem essa função em nosso país. Na internet, o crime de honra foi condenado pela maioria dos comentaristas da novela. Vejam o Facebook e o Twitter.

É isso. Fiz quase outro post...

Anônimo disse...

Oi Lola

Também adoro a Malvina!
Mto bom o texto da Valeria q vc linkou.
Acabei de ler o texto da Tati Bernardi, a única coisa que salva são os comentários indignados.

Anônimo disse...

o texto da Tati Bernardi só precisa ser esquecido. não se dê importância ao que não tem importância. foi lido por pouca gente e a maioria não gostou. pior, pra um escritor, que simplesmente não se fale dele.

Anônimo disse...

lola, viu isso? http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1134938-pai-denuncia-ex-por-obesidade-da-filha.shtml

Sonado Alaikor disse...

Nunca li ele André, mas parece ser algo bastante sensato.

Anônimo disse...

Nacib de Jorge Amado nem era brasileiro e isso está bem retratado na Gabriela com Sônia Braga, 1975. O ator escolhido, Ammando Bógus, fez muito bem o papel mas esse Nacib de agora tem a fala e o visual de um jagunço nordesetino que destoa do papel original.

Anônimo disse...

acabo de ler que em 1960 foi feita a primeira novela Gabriela, na extinta TV Tupi com Paulo Autran (imagino no papel de Nacib).

Jorge Amado foi um escritor muito criticado em seu tempo, professores de Letras o detestavam e qdo o li dei-me conta do quanto ele denunciou a hipocrisia social, as injustiças sociais. E assim passei a apreciá-lo. E estou descobrindo outra Gabriela, criada por outro escritor brasileiro, 20 anos antes, no romance "Abdias", de Cyro dos Anjos. Como ainda estou no começo da leitura, nada tenho a opinar sobre essa Gabriela, 17 anos, estudante em um colégio de freiras, a ocupar a mente do profe de Literatura, quase 40 anos, casado...

Anônimo disse...

Há quem diga por ai que as mulheres, hoje, estão promíscuas. Sinceramente, apenas ouvi falar de um só caso de aparente promiscuidade referente a uma mulher (nota: não falei “promiscuidade feminina”, mas “referente a uma mulher”, uma vez que “feminina” presumiria uma promiscuidade inerente a qualquer e toda mulher”), no sentido de que houve baixa seletividade de parceiros, isto sim é promiscuidade, mas, ainda assim, não fora o paroxismo da promiscuidade, pois houve de ficar sabendo que a mulher em questão rejeitou um dos rapazes, enquanto ela, numa quadra de um colégio público, se refestelava nos corpos de outros três ou quatro rapazes ( vejam o que o instinto desenfreado de muitos rapazes, a ausência de uma moralidade sólida não é capaz de fazer com tais indivíduos – aceitando dividir a mesma mulher ao mesmo tempo com outros rapazes, eis ai os cafajestes). Poderia dizer, a partir disto, que todas as mulheres são promiscuas, o que incorreria na falácia de generalização apressada; agora se, sem sequer ter tomado conhecimento tão próximo (morava próximo ao colégio publico citado, acabara de sair de casa quando encontrei com alguns que estavam na referida quadra do tal colégio – e ainda estava acontecendo quando neste momento), apenas pela sensação que criei a partir de relatos de terceiros, quartos e quintos, ou de uma suposição superestimada, por ex., dos resultados decorrentes das vestimentas utilizadas por muitas mulheres (concluir a partir do fato de uma mulher usar roupas curtas e justas que ela é promíscua) no comportamento sexual delas.

Anônimo disse...

Shoujofan

Realmente, peguei a cena da greve do bordel no ar e ficou essa impressão. Obrigada pelo esclarecimento.
Uma curiosidade: em que pontos a Malvina te decepcionou no livro?

