quinta-feira, 11 de outubro de 2012

GUEST POST: SOU ASSEXUAL, TUDO NORMAL

Uma leitora, a G, que pediu pra não ser identificada, lembrou que eu tinha pedido um post sobre assexualidade. Como ninguém se manifestou, ela decidiu escrever um. Tá aqui. Um assunto que eu e muita gente desconhecemos, mas uma -- hum, não sei como chamar: opção? orientação? identidade? -- que, como todas as outras, merece respeito.
 
Penso que não há uma definição exata pra assexualidade. É muito pessoal. Em comum, apenas a falta de interesse em sexo. De resto, cada assexual é fundamentalmente diferente em sua história de vida e no modo como se sente quanto a relacionamentos, atração física, masturbação... Por isso, vou me ater a minha história. Não sou ninguém pra representar todos os assexuais!
Fui uma criança super dentro dos padrões até os 12 anos. Tinha inclusive minhas paixonites de escola. Depois disso, minhas amigas começaram a beijar garotos. Me contavam suas histórias e eu fingia interesse. No final da 8ª série, vendo que eu era a única pessoa que conhecia que ainda não havia beijado ninguém, inventei que tinha beijado um garoto desconhecido nas férias de julho. E assim escapei das pressões que poderia sofrer das amiguinhas.
Aos 16, gostei de alguém de verdade pela primeira vez. Era um cara um pouco mais velho, lindo, divertido... Tudo indicava que ia rolar alguma coisa entre nós. Mas ele saiu da escola e nunca mais nos falamos. Logo o esqueci.
O tempo foi passando. Não me interessei por mais ninguém, e ninguém nunca me abordou diretamente (a não ser em baladas, porque né, só faltava).
Já encanei muito com isso. Tudo bem, eu não me interesso por ninguém, mas de todos os homens que conheci até hoje, nenhum nunca se interessou verdadeiramente por mim? Hoje, depois de muito pensar nisso, creio que passo uma "aura" de desinteresse, mesmo. Não dou abertura.
Minhas poucas amigas que sabem dizem que sou a pessoa mais bem resolvida que elas conhecem. Acho que isso transparece, sabe?
Aos 19, percebi que tinha algo de diferente comigo. Eu não sentia a MENOR necessidade de ter um relacionamento. Muito menos de pegar alguém por diversão. Era auto-suficiente, talvez até demais.
Sentia falta de poder me definir. De pertencer a algo. De saber que tinha gente que se sentia como eu. Claro que já tinha ouvido o termo assexual, e resolvi pesquisar.
Cheguei ao AVEN (que significa, em português, Rede da Visibilidade e Educação Assexual), e lendo o FAQ deles percebi: SOU EU! É assim que me sinto! [Nota da Lola: Aqui, uma reportagem, em inglês, com o fundador muito bonitinho do AVEN].
Lá, aprendi que assexuais podem ser românticos (inclinados a terem relacionamentos) ou arromânticos, hétero ou gays, enfim, dentro da assexualidade existe todo um universo de particularidades. E que pelo menos 1% da população se identifica como assexual.
Aliás, a assexualidade me ajudou a perceber que é assim com todo mundo. Você pode ser uma mulher hétero, mas só gostar de assistir pornô lésbico... Você pode ser gay e se relacionar com uma mulher, e ainda assim continua sendo gay. Enfim, são apenas enormes categorias em que você se encaixa (ou onde você não quer se encaixar), mas cada um é profundamente diferente!
Na verdade, eu me encaixo mais em "gray-a" (a área entre assexual e sexual). Me masturbo, acho algumas pessoas atraentes, enfim... Apenas não sinto a menor necessidade ou vontade de fazer sexo.
Hoje, aos 21 anos, sou o que na minha adolescência chamavam de "bv" e, obviamente, virgem. Mas me vejo no futuro gostando tanto de alguém que sentirei vontade de fazer sexo com ele. Não seria vergonha nenhuma pra mim ou hipocrisia da minha parte.
Quanto à sociedade... Bom, não sofro muita pressão porque nunca saí do armário "publicamente", apenas para um núcleo muito próximo mesmo. E, ao longo do tempo, aprendi a falar de sexo como se entendesse alguma coisa, a desviar de assuntos mais específicos.
Tenho preferido me esconder, pelo menos por enquanto. Isso porque não acho que as pessoas vão entender. Já pude perceber pelas poucas vezes na vida em que o tema da assexualidade surgiu nos meus círculos sociais. Vão dizer que é desculpa pro meu fracasso amoroso, que é impossível alguém não gostar de sexo, que tô querendo chamar atenção.
As pessoas que considero importantes, e que me conhecem de verdade, sabem. E se mostraram muito compreensivas. Só que ainda não sinto necessidade de levantar bandeira. Quem sabe num futuro próximo?

126 comentários:

Anônimo disse...

Normal, a maioria das mulheres e assexual,senso comum puro !

Anônimo disse...

Vejam este teste do programa televisivo The Love School,muito interessante o teste que ele fizeram na paulista, com dois modelos, um feminino e outro masculino.
com uma camera escondida, eles filmaram quando os dois jovens modelos, lindos caminhavam pala calçada, enquanto o modelo masculino não atraia nenhum tipo de interesse feminino, apesar de ser belo e alto, a modelo feminina era assediada com olhares incontroláveis de vários homens !
muito interessante!

http://www.youtube.com/watch?v=egKUY1PjwpE

luaninha disse...

Lembro do post em que você pediu isso, Lola. E fiquei pensando se escrevia ou não. Mas nunca cheguei a pesquisar o assunto, nem tinha assim uma definição sobre mim...hoje mesmo não sei se tenho e não sei se é necessário mesmo.

Tenho 30 anos, nunca tive um relacionamento e sou virgem.
Já fiquei com alguns caras (beijos, amassos e tal) e era até legal. Mas se as coisas esquentassem demais, eu perdia o interesse.
Não, não tem nada de errado com meus hormônios, não fui abusada, não estou querendo chamar atenção, e não tenho traumas diferentes dos pequenos traumas de ser mulher num mundo machista. Também não acho que eu tenho que fazer sexo pra depois decidir se gosto ou não. Se não quis fazer, não sou obrigada. Simples assim...

Me sinto atraída por alguns caras, mas é aquela coisa...se a gente se aproximar, ele vai querer mais do que eu estou disposta, então melhor deixar as coisas assim.
Não sinto realmente vontade de transar, mesmo que me masturbe. E não, não digo isso pra ninguém. Minha família e amigos já acham estranho que eu prefira estudar, trabalhar, ver filmes e viajar em vez de me preocupar com um namorado, ou pensar em casar e ter filhos, imagina se eu digo que não tenho vontade de fazer sexo!

Enfim, depois de procurar saber mais sobre o tema, encontrei grupos, comunidades e isso me ajudou a relaxar. A ver que não era a única. E aceitei que não é anormal ser diferente do que se estabelece como correto. Que somos só pessoas tentando levar as nossas vidas da melhor forma, e que estamos sempre prontos a apontar os dedos uns pros outros e condenar, sem saber o que se passa com o outro.

Não tem nada de errado não querer fazer sexo, do mesmo jeito que não tem nada de errado querer e fazer (desde que seja consensual, obviamente).

E não é sempre engraçado isso? Como estamos sempre prontos a querer saber e discutir sobre a vida sexual (ou falta de) do outro? Como se tivéssemos o direito de sair dizendo 'fulano é gay?' 'é lésbica?' 'ah, é uma vadia' 'traveco' e todas as variantes.Como se isso fosse da nossa conta, ou se fosse indicação de caráter. Entendo as lutas´e acho que são importantes, mas na maioria das vezes, são pessoas do alto da sua 'normalidade' que se vêem no direito de especular e julgar a vida dos outros com base em suas orientações sexuais.

[não há nenhuma nota de raiva ou provocação neste post, antes que algum troll diga isso]

Chibi disse...

Eu acompanho sempre o blog, e sentia também falta da abordagem desse tema - não só aqui, mas em todos os blogs feministas que acompanho. Tanto se fala sobre sexualidade, heterossexualidade, bissexualidade, homossexualidade... Como se todos fôssemos sexuais. Parabéns pela iniciativa, G. :)

Eu me identifiquei com a assexualidade desde que ouvi falar pela primeira vez, há muitos anos atrás, por um amigo que achava (e acha) estranhíssimo meu desinteresse pelas pessoas. Na minha adolescência, não tive paixonites por professores, colegas, rapazes ou moças de qualquer idade. E sempre estive muito bem com isso e dizia a quem quisesse ouvir, não havia problemas ou vergonhas; aliás, por algum motivo, isso sempre me ajudou a dar ótimos conselhos pros meus amigos e pras minhas irmãs.
Eu nunca havia me interessado por alguém até conhecer um certo rapaz, aos 17 anos, e eu quis desesperadamente que ele não se interessasse por mim - isso eu não admiti, mas sempre conversava com algumas amigas que eu sabia que teríamos problemas, já que ele ia querer um tipo de relacionamento que eu não tinha interesse. Elas, é claro, foram compreensivas e me disseram que era medo, que depois tudo ficaria mais fácil, e eu não ousei dizer a verdade - que meu problema era que eu imaginava uma relação com mãos dadas e afagos, quase como uma amizade mais carinhosa, mas nunca um relacionamento sexual. Nunca.
Nós namoramos há 2 anos, aos 18 dei meu primeiro beijo, e mesmo assim sou indiferente a todxs xs outrxs - e (ele que não me ouça!) não sinto essa vontade de ter um contato sexual com ele. Eu o amo, e muito, mas meus sentimentos são completamente separados de ~vontades carnais~, digamos assim. Ele é um lindo e super compreensivo, mesmo que não saiba disso e entenda como um "ainda não tô pronta", mas percebo sempre que ele quer mais do que ele atualmente tem. E é uma droga. :I

Ai, que desabafo gigante. HAHAHAHAHA É mesmo raro encontrar assexuais (mas, incrivelmente, tenho uma amiga que é e ouvi falar de outro, por amigos). É sempre bom saber que não estamos sozinhos. :)

Beijos.

Caroline disse...

Eu realmente ainda não consegui compreender bem, havia formulado um conceito pessoal de que assexuais não tinham nenhum tipo de interesse por sexo, mas se há masturbação há um interesse, é isso ou ainda tou confusa? Eu tenho uma amiga de 27 anos, ela é bem tímida e discreta e as pessoas atribuem a isso o fato de ela ainda ser BV e, claro, virgem. Ela é vaidosa, se cuida, é bonita, mas simplesmente não sai de casa, a não ser acompanhada pelos irmãos, a mãe ou alguma das amigas. Concluiu o ensino médio e não teve mais interesse em estudar. Não sei nem se ela sabe que existe isso de assexualidade, talvez ela conseguisse se abrir mais pro mundo (estudar, trabalhar) se ela se identificasse nesse perfil. Ou vai ver que ela nem é, né? Tô só conjecturando, pois como amiga dela desde a infância me preocupo por ela não viver realmente a vida, ficar só em casa... Sei lá, vai ver sou intrometida e ela está bem como está. Não tenho coragem de abordar o assunto, não quero ser indiscreta e me intrometer na vida dela.

Anônimo disse...

Super normal, há comunidades de pessoas assexuadas e li sobre casais assexuados que fazem sexo somente se quiserem ter filhos.

Kika

Gabriele disse...

Muito interessante, vou confessar que eu duvidava da existência de assexuais, tinha um preconceito.
É algo muito pouco falado, eu só tinha como referência o Morrissey.
Mas este texto me fez repensar a questão, achei muito interessante ver a busca destas pessoas por visibilidade, e como deve ser difícil para elas viver em um mundo onde a sexualidade é tratada de forma tão impositiva.
Como gosto da psicanálise, entendo que todos são dotados de sexualidade, só que sexualidade entendida no sentido geral, de pulsão de vida, que pode ser direcionada para diversas coisas: a atividade sexual em si, ou não. Se os assexuais sentem-se bem da forma que são, quem somos nós pra julgar?
parabéns pelo texto!

Mirella disse...

Anon das 11:18,


Mulheres que não querem transar com você não são assexuadas, são apenas sensatas.

Rodrigo Souza disse...

G, vou dar uma volta mas já retorno.

Eu amo minha namorada, profundamente. Cada dia que não posso vê-la pela webcam no fim do dia (coisa que vai ser resolvida muito em breve) é um dia mais vazio. Meus sentimentos por ela vão além do sexo, além da paixão. Tenho também um grande respeito intelectual, cultural pela pessoa que ela é. Eu AMO ouvi-la falar, mesmo de coisas que não curto imediatamente (Harry Potter, por exemplo), mas acho divertido a forma como ela cita trechos, personagens e ações.

Essa viagem/declaração toda serve para ilustrar que compreendo que no fundo isso tudo é hormonal. Não me sinto menos humano ou menos romântico por compreender que se de uma hora pra outra eu parar de secretar oxitocina, dopamina e tantas outras dezenas de substâncias isso tudo vai sofrer um abalo significativo. Aliás me sinto um profundo felizardo por babar quilolitros (tá, sei que é hipérbole) de hormônios por ela todos os dias. Faz parte do mix evolutivo que nos faz mamíferos capazes de nossos importantes laços sociais.

Mas quem não partilha de algumas dessas características hormonais é menos humano? Não acho. O mix de hormônios que constrói meu organismo e vivência é bem diferente e único de qualquer outro mamífero na terra pessoa na terra. Eu não sou um predador sexual sedento por cópula como a maioria dos mascus costuma dizer que é, mas tenho tesão, tenho fantasias e sei porque eu as tenho. Mesmo assim, de certa forma entendo como você vê o mundo, G. Passei um aparte da minha vida também com baixo apreço por sexo. Entendo que nossa espécie é complexa o suficiente para que suporte pequenas variações dentro de nossa intrincada bioquímica molecular. Você pode não curtir de sexo, mas pelo que pude ler em seu texto você gosta de pessoas.

Tem gente que sente um genuíno anseio por sexo compulsivo? Certamente. Mas há também as pessoas que sentem pouco ou mesmo não sentem e isso é uma representação do quão ricos são nossos componentes genótipos e fenótipos e quão diversa é nossa espécie. E isso não nos afeta enquanto espécie em nossa capacidade de reproduzir. Somos capazes de continuar existindo em taxa crescente de aumento populacional mesmo havendo um número significativo de orientações sexuais que natralmente não se reproduzem mas que sentem em seus hipotálamos, medulas e cérebros as mesmas necessidades de companheirismo, construção de relacionamentos, amizade, amor e... eventualmente, sexo. Nada mais natural.

A primeira imagem que cliquei no artigo da Lola foi justamente o bingo, pois quis ver se haveria lá no meio o "argumento dos hormônios". Batata. E bem no meio da tabela. Sempre me pergunto: porque esse livre-descarte do que nos faz genuinamente humanos via olhar científico? G, acho que é sim hormonal. Você não gosta de sexo com pessoas porque em algum lugar do seu cérebro/glândulas não há o receptor para isso ser ativado. E isso não te faz uma pária ou uma anormal. Apena não te faz sexual nesse contexto e é normalíssimo que variações aconteçam.

