segunda-feira, 10 de junho de 2013

MAMÃE NÃO AMA KEVIN

Assim que vi Precisamos Falar Sobre Kevin, há mais de um ano, fiquei louca pra ler o romance de 2003 de Lionel Shriver, em que o filme foi inspirado. Até hoje este é um dos meus posts sobre cinema mais comentados e visitados, prova de que a história definitivamente mexe com o pessoal.
E qual é a história? Em linhas gerais, é a de mulher, Eva (brilhantemente interpretada por Tilda Swinton), que não quer ser mãe, mas, após a insistência do marido, acaba gerando um pequeno monstrinho, o Kevin do título (veja traileraqui também). Kevin é um bebê complicado desde o comecinho, e ele vai crescendo até se tornar um desses adolescentes que cometem massacres nas escolas americanas. 
O filme de Lynne Ramsay tem todo um clima especial que só revela o que acontece pouco a pouco. É totalmente envolvente e perturbador. Revi o filme depois de ler o livro, e não tem jeito não: prefiro o filme. Não que não tenha gostado do livro, que é narrado em primeira pessoa por Eva através de cartas apaixonadas e críticas para seu marido. Mas, de algum jeito, achei que o livro foi perdendo o gás da metade pra frente. Não sei explicar, e não sei se você teve a mesma impressão. Talvez pelo livro ser mais difuso, e o filme se focar mais em reações, pra mim o filme me fisgou mais.
Por exemplo, o livro é muito crítico aos EUA, se bem que também é crítico a quem critica os EUA (no caso, a protagonista e narradora, Eva, que é americana com ascendência armênica). Algumas partes da narrativa levam muito tempo para se desenvolver e poderiam ter ficado de fora. E, de fato, ficam de fora do filme, uma decisão inteligente.
Estou pensando na parte em que Kevin e seu amigo nada esperto jogam pedras do alto de uma passarela, atingindo os carros que passam embaixo. A acusação de abuso sexual a uma professora também não acrescenta grande coisa. São pedaços um tantos desnecessários, porque a gente já acredita que Kevin tem problemas. E a gente sabe que Eva sabe disso. E que seu marido é um boçal que não vê nada de errado no filhinho querido.

Ontem mesmo estava lendo o excelente livro de Gavin de Becker, O Dom do Medo (ou As Virtudes do Medo, dependendo da tradução -- prometo que falarei mais dele em breve). Num trecho ele trata sobre o que faz alguém se tornar um serial killer (minha tradução muito capenga, que desconhece termos técnicos):

“Algo que prevê criminalidade violenta é violência na infância. Por exemplo, a pesquisa de Ressler [Robert Ressler, cientista comportamental do FBI, e inventor do termo serial killer] confirmou uma estatística incrivelmente consistente sobre serial killers: 100% foram abusados quando crianças, seja com violência, negligência, ou humilhação. […] Não quero incriminar todos os pais que criam crianças violentas, porque há casos em que atos horríveis são cometidos por pessoas com desordens mentais orgânicas, aquelas que a Associação Nacional de Doenças Mentais chama de 'doenças sem culpa' [no-fault illnesses] (também é verdade que muitas pessoas com doenças mentais foram abusadas quando crianças). 
Pré-disposição genética pode também ter seu papel na violência, mas seja lá qual baralho é dado a uma família, os pais têm no mínimo o que Daniel Goleman, autor de Inteligência Emocional, chama de 'janela de oportunidade'. Esta janela foi trancada durante a infância da maior parte das pessoas violentas. Para entender quem essas crianças maltratadas se tornam, devemos começar onde elas começaram: como pessoas normais”.

Não sei até que ponto dá pra aplicar isso que diz Becker em Precisamos Falar sobre Kevin. Primeiro porque Kevin não parece ser uma pessoa regular desde o berço. E depois que muita gente pode ver o que Eva faz com Kevin como abuso de alguma forma. Por outro lado, se a gente acredita na narradora, parece que Kevin tem pré-disposição genética pra violência e pra falta de empatia.
Esta dúvida sobre a causa da psicopatia de Kevin é uma das discussões fascinantes que acompanham quem vê ou lê Precisamos Falar. Mas tem uma coisa em que o livro é muito mais interessante que o filme: na questão da maternidade. Eu fiquei tão revoltada enquanto lia que parei pra escrever isto:
Minha raiva vai aumentando enquanto leio Precisamos Falar sobre Kevin. Não gosto de Eva, a mãe e narradora. Certamente não gosto de Kevin. Ok, sei que ele vai virar um assassino em massa, mas eu já não gosto dele quando ele tem sete semanas de vida. É errado isso? E pior, quem eu gosto menos de todos é o pai, Franklin. E sei que devo ficar indignada com uma sociedade que condena o pai que fica em casa cuidando do bebê, ao mesmo tempo em que condena a mãe que trabalha fora em vez de cuidar do bebê (quantas vezes você já não ouviu que o problema da sociedade moderna é que as crianças não têm mães que as criam, porque essas megeras insistem em ter um trabalho remunerado?!). 
Mas no momento estou revoltada com o pai. E com Eva, por aceitar tudo tão passivamente. Senão, vejamos: ela não queria realmente ser mãe. Amava seu marido e estava feliz com a vida que tinha. Aceitou ser mãe pra alegrar o esposo. Aí o nenê nasce e meio que instantaneamente não gosta dela, e ela percebe que a maternidade, além de ser algo que ela não queria, não é prazeroso, pelo menos pra ela, e que amar o filho não é instintivo, que você tem que se apaixonar por ele. 
O bebê não para de chorar quando está perto dela. Horas e horas seguidas de berros, como se ele não suportasse sua presença. Ela, que tem uma empresa bem sucedida de guias de viagem, dá um tempo em seu trabalho pra cuidar do filho. O marido, que ganha muito menos que ela e é free lance (e de quem o bebê parece gostar muito mais), em nenhum momento pensa em largar a sua carreira. Pelo contrário: ele decide que, pelo bem do filho, a família deve vender o apartamento (que é de Eva) em Nova York e se mudar para o interior. E pronto, fim da discussão, porque o pai é um marido machista que nunca aceitaria ser sustentado pela esposa. E então Eva tem que largar o trabalho e qualquer chance de felicidade pra se adequar a um papel de mãe -– um papel que ela nunca quis. 
Ah, vá! Sabe o que eu faria? Sinceramente? Diria: então tá, querido, você se muda com Kevin pro subúrbio. Eu fico aqui trabalhando e visito vocês todo final de semana. Não quer? Então sinto muito, mas vamos nos separar. Você fica com o Kevin.
Desculpa. Pareço cruel e insensível? Acho que não. Franklin se realiza com a paternidade, ou com a parte da paternidade que envolve não ter que abrir mão de toda a sua vida para cuidar de um bebê que não para de chorar. Eva não se realiza com a maternidade, ou ao menos com a maternidade em tempo integral. Quem disse que ela deve abdicar de seus sonhos para levar adiante um projeto de vida que não é o dela? 
Certo, que pergunta ingênua! Sei quem disse: a sociedade. Todo mundo –- igreja, escola, mídia, toda essa instituição chamada família. Ao mesmo tempo em que a sociedade jura que uma mulher se realizará na maternidade, ela se esquiva de qualquer amparo social a essa mulher e à criança.
A partir do momento em que Eva é mãe, ela não tem mais saída -– será a única a ser criticada por qualquer coisa que seu filho fizer. 

78 comentários:

Fernanda disse...

Pessoas regulares = pessoas normais.

;)

So pra evitar a dúvida, já que o termo "regular" em português do Brasil também tem outros sentidos...

Raven Deschain disse...

E é exatamente o que acontece no filme, Lola. Lembra depois que ele mata todo mundo, as chamadas de jornal, todas!, colocam a culpa na Eva, pelo fato de o Kevin ser um assassino? E eu seeeeempre pensei o mesmo que vc, 'ô mulher! Se mexe! Larga esse marido e esse fdpezinho e vai viver sua vida!' ¬¬ Principalmente depois que ela tem a menina! Dá agonia aquilo. Depois de ler o ver o filme, eu concluí que é mais sobre a maternidade do que sobre a psicopatia do pirralho, que serve mais pra dar um 'up' na história, que sem isso seria chato demais. Hahhaha Obrigada pela resenha. Eu tava esperando. ^^

Carol disse...