Anônimo disse...

para quem se interessar, mas particularmente para SHOUJOFAN pq me parece que ela faz estudos sobre o tema.
http://opus.grude.ufmg.br/opus/opusanexos.nsf/401ea73efc01934f83256c13006ab709/949cd5da3836d062832578ea0055d3cf/$FILE/A%20representa%C3%A7%C3%A3o%20feminina%20nos%20romances%20de%20Cyro%20dos%20Anjos%20-%20Geuvana%20Vieira%20de%20Oliveira.pdf

se o link sair truncado, o título do trabalho é "A representação feminina nos romances de Cyro dos Anjos", por Geuvana Vieira de Oliveira/Belo Horizonte/Faculdade de Letras da UFMG/2011

Anônimo disse...

fala é de um romance brasileiro de 1935, "O Amanuense Belmiro, de Cyro dos Anjos. “– Olhe, Belmiro, tenho pensado que o papel de indivíduos como nós é ficar à margem dessas coisas. O mundo está errado, mas receio que, apelando para a violência, se cometam erros maiores. Confio na evolução social." --Jandira, em "O Amanuense Belmiro", de Cyro dos Anjos

Anônimo disse...

A narrativa também mostra que ela defendia os direitos iguais entre os comportamentos dos indivíduos: “– Não acho graça nenhuma nisso. Vocês casados, deveriam ter mais compostura. E se as mulheres resolvessem adotar sua teoria, para enganar os maridos? Achariam bom?” --O Amanuense Belmiro, de Cyro dos Anjos

Mais uma vez, nota-se a atitude moderna de Jandira, que se
impunha e defendia as mulheres quanto à igualdade de direitos com os homens, questionando
o modo de agir devasso dos amigos.

====
todo o trecho acima faz parte do trablaho que indiquei acima.

Anônimo disse...

para Huan Icaro Piran
"Deus foi construído para dominar uma massa populacional com ritmo de crescimento exponencial, para fornecer uma forma de escape para as desilusões, frustrações, abdicações e, principalmente, para a ignorância, qualidade inerente e incorrigível dos fiéis religiosos."
Um Mito Chamado Deus
http://revendoareligiao.wordpress.com/2008/02/25/um-mito-chamado-deus/

Anônimo disse...

"Quem nunca saiu com o cara errado que a tire a primeira pedra! Mas atire nele, por favor."
Tati Bernardi

Anônimo disse...

Querida Shoujofan

Li alguns livros do Jorge Amado, mas, também não li Gabriela.
Não vi a versão original porque eu não era nascida.
Gosto muito do seu blog assim como curto muito o blog da Lola mas discordo de alguns pontos de vista da sua parte.
Não sei como foi a Malvina da ótima Elizabeth Savalla, mas, a Malvina interpretada pela competente Vanessa Giácomo é interessante.
Ela tem um tom de humor e um charme brejeiro mas nem por isso deixa de mostrar raiva e inconformismo pela situação de machismo e hipocrisia da sociedade brasileira daquela época.
Apesar de ter tido apenas uma cena de agressão do pai contra a filha, as cenas de rejeição e preconceito são bem incômodas.
O sempre ótimo Chico Diaz com seu asqueroso Coronel Melk sempre destrata a filha, diz que a mãe não educa direito, fala que queria ter tido filho homem e filha mulher e que ela não tem que desejar estudar e trabalhar e sim arrumar marido.
Pra mim, cenas de humilhação e preconceito são tão (ou até mais) incômodas quanto cenas de agressão.
Outro detalhe, a mãe bateu na Malvina apenas(não que o "apenas" seja correto em visto que agressão é agressão) com um tapa no rosto quando esta defendeu o direito de Sinhazinha e dr Osmundo de serem felizes e não de terem sido assassinados.
Na cena que ela rejeita o pretende canalha e mal caráter, o pai a espanca sim.
Ele protagoniza uma desagradável sequência de tapas em Malvina que foge, e acaba sobrando pra mãe.
Quanto a Geruza, NÃO concordo que ela seja "viva, madura e esperta". A Geruza (pelo menos esta da nova versão) se encontra com Mundinho graças ao incentivo de Malvina.
Ela é muito passiva e submissa. E ao contrário de Malvina tem o pensamento retrográdo e machista da maioria das mulheres daquela época, é só lembrar da cena em que as meninas conversam sobre o destino de Lindinalva. Enquanto malvina se revolta por ela ter sido hostilizada por ter sido seduzida(talvez até estuprada em vista que ele "forçou a situação") pelo noivo cafajeste, Geruza acha certo a discriminação contra Lindinalva porque ela perdeu seu maior presente (a virgindade, para as mulheres daquela época).
Enfim, entre erros e acertos, esta versão está me agradando.
Muitos comentaram sobre as mulheres casadas serem (não necessariamente feias) pouco atraentes, amargas e mal humoradas, mas, devemos reparar no tipo de homem com quem elas eram obrigadas a ficarem casadas.
Primeiro: casamento era sempre arranjado.
Segundo: sexo era só pra procriação. Por isso elas tinham muitos filhos, para "cumprirem seus deveres matrimoniais" porém, sem existir o direito de ter "prazer" em vista que isso era visto como algo que só homens e prostitutas tinham.
Terceiro(e não menos importante): OS MARIDOS! Na novela, os coronéis são homens de idade avançada, feios, de aspecto de ogros, agressivos, mal educados, grossos, enfim, quase todos os misóginos coronéis são extremamente asquerosos!