Um dia pode vir a experimentar sexo? Talvez. Como também não e isso é normal. Bilhões de pessoas no mundo tem poucos ou nenhum receptor para centenas de funções corporais e mentais. Só é chocante para a maioria por ignorância e tabu. Seja feliz sem sexo. Você melhor do que ninguém sabe que é plenamente possível.

Anônimo disse...

Aqui fala um pouco de homens e mulheres assexuados.
revistamarieclaire.globo.com/Revista/Common/1,,EMI186425-17596,00.html

luaninha disse...

Caroline,

Me intrometendo...

Esses links que estão no post esclarecem bastante coisa, compensa dar uma lida :)

O fato de uma pessoa se masturbar não significa necessariamente que ela deseja fazer sexo com outras pessoas.

E o fato de a sua amiga ficar só em casa não significa que ela não está vivendo. Você mesma disse que ela parece bem. Como amiga, acredito que você possa tentar saber se ela precisa de alguma ajuda ou se está ok com a própria vida.

De modo geral, a questão sobre assexualidade ou qualquer outra questão é que as pessoas deveriam ser realmente livres para levarem a vida como acharem melhor. Se alguém está confortável com a vida que tem, não há nada de errado, a meu ver. Uma pessoa pode gostar de sair, namorar, ir pra balada. De outro lado, uma pessoa pode ficar perfeitamente satisfeita de ficar em casa com a família, levando uma vida menos agitada. Isso não as torna incapazes de viver. A pluralidade não se restringe à sexualidade. E o que faz uma pessoa feliz não é o mesmo pra outra...é isso que temos que aprender a enxergar :)


Anônimo disse...

Anon 11:18

Cruzes! Você não da tesão na mulherada né. Por isso diz que todas são assexuadas. Tadinho de ti.

Siena disse...

Gostei do post e dos comentários até agora, tirando o troll do início.

Já comentei aqui na Lola, inclusive no post que ela pediu o post sobre assexualidade, também pensei em escrever, mas sei pouco sobre o assunto, alias só sei da minha experiência.

Me considerei assexual até ter meu primeiro namorado aos 20 anos, depois de coisas comuns(?) acontecerem no relacionamento me vi meio perdida e até achei que na verdade eu não era assex e sim tinha medo. Mas o tempo passou, o relacionamento acabou, me vi solteira e sem interesse, achei q era crise de fim de relacionamento, acabei me envolvendo com outra pessoa e descobri que na verdade eu sou dentro da assexualidade o que eles chamam de demisexual.

Gente, quem quiser fazer contato sinta-se livre. Não sei conversar muito, mas acho legal ter 'gente como a gente' pra conversar. E to nas comunidades assex por ai, tanto brasileiras qto na AVEN, é só procurar meu nome. :)

Siena disse...

Ah, outra coisa pros anon ai.
Não gente, nós assexuais mulheres não somos a regra, não é toda mulher q "não gosta" de sexo, alias entre todas q eu conheço sou a única q não tem muito interesse. Todas as outras gostam e muito. hahahaha

Anônimo disse...

caroline, não sei te responder pelo ponto de vista de um assexuado porque não sou uma. mas eu vejo a masturbação mais como um conhecer do próprio corpo, um prazer consigo mesma do que como sexo. é parte da sexualidade humana, mas não é sexo propriamente dito. se feita a dois, creio que passa a ser parte de uma relação sexual (porque uma relação sexual não significa necessariamente pentração), já que são duas pessoas reunidas num ato só.

até porque dizem uns médicos que bebês se masturbam desde a barriga da mãe. e eles não têm interesse em sexo como entendemos ainda. é uma relação de prazer com o próprio corpo. e, pelo pouco que já li sobre assexualidade, as pessoas não têm problemas hormonais (ou teriam como qualquer amostra da população geral)e isso significa que um tesão pode surgir normalmente e a pessoa pode se masturbar tbem.

mas o que aprendi na minha vida é que existe gente de TODO jeito. então, cada um é cada um. meu comentário seria mais sobre como vejo a masturbação do que sobre qualquer coisa sobre assexuados.

de qualquer forma, se a pessoa se sente bem, se tá tudo bem, então, ótimo, né?

Anônimo disse...

Caroline, existem assexuais que tem libido e outros que não tem. Masturbação não faz com que uma pessoa seja mais ou menos assexual do que outra, a diferença é que para os assexuais que se masturbam só isso basta (não é como os sexuais que se masturbam pensando em alguém, ou que prefeririam estar fazendo sexo com alguém), se sentem completamente satisfeitos só com isso pelo resto da vida.

Sobre a atração por outras pessoas, o que os assexuais costumam sentir é atração estética, e não atração sexual. Explicando a diferença, atração sexual é você ter vontade de ter algum tipo de contato sexual com a pessoa. Atração estética é você achar a pessoa bonita/atraente mas só isso, não ter vontade de fazer nada romântico/sexual com ela.

Sonado Alaikor disse...

Até conhecer minha noiva eu me considerava assexual por um motivo simples, eu não tinha o menor interesse em ter um relacionamento. Também tive algumas paixonites na adolescência, sim me masturbava como a maioria dos rapazes normais mas não me sentia bem com a ideia de ter intimidades com outra pessoa. Beijei uma garota que queria ficar comigo para me livrar da encheção de saco dos outros, enfim...
No meu caso conheci alguem que realmente me tocou, em quem eu confio e que quero passar o resto de meus dias. Mudei minha sexualidade talvez, mas mesmo com ela entrar no tópico sexo foi algo demorado e um tanto delicado '-'

Leio Lola Leio disse...

Lola,
Desculpe, eu costumo "atravessar" os temas dos seus textos. Acabo tratando de outro assunto ao invés de participar da discussão. Mas, sempre os leio e acompanho a maioria dos debates que são feitos nos comentários, eles são muito agregadores, tenho aprendido muito com eles.

Mas, gostaria de sugerir um tema. Tenho me interessado por algumas questões relacionadas à pornografia, parece que sua produção é em grande parte destinada ao público masculino e hétero e que ela, parece, "estragar" a visão do sexo para o homem, em muitos casos. Como se a pornografia constituísse a "cartilha" dos mascus por contribuir para a ideologia deles.
Não sei, penso que seria um assunto interessante de ser tratado aqui. Pornografia versus Liberdade Sexual, talvez...Se você já fez isso, por favor, me indique a postagem.
Estava lendo um texto que falava de pornografia (numa vertente mais psicanalítica), ainda nem terminei de lê-lo, mas já me deparei com uma informação que me causou choque: "com exceção dos produtores financeiros, ligados em sua maioria ao crime organizado, aos quais não teve acesso - todos os demais participantes da atividade ligada à pornografia foram crianças traumatizadas, vítimas de abusos os mais variados, provenientes de famílias gravemente comprometidas."

http://www.polbr.med.br/ano01/psi0201.php

Anônimo disse...

Troll anônimo,

Eu sou mulher e penso em sexo a cada meia hora. Já cronometrei, acredite. Se pudesse faria sexo três vezes ao dia, quando estou numa relação é a média que eu mantenho.
Mas respeito e acho super normal a assexualidade e toda a diversidade que é desejo, preferência e escolha sexual. Você deveria fazer o mesmo e não generalizar, obg.

Trollzinho, o fato de a modelo ter sido assediada e o modelo não tem mais a ver com machismo do que com sexualidade.

Tenha uma boa vida.

Anônimo disse...

Em meus quase trinta anos, só me senti atraída por três pessoas, uma delas desconhecida. E quis fazer sexo com dois deles - quase fiz.

Seria eu considerada semi-assexual?

Isabela disse...

Não visitei os links, respeito a opção de ficar sem sexo. Mas na minha opinião, sexo é vida! Eu sou do tipo que tem pinto amigo e faço sexo sem compromisso sem pudor, pois sinto necessidade, é quando me sinto viva!! Claro, sexo com amor é bem melhor, mas tenho "peguetes" ou o que chamo de assistência técnica..rsss.. E claro, me masturbo desde os 9, apesar de ter tido a primeira relação aos 19. Enfim, se essa opção esconde pudores, timidez ou algum trauma, é lamentável. Não consigo imaginar alguém que não goste de sexo!! Aliás, a gente só pode dizer que não gosta de algo, se já experimentou pelo menos 3 vezes. Esse é meu argumento pros meus sobrinhos quando dizem que não gostam de comer algo, mas vale pra sexo também...rsss...

Anônimo disse...

Huan, a questão é, você sentia/sente atração sexual por outras mulheres que não a sua noiva? E se você terminasse com ela hoje, acredita que teria uma vida sexual "normal" ou só teria vontade de fazer sexo com outra pessoa que te tocasse igual a ela?

Porque a sexualidade é fluida, ela pode sim mudar com o tempo, mas pode ser que tenha sido só um medo de relacionamento (caso você sempre tenha sentido atração sexual por mulheres), e existe também a demi-sexualidade, uma faceta da assexualidade que são assexuais que sentem atração sexual mas somente por pessoas com quem eles tem um relacionamento bem profundo.

Anônimo disse...

Puts ! cada dia vocês inventam um nome novo, a humanidade ja não e complicada o suficiente ? e cis, e trasgenero, e assexual, antigamente existia homem, e mulher !

Sonado Alaikor disse...

@ 13:22

Olha, não sei mesmo. Sinto atração por algumas poucas pessoas mais intimas, mas não tenho certeza se chegaria a tanto...

M. disse...

Gente, deu vontade de desabafar com esse post.

Eu sou uma mulher demissexual, nesse espectro de sexualidade que eu vi na wiki do AVEN. Tenho 21 anos e, em toda a minha vida, eu só tive vontade de beijar umas 5 pessoas. Gente, BEIJAR 5 pessoas, não é fazer sexo com elas. É engraçado, porque minhas amigas sempre me apontaram caras bonitos, que eu olhava e dizia "lindo, mesmo, mas não me causa atração sexual", sem refletir muito. Daí um belo dia eu percebi que dizia isso para absolutamente TODOS OS CARAS (e mulheres) que eu colocava na categoria "bonitos".

Eu me identifico como demissexual E bissexual. Mas como é que eu digo isso sem sentir atração sexual pelas pessoas? Assim, eu me classifiquei como bi lá pelos meus 16 anos, porque eu percebi que a minha atração estética é igual, por homens e mulheres. Eu vejo um homem nu e acho bonito. Vejo uma mulher nua e acho bonita. Mas, no final, é tudo atração estética. Olho, acho lindo, mas sexo? No way. Beijo? Nem pensar, gente.

Minhas amigas insistiam na adolescência que era porque eu ainda não havia experimentado. Então eu me rendi, aos 18 anos: fiquei com uma amiga que achava esteticamente bonita, porque ela queria muito ficar comigo. E NADA aconteceu. O beijo foi péssimo, mesmo. Dizem que primeiro beijo é ruim mesmo, né? Puta que pariu. Olha as merdas que ensinam pra gente. Continuei achando que havia algo de errado em mim. Essa amiga quis ficar comigo outras vezes, mas, a partir daquela experiência, eu fugi do beijo dela como diabo foge da cruz (ou seja, como eu sempre fugi das outras possibilidades de beijo!).

Aos 19, ou 20, não me lembro, eu tentei outra vez, só que com um garoto numa balada, por pura frustração. Mais uma vez, dentro da categoria ~esteticamente bonito~. Fiquei. Só que foi PIOR, porque o beijo ele era xôxo, sei lá, não curti. (Minha amiga beijava BEM melhor, e eu nem senti nada com beijo dela). E ele parecia um sujeito legal, sabe, o papo fluía, tinha tudo pra ser bom, né? Não foi.

Não é que eu não sinta vontade sexual. Eu sempre me masturbei MUITO, desde de criança, na verdade. Por isso, aliás, eu sempre tive certeza de que o que eu sinto pelas pessoas não é atração sexual. Eu vejo/leio pornô e me excito. Só que isso só ocorre na ficção. Não me imagino interagindo com as pessoas do pornô, nem quando estou imaginando algo sozinha. Não fico com vontade de dar pro cara do pornô. Nem transar com a moça. Não rola. Na verdade sempre me tirou o tesão imaginar coisa do tipo. Repulsa, às vezes. Mas tanto pornô gay, quanto hétero, quanto lésbico me excitam. Gay mais do que os outros, imagino que por poder me manter BEM DISTANTE daquilo (sem mulher = sem possibilidade de me ver lá).

(Cont.)

M. disse...

(Cont.)

Minha dúvida por sentir atração sexual como um ser humano normal (hahaha) se manteve até... Até eu me apaixonar de verdade por um cara. Não sei como, mas quando eu me apaixonei, senti desejo sexual. Eu já havia me apaixonado por outras pessoas, mas não com essa intensidade. Não de "verdade", imagino. Recusei meu atual namorado umas quatro vezes até ter algo com ele, por não sentir a tal atração sexual. Recusei de não querer nada, mesmo. Também não disse que o amava. Ou seja, não travei nenhum tipo de contato com ele, mesmo que ~sentisse algo~ muito próximo do amor (ou amor, mesmo, mas sem desejo?). Uma amiga ria da minha cara quando eu dizia que não o amava, até. Mas ele insistiu em conversar comigo (ainda bem!), mesmo sofrendo muito com a situação. Ele até arrumou uma namorada, nesse meio tempo. Mas ele não conseguiu fazer sexo com ela (e desconfio que eu meu namorado também seja demissexual, pelas coisas que ele me diz) porque não gostava dela como gostava de mim.

Um belo dia, aconteceu. Porra, fiquei muito feliz, porque aquela agonia de sentir vontade sexual, mas não por pessoas, era péssima. Parecia muito possível ela se concretizar, e eu queria que se concretizasse. Mas não acontecia. É diferente com assexuais mais acentuados, já que eles não experimentam vontade alguma de sexo, acho. Não sei. Mas só fui descobrir o termo "demissexual" recentemente, e percebi que não sou tão esquisita quanto imaginava.

Passei grande parte da minha vida me achando esquisita por essa ideia tosca de sexualidade que se tem. Me sentia inadequada por não querer o que todo mundo queria, ou parecia querer. Um saco, mesmo. Me descobrir demissexual foi uma luz pra mim. Se tivesse descobrido disso antes, não passaria tanto tempo me debatendo com isso.

Enfim, é isso, gente. É muito difícil ver esse tema sendo discutido, então eu tive que falar. Obrigada pelo post, Lola e moça que escreveu o post!

Anônimo disse...

Anônumo das 13:23

É muito fácil reclamar da quantidade de "nomes" quando o que te representa existe desde sempre e representa o padrão.

Anônimo disse...

Não anônimo das 13:23, antigamente existia toda a diversidade de pessoas que existe hoje, mas essas eram reprimidas, sufocadas e invisibilizadas.

Rob disse...

"Puts ! cada dia vocês inventam um nome novo, a humanidade ja não e complicada o suficiente ? e cis, e trasgenero, e assexual, antigamente existia homem, e mulher !"

Kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Claro,o povo aqui inventa,principalmente a Lolinha,essa má!Lolinha,para de inventar coisas e complicar o conceito de mundo de gente com mente moldada a la filmes da Disney.

Zé das Couves disse...