Tenho vontade de mostrar esse filme (maravilhoso, quem não assistiu, mesmo om spoilers não deixa de ser bom) pra todas as pessoas que contestam o fato de eu não querer casar/ter filhos, eu sempre disse isso desde que eu tinha uns 10 anos e o desejo ainda não mudou;

Liana hc disse...

Lola, que bacana você citando Gavin de Becker, sei que teve uma guest post que citou também. Ele é um especialista em segurança e palestrante, atua também em casos de violência doméstica. Gostei muito de entrevistas e artigos dele.

Tem uma frase dele que está na minha cabeça há anos:

"No" is a complete sentence."
"Não" é uma frase completa.

Ninguém precisa ser "mais claro" que isso, nem falar "mais alto" tampouco repetir o "Não" 30x até que outra pessoa entenda que um limite acabou de ser estabelecido. Qualquer um que escolha ignorar sua fala depois do primeiro "Não", está implicitamente dizendo que não te respeita, que ignora sua autonomia, suas decisões, que pensa que pode decidir por você o que é melhor para sua vida. E, além do desrespeito, isso pode significar que você está diante de alguém que representa ameaça a sua vida.

Aliás, tem uma frase popular daqui que eu gosto muito: "Para bom entendedor, meia palavra basta."

Enfim, um autor que merece ser mais divulgado aqui no Brasil.

Mariane disse...

Eu ouço com freqüência mães dizerem que deus lhes deu filhos maravilhosos. Então pronto!Já temos um culpado: Deus! Que não deu a Eva e nem a muitas outras mulheres...

Joia disse...

Tanta coisa para dizer... mas desta vez nao creio que seja a obrigaçao, a pressao social: acho quea Eva fica, aceita criar à filho que nao quis etc. porque ... ela quer o marido a qualquer preço! Ele é a pessao, a relaçao mais importante para ela. E a triste ironia, é que sera o preço a pagar, justamente.
Todos os sacrificios inuteis que ela faz...
Joia.

Weber disse...

Lola, esse ponto do final do seu post me lembrou o livro "As Horas". A mãe tinha uma vida completamente fora do que ela acreditava, de fingimento, de desejos reprimidos. Amava (parecia que) o filho, mas odiava aquela vida. E fugiu. O filho nunca entendeu, e no final eles se falam... mas o filho está marcado pra sempre, a mãe carrega uma culpa reprimida (ao menos foi isso que eu pesquei do filme). De qlqr maneira, eu realmente não culpei ela por sua decisão quando vi o filme. Ela tinha um filho, mas ela é uma vida também, ela tinha que pensar nela. Uma pena que o filho nunca entendeu. Acho que a coisa pode ser feita de maneira um pouco menos traumática. Mas naquela ocasião, naquela década, naquela vida etc etc, não foi possivel. E acredito que ainda ocorra hoje. Uma pena.

Julia disse...

Eu comprei o livro e resolvi que só veria o filme depois de ler o livro. Não deu. Achei que o livro perde o gás muito antes do meio e larguei. Acabei vendo o filme e gostando bastante. Mas algumas perguntas ficaram sem respostas então vou tentar ler o livro novamente pra entender. O final principalmente me deixou com muitas dúvidas, mas sabe-se lá o que se passa na cabeça de um psicopata, né?

Anônimo disse...

adoraria assistir esse filme alguém sabe o link para baixar???please

Morg. disse...

Pois é, o menino ja nasceu odiando ela. Ela ate se esforçou pra gostar dele, quando ele tava doente e ficou todo manhoso pro lado dela, ela ficou contente. Eva era uma boa mãe, e como! suportar tudo aquilo. O filme me fez pensar se eu seria uma mãe melhor.

Caroles disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Maria Fernanda Lamim disse...

Eu li o livro, vi o filme e amei os dois. concordo com seus comentarios, Lola, mas o que mais me chama atençao na trama (talvez por eu ser arte-ducadora e trabalhar com crianças) e como NINGUEM tem a ideia de levar Kevin a um psicologo? Nem a mae, nem o pai (que de fato e um bundao) e nem nenhum professor? A simples demora dele em largar as fraldas ja me daria motivo, como educadora, para recomendar aos pais uma visita ao psicologo infantil. Nao digo que isso isso seja um miagre que resolve tudo, mas seris uma orientaçao...

garotinha disse...

Eu nunca engoli essa história de "amor incondicional", sou cristã protestante e o amor que o cristianismo prega é mandamento, se é mandamento, algo imposto, não pode ser natural. Não importa se um saiu de dentro do outro, ninguém deve ser obrigado a gostar de um ser só porque pariu ou porque deu a vida. Acho que se a sociedade não oprimisse tanto as pessoas com essas obrigações devidas, seria mais fácil levar a vida.

Caroles disse...

Vi esse filme depois de ler sobre ele aqui no blog e ele me deixou muito revoltada e triste. Revoltada pelos mesmos motivos que tu, a Eva é muito passiva, vê tudo acontecendo e não faz nada, o marido é um toscão cego de amor pelo filhinho perfeito, aff. E triste pelo jeito que as pessoas tratam a Eva depois, esquecendo que ela também perdeu a vida dela, ela perdeu uma filha, o marido, o emprego... Perdeu o filho também, que foi pra prisão, mas sei lá se isso foi um problema, né. Aquela cena na qual a mulher bate nela é horrível, me deu vontade de berrar que a mulher era uma ignorante hahahahaha
Mas sabe Lola, é bem complicada essa história de amor materno não ser instintivo, de que ser mãe não é obrigação ~divina~ e nem nada assim. Eu concordo com esse ponto de vista, mas assisti esse filme com minha mãe e ela ficou indignada quando fiz esse tipo de comentário, disse que amou os três filhos dela no primeiro momento que os viu, aliás, logo que soube que eles estavam dentro dela, e que toda mãe ama seus filhos incondicionalmente e que, olha só, no fim ela vai lá e abraça o guri na cadeia, viu, ela ama ele, viiiiu? hahahaha Sempre que eu falo que não sei se quero ter filhos, que acho até que não, sempre escuto duas coisas: 1) "tu ainda é nova demais pra decidir isso" (minha mãe me teve quando era 1 ano mais velha que eu). Sério, o que é isso? Eu moro sozinha, pago minhas contas, morei sozinha e me sustentei num país estrangeiro... mas eu sou nova demais pra saber que talvez a maternidade não seja pra mim? ahn? 2) "tu pode pensar assim, mas no momento que tu tiver um filho tuas prioridades vão mudar" hahaha essa eu adoro! Escuto essa quando digo que eu acho que quero trabalhar, viajar, fazer minhas coisas, e que um filho "atrapalharia". quando será que eu vou saber se quero ou não ser mãe, então? depois de ter o bebê? e se minhas "prioridades" não mudarem? pode devolver a criança?
ai ai...

* disse...

Foi um dos filmes mais impactantes que já vi. E uma das coisas mais curiosas é que a culpa recaiu sobre a Eva, como se ela fosse a única responsável por tudo o que ocorreu.
Daí que a gente entende que não tem nada a ver quando a irmãzinha é uma menina meiga e aparentemente sem problemas.
O pai é um verdadeiro banana que acha a paternidade um sonho cor-de-rosa (obviamente que ele não faz concessão nenhuma). É impressionante como reflete uma realidade na qual os pais são muito ausentes na vida dos filhos e delegam a responsabilidade somente para a mãe.