E ainda perguntam porque as mulheres daquela época não eram vaidosas, viviam enfiadas em igreja e eram mal humoradas? É só analisar as "criaturas" que tinham que aturar até o fim da vida!

Sawl

Sonado Alaikor disse...

Anonimo 13:55

Não saquei a lógica de seu link ser focado para minha pessoa. Olha, eu não debato religiosidade e espiritualidade, tão pouco crenças, se você tiver um culto, credo, igreja ou qualquer outra forma de local de tal finalidade e me convidar é possível que eu vá pela experiencia antropológica, mas não vou me converter e nem debater a respeito.
Mas antes de eu voltar a ignorar esse foco de dialogo, pode me dizer o "motivo, causa ou circunstancia" ao qual evocou isso?

'-'

Anônimo disse...

ooops, Huan, enviei o link pq vc estuda História e quem estuda História é sempre interessado em assuntos intelectuais particularmente os que causam polêmica esses sim nos ajudam a trabalhar o racional x emocional, desculpa lá a inconveniência... eu poderia ter enviado pra Shoujofan tb, mas já havia enviado outro link pra ela... aqui e ali escolho pessoas cujos comentários vejo intelectualidade acima da média, foi isso.

Sonado Alaikor disse...

Anonimo 14:38

Desculpe pela forma grosseira, mas eu ando me incomodando demais com questões de religiosidade ultimamente, seja por conta de algumas pessoas de crença, seja por algumas pessoas sem, dai ando um pouco defensivo. Minhas mais sinceras desculpas, foi um erro total e completo meu.

Anônimo disse...

Pedido de desculpas aceito, HIP. Nem me caiu grosseiro seu comentário anterior, apenas achei que te incomodou e vc me questionou, nada de mais (pra mim). Reconheço que por vezes as pessoas se sentem melindradas com determinados assuntos e passam a enxergar as coisas segundo concebem em seu espírito sem tomar em conta a universalidade do assunto. E isso é o que nos faz humanos.

Valéria Fernandes disse...

Sawl, eu estava falando da Jerusa e da Malvina do livro em comparação com as da novela. Comecei a ler o livro ontem. Mas eu recomendo pegar alguns vídeos da novela de 1975 e comparar as Malvinas. ;-)

Anônimo disse...

Querida Shoujofan

Valeu por ter explicado. Ainda vou ler o livro pra poder comparar com ambas das versões para tv.
Abração.

:)

Sawl

juli lopes disse...

Não vejo essa novela, mas depois de ler o post e os comentários aqui, fui ver alguns vídeos no site da Globo. Realmente, como alguém disse, eles douram a pílula nos títulos e resumos dos capítulos, como esse: "Jesuino faz impor sua vontade e se deita com Sinhazinha"... Ele não se deita, ele a estupra. Pode ser que no livro seja descrito assim, mas podiam usar o termo correto no site.

No capítulo de 24 de julho há o seguinte diálogo:
"Tá chorando, Dona Florzinha?Foi morte na família?
Foi pior que morte! A afilhada dela se perdeu..."
Aff, pior que a morte!!!