@Chibi

Numa boa, você não acha sua atitude um pouco egoísta? Você sabe que está criando falsas expectativas em outra pessoa e continua como se nada tivesse acontecendo por medo de perder? Isso é que é gostar? Desculpa a sinceridade, mas você está enganando outra pessoa e se enganando um pouco também. Seja honesta com a pessoa que vc diz gostar, entendo que deve ser difícil, mas não tem como aprovar sua atitude.

Anônimo disse...

Me satisfaço desde os 6 e agarro meninos,sempre da minha mesma idade, desde os 4.

Na infancia,antes dos 7, por ae,eu era mais feliz

Anônimo disse...

Post interessante! Não conhecia muito sobre o assunto e é legal ver outras pessoas se manifestando. Acho que devemos respeitar o estilo e opção de vida de cada um!

Vi*

Lord Anderson disse...


Eu tinha uma visão parecida com a da Isabela, achando que falta de interesse por sexo fosse resultado de problemas pessoais, trauma, timidez excessiva, etc.

Mas tenho lido mais a respeito e vendo que sexualidade é algo extremamente pessoal, com cada individuo sabendo oq desperta seu desejo ou lhe faz bem.

Então se alguem tem dificuldade em se relacionar (emocionalou sexualmente)devido a pressão social/familiar/religioso, problemas psicologiso, ou oq for. Essa pessoa precisa de ajuda para poder desenvolver sua sexualidade de maneira saudavel.

Agora se a pessoa não tem desejo, nem sente falta, ninguem tem que se meter e tentar mudar isso.

Liberdade sexual inclue a opção de vc não fazer sexo com quem não quiser e quando não quiser.

Lord Anderson disse...

Alias, casos de asexualidade não são algo novo.

Em varios tempos e lugares houve quem considera-se que ter relações sexuais era se entregar aos "baixos instintos".

Um exemplo literario é o famoso detetive, Sherlock Holmes.Um homem totalmente voltado para sua tarefa mental, que despreza os sentimentos.

E ele não é uma figura unica. Na era vitoriana mulheres e homens celibatarios eram vistos como individuos serios e respeitaveis (principalmente no caso dos homens).

Na India, China,Japão e varios outros paises , filosofos, monges, acetas, praticantes de artes marciais e afins viam valor na castidade e virgindade, pq isso tornaria o individuo mais puro ou mais "forte" (ja que para alguns, o ato sexual e o gozo causarim a perda de sua "energia" Ki, etc).

Enfim, seguindo a maximo de que "não há nada de novo debaixo do sol", a maior parte dos comportamentos e orientações sexuais que os desinformados juram que é moderno ou "novidade" (geralmente em tom de critica) sempre fizeram parte da historia da humanidade.

CCX disse...

Conheço mais de uma pessoa assim. Não é fácil, pois sempre estão cobrando por um namorado(a). Aliás, o que é fácil???

André disse...

Só acho que a autora não deve se sentir na obrigação de levantar nenhum tipo de bandeira ou de se explicar para ninguém.

Anônimo disse...

O pior de tudo é que a assexualidade, às vezes é vista como "casta inferior". Sou assexual e tive que esconder minha assexualidade pra aceitar um trabalho que ajudaria a pagar um intercâmbio. O pior de tudo isso é fingir interesse. Sou assexual bi romântica, mas mesmo assim tenho dúvidas(desconfio que sou arromântica)... Todas as minhas relações com as pessoas vão por água abaixo quando elas se "declaram". Geralmente os que se declaram sabem da minha assexualidade, de todos os meus "apesares" e mesmo assim forçam a barra. Esse tipo de amor de uma pessoa é um pesadelo pra mim. É como se as pessoas só se aproximassem de você por segundas intenções, só porque está solteira, interpretam como uma placa neon "estou disponível" na testa. Já completei o bingo da assexualidade.
Odeio beijar. Não me sinto confortável com o toque e nem estou a fim de perder a virgindade("ah, mas como você sabe se nunca fez"?)
Normas de como se deve sentir são uma bosta.

Andressa disse...

Tem mascu ali em cima confundindo desejo sexual com street harassment.

Anônimo disse...

Assisti o vídeo do Anônimo das 11:28.

Duas pessoas na rua, um homem e uma mulher. Pelas roupas das pessoas andando naquela rua, parecia estar frio. Todxs de calça comprida, muitos de blusa de manga comprida.

Daí colocam uma mulher bonita num vestido minúsculo andando naquela rua. E os homens olham.

Daí colocam um homem bonito, mas com um óculos bem feio Rayban e blusa de manga comprida, calça comprida. E as mulheres não olham.

E daí o Anônimo conclui que nós não nos atraímos por homem bonito na rua. Ha ha.

Que tal colocarem a mulher andando de blusa de manga comprida e calça, e um homem tipo Gianechinni sentado de bermuda num banco, com aquele sorriso maravilhoso, tirando a camisa. Aí a gente conversa de novo.

Luci

Anônimo disse...

Estava demorando pra vir uma com fogo na xoxota e "sexo é vida sexo é isso sexo é aquilo".
Sério, a merda da vida é esse povo que acha que o que sente serve para todos e se é diferente daquilo é pq tem algo errado.
Sou demissexual e me sinto feliz e realizada. Mas não posso falar isso em voz alta que vem um/uma pessoa apontando o dedo que isso não é normal, que devo ter algum trauma, que isso é excesso de pudor e etc.
Se você fala qualquer coisa, está fazendo slutshaming. Mas qualquer um que vem questionar um assexual, demissexual etc, ninguém diz PERAI IRMÃO.
Sério o mundo só vai dar certo quando as pessoas procurarem ser felizes em vez de meter o dedo na felicidade alheia.
Eu nunca me sentiria feliz ou realizada fazendo sexo com alguém que eu não tivesse uma forte ligação e compromisso.
Tem que transe só por tesão. Tem que não sinta tesão por ninguém. E não tem nada de errado com nenhum deles. Vivam e deixem viver. E parem de pensar de pensar que todo mundo tem que viver igual a vocês.

Mila disse...

Eu sempre quis saber um pouco mais sobre esse assunto, até pra não ficar no senso comum de achar que tem algo de "errado" com ele. Agora que ela falou na diversidade dentre a diversidade gostaria de saber ainda mais.

Jackeline disse...

Adorei o post! Eu também me identifico como gray-a ou também "demisexual" (tem aqui no Aven explicando: http://www.asexuality.org/wiki/index.php?title=Demisexual ). Foi uma revelação pra mim descobrir sobre, porque até então eu me sentia preocupada, achando que tinha algum problema de libido baixa, apesar de não ser exatamente o caso. E eu sempre me sentia estranha quando minhas amigas entravam em assuntos do tipo "que tipo físico elas gostavam mais" porque era raro me sentir sexualmente atraída por alguém, mesmo que achasse a pessoa atraente (esteticamente falando). Pra eu sentir alguma atração sexual por alguém, eu preciso primeiro ter algum envolvimento emocional forte (independente de ser dentro ou fora de um relacionamento) e muitas pessoas confundem isso com algum ideal romântico, com aquela coisa de "estar se guardando". Mas pra mim não é uma escolha, fora dessa situação, eu simplesmente não sinto vontade nenhuma. :P E já aconteceu de eu sentir por alguém uma forte atração romântica, sem nenhuma atração sexual. Enfim, sexualidade é um assunto tão diverso e interessante... é uma pena que não seja nem 1% explorado.

Anônimo disse...

Andei lendo sobre assexualidade aqui e em outros blogs também e isso me fez pensar um pouco sobre minha situação. Quando criança eu tive minhas paixonites, mas sempre foi muito difícil me interessar por alguém de verdade. Não vejo a mínima graça de ficar com desconhecidos na balada e não consigo me "excitar" com alguém que eu não conheça bem.
Quando tinha 19 anos namorei um cara, mas não transamos. Ele terminou comigo por causa disso. Eu gostava de beijá-lo e dar uns amassos, mas quando a coisa esquentava demais eu travava e não tinha vontade de continuar. Eu não sei se é mais um problema psicológico devido a educação religiosa que tive durante toda minha infância e adolescência ou se não tenho mesmo vontade de transar. Lembro-me de me masturbar desde os 6 anos mais ou menos e lembro-me também que quando minha mãe via ela me batia e falava que era errado.
Hoje tenho 21 anos e tenho vontade de ter um relacionamento romântico, mas é mais pelo fato do carinho, companheirismo e tal, e não pelo sexo em si. Isso me incomoda um pouco, pois não tenho certeza se é um trauma ou se é minha sexualidade mesmo...

Anônimo disse...

Me identifiquei em partes... Perdi o BV aos 13, já tive alguns namorados e relações sexuais... E com prazer... rs rs... Tenho mais de 20 anos e não tenho necessidade de ter relações sexuais o tempo todo ao contrário de muitas amigas, ou melhor, nem tenho vontade... Muitas vezes me vejo bem melhor sozinha do que com um namorado, acho que até aproveito mais outras coisas da vida e faço meus planos de futuro... Não me interessa se fico um ano sem transar. Mas sinto que muitas pessoas acham isso estranho como se todos fossem obrigados a ter desejo sexual o tempo todo, como se eu não fosse normal ou que isso fosse um tipo de carência, medo ou sei lá como definir. Enfim, sei que não tenho vontade de sair transando por aí ehehehe, depende do momento e da pessoa que ta comigo ... mas não quer dizer que não esteja satisfeita de alguma forma...

Jéssica disse...

Meio que desviando um pouco do assunto, mas ainda nisso dos diversos espectros que alguém pode ser.

Faz um tempo eu percebi que uma pessoal homo ou bissexual costuma se classificar como bottom, top ou 'flex'. Ou seja, gosta de ser passivo, ativo ou ambos.

Mas para heterossexuais isso não existe, uma mulher que queira ser ativa no sexo ou um homem que queira ser passivo são considerados aberrações. Eu me considero como uma mulher hetero top, e me irrita como sempre assumem que eu sou e amo ser passiva, quando para mim o sexo hetero padrão é totalmente brochante (e já perdi chances de transar com caras que poderiam ser compatíveis cmg, porque assumiram q se eu sou mulher, eu iria querer ser passiva =/).

E isso é outra coisa que eu encontro pouquíssima informação sobre, não conheço nenhuma comunidade sobre isso sem ser indo para o BDSM, sendo que até onde me informei esse tipo de comportamento sexual "invertido" é comum em cerca de pelo menos 20% dos heteros...

E também me pergunto se algumas das pessoas que se consideram assexuais, na verdade, como eu, simplesmente acham o sexo hetero padrão brochante, e não descobriram que há outras opções.

Ollor Tomasi disse...

tipo... será?
eu sempre procurei muitas desculpas pra mim mesma, para o fato de estar fora dos padrões de beleza e n ter ninguem interessado em mim. E para o fato de qd encontrar alguem, ter medo...
Se ate hoje eu não tivesse transado, acho que ia entrar nessa tbm, de assexual. Basicamente, não acredito. N que isso importe, mas todo mundo tem direito a opinao, certo?
Mas talvez fosse mais "digno", pq eu tirei meu himén com o cabo da vassoura, haha
depois marquei com um cara qq na net. Pronto. Fica a dica (do que não fazer ou NÃO)

Jéssica disse...

"Vejam este teste do programa televisivo The Love School,muito interessante o teste que ele fizeram na paulista, com dois modelos, um feminino e outro masculino.(...)"

Eu sempre olho quando um homem me chama a atenção, a questão é que ao contrário dos homens, eu não "ganho pontos" por olhar para qualquer ser do sexo oposto na rua, independente de eu realmente achar atraente ou não (E esse modelo eu não achei nem um pouco atraente).

Anônimo disse...

Lola e autora e comentaristas,

muito interessante a discussão! Fiquei especialmente interessada na questão dos assexuais se masturbarem aí pensei no meu caso, espero que não saia muito da discussão, talvez um dia um post sobre seja legal... eu sou bem sexualizada. Sexo com amor então, adoro! Mas nunca, NUNCA consegui me masturbar. Não vejo a menor graça. Quando estou na secura tenho que procurar alguém...pornografia eu acho medonha... mas ver meus parceiros me excita muito. Enfim, só uma digressão meio que do contrário do que foi colocado aí.

Caroline disse...

Luaninha, Anônimo 12:38 e Anônimo 12:43 obrigada, meninxs. Vocês me ajudaram muito a compreender melhor essa coisa da masturbação. De verdade. Sobre a minha amiga, eu também gosto muito de ficar em casa, ver filmes, séries e tal, entendo o prazer que há nisso... Me preocupo mesmo pelo futuro dela, ambas somos de família classe média baixa e ela não vai ter os pais pra sempre... A outra irmã dela (ela tem uma irmã e 3 irmãos) sempre a chama pra sair, incentiva, diz que as vezes ela fica muito triste e todos a perturbam por nunca ter namorado, mas ninguém tenta entender. Por isso, lendo esse post, pensei na possibilidade dela ser assexuada e isso estar influenciando em outros campos da sua vida (profissional, principalmente). Vou tentar me informar mais e quem sabe criar coragem pra falar com ela sobre isso.

Anônimo disse...

Ainda sobre o comentário acima: eu acharia muito legal uma ampla postagem sobre masturbação: como as pessoas fazem, o que sentem, no que pensam, e se existem pessoas como eu, para quem a sexualidade é sempre a 2. Abraço a todxs.

Anônimo disse...

Só nos comentários aqui já dá pra fazer bingo!

luaninha disse...

Caroline
Entendi sua preocupação e acho que ok você conversar com sua amiga, se for o caso. Mas não seria melhor então você começar com o outro assunto? Digamos, dos planos que ela tem pro futuro, o que quer fazer...coisas assim. Você pode falar de você, do que você pretende fazer quando não tiver mais os seus pais e esse tipo de coisa, e ver o que ela fala a respeito. A conversa pode fluir de forma mais tranquila. Porque a sexualidade ou assexualidade influencia a vida da gente, obviamente, mas não é a única coisa que nos define.
Enfim, sendo genuína sua preocupação, você vai encontrar uma forma de ajudar se ela estiver precisando de ajuda.

E já responderam ao anônimo babaca dizendo que estamos inventando coisas. Ninguém está inventando nada, estamos só falando a respeito de algo que sempre existiu. Enquanto tiver pessoas no mundo, vai existir pluralidade. Lide com isso.

Lord Anderson lembrou muito bem sobre outras culturas e tudo. No Japão tem um nome mesmo, pra quem não se identifica pelo gênero, não lembro bem o nome, desculpe...

Alguns idiomas tem o pronome neutro e tem gente que se identifica por ele. Facilitaria nossa vida se tivesse isso em português, porque usar o 'x' nas palavras é uma forma de contornar isso, mas nem sempre vai ser suficiente, né?

Anônimo disse...

Eu me assumo como quase uma espécie de ninfomaníaca. Amo sexo, com homens, mulheres, desconhecidos e conhecidos. Tanto faz, só adoro sentir prazer, tesão,etc.
Mas estou cercada de amigos assexuados e nunca achei estranho. São simplesmente gostos diferentes, opções diferentes de vida. Se por um lado eu estou em um dos extremos da coisa, por que não haveria de ter pessoas no outro?
Toda a força pros assexuados. Ser bem resolvido e se aceitar é tudo.

Gilberto disse...

Não sei. O fato de existirem mais meninas assexuais do que meninos, e essa conversa de "gosto de romance, mas não gosto de sexo" me fazem pensar... será que não tem um pouquinho de repressão sexual nessa história toda?