Anônimo disse...

nossa, vi esse filme pela primeira vez essa semana e mal consegui assistir até o fim. não estava conseguindo entender o que me irritava tanto — achei que pudesse ser a trilha sonora (tocar buddy holly numa cena de tensão é tããão over), ou os flashbacks frequentes...

no fim das contas, é bem isso o que você disse. a inação da mãe, acima de tudo.

eu passei o filme inteiro lutando mentalmente contra aquela criança, querendo acreditar que eu, na mesma situação, faria diferente; que eu não ia jogar esse jogo, não ia aceitar as regras de uma criança, não ia deixar que o pai se mantivesse tão afastado.

aí é que complica, né. porque você não sabe. é muito fácil julgar quando não se sabe. não dá pra calcular a pressão social nas costas alheias. não dá pra culpar a mãe pelas coisas que acontecem, ao mesmo tempo que não dá para não culpá-la de certa forma. e isso incomoda bastante.

enfim, não vou me alongar na discussão, mas adorei sua leitura do filme. (: me ajudou bastante a entender também. bull's eye, lola.

Vivi disse...

Eu tb gostei muito do filme, mas tem uma coisa que me incomoda.
São mostradas duas coisas: a mãe que não queria ter filho, e o filho que é um psicopata.
Acho que estas duas coisas atrapalham e faz o espectador do filme relacionar as duas coisas, que, a meu ver, não tem nada a ver!
Pelo que sei, a medicina moderna trata a psicopatia, pelo menos o que se sabe até o momento (claro que é questionável), é que há a predisposição genética como fator crucial para psicopatia. Disso, se o psicopata vai se tornar serial killer, ou vai ser "só ruim", mas sem matar e tals, dependerá enormemente do conjunto da sociedade da qual ele foi criado.

Do jeito que o filme mostra. dá muita margem ao espectador induzir um raciocínio tipo, rejeição da mãe (depressão pós-parto, que neste caso nem é culpa dela)= potencial serial killer.
Apesar da mãe não ter sido muito afetuosa, ora, ela tampouco maltratou o menino, ela tentou se esforçar, mesmo a contragosto!
Sei lá, acho que não ficou legal isso.Fica muito injusto com a mãe,induzindo um raciocínio que vai contra o que se sabe das causas da psicopatia. Neste caso, podendo dar margem até para uma visão meio machista (sempre a mãe a culpada!)
Poderia ter tratado o tema interessantíssimo da relação maternidade etc, mas que não misturassem as coisas.

Mas, ainda sim gostei do filme!
Tilda S. esta divina!


Cynthia disse...

Olá Lola!

"descobri" seu blog, casualmente, numa citação no facebook e pronto!

gamei! tive uma enorme emparia pelo que vc escreve e tenho lido posts atuais e antigos.

cuirosamente temos varias coisas em comum e, apesar de não nos conhecermos, trabalhamos na mesma UFC...
sou profa do depto de geologia (no pici)

bem, parabéns por tudo q vc escreve!

bj

Anônimo disse...

SPOILER

E por que no final ela continua cuidando do filho?

L. G. Alves disse...

Para começo de conversa, ela JAMAIS deveria ter aceitado engravidar. Se ela não queria então que fosse fiel a si mesma e dito que não, não iria engravidar, e se ele insistisse ela pedisse o divorcio. Afinal ela tinha uma vida que adorava, um trabalho e ganhava mais. Havia de ter deixado bem claro quais os sonhos e intenções dela antes de casar. Eu faço isso. Sou bem direta, mas tem mulher que vai levando até que a corda aperta.

pp disse...

Oi Lola! Quando vi esse filme fiquei super marcada.

Só tem uma coisa que às vezes leio aqui no blog e me faz pensar, pois não vejo da mesma forma. Pode ser que eu que viva em uma família e em ambientes de maior igualdade, mas eu acho que hoje a mãe que não trabalha que é recriminada. Hoje nos somos cobradas a dar conta da casa e do trabalho, de ser uma "mulher moderna". Eu mesma me vejo com preconceito com mulheres que largaram a carreira para cuidar dos filhos. Sempre penso na minha mãe, que deu conta de tudo muito bem.

Eu não tenho a menor pretensão de ser dona de casa, mas sinto que as jovens que fazem essa escolha não são tão bem vistas. Será que estou muito fora da realidade?

Meus amigos mesmo dizem não ter interesse nenhum por mulheres que não

Anônimo disse...

Isso de ser mãe por pressão da sociedade é uma furada! Conheço um casal que por sugestões da família resolveram ter um filho.
A criança já nasceu com um tumor visível que logo se descobriu que era câncer. A partir de então os dois vivem numa verdadeira saga saindo da sua região para São Paulo para a criança receber quimio. O tumor já sumiu e retornou duas ou três vezes, sempre câncer.
Também teve um AVC e é bastante debilitado, fala e anda pouco para a idade, é um sacrifício pra ele comer qualquer coisa.

Nada a ver com psicopatia e Kevin, mas me lembrei desse caso porque ambos estão abrindo mão de suas vidas e, com certeza, se pegam pensando na bobagem que fizeram só por seguirem conceitos automáticos de família...

Anônimo disse...

Eu adorei o livro e ainda não vi o filme. Achei o inicio do livro chato, mas insisti e foi um dos livros que mais gostei de ler. Talvez porque eu não soubesse do que se tratava tenha sido ainda mais interessante, pois eu só fui descobrindo a história ao ler.


Eu acho que terei filhos, pois tenho vontade de ser mãe e porque acho lindo ver meu marido com uma criança, acho que ele será um ótimo pai. Provavelmente, melhor do que eu. Porém, tive uma relação muito dificil com a minha mãe. Alias, minha mãe que se por um lado fez o melhor que pode e foi uma boa mãe, por outro foi uma péssima mãe. Ela me deu tudo o que eu precisava financeiramente. Ficou viuva cedo e trabalhou muito para garantir que ficassemos bem, mas ela não nasceu para ser mãe. Alias, acredito que poucas pessoas deveriam ter filhos. A pessoa idealiza meia dúzia de momentos e ignora as merdas que faz em todo o resto da vida da criança. E quando penso nisso tudo me vem a dúvida: serei uma boa mãe ou é melhor eu adotar um cachorro que exige bem menos do que uma pessoa?

Enquanto não decido vou adiando os planos de por mais gente nesse mundo zoneado...

André disse...

Carol,

É só um filme, ninguém tem direito de te pressionar a ter filhos mas argumentar com base em um filho é um tiro no pé, tem muito mais filmes açucarados sobre a maternidade que o contrário.

Helena disse...

Lola, não li o livro, não vi o filme, sou casada, não sou mãe, mas te digo que teus comentários estão perfeitos! A imagem que faço da Eva é a de quem se deixou arrastar pela correnteza...

Anônimo disse...

Lola, sempre comento aqui, mas vou postar em anônimo só hoje pq a história é íntima da minha família.

Tenho um tio psicopata E estuprador E assassino, que inclusive já morou em minha casa quando eu era pré-adolescente e por sorte não aconteceu nada comigo (e bota sorte nisso).

Minha avó o adotou quando ele ainda era um bebê. Na época sua mãe biológica cumpria pena por ter assassinado o marido (crime passional), e parece que ele tem outros parentes biológicos que já se envolveram com o crime.

Esse meu tio é o caçula de todos os irmãos, e quando meus avós o adotaram minha mãe e minhas tias já eram adultas. Então minha avó o criou cheio de regalias, tanto por pena ter pena dele por ser adotivo quanto por ser homem. Só sei que minha mãe conta que desde a infância ele era problemático. Não gostava de estudar, era mal criado e essas coisas, e quando ela e as irmãs tentavam educar minha avó não deixava.

Isso continuou na adolescência. Meu tio foi preso com drogas quando tinha 16 anos e quando meu avô, que era militar, quis dar um corretivo nele, minha avó entrou no meio e não deixou.

Esse meu tio foi criado na igreja católica, estudou em colégios católicos a vida inteira (e os mais caros da cidade) e mesmo assim não deixou de ser quem era. E olha que minha família é católica fanática e super atuante na igreja. Isso prova que a religião não dita quem será bom e ruim.

Meu tio já sumiu diversas vezes. Foi preso por pirataria, mas as irmãs (inclusive minha mãe) fizeram uma vaquinha para pagar a fiança dele. Quando ele foi solto arrumaram emprego e apartamento, e em poucas semanas ele foi preso por estuprar e matar uma adolescente de 15 anos que conhecera pela internet.