Na sequencia da cena, Malvina pergunta à mãe e a visita se não corria às duas que a culpa não fosse da moça e sim do noivo que havia forçado o sexo. A resposta: "Coitada, não. Cedeu foi porque quis. Moça decente morre as não entrega seu tesouro: a virgindade!"
Graças a Deus minha filha nasceu numa época um pouquinho melhor! E digo um pouquinho, porque como
já foi falado aqui, esses juízos de valor podem ser em menor escala, mas ainda existem e, ainda hoje, a culpa ainda é da vítima!!

EneidaMelo disse...

Concordo com a Liana hc. Mulher machista sofre um tipo de Síndrome de Estocolmo, talvez como estratégia de sobrevivência.

Anônimo disse...

Em Confusões de Um Viúvo, encontramos Leonardo, jovem arquiteto, viúvo há dois anos e pai de duas lindas meninas. Ainda sofrendo com a saudade da esposa, a quem amava muito, tenta evitar o assédio de outras mulheres, pois acha que tem problemas suficientes para lidar – o trabalho, os cuidados com as filhas, a sogra dominadora, amigos que tentam arrumar-lhe um novo amor e a doença de sua mãe. Em meio a tudo isso, a nova professora de balé das meninas, Bruna, parece trazer consigo uma onda de azar a cada encontro. A atração entre eles é inevitável. Acompanhe as aventuras e desventuras de Leonardo nos belos cenários da cidade de Porto Alegre e da serra gaúcha.
http://www.thiagodamaso.blogspot.com/

Anônimo disse...

pra quem quise ler uma geral sobre a obra de Jorge Amado, já que hoje ele completaria 100anos
http://br.noticias.yahoo.com/os-100-anos-jorge-amado-da-literatura-para-163600923.html

Anônimo disse...

Juliana Paes nada tem a ver com a personagem Gabriela. Bruna Linzmeyer teria sido uma escolha bem melhor, mais dentro da digamos realidade com que Jorge Amado criou o enredo para Gabriela, Cravo e Canela.

Julia disse...

A cena da Malvina no capítulo de anteontem me emocionou muito. Ela dizendo todas as verdades na cara daquele povo mesquinho e machista. Eu tinha medo que essa cena não tivesse a carga emocional necessária, mas teve. A Vanessa Giácomo foi perfeita. Eu confesso que só assisto a minissérie por causa da Malvina, aliás, pra mim deveria ser ela o título do livro e minissérie. Tá, parei. É que to achando a minissérie muito fraca, e Gabriela ainda não disse a que veio. É só seu Nacib pra lá, seu Nacib pra cá, servindo acarajé. Ela não dá nem um "passa fora" satisfatório no cara que fica infernizando ela a assediando diariamente. Eu fico me perguntando pq a novela fez tanto sucesso, se foi só por causa da bunda da Sônia Braga mesmo. A Malvina sim, não deixa dúvida de nada. É uma heroína. Precisava ter muita coragem pra ser Malvina naqueles tempos. Hoje ainda precisa, imagina nos anos 20. Eu acompanhei a repercussão do assassinato da Sinhazinha no twitter e o que tinha de gente assinalando que ela havia traído o marido não está no gibi. Como se isso tivesse alguma relevância! As pessoas esqueciam que ela vivia um casamento infeliz em que era tratado como uma coisa para satisfação do marido, era seguidamente estuprada, não tinha opção de se separar e se apaixonou por um homem que a tratava dignamente. Fora o detalhe que o Coronel também a traiu. E eu tenho tanto nojo do personagem Berto que estou pegando antipatia até pelo ator.

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A cena da Malvina DI-VAN-DO. Impossível não virar fã da Vanessa Giácomo depois disso.

VEJAM! VEJAM! VEJAM!

http://tvg.globo.com/novelas/gabriela/videos/t/cenas/v/malvina-afirma-que-nao-se-casara-com-berto/2080619/

Anônimo disse...

leiam o livro, minha gente.
“A televisão é o ópio do povo.”
-Severino Mandacaru

Anônimo disse...

Nessa discussão sobre baixarias na TV e a má qualidade generalizada do que vai ao ar, ninguém se lembra que toda casa brasileira” ... “tem uma arma eficaz de autodefesa” ... “o nome da arma é controle remoto.”
-L.F. Veríssimo

Anônimo disse...

rs... eu quis dizer pra lerem o livro de Jorge Amado - Grabriela, Cravo e Canela; e que a TV é o ópio do povo e agora que vi o comentário me pareceu que o dizer é o título de um livro... falha na communication, sorry

Anônimo disse...