Anônimo disse...

Espero que TODOS LEIAM.

Tem gente confundindo assexualidade com tristeza, depressão, anti socialismo e acho que até com agorafobia.

Sou demisexual e adoro sair! Sou muito bem resolvida comigo mesma, feliz, confiante, gosto de conhecer gente... Enfim, não é pq a pessoa é triste e/ou tem até um problema psicológico que ela é assexual. Calma gente.
Assexuais em sua maioria(acho) são tímidos e quietos, mas mais pq o mundo é sexualizado e vc tem q gostar de sexo do q por serem assexuais. Entendam que a pessoa não gostar de sexo não tem nada a ver com o estado de espírito dela, com a felicidade e/ou tristeza. Assexuais são felizes e tristes como qualquer outra pessoa e não necessariamente tristes.

A moça que ta descrevendo a amiga que gosta de ficar em casa e de não sair, ela pode ser muito feliz assim ou ela pode ter algum problema de depressão. Depressivos não são só pessoas que choram o tempo todo ou tentam se matar e existem diferentes ''níveis'' depressivos. Falo isso nem por ela querer só ficar em casa, mas por ela não querer se profissionalizar/trabalhar. Não que seja regra, mas pq ela vai precisar aprender a se virar e sustentar. Fiquei preocupada com o seu relato pq já tive depressão e ainda luto pra não "voltar a ter". Sua amiga deveria ir em um psicólogo ou outro terapeuta pra tentar se entender. Eu fiz terapia por quase 3 anos e foi uma das melhores coisas da minha vida.

Enfim, assexuais não são necessariamente depressivos ou pessoas tristes e antissociais.

Siena disse...

Ah, a moça q falou pros assexuais fazerem sexo pelo menos 3 vezes, olha é a mesma coisa de vc falar pra um homossexual ter relações com o sexo oposto pra ter certeza. E é ofensivo isso.

Anônimo disse...

Fugindo um pouco do assunto, tenho o himem complacente, o medico disse que so vou romper o himem quando eu tiver filho de parto normal, mas nao posso ter filhos. Sou bi, ja fiz sexo com H e M. Mas doi muito o himem complacete, ele e como cama elastica, vai e vem, mas nao rompe. Meus namorados adoram, pois sou sempre virgem. Se alguem tiver como me ajudar, indicando algum blog.

Gabriela disse...

Off topic

Acabei de encontrar uma moça q regularmente faz comentários aqui no tumblr falando sobre The Tudors.Sério q mundo pequeno.

Anônimo disse...

- sempre tem pelo menos 1 pra dizer que "não sabe o que está perdendo".

- sobre o vídeo dos modelos: terminei de ver essa parte e estou vendo o "laboratório".
Eu achei que falariam sobre o ato na cultura, onde é socialmente aceitável (e até cobrado) que o homem, pelo menos, dê uma olhada; enquanto a mulher "não pode", porque será taxada de sem-vergonha. Sem falar que usaram pesos e medidas diferentes, né? A mulher bonitona e com roupa curta; enquanto o outro lá era mais ou menos e todo coberto.
Esse programa parece ser bem machista. A mulher não pode confrontar o homem e tem que assumir o "papel" de mulher e não o que é "do" homem, porque isso causa problema no relacionamento. Meu deus, nesse laboratório a mulher que é culpada de tudo, que horror! 30min e não vou aguentar ver até o fim.

Eu fugi do assunto, mas comentarei de novo, agora dentro do foco. hehe

(cont...)

Anônimo disse...

(Cont...)

Eu já conhecia um pouco do assunto (assexuados), mas com o tempo e sem muitas postagens sobre ele acabei "esquecendo". Que bom que publicaram esse artigo.

No decorre da leitura, eu acabei ficando em dúvida quanto a minha própria sexualidade. Talvez, alguém possa me ajudar.

Eu sou homem, 21, gay. Eu me masturbo, sinto atração por outros homens e até me imagino/fantasio transando. Mas o máximo que tenho de vontade é isso. Eu não tenho a mínima vontade de concretizar. Já transei, mas (não sei se foi porque eu "não peguei o jeito") não me agradou. Eu sinto repulsa/nojo do beijo (seja envolvendo a mim ou a outros).
Por outro lado, eu me sinto muito mais confortável quando estou com mulheres do que com homens, durante uma conversa, por exemplo.

Agora que eu terminei de escrever, acho que a minha situação é o tal "problema de intimidade", eu sou muito tímido.

Vou comentar assim mesmo, porque pode ser e pode não ser. E não queria comentar só sobre o vídeo em vez de sobre o assunto principal. :D

Pergunta: esse blog tem algum feed rss? É que não encontrei aqui...

Kérsia disse...

Isabela

Sem querer ser grossa, masss, esse seu papinho de "sexo é vida" ou "você só pode dizer que não gosta, se fizer pelo menos 3 vezes". Tá muito batido!

Não tente impor um pensamento SEU nos outros. Ninguém precisa submeter-se à algo que não gosta.

Valéria Fernandes disse...

Sério que estão discutindo "teste" do programa The Love School? Alguém já parou para ver um tiquinho desse programa? Ele só reforça papéis de gênero tradicionais e é apresentado pela filha do Bispo Macedo,Cristiane Cardoso, e o Bispo marido dela. a audiência do programa é baixíssima e a credibilidade, também.

Matéria sobre o programa na página Arca Universal: http://bit.ly/OXyZuR

Nem ia comentar nada, mas como parece que tem gente se dando ao trabalho de discutir matéria desse programa como se experimento sério fosse, não resisti.

Gabriela disse...

Shoujofan
É VC MESMO.Sabe a gente sabe q tá lendo muito o blog da Lola quando reconhece alguém na internet mesmo quando vc não a conhece.Mas oq eu queria perguntar é se vc acha seguro sua foto rodando a internet.É muita coragem

Sobre o tema do post,tem pessoas de todas as formas e isso deve ser respeitado.O q há de errado com alguém q não quer fazer sexo?Nada.O problema é q o capitalismo transformou o sexo em uma mercadoria.Ninguém pode patentear a sexualidade humana mas outras formas de um conseguir uma fatia desse bolo foram produzidas.Mitos de como só os plasticamente perfeitos são sexualmente realizados tão aí sendo implantados na cabeça da gurizada desde a mas tenrra idade.Sexo virou um meio de conseguir Status social.E isso é mais uma forma de opressão.

Renata disse...

Êêêêê!
Que legal ver mais gente como eu!!!

Sempre fui tachada de esquisita, moralista, de fazer doce, de mentirosa e afins. (E isso que pouquissimas pessoas sabiam desse fato sobre mim)

Enfim, não sinto tesão por ninguém, a não ser que eu tenha sentimentos muito fortes por essa pessoa, a conheça MUITO bem e tenha muita confiança.

Não sei, não dá pra explicar, já que eu não sei como é sentir tesão por alguém que mal conheço, ou simplesmente vejo na rua e tal, pra mim, o que sinto é normal, pros outros é estranho.

Gostei muito de ver esse post =]

Mihaelo disse...

Exatamente Shoujofan:

Programa religioso discutindo sexualidade,obrigatoriamente tem que ser machista! Senão, não seria religioso,ora bolas!!!! Na época em que foram escritos os livros religiosos, conceitos atuais como machismo,feminismo,racismo,pluralismo de ideias,progressismo,liberdade de pensamento eram inexistentes. É como criticar os Farrapos de conservadores por que tinham escravos! Como diz o escritor Alcy Cheuiche, em 1835 nem Marx era marxista, pois só tinha 17 anos.
Mas nesta questão Reich explica.
A masturbação é uma alternativa à
ausência de sexo, que é uma pulsão
natural biológica de todos os indivíduos. E a repressão sexual é algo "natural" às sociedades humanas, visto que as ideias de liberdade e pluralismo só surgiram há poucos séculos e ainda hoje são rejeitadas pela maioria da humanidade, vide o controle repressivo feito pelas religiões e que são aceitos pela maioria das pessoas que seguem esses credos, ou seja a maioria da humanidade.É por isto que a "Escola do Amor" existe: para tentar conservar os papeis criados há milhares de anos pelas sociedades de prístinas eras e que nada tem a ver com a nossa época.As religiões são imunes a "aggiornammento".
É por isto que a Jéssica falou dessa questão cultural construída pelo patriarcalismo e religiões da
crença de que mulheres são passivas e homens ativos. Se trata puramente de uma construção ideológico-cultural como bem demonstrou Reich. Me lembro de ter visto um filme "Meu nome é Lobo" cuja histórias se passa no final da ditadura Franco onde a guerrilheira independentista basca
mantinha relações ativa com o parceiro dela.Isto há 40 anos era mais subversivo e numa ditadura ultracatólica reacinaríssima como a da Espanha franquista.
Outro fato que lembro é o do geneticista Renato Zamora da UFRGS que disse num programa da TVE que a ciência até hoje não descobriu o mecanismo de como ocorre a atração
entre as pessoas. Por isto é natural que haja pessoas solitárias.
Mário Quintana quando perguntado porque não casara, sempre dizia que era porquê não gostava de usar pijama.

Anônimo disse...

O que me preocupa é que alguém pode diagnosticar o assexual como portador de um distúrbio ou desvio.

Olha só o que uma pessoa escreveu nos comentários do artigo da Marie Claire (artigo citado pelo Anônimo das 12:20):

“Academicamente correta
Não há problemas que as pessoas se definam "assexuados". Mas, como objeto de estudo, receio que se tratem de dois grupos: um com hipoatividade sexual e outro com distúrbios narcisistas, daí não se atrair por ninguém.”

Anônimo disse...

Lola gostaria de falar mais abertamente sobre esse assunto, mas por um péssimo habito que eu tenho de fazer propaganda do seu blog, não vou poder, pois poderia com meu relato de alguma forma magoar uma pessoa que é justamente a última da face da Terra q eu quero magoar, mas acho importante deixar meu depoimento.
Tenho 2 filhas e a mais velha sempre foi muito diferente a ponto de chamar a atenção de todos q a conhecem um pouco melhor, ja vieram me dizer coisas estranhas conforme a personalidade de quem analisa, os mais espiritualistas dizem que essa minha filha é um espirito muito antigo, outros mais moderninhos que ela era uma criança Indigo, outros q ela é super dotada, e por ai vai as mais estranhas teorias, mas o fato é q ela sempre foi muito diferente da irmã que é a pessoinha mais" NORMAL" que eu conheço.
Nos cadernos de escola dela , NUNCA vi um só coraçãozinho, como é até muito comum ver nos cadernos de outras meninas com o nome do fulaninho alvo da última paixonite, a imã dela mudava o nome do eleito numa velocidade alucinante rrrsss.
Nunca vi a menor manifestação de interesse por algum garoto ou mesmo uma garota, embora algumas vezes vi que a recipróca não era verdadeira, ela até apareceu quando tinha uns nove anos de idade com um estojo de canetas muito caro e me disse q havia ganhado de um garoto na escola, pelo valor do presente e por nem ser aniverssário ou algo parecido , fui a escola saber sobre esse assunto, mas a mãe do garoto disse apenas q ele gostava muito dela e quiz presentea-la.
Essa minha filha desde bem novinha nunca se importou com a aparencia, embora seja linda, e não é papo de coruja, não se depila, não se maquia, usa roupas muito neutras que não chamam atenção, tem um estilo q é só dela.
Quando ela era adolescente ainda, começou a ser cortejada por um rapazinho pouca coisa mais velho e muito romantico, esse rapaz vinha de longe , pois sei q ele morava meio distante, apenas para jogar flores na nossa porta, geralmente acompanhadas de bilhetinho muito singelos, mas Lola ela não parecia ficar eufórica com essas demonstrações , como seria normal q uma garota ficasse, eu pelo menos ficaria.(parte 1)

Anônimo disse...

(parte 2) O pai dela não é exatamente uma pessoa que se possa chamar de amigável, muito pelo contrário, é um verdadeiro OGRO, e quando percebeu o interesse desse rapaz fez coisas que desanimariam qualquer outro, inclusive certa vez chegou até a agressão fisica, apenas porque esse menino foi se despedir dela no aeroporto quando ela foi viajar para Europa.
Não poderia ficar contando aqui todas as peripécias q esse garoto fez para conquista-la, mas NUNCA vi coisa igual, ele realmente se empenhou ao máximo, se eu fosse mãe dele teria ficado preocupada com ele, mas o fato é que ela acabou cedendo e começou um namoro com ele, que dura até hoje.
Mas não é um namoro comum muito menos tradicional, tudo parece indicar que não existe SEXO nesse relacionamento, não ha aquela urgencia, ansiedade, frio na barriga, tão comuns , sou expert nesse assunto.
Eles se gostam, se tratam super bem, são carinhosos, até dormem juntos, mas por incrível q possa parecer não rola nada de sexo, uma vez até comprei algumas camisinhas e deixei no apto dela, mas parece q isso a contrariou muito, e foram todas jogadas no lixo, ainda tomei o maior esporro.
Os dois tem uma vida muito movimentada, muitos amigos (diga-se de passagem todos bem estranhos tb) mas tb gosto de todos eles.
Viajam bastante, curtem gastronomia, vão nos restaurantes mais malucos e exoticos que existem.
Ele até insiste um pouco em casamento, afinal ja estão juntos ha 12 anos, mas ela não demonstra o menor interesse nisso.
Eu como mãe não posso achar normal isso tudo, talves por eu ser tão diferente dela, mas acredito q o sexo foi e ainda é a parte da minha vida que me proporcionou os melhores momentos, emoções, beleza, alegria, sentimentos de plenitude e satisfação, fico pensando e até ja disse isso a ela, que ela pode estar deixando de lado a melhor parte da vida, que a juventude dela não pode ser eterna, e que o tempo não volta atraz.
Embora falemos sobre todos os assuntos esse é um TABU, para ela, e percebo o quanto ela se sente desconfortável em falar sobre isso, e não forço a barra, apenas a respeito.

Elaine Cris disse...

Lola, comentário nada a ver com o post, mas já viu essa notícia?
Talvez seja de seu interesse.

http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/10/11/governo-lanca-edital-de-r-8-milhoes-para-pesquisas-sobre-igualdade-de-genero.htm?cmpid=ctw-cotidiano-mix1

Abçs e bom feriado.

André disse...

Sexo não me faz falta.

Elaine Cris disse...

E mascus ainda nessa tarefa hercúlea de tentar provar para o mundo e a si mesmos, que se tem mulher que é assexuada e se a mulher que ele quer não sente atração por eles é por quê mulher nenhuma gosta de sexo. Que preguiça.

Valéria Fernandes disse...

Oi, Gabriela!

"É VC MESMO. Sabe a gente sabe q tá lendo muito o blog da Lola quando reconhece alguém na internet mesmo quando vc não a conhece.Mas o q eu queria perguntar é se vc acha seguro sua foto rodando a internet.É muita coragem"

Bem, Gabriela, é perigoso para qualquer um... Sem querer recriminar os outros, mas eu acho uma atitude excessivamente cuidadosa não colocar sua própria foto no seu perfil. A própria Lola usa sua foto. Eu sou uma pessoa que tem nome, identidade, adulta, que trabalho em um lugar X (que está no meu currículo Lattes) e por aí vai. Até o momento, acumulei alguns desafetos de internet, mas nunca ninguém veio me agredir publicamente. Enfim, por que me esconder? Eu não tenho do que me envergonhar, entende? ;-) Mas são muitas Grabrielas... Eu queria saber com qual delas estou falando.