Ele já foi diagnosticado como psicopata e acredito até que tenha um fundo genético, mas acho que as origens do problema vão muito além disso. Assim como todos os homens da minha família ele foi criado sob uma ótica misógina, e hoje vejo os meus primos como estupradores em potencial, afinal, não tiveram uma educação muito diferente da dele. Eles só não chegaram ao extremo de estuprar e matar, mas a mentalidade é bem parecida.

Eu sou contra a pena de morte e tudo mais, mas quando paro para pensar em meu tio, confesso que preferiria que ele morresse. Sinto nojo só de pensar que já morei debaixo do mesmo teto que ele, que já compartilhamos a mesma mesa e uma rotina comum. Tenho muito medo de um dia ele ser solto, pois ele já escreveu algumas cartas ameaçando minha mãe e minhas tias na prisão.

Ao mesmo tempo sinto uma coisa muito ruim pela menina que ele matou. Ela era bem pobre, morava em uma região muito miserável da cidade, em um estado completamente esquecido pelo poder público, e saiu de casa para encontrar com ele acreditando que iria mudar de vida.

Ás vezes me sinto como se não pertencesse à mesma família.

Anônimo disse...

Dolores, post cult não tem graça. Queremos post sobre mascus!

Anônimo disse...

Ah sim, e ao contrário da mulher do filme sobre Kevin, minha avó quis muito ser mãe. Ela que quis adotá-lo.

Marilia disse...

Li o livro, depois vi o filme. Sempre prefiro mais a abordagem literária. Mas o filme não deixa de ser inquietante também.
Concordo com o teu post: não importa o que se faça. Se algo der errado, a culpa é SEMPRE da mãe. Mesmo que a mãe fosse mais amorosa que Eva.

Marilia disse...

Esse filme sempre me deixa balançada.

A parte em que o Kevin, ainda novinho, diz pra Eva "mas você aprendeu a gostar de mim" é muito impactante e mostra muito bem isso que você disse, do amor não necessariamente ser incondicional e as tentativas da Eva de se entregar à maternidade. Dá pra ver que ela tenta mesmo, até o final.

No mais, adoro muito o ator que faz o Kevin - Ezra Miller. Ele também está nesse filme adolescente que saiu recentemente, "as vantagens de ser invisível" (the perks of being a wallflower). O filme é suuuper adolescente, mas quase desidratei assistindo e apaixonei perdidamente por ele, que faz um gay.
Como pode ser tão versátil, né?
E ainda por cima, fui pesquisar sobre ele e ele vive dando declarações anti homofóbicas e tal. Muito amor!

Tilda tá ótima no filme.
Gostei da sua leitura, Lola :)

beeijo!

Anônimo disse...

Acho que minha avó é o grande exemplo de mãe que tenho. Ela ama os filhos, mas parece ser um misto de obrigação social e também convivência (ok, é amor, mas não é algo cego). Ela teve mts filhos pq na época dela não tinha como evitar, não foi uma escolha dela.
Mas ela sempre teve um profundo senso de responsabilidade e respeito pelo filhos.
Um aviso que ela sempre dá é: " olha, não existe ex filho, filho é pra sempre, pense bem.".
Acho que faz sentido...

Anônimo disse...

Gostei bastante do post, penso mesmo que essa expectativa em relação a amor automático de mãe também é relevante para entender as atitudes de Eva.
Li o livro e vi o filme. Achei os dois igualmente instigantes, não fiquei entediada com o livro. Também me pareceu que Eva não aceitou o filho, e quanto à criança gritar todo o tempo, nenhuma criança tão pequena faz isso, a não ser que sinta muita dor ou frio ou fome. Essa parte é muito surreal, dar a idéia de que a criança age como psicopata desde recém nascida torna essa parte do romance completamente inverossímil. Mas no mais, parece que Eva teve a vida completamente apagada pelo marido e pela criança e projetou toda essa perda no bebê - ela não podia dançar ou beber vinho durante a gravidez. Me parece claro que ela ficou deprimida depois do parto (que foi muito diferente do que ela esperava) que a relação dos três - pais e filho só se deteriorou a partir do momento em que se instalou a mentira entre os pais a respeito do filho e da tristeza de Eva. Talvez Eva tenha projetado toda a própria imagem de má e indiferente no filho. Não vejo como Eva poderia simplesmente deixar o filho com o pai, acho até que talvez ela inconscientemente pensava em proteger o filho do pai - eu sou mãe e sei como é ver minha sombra, minha pior parte, no meu filho, me identifico perfeitamente com isso e sei como é irritante ver alguém com defeitos tão iguais aos seus. Mas o fato é que os dois não conseguiam sequer falar do filho sem mentir. Há pistas bem interessantes sobre a negação do pai em relação ao filho quando é apresentada a família do pai do Kevin. Também me parece que uma família que mente o tempo todo e não externa nenhum sentimento verdadeiro é um ambiente perfeito para criar um psicopata. Quando Eva descreve o sorriso de ator do filho quando vê o pai, e quando intui que ele odeia o fato de o pai não o conhecer de fato e se deixar enganar tão facilmente (que só pode ser de propósito), na mesma medida em que odeia a apatia da mãe, me parece que os dois é que criaram o monstro mesmo, quando o negligenciaram tanto. Parece que o Kevin se sentia desprezado pela mãe e pelo pai e que age de maneira inconsequente, como qualquer adolescente, para chamar a atenção dos dois. Só que, por mais que faça, nada muda o ambiente daquela casa, e os pais continuam se enganando, inertes, isso até mesmo quando ele fura o olho da irmã! O assassinato dos colegas, depois disso, parece uma sequencia natural, tipo, o que mais ele poderia fazer? Acho isso principalmente por causa do final, quando Kevin é apresentado como um garoto assustado, perdido, quando parece que finalmente ele começa a ter noção da dimensão do que ele fez. Ufa, ficou longo, mas precisava desabafar, ninguém que conheço viu esse filme hehe

Liz

nina disse...

vi o filme e é muito bom,o que me chama atenção é que sempre tentam arrumar uma desculpa para um comportamento errado de uma pessoa.

no filme a culpa do menino ser psicopata é da mãe! n é um problema interno do garoto!
se fosse assim,a filha dela deveria ser doida tb.

e o marido dela é um babaca,ela parou a vida toda por causa desse otário,homem quer ter filho só para dizer que tem,porque na hora de cuidar e educar,recai tudo sobre a mulher.

patricia. disse...

Eu adorei Precisamos falar sobre Kevin. Nunca li o livro, mas acho o filme maravilhoso.

Eu tenho muita pena da Eva. Eu acho que ela realmente tentou gostar do Kevin, de verdade. Acho também que ela tinha esperança de se acostumar com a vida de mãe e dona de casa, afinal tantas outras mulheres PARECEM felizes com essa função...

Quanto as pessoas culparem a Eva (e mães em geral pelo comportamento dos filhos), eu sempre achei muito estranho, apesar de bastante 'difundido' socialmente. A criação e desenvolvimento de uma criança depende de uma variedade enorme de fatores, é ridículo e injusto culpar uma só pessoa só porque ela gerou a criança, e supostamente seria a principal responsável pela criação desta.
Mas sei lá, essa coisa de culpar as mães é freudiano até, dia desses passei horas discutindo com um amigo meu por causa disso. Inclusive, se eu fosse analisar o caso do Kevin com uma ótica exclusivamente freudiana, eu com certeza chegaria à conclusão que a psicopatia dele se deve ao fato de ele não ter tido uma ligação com a mãe na primeira infância, já que na psicanálise, você não nasce psicopata, é algo que ocorre devido à uma 'quebra' na sua infância(apesar da genética não ser completamente descartada)

Eu sou meio dividida à respeito desse assunto, pq eu tbm não descarto genética, mas como vc falou no texto Lola, é fato, 100% dessas pessoas sofreram alguma forma de abuso. Aliás, um dos únicos que eu sei que tiveram uma infancia relativamente normal foi o Dhamer, mas tinha um monte de questões a respeito da sexualidade dele.
É relativamente normal que as pessoas que sofreram abusos, mais tarde 'reviverem' os maus tratos, mas no papel de agressor. Então, acho que não é por acaso que vc se torna um monstro.
Eu sempre lembro da história do Ed Kemper, que quando ele era criança, ele tinha um galo de estimação que ele adorava, até que certo dia, como castigo por alguma coisa, a mãe dele fez ele matar o galo e a família comeu ele no jantar!É impossível concluir que isso não teve um papel decisivo na construção da personalidade dele!Por mais que ele não tivesse virado um serial killer, isso com certeza deixaria algum trauma!