Se vcs forem na Wikipedia apenas pra saber que grande homem foi ele no Ceará... Rodolfo Marcos Teófilo (Salvador, 6 de maio de 1853 — Fortaleza, 2 de julho de 1932)[1] foi um escritor brasileiro de estética literária regional-naturalista, farmacêutico, poeta, documentarista, contista e articulista.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rodolfo_te%C3%B3filo

A FOME, romance de Rodolfo Teófilo.
O escritor, nascido na Bahia, é considerado um dos maiores representantes da literatura cearense. Todavia, seu nome não é muito comum nos manuais de História da Literatura Brasileira.
http://www.literaturaemfoco.com/?p=265

Considerando que esses romances que abordam injustiças sociais ainda são tão atuais no Brasil, acho que a literatura brasileira deveria não se esquecer das obras literárias do século XIX em particular. Coisas assim a TB brasileira nao toma em sério pra levar pras telas, sem fazer sensacionalismo, quero dizer.

Neide Barros disse...

O engraçado (se pode ser chamado assim) é que a atriz Maite Proença (que fez a Sinhazinha) passou por uma tragédia assim na infância, qdo seu pai matou sua mãe por adultério.
http://www.terra.com.br/istoegente/148/reportagens/capa_paixao_familia_proenca.htm

Ana disse...

@Ju
"Eu confesso que só assisto a minissérie por causa da Malvina, aliás, pra mim deveria ser ela o título do livro e minissérie. Tá, parei."

Opa, que é isso! BELÍSSIMA IDÉIA!
De fato seria muito mais interessante se a novela fosse "Malvina" e não "Gabriela"!

MENINA VOCÊ É UM GÊNIO, KKK

Só acho que iam ter que mudar um pouquinho o arranjo da música de abertura, kkkkk

"É só seu Nacib pra lá, seu Nacib pra cá, servindo acarajé."[2]

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
eu me divirto muito aqui nesse blog, meldels

E valeu pela dica vou assitir a cena! ;)

Sara disse...

É bem dificil acreditar que a Maite Proença tenha conseguido realizar a mesma cena que seus próprios pais protagonizaram no passado.
E é inacreditavel que o fascinora do pai dela tenha saido livre de dois julgamentos ao qual foi submetido, as vezes penso que é mais grave matar um animal do que uma mulher em nossa terra.

Anônimo disse...

e querem saber pq Maitê Proença nao se casou no papel? pra continuar recebendo a pensao que o pai deixou, o cara tinha um algo cargo como funcionário público e pela lei a filha solteira continua recebendo a grana após a morte do pai, ou a lei mudou?

eu tenho conheci duas moças que se arranjaram na vida apenas pelo benefício dessa lei... ambas ficaram solteiras a propósito, pois sem parceiro nao ficarao, e como elas tinham o pai e a mae altos funcionários do governo, a grana que recebiam ou ainda recebe foi/é alta.

Anônimo disse...

meu corte de cabelo é assim como o da Malvina, agora só me falta o cirurgião plástico pra dar um toque aqui e ali, nada radical... rs... apenas suavizar a expressão do rosto... mas como isso nunca vai acontecer, melhor eu manter um sorriso aberto.

Anônimo disse...

esse casal que cada qual levou um tiro na cama... foi assim que morreu PCFaria com a namorada...

Anônimo disse...

Imagine um livro que tenha como pano de fundo a Belle Époque carioca, que contenha cenas de sexo, drogas (cocaína) e seja embalado por uma sonoridade jazzística e que, por fim, tenha sido escrito em 1934? Esse livro existe, "A Mulher Carioca de 22 Anos"
http://www.literaturaemfoco.com/?p=3160

Ellien disse...

Gente, eu fiquei passada com isso também, como foi para a Maitê Proença protagonizar essa cena, sendo ela filha de uma mulher assassinada pelo pai, que foi absolvido pelo tal do "crime de honra"?