Abraços!

Anônimo disse...

este poste, mais os coments, provaram por A mais B, que uma boa parcela das mulheres não gosta de sexo, mas sempre que nos dizemos isto, vem uma feminista rasgando as calcinhas por nossa causa, e dizendo que não tem fundamento, bem senhoras, leiam o post e os coments, e notem que quase todos os "assexuados" são do sexo feminino, e so sentem atração emocional ( fetiche) por outras pessoas.

lola aronovich disse...

O post não prova nada, mascupalerminha. Não sei se vc leu o post ou viu as fotos ou os vídeos linkados, mas o presidente e fundador do maior site referência sobre assexualidade é um homem (bonitinho e simpático, por sinal, ou seja, ele poderia estar fazendo sexo, se quisesse - ao contrário dos mascus). O fato d'ele ser homem também não prova nada, mas ele diz inúmeras vezes que o número de assexuais homens e assexuais mulheres é equivalente. Um expert no assunto diz que há tantos homens assexuauis quanto mulheres assexuais. Mas, deixa eu ver, em quem a gente deve acreditar? Num mascu frustrado porque não consegue pergar ninguém (redundância, desculpe) ou num cara que entende do assunto da assexaulidade? Hmmm.... Difícil decisão. Vou pensar umas semanas e depois retorno pra contar o que eu decidi.

Anônimo disse...

O povo gosta de generalizar sem tentar nem entender antes, sem o mínimo de pesquisa.

O post foi feito por uma mulher, então todos os assexuais são mulheres e toda mulher é assexual. O post foi feito por uma assexual romântica, então todos são. Foi feito por uma assexual que se masturba, então todos se masturbam. E aí começam a julgar a menina, os assexuais e a descartar/patologizar a assexualidade.

Poxa, gente, vamos sair do senso comum, lendo 5 minutinhos sobre a assexualidade vocês vêem que não é nada disso.

Como a Lola disse, existe um número mais ou menos igual de homens e mulheres assexuais. E isso é mais ou menos 1% da população (talvez descobrissemos que fosse até mais se a assexualidade tivesse mais visibilidade, muita gente é assexual mas nem sabe que isso existe, acha que tem algum problema por ser diferente da maioria das pessoas que conhece).

Não tem nada a ver com hormônios, disturbios, traumas, nada disso. São completamente capazes de fazer sexo, sentir prazer, ter orgasmos. Muitos fazem antes de se descobrirem assexuais, pra tentar se sentir normais, ou mesmo depois, pra agradar o parceiro, se estiver em um relacionamento romântico. "Ah, toda mulher casada é assexual", gente não é assim. Primeiro porque é ridículo, não-realista e pensamento típico de mascu achar que toda mulher casada não gosta de sexo. Segundo porque assexualidade não é algo que se desenvolve ao longo de sua vida. Se você tinha desejo sexual e de repente parou, procura um médico, aí pode sim ser um distúrbio. Assexuais são pessoas que foram assim a vida toda, não é uma coisa que começou de uma hora pra outra.

Nem todos são iguais em diversos aspectos. Assim como os heteros. Assim como os homo/bi.

Existem assexuais arromânticos, que não querem nenhum tipo de relacionamento romântico. Assim como existem os românticos. E dentre os românticos existem os hetero-românticos, homo-românticos, bi-românticos, pan-românticos... sim, muitos querem um relacionamento mas não sexo. Outros sentem-se completamente felizes só tendo relacionamentos de amizade.

Uns querem filhos, outros não. Uns aceitam fazer sexo para agradar o parceiro, outros não. Uns querem parceiro, outros não. Como já foi dito aqui, uns tem libido e se masturbam, outros não.

Não tem nada a ver com repressão ou religião. Muitos assexuais são ateus. Sobre repressão, a maioria dos assexuais antes e se descobrir como tal (antes de descobrir o nome "assexualidade", que existem outras pessoas assim) se sentem muito angustiados porque acham que tem algum problema com eles, porque não são igual a maioria, porque não tem interesse como a maioria. Se fosse repressão pensariam "Não, eu que estou certo, sexo é errado e pronto." mas isso não poderia estar mais longe da realidade.

Ninguém está querendo recrutar, promover celibacia nem nada do tipo. Só se quer que os assexuais sejam reconhecidos pelo que são, pessoas normais como qualquer outra, que sua natureza (não digo escolha porque não é uma escolha, assim como a homossexualidade não é uma escolha) seja respeitada, e não sejam visto como aberrações.

Mas a realidade é que mesmo dentro de um ambiente tão aberto que luta pela igualdade, em um blog feminista que defente também direitos de outras minorias, como LGBT, raciais e de classes mais baixa, ainda existe tanto preconceito.

Pra saber o que é ou não preconceito, já que acredito que a maioria aqui defende os direitos de LGBT, se imagina dizendo o equivalente pra um homossexual. Pareceu preconceituoso/homofóbico? Então dizer pra um assexual também é preconceituoso.

Dizer pra uma lésbica transar pelo menos 3 vezes com um homem antes de se identificar como lésbica é extremamente homofóbico. Agora dizer pra um assexual fazer sexo pelo menos 3 vezes antes de se identificar como tal tudo bem, né? Mas dizer pra um homem hétero fazer sexo 3 vezes com outro homem antes de se identificar como hetero ninguém diz, né?

Binha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Binha disse...

Parte 1 - Querida anônima de 11 de outubro 16:42, espero que você leia meu post.
Acho que eu posso de alguma forma te ajudar, pois já me senti assim como você. Também quando criança e adolescente tive minhas paixonites, mas eram muito platônicas. Na verdade eu sempre preferi que o menino/rapaz nem soubesse. Morria de vergonha e medo de que ficassem sabendo do meu interesse. Quando ficava sabendo do interesse de alguém por mim eu ficava fugindo e não tinha coragem nem de olhar na cara do rapaz... Morria de medo de dar meu primeiro beijo... Enfim, assim foi até meus 18 anos, época em que eu já me sentia uma ET, pois a maioria das minhas amigas já estava iniciando a vida sexual. Até aí eu só me masturbava, mas com muita culpa, achando muito errado. E sempre sonhava com um namorado de uma forma romântica, com juras de amor, cartas, mãos dadas e flores. Então, com 18 anos conheci um cara que se interessou por mim e me interessou e acabei me encorajando a ficar com ele. Ficamos pouco tempo porque eu realmente era muito tímida, não sabia nem muito o que falar quando saíamos juntos e morria de vergonha de qualquer "avanço" como mãos aqui ou ali. Na verdade eu nem fazia questão desses avanços, estava mais interessada na parte romântica da relação. O tempo passou, fiquei com mais alguns caras e perdi a virgindade aos 23 anos, mais pela vergonha de ser virgem com essa idade do que por qualquer outro motivo. Foi como tirar um peso das costas. "Pronto, agora me sinto normal". Fiquei com outros caras, com alguns vislumbrei a possibilidade de um namoro, com outros quase transei, mas nada se concretizou. Aos 28 anos me apaixonei por um colega da época do colégio e comecei a imaginar que daria tudo certo dessa vez, que tínhamos um passado e amigos em comum e tal, comecei a pintar todo um cenário romântico mas depois que transamos ele começou a fugir de mim e tudo acabou. Nos anos que se seguiram não cheguei nem perto de transar com alguém, continuei com os amores platônicos e desilusões amorosas. Ou seja, cheguei aos 34 anos tendo transado duas vezes na vida e sem ter tido algum relacionamento que eu pudesse chamar de "namoro". Passei até por uma fase de verdadeiro desinteresse sexual. Isso me frustrava muito e o que mais me deixava triste é que somando-se a meu sofrimento sempre tinha alguém para me apontar o dedo e me tachar de estranha, esquisita: "como nunca apresentou um namorado pra ninguém?". Ou então para achar que sou lésbica.
Fiz terapia durante algumas fases da vida e devo dizer que é de grande ajuda, mas somos nós que temos que querer muito ajudar a nós mesmos.
Nunca achei que fosse assexual e, se me permite o palpite, acho que você, querida anônima, não é. Ou talvez com apenas 21 anos seja muito cedo para você já querer se rotular. O que me parece é que você é reprimida mesmo, como eu acho que sempre fui, e talvez fazer uma terapia seja o caminho para você se conhecer.

Binha disse...

Parte 2 - Eu não sabia, mas nos últimos anos estava em um processo de depressão que culminou com alguns episódios de pânico. Ainda estou me tratando, mas estou ótima e feliz. Até agora, com 36 anos, ainda não tive um "relacionamento sério", mas isso não é e não vai mais ser condição para minha felicidade, pois há várias coisas na minha vida que me fazem extremamente feliz. E em relação a minha vida sexual o que tenho há um ano e meio é um "amigo colorido" por quem sinto muito tesão. Posso dizer que fazer sexo com alguém de quem eu gosto e em quem confio, mesmo sendo um amigo e não um namorado, tem sido uma experiência maravilhosa de descoberta da minha sexualidade, como nenhuma terapia havia feito antes. Gostar de sexo não é querer transar com qualquer um. Descobri que gosto (e muito!) de sexo mas não transaria com qualquer um só para me satisfazer, pra isso prefiro me masturbar pensando em alguém que me dê tesão, e hoje não vejo nada de errado nisso.
Querida, não se cobre, procure se ajudar, vá com calma e seja feliz, sendo você assexual ou não. Não deixe que ninguém te rotule, cada ser é único e só você pode descobrir o que te faz feliz.

Anônimo disse...

isabela, só li seu comentário agora.

eu acho que existe uma coisa que eu poderia chamar de energia sexual que eu acho que, sim, é vida. mas não acho que fazer sexo com alguém seja a mesma coisa. dopamina e testosterona, que ajudam na motivação de agir externamente, são tbem super úteis em outros campos da nossa vida. podem fazer a pessoa canalizar a energia pra conseguir outras coisas na vida. cada pessoa canaliza suas coisas pro lado que interessa! e interesse não se fabrica.

eu não sou assexuada, mas eu tento compreender que tem gente que não tem o mesmo interesse que eu. do mesmo jeito que eu acho que seria uma violência me proibirem de fazer sexo sempre que eu quiser, eu acho uma violência tremenda dizer pra um assexuado experimentar o que quer que seja pra ter certeza de que não gosta. já tive um prato de escargot na minha frente, poderia ter experimentado e não quis. simplesmente não quis.

se fosse assim, eu teria que experiemtnar coprofilia pra saber que não me interessa.

sou uma mulher com libido bem forte desde criança e super respeito os assexuados. eu não posso impor o que funciona pra mim aos outros.

Ciel~Alexis disse...

Não tenho tempo de fazer um comentário melhor e responder os outros comentários, mas gostaria de dizer que gostei bastante do artigo, e que você não está sozinha nessa, G. Tenho certeza que tem muitos assexuais por aí, que nunca tiveram coragem de sair do armário em público, assim como eu e você. :)

Anônimo disse...

Me identifico muito com você, G.

Sou alguém que nunca teve impulsos para relacionamentos, nunca tive a necessidade de me envolver com alguém e sempre me senti bem com isso, REALMENTE nunca foi algo que me fez falta. Ainda não é.
Passei me adolescencia sem romance, embora escrevesse poemas e músicas romanticas em cadernos e agendas, não sentia a necessidade de me encolver com outra pessoas, mesmo quando as amiguinhas começaram a fazer isso. Beijei um desconhecido numa festa ao 15 anos, num misto de uma curiosidade de como seria um beijo e pela pressão que havia, eu tinha 15 anos e me esquivava de assustos como esses porque, afinal, eu tinha 15 anos e era a tal BV. Depois disso, continuei na prática do beijo ao desconhecido, porque eu REALMENTE gosto de beijar.
Durante a faculdade (entre os 18 e os 22 anos) virgindade era motivo de piada entre nós da república em que moravámos, éramos então 3 virgens com cerca da mesma idade e fazíamos nossas brincadeiras e "apostas" por causa disso. Era tudo até bem saudável, terminamos a faculdade e apenas uma havia "conseguido" perder a vingindade. Eu entrava nas brincadeiras, ria e realmente não me importava das "gozações" por minha virgindade. Eu realmene não tinha vontade de transar e mais do que isso, eu tinha vergonha de transar com um conhecido e ele descobrir e contar pra todo mundo que eu era virgem. Então aos 24 anos, surgiu a oportunidade de fazer sexo com um desconhecido e perder a tal vingindade, mas para minha surpresa e talvez decepção não sangrei "como deveria" e além disso, não achei sexo legal, dizem que foi porque o cara não foi bom, mas eu cheguei ao orgasmo e cheguei a conclusão também de que era masi legal fazer isso sozinha. Sim, eu tenho desejo sexual, só não tenho vontade de compartilhar isso com outra pessoa.
Também já pensei que sou lésbica, mas meu sentimento em relação a sexo com uma mulher é a mesma para com um homem, total falta de vontade. Eu simplesmente não tenho vontade de fazer sexo. Sinto-me atraída por alguns homens e até por algumas mulheres, mas meu desejo de fazer sexo com eles ou elas é tão pequeno e quase nunca aparece, embora eu gostaria de passar por uma sessão de "amassos", mas nada além disso.

Fico muito feliz em saber que posso me identificar com esse 1% da população, pois antes ficava perdida, achando que tinha algum problema, alguma sociopatia, mas cada vez mais acredito que posso me identificar como assexual. Estarei mais feliz ainda quando puder falar sobre isso abertamente, embora eu não tenha exatamente medo de falar disso como não tenho medo de falar sobre ateísmo.
Adorei o post.

Drica Leal disse...

Para a mãe anônima preocupada com a filha:

Acho que você está sendo invasiva, abusiva e desrespeitosa com sua filha.

Pelo que você relatou, ela nem mora mais com você, tem namorado, amigos, as próprias atividades e interesses e você insistindo para ela ela viva e aja dentro do seus padrões de felicidade, sexualidade, etc. É muita arrogância da sua parte quando sua filha parece estar muito satisfeita com a vida dela, as relações dela, os gostos dela. Se você fosse minha mãe e me desrespeitasse tanto só porque não vivo como você acha que eu deveria, eu te excluíria completamente da minha vida, sem dó.

Você já parou pra pensar que SUA vida é que pode ser bastante limitada e seus conceitos idem? E daí que a única felicidade que você tem na vida é fazer sexo, outras pesoas tem outros interesses também, e algumas, pasmem, nem ligam pra sexo.

Se pra você sexo é o melhor da vida eu te digo que gosto muito, mas me sinto plenamente realizada também quando faço bem meu trabalho e tenho retorno por isso, quando posso desfrutar de boa arte, boa comida, adquirir novos conhecimentos, estabelecer novas metas, conhecer pessoas que admiro, estar com pessoas queridas. Pra mim, tudo isso é tão (ou até mais) vital, satisfatório e prazeiroso quanto sexo, ou quanto estar apaixonada e namorando. Talvez sua filha tenha apenas uma gama de interesses, realizações e satisfações muito mais ampla que a sua, que me parece uma pessoa sem muita coisa interessante pra fazer da vida.