No fim das contas, eu acho que a maioria das mães, por pior que seja, quase nunca espera esse tipo de coisa de um filho. Talvez por haver um certo distanciamento da maioria das pessoas à tragédias, vc nunca acha que vai acontecer com você, até que...acontece.

Edson disse...

Que surpresa!

A Lola demorou pra escrever sobre cinema (se bem que nesse post está falando bastante do livro) e quando resolveu falar, é sobre um dos meus filmes preferidos, está no meu Top 5.
Precisamos falar sobre o Kevin é um filme perturbador, quando assisti no ano passado, ele ficou na minha cabeça por um bom tempo. Ainda não li o livro, mas espero lê-lo algum dia.

Tem gente dizendo aqui que a Eva não queria ser mãe, no livro eu não sei, mas no filme dá a entender que ela estava contente na gravidez antes do filho nascer, parece que ela tem depressão pós parto (isso não é discutido no filme, mas pela expressão do rosto dela, a gente percebe uma tristeza depois do nascimento do Kevin). Então acredito que ela tenha até gostado de engravidar ou pelo menos aceitado a gravidez numa boa, depois do nascimento do Kevin que ela parece uma mãe sem vontade de ser mão.
Entrando na parte da culpa, acho que como mãe ela tinha responsabilidade ( o pai tbm tem) por ele (Kevin) e tenha uma parcela de culpa pelo que aconteceu, porém é difícil culpá-la, tudo que aconteceu não seria culpa exclusivamente da mãe. É errado culpá-la por tudo, embora ela tenha uma parcela de culpa (Ela poderia ter procurado ajuda psicológica quando ele era criança por exemplo).

(Essa é a minha leitura que fiz assistindo apenas o filme!)

patricia. disse...

Maria Fernanda, eu sempre me perguntei isso também, mas acho que talvez seja como eu falei no meu outro comentário, existe um certo distanciamento do problema. Tipo, você sabe que seu filho é ruim, que ele consegue ser cruel, mas você não imagina que ele vai sair por aí empilhando corpos.
O comportamento dele por si só, já gritava por uma acompanhamento psicológico, mas sei lá, às vezes as pessoas realmente empurram o problema com a barriga mesmo.

Eu lembro de ter lido uma matéria de revista há uns anos atrás sobre suicídio em adolescentes, e tinha um caso de um menino que era deprimido, já tinha tentado uma vez, e quando ele disse que queria o apartamento só pra ele para fazer um churrasco pros amigos, os pais PSIQUIATRAS dele simplesmente acreditaram. Quando voltaram ele tava morto.

Lola(e pessoas que leem o blog), eu geralmente odeio os livros da Jodi Picoult, mas ela tem um livro, chamado 19 minutos, sobre o um tiroteio em uma escola que eu achei muito legal. É contado do ponto de vista dos vários personagens(incluindo o autor do massacre), e é bem dinâmico e fácil de ler, aí queria deixar a indicação aqui pra quem se interessar.

Tem um livro chamado A culpa é da mãe, sobre essa visão mítica das mães na sociedade, justamente o que é abordado no Kevin.
E quem acha interessante esse assunto de tiroteios em escolas, baixem os arquivos do FBI sobre o massacre em Columbine. É ótimo se você quiser saber o que realmente aconteceu, ao contrário do que foi contado na imprensa:)

Desculpa ter escrito um livro inteiro nos seus comentarios,Lola:(

Priscila de Meireles Rodrigues disse...

Já tinha assistido o filme no ano passado e assisti de novo nesse final de semana. Eu sou uma pessoa que deseja muito ser mãe um dia e tenho plena consciência que esse desejo é ADQUIRIDO no nosso viver e não um "instinto natural" que esta dentro de qualquer mulher, mas sim é algo do tempo. Acredito que é por isso que há tantas mulheres com depressão pós parto, acham que vão amar de cara e não amam. Tem se uma expectativa tão grande sobre o bebê que esta pra vir que a realidade é diferente. O que faz a mulher amar o bebê, mesmo ele não ter sido desejado a primeiro momento,é o misto de sentimentos, associar aquela coisa delicada, ou o prazer de ensinar e cuidar (no caso das famílias adotivas). Essa é a parte legal de ter filhos. Mas no caso da Eva, ela nunca teve isso pq NÃO DÁ PRA AMAR O KEVIN se você vê ele de forma crua. E pelo o que eu entendi do filme, ela amou o Kevin e ela tentou pra valer, principalmente quando ele se portou de forma "normal" (como um filho precisando da mãe). E ela amou a guriazinha. No fim eu acho que quem é disfuncional mesmo é o Kevin, mas a Eva também é tão banana quanto o marido.

Priscila de Meireles Rodrigues disse...

Marília disse: "
No mais, adoro muito o ator que faz o Kevin - Ezra Miller. Ele também está nesse filme adolescente que saiu recentemente, "as vantagens de ser invisível" (the perks of being a wallflower). O filme é suuuper adolescente, mas quase desidratei assistindo e apaixonei perdidamente por ele, que faz um gay.
Como pode ser tão versátil, né?
E ainda por cima, fui pesquisar sobre ele e ele vive dando declarações anti homofóbicas e tal. Muito amor!"

Falou exatamente o que eu achei também. Precisamos babar por Ezra Miller!...


Edson disse...

Esqueci de dizer (foi a pressa! rsrsrs)

A atuação da Tilda é perfeita, ela atuou sem exageros e soube colocar a emoção que a personagem precisava (Não consigo esquecer o rosto dela [Eva] está até agora aqui marcado). Sei que a Meryl Streep ganhou o Oscar pelo filme A Dama de Ferro (que não vi) mas sei lá, Tilda deveria ter ganho ou pelo menos ter sido indicada, né?

Anônimo disse...

Eu só discordo da parte em que o livro é chato, achei tão instigante quanto o filme (e olha que foi um livro difícil de ler, pois aqui só achei em inglês e a autora usa termos muuiitto complexos, vira e mexe eu tinha que recorrer ao dicionário).

A abordagem do filme é diferente, mais resumida, e confesso que só achei à altura do livro por conta da atuação sensacional da Tilda.

Complicado julgar a postura dessa personagem/mãe. Ok, ela podia ter largado o marido, não tido filho, não ter largado o emprego, não ter se mudado pro subúrbio, etc etc. Mas será tão fácil assim? Quantos de nós não tomamos decisões condenáveis por terceiros rotineiramente?

Achei curioso como ela passa uma imagem de mulher independente no início da trama e depois se mostra deveras dependente, seja do marido seja do filho. O que demonstra como é enorme a pressão social, e a culpa com a qual as mulheres tem que conviver. Me arrisco a dizer que a culpa que a personagem sentia foi o que a fez inclusive continuar apoiando o filho mesmo com todas as barbaridades que ele cometia.

Eu não crucificaria a personagem, acho que ela fez o melhor que podia, cometeu erros e pagou um (alto) preço por isso.

Em tempo: outro livro muito bom da mesma autora é “O mundo pós-aniversário”, que aborda justamente como uma escolha pode mudar o destino e como seria se pudéssemos vislumbrar o outro caminho não escolhido.

Denise

Priscila de Meireles Rodrigues disse...