Gostaria de saber o que ela pensa disso, qual foi o seu objetivo ao aceitar esse papel sabendo desse destino.

Minh aindignação ao saber da história da família Proença foi muito grande. Na época, o "Correio Popular" de Campinas estampou "Campinas lava sua honra", contando o caso do marido que assassinara a mulher após confirmar as suspeitas de traição. E isso não faz tanto tempo assim, foi na década de 70. Maitê, então com 12 anos, foi testemunha de defesa do homem que matou sua mãe com 11 facadas, dizendo ao juiz que vira seu amante de pijama no sofá-cama da mãe.
Simplesmente chocada sobre como as pessoas legitimam até hoje crimes como esse, ainda conheço pessoas que dizem que matariam se traídos.

Anônimo disse...

Quando estreou a série vi pessoas do movimento negro reclamando que o livro "Quarto de Despejo" foi muito mais vendido na época e que Gabriela é uma história machista. Bom, acredito que "Quarto de Despejo" tenha sido mais vendido e que haja uma falta de interesse nele, mas discordo quanto à Gabriela ser machista! Não li o livro e não tenho visto a série todos os dias, mas pelo pouco que vi deu pra perceber uma crítica à sociedade! E quando D. Sinhazinha entra no Bataclã, olha admirada para as moças e depois comenta na igreja: "a minha diferença com elas é que nasci na Casa Grande"! além de Malvina, questionadora e grande leitora, e Gabriela, mais "simples", com menos estudo, mas não menos "livre".

Caroline disse...

Eu só espero que até o final a novela mostre com mais clareza que se trata de uma crítica à sociedade da época, pra não fazer como o filme Tropa de Elite, que fez tanto sucesso como filme de ação que precisou de um segundo filme para deixar claro o que realmente queriam dizer (e o segundo filme é bem melhor).

Carolina Guedes disse...

Olha só, voltei aqui nesse post só pra postar essa notinha sobre os próximos capitulos de Gabriela, quando Nacib vai pegar a esposa na cama com outro...

Ai olha só dois comentários:

de uma moça: "Essa Gabreiela é uma #$%$ tinha que ir para o Batacãn."

e de um rapaz: "Não vai fazer nada. Corno assumido. Ele vai deixar passar..."

O comentário da moça já tem votos positivos.

A notinha: http://br.tv.yahoo.com/blogs/notas-tv/gabriela-nacib-flagra-mulher-com-tonico-e-aponta-124307017.html

Acho que é bem emblemático de tudo que é tratado nesse post. Além de ser triste. A moça logo taxa a outra de puta e o cara já trata Nacib como um "corno manso sem pulso" pq não vai fazer nada, em outras palavras, na concepção dele, o certo seria tomar uma atitude drástica e "lavar a honra".

Só posso dizer que tá foda.

Leandro disse...

O que esperar de uma bosta de livro escrito por um esquerdista como o Jorge Amado (o cara era filiado ao Partidão)? Se quer saber os costumes da época, leiam, por exemplo, O Cortiço, de Aluísio de Azevedo...

Anubis visão disse...