Não quis ser ofensiva, só acho que você deveria respeitar sua filha comp um indivíduo totalmente diferente de você que não tem a obrigação de caber nos seus padrões. Vá procurar algo interessante fazer da sua vida, até sexo, e deixe sua filha viver como ela se sente bem.

Sonado Alaikor disse...

@Jéssica bem, não tenho o direito de atropelar o desejo de confidencialidade de minha noiva ao falar sobre nossas intimidades (e nem acho legal o fazer), mas invertemos papeis tranquilamente. Infelizmente ao conversar com isso com outros homens de meus círculos sociais (não sobre eu e ela mas sobre o fato de inversões em si) notei que a maioria dos homens tem uma profunda aversão nesse sentido.
Deixar-se dominar por uma mulher na cama parece ser algo que a maioria dos homens temem. Espero sinceramente que eu esteja errado e seja um foco local...

Anônimo disse...

drica, comentário perfeito. e ainda digo mais: se eu fosse a filha dela, de tão invesiva que ela é, mesmo se eu amasse sexo, eu não diria uma palavra sobre minha vida sexual pra essa mãe.

que horror! imagina, a pessoa deixar camisinhas lá? meldels. e ela tá sabendo ou querendo saber demais da vida particular da filha, que, aliás, parece ser bem mais realizada e interessante que essa mãe.

credo, pare de se meter na intimidade de sua filha!

Anônimo disse...

huan,

é engraçado... até pela minha aparência ou meu jeito de agir nas coisas do cotidiano, eu atraio muito cara que se deixa dominar. aliás, acho que eles já se atraem por mim pq me veem como mulher forte e dominante. ok que não sou isso 100% do tempo, mas gosto de me sentir mais "forte" que um cara na cama. gosto do joguinho.

Anônimo disse...

'Mas, deixa eu ver, em quem a gente deve acreditar? Num mascu frustrado blablabal'

argumentum ad hominem, pela milionésima trilionésima nem sei quantésima vez nesse blog.

Ana disse...

@Mãe anônima das 10:48 (I)
"a mais velha sempre foi muito diferente a ponto de chamar a atenção de todos"

"ela não parecia ficar eufórica com essas demonstrações, como seria normal q uma garota ficasse, eu pelo menos ficaria"

"Os dois tem (...) muitos amigos (diga-se de passagem todos bem estranhos tb)"

"Eu como mãe não posso achar normal isso tudo, talves por eu ser tão diferente dela"

"Embora falemos sobre todos os assuntos esse é um TABU, para ela, e percebo o quanto ela se sente desconfortável em falar sobre isso, e não forço a barra, apenas a respeito."

Então, Mãe...

Me identifiquei com o teu comentário porque já trouxe pra cá muitos atritos que tenho com minha mãe - tanto que certas pessoas com problemas de interpretação de texto acham até hoje que eu a odeio, o que não é verdade. Entendo teu medo de ofender sua filha, eu também me apavoro com a possibilidade da minha mãe ler certas coisas, hahaha.

O que eu percebo pelo teu discurso é que tu tens um padrão de comportamento (gostar de romance, ficar eufórica com declarações de amor, achar sexo uma das melhores coisas da vida etc), e o que te chama atenção é a tua filha mais velha não se encaixar nele. Como dissestes, vocês são muitos diferentes, ela não pertence ao teu conceito de "normal" e isso te causa espanto.

Na minha humilde opinião o problema está em associar que diferente=pior. Mencionaste que tua filha tem amigos, um relacionamento estável, e uma vida movimentada... Então em suma, ela está bem. Ok, não leva a vida do mesmo jeito que a mãe e a irmã, mas o importante é que ela está feliz, né? Então eu acho que você pode simplesmente deixar de se preocupar, ela encontrou o caminho. Não é o seu, mas é um caminho, saca? :)

Aqui em casa acontece um fenômeno parecido. Não com a minha mãe, mas com minha tia e minhas primas. Elas são pessoas mais ativas, do tipo que sai todo o final de semana pra balada. Como essa é a rotina delas, o seu "normal", elas sempre me viram com uma certa estranheza, porque eu não saio de casa. Tipo, nunca. Então pra elas eu sou 'diferente' - exatamente como tua filha é 'diferente' pra ti.

O interessante é que se você me perguntar, eu vou dizer que diferente pra mim é... sair pra balada todo final de semana. O meu conceito de "normal" é ficar em casa, querer sair sempre pra mim não faz sentido. Então no fim, elas me descrevem como ‘quietinha’, eu as descrevo como ‘festeiras’. Mas eu me acho simplesmente normal, como garanto que elas também.

O que eu quero exemplificar pra ti é que o padrão muda muito facilmente quando se trata de humanos. Gente é tudo diferente - eu não me sinto nada confortável em boates e minhas primas acham que ficar em casa lendo é um tédio, e isso é ok. É assim mesmo. Tu achas sexo uma das melhores coisas da vida, pode apostar que tua filha também tem algo do tipo - só que não é sexo, é algum outro interesse.

Sendo sincera, me incomoda um pouco a maneira como usaste os termos “diferente” e “normal” o tempo todo, dividindo tudo. Eu acho que se fores um pouco mais flexível no teu padrão, as coisas podem ficar mais fáceis.

Ana disse...

@ Mãe anônima (II)

Arriscando estar errada, o meu palpite é que tua filha não fala contigo sobre esse assunto justamente porque ela sabe que não lidas bem com as diferenças (tanto que disseste pra ela pensar bem, que ela não vai ser jovem pra sempre, etc). Eu tenho certos assuntos que evito com minha mãe mas compartilho tranquilamente com pessoas estranhas. Porque? Porque toda vez que tento falar com ela, a coisa acaba girando ao redor de 'porque eu não sou do jeito que ela quer?'.

Certas conversas sempre descambam pra uma tentativa de me adequar ao que ela considera 'normal'/'bom', e sinceramente... Isso enche o saco =/ Já quando falo com outras pessoas, a pressão pra que eu concorde com elas não é tão grande. Mesmo quando nós discordamos de maneira ferrenha, eles não tentam me "converter". Só percebem que eu penso diferente e tentam entender, do mesmo jeito que eu tento entendê-los.

As camisinhas não foram bem vindas porque foram uma maneira prática de incentivá-la a ser como tu queres. Saber que você a acha 'anormal' já é ruim, ser dobrada de uma maneira tão tangível deve ter sido horrível. Não só deixaste claro que tens dificuldade em aceitar como ela vive, como interferiste no dia-a-dia dela. Sei que pra ti provavelmente parece pouca coisa, e aposto meu braço direito que fizeste com a melhor das intenções, mas não foi uma boa idéia.

Numa comparação meio tosca, é como se você tivesse ganho um ingresso pra uma palestra "Porque a mulher deve se resguardar?" ou coisa do tipo. Como se alguém tivesse tentado te dizer que gostar de sexo não é normal/bom e aí te desse um "empurrãozinho". Não é algo confortável, né?

... Bom, espero ter ajudado pelo menos um tiquinho... :]

Anônimo disse...

Drica Leal e e anon 18.18, por sorte tenho uma filha maravilhosa, e reconheço que nem mereço ser mãe de uma criatura tão especial como ela, mas bem diferente de vcs ela é muito inteligente e sabe que meu desejo é o melhor para ela e me trata com todo o carinho e compreensão, vcs erraram tremendamente nas conjecturas q fizeram a respeito dela e da vida q ela leva, assim como da minha tb, mas acho q nem vale a pena ficar me justificando com pessoas como vcs.
Eu só sinto por suas mães, não deve ser nada facil lidar com criaturas tão insensíveis e pernosticas.

Anônimo disse...

Realmente a assexualidade ainda é muito desconhecida e sofre muitos preconceitos como "frescura", como se todo o ser humano tivesse uma necessidade enorme de relacionamento. Um assexual é igual um hétero, homo, bi, etc. A única diferença que é ele é indiferente ao sexo, porém relacionar um assexual a um traumático, recalcado, neurotico é como relacionar todos esses mesmos adjetivos aos que se encaixam em outro perfil, puro preconceito.

Anônimo disse...

Ana gostei das suas criticas, acho q vc acertou em todas ou melhor compreendeu meu ponto de vista.
A única coisa q discordei do q vc disse, foi sobre eu ter um "problema" com minha filha, porque na verdade não considero que ela tenha um problema, eu a aceito do jeito q é, não quero muda-la, apenas falo pra ela como me sinto em relação a esse comportamento dela, sobre as camisinhas foi mal, ela era muito nova quando isso aconteceu, e fazia pouco tempo q morava sozinha em um apto. enquanto estudava na faculdade, achei q por ela estar em um ambiente novo, talvez ela descobrisse sua sexualidade e minha intenção era apenas protege-la, mas deu tudo errado.
Mas isso NUNCA nos afastou, não ha ninguem q me entenda mais do q ela, mesmo eu não sendo uma mãe muito tradicional e tão diferente dela, eu até brinco que devem te-la trocado na maternidade, mas q agora eu NÃO A DEVOLVO.
Mas não deixo de ser uma mãe que quer o melhor pra seus filhos, mas talvez o meu melhor não seja o dela não é???

Nana disse...

"...eu até brinco que devem te-la trocado na maternidade..."

Mulher, além dos teus conceitos e padrões, que tu insiste para qua a tua filha se encaixe. Ainda, diz isso pra ela? Se ela for de maior (é o que parece), deixe essa pobre em paz, permita que ela viva de acordo com os próprios padrões pré-estabelecidos por ela mesma. Não se intrometa mais, ao invés de ter preocupações fúteis, vá viver SUA vida. Entenda que filhos não nossos, eles são do MUNDO! Liberte essa moça, por que você pode até achar que não, mas, ela com certeza se sente presa!

lola aronovich disse...

Querida mãe anônima, sei quem vc é e gosto muito de vc. Mas tente refletir em cima das críticas que essas pessoas jovens (provavelmente filhas, e não mães) estão deixando. Não fique tão na defensiva! Suas duas filhas são maiores de idade, então fique só com a corujice e o óbvio orgulho que vc tem por elas, e aceite a mais velha como ela é. Na realidade, vc não sabe o que ela e o namorado fazem entre quatro paredes (pode ser que façam sexo, pode ser que não façam), e isso realmente não é da conta de ninguém, fora eles. Não sei, mas especular sobre a vida sexual dos filhos (ou dos pais) me parece estranho – creepy é a palavra em inglês. Não tenho a menor vontade de discutir com a minha mãe a minha vida sexual, por exemplo. E acho que ficaria chateada se ela se intrometesse e tivesse suspeitas de sei lá que tipo.
E pode ser que suas filhas estejam lendo esta thread. E a mais velha pode não gostar... com razão!

Anônimo disse...

@Mãe Anônima

Tenho amigas q se dão muito bem com as mães, conversam, saem, compartilham momentos, mas sempre estão reclamando do fato da mãe não dar espaço, da mãe sufocar e não respeitar a individualidade.
Vc pode estar com as melhores das intenções, mas pelo seu relato vc parece uma mãe intrometida que não respeita a vida da sua filha. Ela já é uma mulher, mora sozinha com o namorado, tem uma vida q eu até fiquei com inveja e vc fica ai azucrinando ela, querendo q ela se encaixe nos seus padrões, viva a vida q vc acha ''certa''. Vc pode não perceber, mas isso deve incomodar e fazer mal à ela. Pq por mais q ela tenha uma ótima vida vc ta sempre se intrometendo e querendo q ela mude.

E não tenho problemas com a minha mãe, nunca tive, justamente pq ela respeita muito meu espaço e dos meus irmãos. Não converso com ela sobre minha vida sexual(ou não), mas pq não quero, pois sei q ela não teria problema nenhum em ouvir. Minha irmã já é mais aberta e conversa com ela, mas por iniciativa dela e não pq minha mãe fica se intrometendo.
Às vezes dando espaço vc acaba por dar também liberdade pra conversar.

Luiza disse...

Não li todos os comentários, mas gostei bastante de vários deles e do post. Já tinha ouvido falar, mas tinha certo preconceito. Porém Lola, uma coisa gostaria de pontuar: tem que enfatizar que na verdade todas essas rotulações são tão desnecessárias... é fruto de uma insegurança, de se sentir diferente de todo mundo...

Acho mesmo que o melhor é sempre esclarecer: "faça sexo com quem quiser, quando quiser, do jeito que quiser,.... e se não quiser, não faça" e que devemos respeitar QUALQUER escolha...

as categorias excluem muitas vezes as possibilidades de mudança entre elas, em geral as pessoas são assex hoje, amanha conhecem alguem e se colocam como hetero, depois sao bi e depois voltam a ser assex... Acho que esses nomes são grandes rotuladores que não deveriam ter a importância que nós mesmos damos a eles, falando tanto sobre eles...

Acho que fica explícito o que quero dizer no comentário da Siena:
"Me considerei assexual até ter meu primeiro namorado aos 20 anos, depois de coisas comuns(?) acontecerem no relacionamento me vi meio perdida e até achei que na verdade eu não era assex e sim tinha medo. Mas o tempo passou, o relacionamento acabou, me vi solteira e sem interesse, achei q era crise de fim de relacionamento, acabei me envolvendo com outra pessoa e descobri que na verdade eu sou dentro da assexualidade o que eles chamam de demisexual"

Siena: você não era assex, nem hetero, e não é demi. Você é uma pessoa como qualquer outra que passa por momentos diferentes e em cada um deles voce se posiciona de forma diferente, e está tudo bem assim, somos todos assim, "metamoforses ambulantes"... não há (ou não deveria haver) regra pra seguir, portanto sinta-se livre pra expressar sua sexualidade da forma que bem entender hoje. Amanhã vc pode mudar ;)

Sara disse...

Lola eu nunca terei a facilidade de me expressar q vc tem, e talvez por isso tanta gente não entendeu o meu ponto de vista.
Nunca disse q fico xeretando a vida da minha filha, muito pelo contrário, é ela que sempre me procura pra conversar sobre tudo.
Nos vemos bem pouco por conta do trabalho dela, ela viaja muito por muitos lugares diferentes, e embora ela tenha seu próprio apto.só o ocupa quando esta trabalhando por ser mais perto da empresa, no mais ela corre pra nossa casa, ela costuma chegar bem tarde na sexta feira, quando eu ja estou morrendo de sono e cansaço, mas mesmo assim a espero pois sei que ela vem louca pra conversar sobre tudo e sobre todos, na verdade eu mais a escuto do q falo.
Apesar de ter certeza que ela me compreende pois tb tenho uma vida sexual meio "transgressora" eu não falo sobre esse assunto com ela, nem espero q ela fale sobre a dela comigo, JAMAIS fiquei especulando sobre a vida sexual de nenhuma de minhas filhas, simplesmente as aceito como são, apenas comentei sobre o que acontece aqui anonimamente, na intenção de contribuir com o assunto em pauta.

Tiago disse...