Tenho pequena dúvida a respeitdode uma passagem que sempre achei interessante no filme. O único sobrevivente do massacre (além da própria Eva, o menino que aparece na cadeira de rodas, era o único que não a culpava a respeito dos atos do Kevin. Pelo o que eu percebi ele foi bem simpático em relação a ela (tanto que a deixou sem graça). Também não entendi a cena da "indenização", ela ficou sem dinheiro por querer pagar indenização às famílias. Foi isso mesmo?

Anônimo disse...

Psicopatia é um defeito no sistema límbico, parte do cérebro responsável pelo sentimento de empatia.

O indivíduo nasce psicopata, não há nada que possa ser feito quanto a esse fato.

No entanto, a criação pode modular o grau dessa psicopatia, ou seja, pode definir se a criança será aquele cara frio que passa por cima de todos na empresa ou se será um serial killer (o grau mais grave)

Em geral, seriais killers vem de uma infância cheia de abusos ou com poucos limites.

Anônimo disse...

Sempre acho engraçados comentários do tipo "ela deveria ter feito isso", "ele não deveria ter feito aquilo"...

O livro (ou filme) é uma obra de ficção. A gente não muda a vida dos personagens. Eles é que mudam a nossa vida (ou não).

A história é a que está escrita.

Dizer que a personagem teria que ter agido diferente me parece pointless...

Se tivesse agido diferente, não seria ela.

patricia. disse...

Anônimo, até onde eu sei o defeito no sistema límbico é apenas uma teoria de muitas, nada comprovado com 100% de certeza(por favor me corrija,se eu estiver errada). Assim como a de danos no córtex frontal,ou a de excesso de seratonina durante a gestação.
Eu particularmente, acho complicado precisar com absoluta certeza que é uma coisa ou outra, por falta de uma palavra melhor, acho a coisa toda muito 'abstrata',especialmente porque o diagnóstico só pode ser feito 'oficialmente' depois dos 18 anos:)

Patty Kirsche disse...

Puxa, tenho até medo de ver esse filme... Parece ser muito incômodo...

nina disse...

tem razão priscila mr, ezra miller é lindo demais!!!!

Anônimo disse...

Não acredito que sejamos simplesmente resultado do meio. No q diz respeito a sociopatia e a psicopatia, acho que são disturbios que nascem com a pessoa. Qto a essa teoria de serem todos abusados na infância, eu duvido muito. Eles são seres muito manipuladores e não é possível acreditar em tudo que falam.

Digo isso por experiencia propria, pois tenho um caso na família. Ele é manipulador, nunca sofreu abuso, mas consegue distorcer a realidade e se fazer de vítima. A capacidade de persuasão é tanta q eu acho que ele é capaz de fazer um ateu acreditar em Deus, de tanta lábia.

Qdo o vejo, cosnigo entender como o maníaco do parque, por ex, conseguiu convencer tantas moças a irem até o matagal onde ele queria matá-las.

Por isso, duvido de qlqr estudo que aponte q psicopatas sofreram abuso na infancia. Esses estudos são geralmente pautados em cima de depoimentos dos próprios psicopatas, q sabem mentir muito melhor q qlqr um de nós.

Eles nascem assim.
Se abuso fosse condição para se tornar sociopata ou psicopata, todos q já sofreram abuso teriam esses disturbios. Não é o q acontece.

Outro fator q tb aponta pra biologia, é o fato desses disturbios aparecerecem em sua maioria em homens. Muito raro termos mulheres psicopatas ou sociopatas.

Eva disse...

É pra brincar de refutar argumentos, Resistência Católica? Vamos lá, já que hoje estou paciente. Não que eu espere que você vá voltar aqui pra debater, mas nunca se sabe - sempre tem idiotas dando os mesmos argumentos. E concordo que a preguiça intelectual é gigante em muita gente, mas do nosso lado, nós estamos simplesmente cansadas de sempre repetir a mesma coisa.


1) sobre “dar a outra face”: isso é uma OBRIGAÇÃO para o cristão, NO CASO DE OFENSA PESSOAIS. Mas se a ofensa é a DEUS, devemos empunhar a " espada!" ou o chicote, como no caso dos vendilhões.

---

Tipo, se reunir em praça pública é ofender Deus? Desculpa, mas não. Aquela praça é pública, eu passei a adolescência ali confraternizando com os amigos depois do colégio (sdds), já que eu estudava na João Golçalves e tinha amigos que estudavam no Eniac. Empunhar espadas, chicotes? Desculpe-me outra vez, mas sua bíblia pode sim estar acima de tudo para você, mas não, você não pode empunhar espadas ou chicotes contra pessoas que só estão exercendo o direito constitucional de se manifestar. Ninguém estava obrigando nenhum católico a participar da Marcha ou a concordar com ela, em momento algum - vai quem quer. E ninguém entrou na própria Matriz, estavam do lado de fora, em um espaço que é público e não propriedade da Igreja.


2) Sobre minha “falta de caridade”, que eu devo rezar pelas vadias etc... Pois bem, EU REZO, todos os dias, DE JOELHOS NO CHÃO. E ofereço penitências para a salvação de vossas almas. Isso é caridade. Caridade não é ser gentil com o outro: isso é gentileza. Caridade não é passar a mão na cabeça de quem erra: isso é “negligência” com teu irmão que peca!

Seu conceito de pecado é isso - SEU. Não meu, já que não sou cristã, então não acredito em pecado e você não pode me impor sua crença.

3) Não se trata de ser “fiscal” do outro - vcs DISTORCEM tudo - mas de sermos irmãos, um ajudando o outro a ser PERFEITO... A verdadeira caridade é AMAR-TE A TAL PONTO QUE DARIA MINHA VIDA POR VC. E eu daria... Mas, vc? O que está disposta a dar pelo outro? De que egoísmo arraigado vc abriria mão “pelo outro”? O outro é o pobre que mal tem o que comer, o que jaz em uma cama de hospital e mal pode respirar e também o que cresce em teu ventre de mãe.


Você tem todo o direito de dar a sua vida pelo outro. Só que pra ser outro, tem que ter nascido. Se assim não fosse, você poderia pegar o feto (feto, e não criança) do ventre alheio e cuidar até chegar a hora dele se desenvolver sozinho.

4) "o corpo é meu". MENTIROSA! Se é teu... fica + alta, + magra, + bonita! LOL! Se o corpo é teu, morra e volte a viver! Se o corpo é teu pq precisa tomar pílulas ou usar camisinha para não engravidar? . Minha cara, te VENDERAM essa MENTIRA apenas para poderem USAR teu corpo e DESCARTAR-TE como roupa velha. Sim, agradeça ao Feminismo por se tornar uma coisa!

O corpo é meu a partir do momento em que eu posso optar o que fazer com ele. É nele que reside a MINHA alma, minha, e de mais ninguém. E sim, antes que pergunte, acredito em alma, já disse inúmeras vezes aqui que não sou ateia, apenas defendo o direito pleno de cada um acreditar no que quiser, desde que não queira retirar o direito alheio de acreditar no que quiser.

(continua)

Eva disse...

5) Vcs "feministas" – e me refiro à massa de manobra que sai à rua para fazer o que a elite “feminista” manda – são BOI DE PIRANHA, são as que vão presas e apanham, enquanto que o "comando" fica confortavelmente instalado em alguma suíte de Copacabana, tomando uísque escocês.

Nunca fiz nada por ninguém ter mandado neste caso. Comando onde? Nunca recebi ordens de ninguém, toda vez que me manifestei por algo, foi por, através de um exercício pessoal, conclui que concordava com algo e decidi me juntar a essas pessoas com quem eu concordava e manifestar a minha opinião. Simples assim.

6) sobre “amar os outros”... Devemos abominar o pecado e amar o pecador. Só pq te amo não quer dizer que vou TE DEIXAR NA LAMA EM QUE VIVES. Isso não é amor. Eu amo o próximo, mas não DEVO compactuar com seus erros.

Eu NÃO pedi pra me "tirar da lama". Você pode amar quem você quiser, achar que eu estou errada o quanto eu quiser, mas isto não te dá o direito de fazer por mim algo que eu não quero que seja feito e que vá interferir diretamente na minha vida.