Quer dizer que a senhora Lola é. Do movimento feminista e o machistas estão errados é o seu primeiro erro, segundo erro e esse sobre a análise feita a novela, os fatos que si passã são legítimos e independente de você ou eu ou qualquer um gostar tem que ser expostos dessa maneira, qualquer alteração dos comportamentos dos personagens feitos pelo escritor ou pelo realizador serão uma farsa a realidade, por exemplo, você eu não sei de que planeta veio mas eu nasci no nordeste e vou te dizer levei "taca" de arrancar os couros das costas por muito menos do que a Malvina faz, e não mi venha dizer que ela é dura , porque a realidade é bem diferente da ficção, o olhar corajoso e desafiador que a atriz que representa Malvina lança ao pai dela, na novela, desaparecia na primeira lapada de couro de sola que leva se, outra coisa senhora assim, quando vai sair a chuva, não leva por acaso o guarda chuva? O senhor oficial se polícia e muitos outros profissionais até mesmo atividades pouco perigosas utilizão material de proteção ou que seja pelo menos medidas preventivas para não si machucarem... Porque que a doida da sinhazinha saiu dando a torto e a direito modernista de dia e de noite, o marido pegou ela; desculpa mas vou ter que usar esta palavra é mais forte; fudendo com o amante só podia terminar daquele jeito, e não queirão acabar com as expressões nordestinas, os tempos são outros realmente as pessoas casam hoje separam e não ligão a mínima, os homens ja não são o que deviam ser engravidao as mulheres não assumem seus filhos deichãonos aí com mães que ainda nem passarão o resguardo e ja ta numa calça jeans a irem para um forró ainda com os postos do parto, ou outras que pararem e deichão os filhos em banheiros públicos, esse é o mundo moderno onde ninguém respeita ninguém, essa novela até esta sendo bem light comparado com a brabesa daquela época e si você si pergunta como é que eu sei disso porque ainda conheci um doa meus três dos meus avós filhos de sonos de engenhos venho de um lugar que ainda imperão muitos destes costumes onde nem a eletricidade ainda chegou direito, mas ao contrário do que os leitores pensam é maravilhoso de si viver, estou na Europa a 7 anos entre Portugal e Espanha mas sempre com um aperto no peito de saudade, nãodefendo que si deva matar uma pessoa por traição, até porque para mim os "homens" que andão por aí nem podem si dizer traídos porque traídos são aqueles que andão com mulheres de verdade as quais os propios são fiéis, o que é muito difícil, e estas muitas vezes por culpa deles ou mesmo por coceira na b...ta si entregão a outros, o sentimento de traição vem daquela pessoa que julgamos de índole e que jamais esperávamos qualquer atitude controversa, é quando queimamos a mão no fogo, não si sente com uma piriguete qualquer ou um gogoboy. Em resumo adoro os poucos atores que representam bem seus papéis na novela os que conseguem repassar os sotaques os aí conseguem mi fazer lembrar do meu povo, das pessoas más e das pessoas boas como o Berto(mal) e Gabriela(boa)qUE são personagens bem reais, acho que a personagem de dona sinhazinha não sei si pela atriz que não si encaixou bem ao personagem porque é um personagem nordestino e a mim mi saca mais uma dondoca da mesma época só que lá do sul do país muito frágil, não sei porque mas não gostei... Quer dizer, si estou a ser sincero no que escrevo aqui não posso deixar de citar o fato lamentável de a atriz Maitê Proença ter deixado vazar na net um vídeo pejorativo sobre a cultura portuguesa e isso mi faz desacreditar que ela tenha vestido a pele verdadeiramente de outra cultura que não a dela, um abraço a você senhora Lola!

Luciana disse...

Eu sei que estou comentando num post mega antigo mas eu fui jurada num julgamento de assassinato. Basicamente o acusado alegou que matou o padrasto da esposa pois ele teria "passado a mão na bunda dela" em duas ocasiões. O assassinato? Tiro nas costas enquanto a vítima corria para dentro de casa. A arma do crime? Um revólver que ele pegou emprestado dias antes com outro parente e manteve escondido até o dia do crime. A defesa? Legítima defesa da honra, um homem bom, que não merecia ir pra cadeia ficar enjaulado com homens maus, que poderia aprender coisa errada lá. O resultado? Condenado a 14 anos em regime fechado, qualificado por a vítima não ter tido chance de defesa e atenuado, isso mesmo, ATENUADO, por ter sido em defesa da honra.

Em 2014. DEFESA DA HONRA EM 2014.

E não sei se todos sabem como funciona mas quem decide se é qualificado ou tem atenuante é o corpo de jurados. O juíz apenas faz a dosimetria, o cálculo da pena com base no que é votado pelos jurados, que era maioria de homens, por sinal.

Ta aí um estudo que seria interessante mas não sei se resultados de votações de jurados aparecem na transcrição dos julgamentos.

E por fim mas não menos importante: pelo pouco do processo que consegui ler durante o julgamento dava pra entender claramente que o negócio foi briga por divisão de terras. Na polícia os depoimentos iam pra esse caminho mas os depoimentos em juízo fizeram essa guinada para a defesa da honra e a passada de mão na bunda que, pelo que pude ver, não foi citada quando o caso estava sendo investigado pela polícia.