Concordo totalmente com a autora.
E ainda me arrisco a dizer que boa parte da sexualidade que eu tenho hoje vem mais de influencia "do meio" do que desejo real mesmo.
Explico: Sempre fui muito reservado, para mim sempre foi difícil me relacionar com pessoas. Até conversar pelo telefone é algo que não me agrada.
Por outro lado, sempre fui muito influenciável, e cresci sendo bombardeado por relatos e opiniões sexuais de todos os lados: amigos, familiares, livros, revistas e principalmente televisão!
Pelo menos no meu caso essa dicotomia acabou criando em mim duas formas de desejo: o psicológico, que é bem forte, e o físico que não é tao forte assim.
Hoje em dia sou casado com uma pessoa que é praticamente igual a mim, e a frequência com que fazemos sexo é bem abaixo da média, mas é o suficiente para ambos, e satisfaz totalmente o desejo físico.
O problema é o psicológico, esse que foi criado artificialmente, e que só é satisfeito por masturbação.
O psicológico causa vários problemas: falta de concentração, um pouco de depressão, isolamento, etc. E ai é que a minha história se encaixa no post.
Tenho uma forte desconfiança de que se eu não tivesse recebido toda essa influência externa, eu seria assexuado também. O que me faz pensar se isso não se aplica também à todas as pessoas. Não digo que todo mundo seja assexuado por natureza, claro que não, mas o quanto da nossa libido vem de nós mesmos e quanto é influencia externa? A fabricação de desejos sexuais artificiais nas pessoas poderia ser de utilidade para os poderosos?
Por exemplo, até onde sei, não existe nenhuma religião que não tenha o sexo como um de seus pontos centrais, pelo menos na pratica. Ora condenando como algo sujo, ora sublimizando como algo divino. E porque tanta energia gasta em cima desse tópico? Será que é para causar uma perturbação na mente dos fieis e que eles não percebam que os demais dogmas da sua religião não fazem sentido? E na politica? será que não usam o mesmo efeito, talvez de forma mais sutil: Preocupem-se em fazer sexo, assistir o jogo/novela/BBB e em ganhar dinheiro, e deixem a "robalheira" com a gente?
Talvez eu tenha viajado demais agora, mas enfim, é algo a se pensar.

Drica Leal disse...

Sara:

Releia seu texto. Perceba como o tempo inteiro você diz achar que sua filha não é normal por não ser romântica, pornão ter aquele frenesi por namoradinhos, por ser sexualmente reservada no namoro, por ter amigos que se parecem com ela e o namorado que você considera estranhos, por achar que programas que ela e o namorado gostam de fazer não estão dentro do seu padrão de normalidade.

Se sua filha é assim tão diferente, já parou pra pensar que na concepção dela anormais são você e sua outra filha? Mas acho que mesmo assim sua filha mais velha não deve viver criticando você ou sua outra filha "normal" , né?

Enfim, releia o seu texto, se colocando no lugar da sua filha mais velha e tente perceber como ela se sente tendo uma mãe que acha que tudo o que ela gosta, as escolhas de vida ou os sentimentos dela são anormais.

Siena disse...

@Luiza

Fiz um resumão dos últimos 4 anos da minha vida, nada foi simples como eu descrevi. E nem coloquei que tive um outro namorado no final do ano passado/começo desse ano e que ai percebi várias outras coisas.
Já pensei mesmo que tudo isso é uma questão de momento, mas não é. Outras pessoas nas quais convivo não são/tem nem um pouco dos mesmos sentimentos que eu tenho em relação a (a)sexualidade.
Não tenho mesmo interesse em me envolver com qualquer pessoa, não consigo nem me fazer ''pegar alguém'' quando saio à noite. É realmente impossível, eu já tentei várias vezes. Me envolver mais que isso com alguém leva um tempo, é um caminho looongo. E aprendi que preciso respeitar isso ou me faço mal.

E bom, assexualidade e todos suas variações são expressões de alguma sexualidade, a falta ou pouca expressão dela, por assim dizer. Existem assexuais de todos os jeitos, os q se masturbam, os que fazem sexo, os q fariam sexo pra agradar o parceiro, os q não fazem, os q não procuram nem envolvimento romântico etc etc. Não me prendo ao rótulo e ele não me prende, eu sou assim desde sempre.

Em uma discussão de amigos há algum tempo expus minha opinião sobre sexo, disse q ele é a coisa menos importante pra mim em um relacionamento, não ta nem entre as 5 mais importantes e por mim não faria, mas que tbm não tenho nada contra. Foram mil olhares de espanto. HAHAHAHAHA Teve até um ''coitado do seu marido''. Enfim, minha percepção sobre o sexo e necessidade dele é bem diferente da maioria.

Sara disse...

Drica, como ja disse minha filha não é uma pessoa comum, tem gostos e preferencias que normalmente não se vê por ai, ainda mais para garotas da idade dela, mas em MOMENTO ALGUM eu disse que isso a desqualifica pra qualquer coisa, na verdade não aprecio os gostos dela em nenhum ponto, mas jamais acho que ela não tenha direito a eles.
Sua impressão por seu comentário foi totalmente equivocada, mas isso seria até perdoavel.
Minha relação com minha filha não tem nem um único ponto a ser melhorada, TE GARANTO, ela é minha companheira em quase tudo q eu faço, inclusive no movimento feminista.
O q fiquei chocada foi com o desprezo pela opinião dos outros q vc demonstrou em seu primeiro comentário, sugerindo q cortaria relações com sua mãe por um motivo tão FUTIL.

Anônimo disse...

sara, no seu último comentário, vc parece contar uma história diferente dos comentários anônimos. eu não te conheço e fiquei, sim, horrorizada com os comentários. se vc se expressou mal, reescreva ou não venha com pedras na mão.

no entanto, acho mesmo que os primeiros comentários mostram bem o que vc pensa ("Eu como mãe não posso achar normal isso tudo"). porque não vejo outro jeito de reescrever o fato de vc ter deixado camisinhas pra ver se ela se animava.

sobre minha mãe, não, nunca falei da minha vida sexual com ela. não por repressão nem nada, mas porque ela respeitava minha intimidade. pagou o ginecologista qdo eu estava na idade de ir, me levou, mas nunca perguntou nada que não dissesse respeito à nossa relação. nunca perguntou nada, mas estava aberta pra qualquer filho conversar. e ela não pensa mais nada de mim porque está morta, mas, antes de ter ido, me agradeceu muito por eu ter tentado fazer tudo por ela (de tão "insensível" que sou de acordo com seus padrões). talvez tenha sido a coisa mais preciosa que minha mãe me falou e deixou pra mim. nem precisa "sentir" pela minha mãe mais, disso vc tá livre.

Drica Leal disse...

Cortariarelações sim se minha mãe achasse tudo o que eu penso, gosto, minhas opções "anormais" e ficassem tramando maneiras de me fazer viver como ela acha certo sem respeitar a minha indivudualidade. Talvez você seja do tipo que acha que mãe pode tudo, mas eu não. Reprovar tudo o que eu sou, sinto e escolho taxando de anormal minha vida não seria um motivo FUTIL pra excluir quem quer que seja da minha vida. Você tem um padrão muito rígido de " normalidade", e não lida bem com a idéia de que seus valores não servem pra sua filha. Foi isso que deu pra entender, embora possa não ter sido esa a intenção.

Lisa disse...

Discussão realmente muito boa.

Ando pensando nesse assunto ultimamente pq tenho um baita complexo por nunca ter conseguido chegar ao orgasmo. Por mais que eu goste de estar com a pessoa e me sinta bem com ela, gosto muito mais da troca de carinhos, de dormir agarradinho, do que do sexo propriamente dito. O máximo que alcancei é aquele estado em que fico com mãos e pés até dormentes de tão moles, mas não chego ao ápice do gozo, a essa sensação de pico de prazer, como as pessoas dizem...pra mim sexo é uma parte cansativa da relação.

Quando era adolescente sempre fui a faísca atrasada, primeiro beijo com 18 anos, primeira transa com 25. Não pq eu nao quisesse, eu queria, mas simplesmente os garotos não se interessavam por mim, eu era muito moleca....Hoje as coisas mudaram um pouco, os homens se interessam por mim, fico algumas vezes, mas nunca tive nada duradouro...e sexo sempre foi mais para atender o parceiro do que por vontade minha, e excitação ocorre rarissimas vezes.

Não consigo sentir nada com masturbação, por mais que eu tente. Já pensei que talvez eu fosse homosexual e por isso não sinto prazer com homens, mas também não me vejo sentindo isso com mulheres, entao acho que estou mais pra assexuada mesmo.

Sinto falta de alguém, pelo companheirismo, carinho, cumplicidade...me apaixono com frequencia, mas nunca viso o sexo simplesmente pq não sinto prazer com ele, posso passar anos sem sexo que pra mim não faz diferença. De toda foma, parece que "gostar de sexo" faz falta na minha vida, eu queria saber como é, gostar, querer...

Sinceramente, fico sem saber se sou assexuada, ou se de repente tenho algum disturbio hormonal, se algum remédio poderia ajudar na minha líbido.

Me tratei de depressão por bastante tempo e embora hoje eu viva bem melhor, sei que ela ainda mora aqui...me falta vontade de viver às vezes, ai me pergunto se eu seria realmente assexuada, ou minha falta de interesse por sexo seria somente um sintoma da depressão? Nunca tive interesse por sexo, mas também nunca vivi 100% sem depressão...logo...

M. disse...

Eu adoraria ter uma filha como a filha da Sara! Ela parece ser muito autêntica. Eu não sei como você, Sara, consegue não admirar a excentricidade da sua filha.

Sara disse...

M . não ha ninguem nesse mundo inteiro q eu admire mais do q minha própria filha, sei q isso pode soar meio coruja, mas não sou a única q nutre essa admiração por ela, ainda q ela nem fosse minha filha, eu teria a mesma admiração pelo caracter dela.
Eu só n to entendo pq tantos aqui não entendem meu ponto de vista, mas tb, quer saber, desisto..
O q me importa realmente é a relação q eu tenho com ela, q para mim, e ao q tudo indica para ela tb, é exelente.

Anônimo disse...

lisa, eu penso da seguinte forma: se algo te angustia, não economize esforço pra resolver. se vc tá bem, ótimo, não há problema algum.

acho que vc tem que se perguntar se vc se sente forçada a gostar de sexo porque todo mundo gosta e ser muito sincera na resposta. se a resposta não bater com o que vc tem passado, vale a pela investigar e conversar com profissionais.

mas vou te contar uma coisa que aconteceu comigo. eu tinha um namorado daqueles que a gente não sabe como namorou. no fim do relacionamento, eu perdi totalmente o tesão e nem ficava molhada (logo eu, que só de pensar em sexo, já fico MUITO molhada). achei que eu tinha um problema. comecei a me cobrar, a querer fazer algo pra melhorar... e o bosta ainda fazia questão de dizer que eu tinha um problema sexual.

aí conheci um outro cara e tudo voltou como sempre tinha sido. ou seja, era coisa da minha cabeça (o que é diferente de ser frescura, tá?). eu perdi o tesão pq o relacionamento já tinha acabado, só faltava enterrar. eu sempre convivi com depressão. e, nessa época, ela piorou bem. ou seja, se eu nem conseguia viver, como viver E ainda querer transar loucamente?

então veja o que te angustia e seja sincera. qdo vc tiver a resposta, vá atrás da solução se isso for necessário. se vc achar que está bem, realmente bem, vá vivendo pq sempre existe gente como a gente por aí e vc vai encontrar quem goste de fazer as mesmas coisas que vc. vale a pena investir nisso da depressão, de tratá-la. qdo vc se sentir bem, veja como é sua reação com sexo. e, se vc não curtir mesmo, tudo bem tbem!

beijo.

Anônimo disse...

M.,

eu já queria era ser amiga da filha da sara! hhahaha.

Sara disse...

Nem devia mais falar nesse assunto, mas quem sabe dessa vez alguma boa alma me entenda, como ja falei minha filha tem uma personalidade carismatica, mas não no sentido de ser estrela nem nada do tipo, pois ela é a descrição em forma de gente.
Eu quando era jovem fui o oposto do q ela é, fui amadurecendo muito lentamente, cometi uma infinidade de erros, era rebelde, revolucionária, dei muito trabalho pra pobre da minha mãe.
Quando finalmente tive uma filha, achei q havia chegado a hora de eu pagar por meus pecados, que o que me esperava pela frente, seria uma criança dificil e problematica, me preparei para isso.
Mas Não, ao invez disso me veio uma garotinha que desde muito cedo começou a me surpreender, sei q é dificil de acreditar , e pouco to ligando se acharem q eu estou mentindo, mas ela COMEÇOU a aprender a ler com menos de um ano, aos tres ela ja estava quase alfabetizada, sem ajuda de ninguem, aprendeu linguas sozinha tb, ela tinha uma avidez por livros de qualquer tipo, foi oradora da turma do pré-primario rrrssss.
Devorou os livros da biblioteca próxima da minha casa.
Ela nunca comete erros por incrível q isso possa parecer, nem na adolescencia ela passou pelos problemas que todos nos mortais passamos, ja ganhou muitos premios por sua inteligencia, tudo isso foi fazendo uma certa aura em torno dela, e professores, amigos, parentes, colegas de trabalho, enfim quem tem ascesso a ela, invariavelmente acabam admirando a personalidade dela.
SÓ QUE, tem certos tipos de pessoas que admiram ela por um motivo que eu considero HORRÍVEL, por ex. tenho muitas amigas que tem filhos mais ou menos da idade dela, VARIAS vezes ja vieram me falar q adorariam que seus filhos encontrassem uma garota como minha filha, uma até chegou as raias do absurdo de me propor tramar um plano para separar minha filha do namorado dela, para introduzir na parada o "filhinho dela", numa espécie de "EUGENIA" pq no caso o filho dela tb era um garoto extremamente inteligente rrrsssss, e mais, o que mais choca é que essas pessoas até admiram ela por suas qualidades mais evidentes, mas ja me falaram e eu fiquei PUTISSIMA, é que pelo fato dela ser tão discreta em seu comportamento sexual , que o fato dela ser" virgem" era uma qualidade admiravel, e que por isso gostariam que seus filhos encontrassem uma garota como ela.
Bom nem preciso dizer que soltei todos os cachorros encima das pessoas que tiveram a infelicidade de vir me falar com esse tipo de abordagem.
Por isso entendam que eu NÃO valorizo essa discreção toda em torno da conduta sexual dela, gostaria de NUNCA ter escutado esses tipos de argumentos de pessoas q eu considero retrogradas, queria mais é q ela fosse mais liberta sei lá.
Pq ela não é assim pela educação q recebeu da minha parte, é assim pq, é dessa maneira q ela é feliz.

Anônimo disse...

"queria mais é q ela fosse mais liberta sei lá".

sara, pela inteligência que sua filha parece ter, ela já está liberta. só o fato de vc ter feito aqueles comentários lá em cima anonimamente (eu compreendo o motivo) mostrando um certo incômodo (certo nada, mostrou muito incômodo pelo que tá escrito, mas digo "certo" pq vc tem tentado se explicar), quem não tá é vc. me desculpe, mas vir pra um blog discutir a vida sexual da sua filha? sério? não estou te tacando pedras, estou escrevendo super de boa. mas releia o que vc escreveu. se alguém dissesse isso de mim, ainda mais sendo minha mãe, eu iria querer sair de perto.

já fez terapia? acho que ela tá bem mais resolvida que vc.