7) Eu sou mulher, e defendo até a morte o direito de SERES INOCENTES existirem, como eu existo. Independentemente da forma como vieram ao mundo. O estupro, uma doença que pode matar a mãe... são CRUZES! E Nosso Senhor não disse "peguem suas sombrinhas que vamos no parque fazer um piquenique"... No! Ele Disse: "renuncie a si mesmo (ui! isso é difícil para seres egoístas...), tome sua cruz e me siga".

O seu Deus pede para que carreguem cruzes. Os meus Deuses me ensinam a superar o que você chama de cruzes, e nisso está o caminho para a perfeição. E felizmente, você não pode me obrigar a acreditar no seu Deus, assim como eu não posso te obrigar a acreditar nos meus Deuses. Já pensou se fosse o contrário e eu estivesse tentando te obrigar a seguir a minha religião, que droga que seria pra você? Você daria a sua vida pra defender a sua crença? Que bom, eu daria a minha pra defender a minha. E é exatamente por isso que precisamos de um estado laico, para que eu não possa te forçar a se ajoelhar diante de um altar pagão, e você não possa me forçar a me ajoelhar diante de um altar católico, com suas crenças e dogmas. Não estamos melhor assim?

Eu sou mulher e SOU CONTRA O ABORTO E TODA IDEOLOGIA DA MORTE.

Eu também sou mulher, contra qualquer ideologia que envolva a morte de terceiros - o que inclui ser contra a pena de morte. E sou contra o aborto - o meu, já que eu não posso obrigar ninguém a compartilhar das minhas crenças. Mas talvez eu mude de opinião sobre ser contra o aborto se eu engravidar através de, por exemplo, um ato de extrema violência, como é o estupro. O que, de forma alguma, pode forçar ninguém a concordar comigo em ponto algum. Se eu sou contra o aborto, ótimo, é só não abortar caso eu engravide. Mas isso não pode me dar o direito de forçar ninguém a nada. Já pensou se fosse o contrário, e você fosse obrigada a abortar? Não é muito melhor se nós pararmos de nos meter no útero umas das outras?

(continua)

Eva disse...

Sou contra uma vida cujo auge é ser uma vadia. Esse é seu legado?

Se é meu legado ou não, creio que se trata de um problema pessoal meu, não? Felizmente, para nós duas, você não pode me obrigar a seguir seu conjunto de valores morais calcados na fé cristã, e eu também não posso te obrigar a seguir o meu conjunto de valores morais calcados na fé pagã.

Eu tb sou contra homens que andam sem roupa.


Que bom. Se você for homem, não ande sem roupa. Se for mulher e também for contra, não ande sem roupa. Simples, né? Só não queira forçar ninguém a fazer algo que você acha certo, porque o que é certo para você talvez não seja para os outros.


E contra casais NORMAIS que se agarram em público.


O que é "normal"? Como seu conjunto de crenças cristãs pode ditar o que é normal para outros que não seguem o mesmo conjunto de crenças? Não, não estou falando de sexo explícito, que isto é proibido pra todo mundo independente de quem compõe o casal (ou trio, ou enfim) que estiver tentando isso. E você é contra agarração em público? Então quando estiver em um casal, não se agarre em público, ué, ninguém está te obrigando a se agarrar em público. Só que, se é socialmente aceito que um casal hétero ande de mãos dadas e troque selinhos em público, qual o motivo para casais gays não poderem fazer o mesmo, uma vez que, felizmente, não é a moral cristã e nem a pagã que dita o que pode e o que não pode ser feito em público - e que gays, trans, bis e héteros pagam impostos igualmente, tem os mesmos direitos e deveres segundo a nossa constituição? Já pensou se você fosse obrigada a seguir a minha moral pagã, independente das suas crenças pessoais? Sério, um pouco de exercício de se colocar na situação do outro não machuca.

Contra a imoralidade e a indecência.

Imoralidade obviamente pressupõe uma moralidade, e esta é própria da religião que, por sua vez, é dogmática (ao menos as religiões ocidentais que eu conheço). E indecência ou decência é um conceito ditado pelo conceito de moralidade, então vide a oração anterior. Você gostaria de ser obrigada a seguir os meus valores morais e os meus dogmas religiosos embutidos neles? Não, né? Então por que quer me obrigar a seguir os seus? E as outras pessoas?

Contra a agenda feminista e a agenda gay.

Ótimo, então não siga a agenda feminista e nem a agenda gay, oras. Aliás, você trabalha fora, além de cuidar da casa e dos filhos? Só estou perguntando. E se não quer namorar gays, não namore, ué. Ninguém está te obrigando. Nem a casar com uma lésbica.

Quem faz sua própria lei moral e recusa a lei divina, deveria ser muito "macho" para aguentar as consequências...

Qual lei divina? Posso te obrigar a seguir as leis divinas de Zeus, então? Tipo, de quais leis divinas você tá falando? Eu conheço por alto uma centena delas, de diversas religiões, todas elas consideradas divinas. Bora lá saudar Apolo comigo? Não, né? Então tá, o que vale pra mim não vale pra você? Acho que Jesus chamou isso de hipocrisia, né não? Aquela história de que ele julgará de acordo com a régua que seus seguidores usaram pra julgar os outros e tudo mais.

Enfim, é mais ou menos isso que eu penso. A partir de hoje, vou rezar por vcs, para que vcs compreendam QUEM são e possam se amar e amar ao outro. Inclusive ao inimigo. Eu amo vc, ma não amo o seu pecado.

Não pedi para você amar o eu faço e você considera pecado. Mas você precisa entender que assim como eu não posso te obrigar a seguir por exemplo a Lei Divina do Anfitrião, você não pode me obrigar, e nem a ninguém, a seguir os seus mandamentos e as suas leis divinas.

Não julgueis, pois, para não serdes julgados; porque com o juízo que julgardes os outros, sereis julgados; e com a medida com que medirdes, vos medirão também a vós. (Mateus, VII: 1-2).

Luiza disse...

Um dos meus livros preferidos. Engraçado, não gostei tanto do filme... Lembro de ter entrado em pânico quando a Eva ficou grávida da filha, achei a maior loucura da parte dela, obviamente a menina (ainda mais por ser menina) ia virar o brinquedinho do Kevin. O comportamento da mãe pela preferência da filha só atiçou mais ainda a ira do monstrinho. Não consigo deixar de pensar que a Eva podia ter evitado o sacrifício da menina...

Anônimo disse...

Marília e Priscila, o Ezra Miller assumiu a homossexualidade ano passado:

http://www.hollywood.com/news/celebrities/37069609/ezra-miller-is-gay-how-his-experiences-can-strengthen-his-perks-role?page=all

Unknown disse...

Grande filme, Lola. Tenho e já vi umas duas vezes.
Um tanto inatista, ao certo, pois diz que o menino nasce um psicopata, já com problemas nas primeiras semanas e independente do que faça os pais (ela frustrada, ele omisso) seria assim mesmo.
Penso numa série de fatores que levam a tal quadro e o ambiente faz muita diferença, a escola e muito dos professores tb, pois os professores são por vezes referências de muita importância na vida de uma criança, mas é um tema desconfortável, sério e que fica nos intrigando, especialmente a quem é pai, professor e que tenta refletir se está fazendo o certo em sala e em casa (muito rígido? muito mole? como fui hoje?). Inserir valores é um tanto angustiante, sem dúvida, primeiro porque o termo vem empedernido de xenofilia. Depois porque são mutáveis e em alta velocidade e muita coisa na moda hoje é errado amanhã. Por fim, porque cada um trilha seu caminho de acordo com seus diagnósticos tb e a mesma receita feita por 10 cozinheiros saem 10 pratos diferentes.
Um abraço.

jacmila disse...

Um dos aspectos mais perversos da maternidade eh a vigilancia/julgamento das outras maes e lembra dum filme q vi ontem: WOMB mto bom, veja Lola.

° Emy ° disse...