Anônimo disse...

bem que eu queria ser assexuada, mas acho que meu problema é depressão, baixa auto estima, fobia social e insegurança mesmo.

ma a verdade é que o fato de eu não ter vida sexual não é a minha maior preocupação. ser virgem ainda aos 27 anos não está nem entre as top 10 maiores preocupações da minha vida.

na verdade eu acho que vou morrer virgem e não acho que isso seja a maior tragédia da vida de uma pessoa hahahahha

enfim, tô confusa, não sei o que pensar, onde me "classificar"...

mas talvez eu não deva me classificar, né?

Anônimo disse...

e, sara, pelamor... eu mesma já sei um monte da vida da sua filha. sério mesmo. estamos aqui discutindo a vida de uma pessoa que nem tá aqui pra dizer qual é a verdade dela. eu mesma já tô me sentindo mal.

sara, deixa ela. ela é adulta, muito inteligente... ela se vira. e me parece que tem "se virado" muito bem. nem queira mais saber da vida íntima dela. se ela começar a falar, tenha as caras de dizer que prefere não saber até pq tudo pode parar num comentário de um blog. isso seria mais respeitoso.

releia seus primeiros comentários friamente. veja as palavras que vc usou pra se referir às suas duas filhas. depois vc tentou amenizar as coisas. mas o chocante já tinha sido dito.

continuo chocada, horrorizada. e isso foi por conta do que foi exposto aqui, já que não te conheço. veja friamente o que foi escrito.

Lord Anderson disse...

Sara desculpe, mas releia oq vc escreveu nos seus primeiros comentarios.

"Eu como mãe não posso achar normal isso tudo..."

vc inclusive disse que ela tem habitos estranhos (mas não citou nenhum que seja estranho mesmo), e que até os amigos delas são estranhos (de novo sem explicar oq tem diferentes nele).

" fico pensando e até ja disse isso a ela, que ela pode estar deixando de lado a melhor parte da vida, que a juventude dela não pode ser eterna, e que o tempo não volta atraz"

olha desculpe, mas esse discurso é tão exagerado quanto a ta mãe hiper moralista que fica no pé da filha querendo que ela se "guarde" só pro casamento, ou só pro principe encantado.

espalhar camisinhas pra ver se ela faz sexo logo é tão ridiculo quando ficar a cercando pra ter certeza que ela esta se mantendo virgem.

e vc mesma disse que levou esporro, ou seja ela ja deixou claro que não gosta dessa insistencia e interferencia.


ninguem duvida que vc seja uma boa mãe ou ame sua filha, só apontamos o quanto não é saudavel essa pressão toda com algo que é tão intimo e pessoal.

e nesse seu ultimo comentario...querer que sua filha tenha atividade sexual (que vc chamou de liberta) pra evitar comentario machista e racista?

por favor, quem tem que mudar são os imbecis que falam isso.

por tudo oq vc descreveu ,sua filha é uma pessoa maravilhosa e feliz.

liberte-se dessa preocupação com a sexualidade dela.

vai ser melhor pra ambas.

Anônimo disse...

Sua filha me parece ser uma pessoa abençoada pela vida e pela genética. Uma pessoa singular, mas plena.

Sara disse...

As vezes quando se é leitora ou comentarista mais assidua nesse blog, acaba-se criando a impressão de q estamos falando com amigos.
Cometi o erro de usar um canal totalmente inadequado para abrir meu coração, como consequência do meu erro recebi de volta presunção, intransigências, e até hostilidades gratuitas.
"mea culpa, mea maxima culpa"
De qualquer forma agradeço a todos aqueles que me ajudaram a desfazer minha falsa impressão.

Lord Anderson disse...

ué Sara

só pq leu que algumas pessoas não concordaram e e te questionaram, vc que foi histilizada ou que no blog não há amigos?

desculpe, mas amigos não são as pessoas que concordam conosco em tudo ou falam apenas oq queremos ouvir.

amigos são aqueles que são sinceros com vc pq acreditam que vc quer sinceridade deles.

a caixa de comentarios é pra debates. toda vez que vc escreve algo dá espaço pra outras pessoas comentarem, concordarem, discordarem e dizerem pq não concordam.

e sobre ofensas vc tb foi agressiva quando disse pras primeiras comentaristas que tinha dó da mãe delas.

poxa, seja um pouco mais serena. aceite que tem pessoas que pensam diferente de vc.

e por favor RELEIA os seus comentarios e os varios pontos que indicamos que divergia-mos.

em vez de ficar ofendida ,debata ideias

isso é maturidade.

Luisandro disse...

É natureza, não somos ensinados a gostar de fazer sexo, se sexo fosse ruim já estaríamos extintos. Por outro lado, como alguém pode dizer que não sente falta de algo que nunca experimentou, é como se eu dissesse que não sinto falta de caviar, embora não saiba o gosto, e por mais que todos me digam que é bom eu nunca fiquei curioso em saber o que é. Uma hora você vai se apaixonar e depois que você experimentar e souber fazer a coisa direito vem nos contar se de fato ainda não sente falta.

Anônimo disse...

sara,

mesmo que fosse entre amigos, eu continuaria achando o fim uma mãe falar algo da vida sexual da filha maior de idade e bem resolvida. ainda mais sendo que ela parece estar saudável e feliz.

sara, o problema não é o blog. o problema é sua necessidade de querer algo que é sua filha que tem que querer ou não querer. ela não tem que ser como vc, animada pra sexo. se ela fosse uma pessoa com problemas de convívio com as outras e se estivesse infeliz, acharia válida uma conversa COM ELA.

o maior problema que vejo aí é vc assumir que a vida dela tem coisas estranhas, que ela convive com pessoas estranhas, que ela não tá liberta e sair falando isso. pra qualquer pessoa. no blog ou não. o espanto está exatamente em vc achar essas coisas dela. da vida íntima dela.

sua angústia em relação à vida íntima dela é assustadora.

o que ela diria se lesse esses comentários aqui? ela iria gostar? já pensou nisso? ela iria gostar de saber que a própria mãe tá dizendo que ela é estranha e tem comportamento estranho com sexo? se vc acha realmente tudo que vc falou tranquilo demais, não teria postado anonimamente, já que costuma sempre postar com nome aqui.

se tudo é intriga nossa, mostre o post pra ela. mostre os comentários. e pergunte o que ela acha.

aqui não é guerrinha de quem tá certa ou errada. mas é a vida da sua filha sendo discutida por gente que vc nem sabe quem é. e por quê? pq vc botou a vida sexual dela como assunto. se um ou outro tivesse se incomodado, é uma coisa. mas me parece que eu e mais uns 2 ou 3 fizemos comentários enormes e horrorizados.

e te falo mais: talvez salvar e reler os comentários que vc fez sobre ela possam ser ótimos pra uma terapia e pra vc descobrir coisas sobre vc mesma. ah, não era bem assim e vc não soube se expressar? mas falou. seria super útil reler e pensar sobre o que vc falou ali em cima.

Anônimo disse...

Luisandro, você precisou fazer sexo pra saber que tinha vontade de fazer? Ou fez exatamente porque tinha vontade? Não precisa se preocupar com a continuidade da espécie não, mesmo tirando os assexuais, os homossexuais e os casais hetero que não querem ter filhos ainda tem gente o suficiente se reproduzindo pra encher os orfanatos.

Você mesmo com seu exemplo do caviar caiu no erro de achar que só porque todo mundo diz que é bom você tem que ir atras mesmo sem ter vontade. O que todos os pais dizem pros filhos quando são crianças/adolescentes e querem fazer uma coisa só porque os coleguinhas estão fazendo? "Se todo mundo pulasse de uma ponte você pularia também?" Se todo mundo faz sexo você tem que fazer também mesmo não tendo vontade? Sinto muito, mas quem segue manada é boi. O corpo é meu e eu faço com ele o que quiser, se quisesse sair dando pra todo mundo faria sem culpa nenhuma. Do mesmo modo me acho no direito de não dar pra ninguém sem ter vontade só porque é o que a sociedade espera que eu faça.

L. C. disse...

Eu li os comentários e os que mais me interessaram foram os da mãe que não acha normais os hábitos da filha. Aí eu pensei "Ué, quando foi que minha mãe começou a postar comentários em blogs feministas!?" Porque, se minha mãe algum dia fosse comentar em um post sobre assexualidade, seria exatamente o que ela diria, enquanto lia eu pude até mesmo ouvir as mesmas palavras saindo da boca da minha mãe. Eu não posso falar isso para minha mãe, mas vou falar para você: O que é normal? Por que isso é, necessáriamente, algo bom? A Lola já até comentou sobre essa coisa de normalidade aqui no blog e acho que você bem que podia procurar o texto...Mas, como já disse, minha mãe me vê quase do mesmo jeito que você vê sua filha: hábitos fora do normal, amigos fora do normal, gostos fora do normal. Ou, como ela sempre fala de mim "estranha". Sou assexual (sou? não gosto de rótulos tanto quanto não gosto nem sinto vontade de fazer sexo, mas já que tenho que me definir, sou assexual), mas ela ainda não sabe...não exatamente, embora saiba que eu não tenho o menor interesse em fazer sexo, em constituir família e live happy after ever. Tive uma discussão com ela recentemente (o que acontece com MUITA frequência) e foi justamente por isso: eu não sinto vontade de namorar, beijar, abraçar, sair de mãos dadas, de fazer sexo e todo o pacote da Família Normal™, e por mais que eu ache alguém bonitx, até mesmo a possibilidade de aproximação já me desanima. Mas acha que minha mãe aceita isso? "Você é completamente louca! Sexo é uma das melhores coisas da vida, o organismo precisa de sexo pra sobreviver!!!" "Mas eu vivo bem sem isso, não sinto vontade..." "QUEM NÃO FAZ SEXO PRECISA TOMAR REMÉDIO, É ISSO QUE VOCÊ QUER!? Você não pode ser feliz sozinha, você não vai ser feliz nunca! Espere só, quando você achar UM HOMEM QUE TENHA PEGADA, aposto que muda de ideia...". A partir daí, preferi me retirar do aposento, pra não me irritar mais. Você pode não acreditar, mas as pessoas te dizendo que tudo que você faz é anormal, é loucura, é frescura, É FASE, doi. Machuca. Porque essas coisas, essas pequenas coisas, são o que eu sou, cada uma delas me torna um ser humano único. Mas minha mãe não gosta disso, ela queria um filha que fizesse corações no caderno, que tivesse namoradinhos, QUE FOSSE COMO ELA.

Anônimo disse...

Eu sendo assexual acho que todo mundo faz sexo só pq todo mundo faz e não pq gosta.
É cansativo, soa, às vezes da errado, se vc não conhece bem a pessoa é uma ato bem egoísta já q vc só vai fazer o q te agrada e vice-versa.

Se as pessoas parassem pra pensar no que elas querem, esperam e almejam da vida, tenho certeza que ninguém ia responder: Fazer sexo.
Ninguém quer só fazer sexo, as pessoas querem várias outras coisas e também fazer sexo, mas ninguém coloca sexo na lista de prioridades.
No meu caso, não ta em lista nenhuma.

Anônimo disse...

Sara, sua filha(pelo que contou aqui) é bem parecida comigo... ambos somos chamados pelos espíritas de espíritos antigos, começamos a ler cedo, somos assexuais ,ja possuímos admiradores e pouco nos importamos... entre o resto... a diferença é que fisicamente falando sou do sexo masculino... e claro,tambem o fato de eu ter 16 anos... Pode ser cedo pra me classificar como assexual, mas eu nunca conssegui sentir nada por ninguém, e diferente da maioria,não concigo ver nem beleza estética.Já tentei me imaginar beijando e etc,mas tudo que isso me desperta é nojo. Já tentei me masturbar,mas não me dava prazer! Vou dizer uma coiza,eu não consigo entender de onde vem o prazer que as pessoas falam. Existem coisas tão boas na vida e nos esquecemos delas... Eu direi algumas coisas realmente boas pra mim( perdoem se pareceu preconceituoso,mas não é! eu não tenho nada contra os sexuais,mas simplesmente não entendo!) Física, aprender, Astrofísica,animes, feminismo,games,rock,o blog da lola ,pokemom e por ai vai... Como vcs podem achar algo tão bom como essa lista pior que algo do corpo,algo puramente animal! Sara,tenho certeza que sua filha concorda comigo!

Sara disse...

Vou te responder anon 23.41, pq diferente de outros aq vc não parece querer ser o dono da verdade, e só por isso vc merece meu respeito, pq a verdade muda de acordo com o ponto de vista.
AMO minha filha, respeito minha filha, em nenhum momento disse nada q não tenha sido essa simples verdade, que sabe se la pq sentiram tanto prazer em deturpa-la.
Espero que vc continue encontrando sua felicidade nas coisas q gosta, assim como minha filha faz tb.
Eu encontro a minha felicidade muito através do meu corpo e das sensações q ele me proporciona, e não vejo nada de errado nisso.

Kientzel Rayleigh disse...

Bem, associar assexualidade com problemas psicológicos é comum. Sendo que no meu ver todos tem problemas psicológicos, tirando os seres humanos iluminados ( perspectiva budista ) ou que já alcançaram a Atharaxia ( impertubabilidade da alma, na perspectiva estóica ). Então, é desnecessário essa insinuação. Eu até acho uma pessoa doente, aquela que tem necessidade de achar que sexo é o prazer supremo da existência e auto-realização de um ser humano. Haja vista, que mais uma vez, há prazeres supra-sensoriais que preenchem a vida de um ser humano ( Tão precisando estudar mais, e não ficar alienado apenas ao prazer sexual ). E porque não, o prazer do conhecimento. De devorar montanhas de livros.

O argumento do provar para saber que gosta é uma desonestidade, e deixa uma mensagem implícita de opressão sexual do tipo 'voce tem que fazer sexo', e isso não está longe do que a fé cristã fez no passado não é mesmo ?

Anônimo disse...

Sara, eu li todos os seus comentários e as respostas dos outros leitores a eles. Acho que sou a única que teve a impressão de que você só estava relatando a sua experiência com a sua filha e não criticando-a. Olha, você me passou a impressão de ser uma mãe excelente e carinhosa! A minha mãe é assim, muito carinhosa e temos um diálogo incrível. Quando eu tinha 20 e poucos anos ela comprou 30 camisinhas pra mim porque sabia que eu não tinha grana sobrando e estava na faculdade, morando numa residência estudantil. Eu era virgem, assexuada e fiquei chateada e sem graça mas isso nunca, de forma alguma me afastou dela (embora tenha me irritado). Na época me senti pressionada, mas hoje vejo que ela só querioa mesmo que eu me prevenisse. Enfim... talvez os leitores tenham sido pouco generosos com você.

Bjo

Anônimo disse...

Sempre desconfiei que eu fosse assexuada, mas lendo este post tenho certeza de que sou assexuada!!! Mas convivo muito bem com isso, embora algumas pessoas me chamem de louca. A parte mais difícil para mim foi à autoaceitação, mas agora eu já nem ligo. Eu não entendo porque algumas pessoas dão tanta importância para o sexo.

Anônimo disse...

Assexual é diferente de assexuada. Seres assexuados tem os dois sexos para reprodução e não tem nada a ver com ser indiferentes com sexo.