Não acredito em base genética da psicopatia. Isso retira completamente a responsabilidade do sujeito sobre sua própria existência. Desconheço qualquer biologista sério e comprometido que defenda o gene da psicopatia. Mesmo que haja uma pré-disposição genética, o que pra mim também é questionável, o sujeito sempre tem escolha. Somos seres de possibilidades. Se desacreditarmos em nossas possibilidades, nos isentamos de nossa própria vida. Acho o filme meio ilusório em alguns pontos, mas ainda assim fascinante quanto a sua abordagem.

Anônimo disse...

Vi o filme e gostei. Lógico que só se deve engravidar por vontade pessoal, e não para satisfazer marido. Lógico que se o trabalho é importante para a mulher, não deve ser abandonado. Isso posto, se, contra a própria vontade, para satisfazer o marido, ainda assim a Eva engravidou, não consigo entender comentários, da própria Lola inclusive, que ela devia largar o menino com o pai e dar o fora. Hein!? Não existe mais responsabilidade nesse mundo? Ah, ela não devia ter tido o filho... É, não devia mas teve. Filho é uma caixinha de surpresas, a gente nunca sabe direito o que virá. Se não for como a gente quer, a gente larga com o pai e foge? Passada com isso!

patricia. disse...

Não acredito que sejamos simplesmente resultado do meio. No q diz respeito a sociopatia e a psicopatia, acho que são disturbios que nascem com a pessoa. Qto a essa teoria de serem todos abusados na infância, eu duvido muito. Eles são seres muito manipuladores e não é possível acreditar em tudo que falam.

Digo isso por experiencia propria, pois tenho um caso na família. Ele é manipulador, nunca sofreu abuso, mas consegue distorcer a realidade e se fazer de vítima. A capacidade de persuasão é tanta q eu acho que ele é capaz de fazer um ateu acreditar em Deus, de tanta lábia.

Qdo o vejo, cosnigo entender como o maníaco do parque, por ex, conseguiu convencer tantas moças a irem até o matagal onde ele queria matá-las.

Por isso, duvido de qlqr estudo que aponte q psicopatas sofreram abuso na infancia. Esses estudos são geralmente pautados em cima de depoimentos dos próprios psicopatas, q sabem mentir muito melhor q qlqr um de nós.

Eles nascem assim.
Se abuso fosse condição para se tornar sociopata ou psicopata, todos q já sofreram abuso teriam esses disturbios. Não é o q acontece.

Outro fator q tb aponta pra biologia, é o fato desses disturbios aparecerecem em sua maioria em homens. Muito raro termos mulheres psicopatas ou sociopatas.

------------------

Eu não descarto um motivo orgânico, apenas acho extremamente complicado comprová-los com 100% de certeza, pq nem todos os danos cerebrais são visíveis, digamos, em uma ressonância magnética . A teoria da serotonina, por exemplo, por se tratar de um neurotransmissor, é praticamente impossível de ser comprovada.

Quanto aos abusos na infância, acredite, eles são comprovados. Profilers não saem por aí acreditando em tudo que psicopatas dizem, eles conhecem o tipo de indivíduo com o qual estão lidando. Com toda certeza os abusos são confirmados por familiares, vizinhos, assistentes sociais, histórico médico, psicólogos...

Obviamente, nem todo mundo que sofre abuso na infância vira um psicopata ou um sociopata em potencial. As pessoas lidam com trauma de diferentes maneiras. Algumas pessoas possuem uma super capacidade de resiliência, outras se voltam para si, outras se voltam para outras pessoas e por aí vai... acho apenas que esses dados não são à toa, o abuso com certeza foi um fator de extrema importância para a formação da personalidade dessas pessoas, especialmente se você levar em consideração que é incontestável que os pormenores de vários dos crimes cometidos, tem uma ligação direta com o trauma sofrido.

HKPS disse...

O texto é legal, mas discordo de muita coisa.
Ela tem um ponto. A mulher não queria ser mãe. Ok
A partir daí ela tenta simplificar tudo. Em um momento, tudo é culpa da sociedade. Em outro, tudo é culpa do marido. Mais na frente, tudo é culpa da mulher.
Na minha opinião, a mãe - ainda que pressionada pelo marido, pela sociedade, etc... - quis ter o filho. Esta foi sua primeira escolha falha. Ela teve dois momentos de escolha - janelas de oportunidade -: antes de ter o filho ou mesmo depois de ter tido, dado para adoção, ou deixado o marido e o filho etc.
Mas é fato que ela teve o filho e - pior - continuou vivendo com ele e expondo-o a sua omissão.
Penso que as questões são organicas e não isoladas. A culpa é do contexto que orientou a escolha da mãe em ficar com o filho e de tentar criá-lo. Acho que ela não se sentiu capaz de abrir mão dele e esta condição é fruto de todo um contexto familiar - marido - e social.
Acho o filme perfeito pois ilustra todos os elementos envolvidos no contexto.
No texto, ela propõe um solução que funciona para ela - que não tem as mesmas influências - e por isso simplifica. Penso que o autor e o diretor pretendiam mostrar a complexidade - os vários fatores que envolvem a formação da personalidade - muito mais que o sofirmento da mulher oprimida/opressora.
O texto é legal, mas quem escreve - ou filma - tenta passar mensagens. Para mim, o texto tenta fazer de uma mensagem secundária - a opressão sofrida pela mãe - a mensagem principal.
Mas gostei, mesmo assim. Faz pensar.

@teacher.anajessica disse...

Oi Lola, vi o filme dps que li a primeira postagem q vc fez sobre ele. Eu gostei muito, embora, ao final, a gente fique com uma sensação ruim (kkk)acho que fiquei me sentindo mal pela falta de ação da mãe.

Anônimo disse...

Anônimo das 05:32, ele se declarou QUEER. o site aí tá errado ao sair afirmando que ele é GAY - queer é a palavra que aborda lgbt. ele pode ser bisexual, ele pode ser hetero e trans, ele pode ser pan, ele pode ser tudo isso: queer.

Unknown disse...

Obrigada, eu sabia q podia contar com vc... realmente esse é um filme q é mt superior ao livro! o filme te agonia, o livro é descrito demais, chega a ficar raso, clichê (li metade, tava ficando revoltada...)

Cristiane disse...

Li o livro e adorei. Adorei mesmo, por trazer inquietações que eu também tenho sobre o assunto. Também vi o filme e adorei.
Mas nunca tinha pensado por esse viés, Lola!
Obrigada por abrir mais uma janela de interpretação pra mim.

Iceman disse...

E como sempre, a culpa não é da mulher.
Em primeiro lugar, se ela não queria ser mãe, então não deveria ter engravidado, quiçá nem casado, já que o único método anticoncepcional 100% seguro é a abstinência.
Segundo que, se o homem não suporta ser sustentado pela mulher, não é por algum sentimento tosco de machismo, mas sim porque as próprias mulheres não estão preparadas para sustentarem uma família.
Homens sustentados pelas mulheres são humilhados, são chamados de vagabundos, de encostados, de inúteis e daí para pior.
E antes que venham me apontar casuísmos, já me adianto: não transformem a exceção em regra.
Um ou outro caso de mulher que sustenta a casa e não humilha o marido não faz a regra.

Anônimo disse...

SPOILER!!!!

Sempre me ficou a pulga atrás da orelha: por que ela cuida dele no fim? O quarto, as visitas na prisão. Ela continua presa ao modelo de amor incondicional mesmo aí? São perguntas mesmo, dúvidas de verdade.

Outra coisa que sempre achei curiosa é a mãe de Eva nas ligações pós massacre. Bem significativas da significação da maternidade no filme.

Lola, obrigada pelo blog!

Anônimo disse...

Por favor, não confisquem a minha carteirinha de feminista, mas eu acredito no amor materno incondicional. Amei o filme e para mim teve um significado completamente diferente, talvez por acreditar nisso. Não li o livro, mas vendo o filme o que eu senti foi que após o parto ( que foi traumátuco) ela rompeu completamente a ligação a ligação com o filho, ao se romper o cordão umbilical ela rompeu mais que o elo fisico que os unia, ela não se conectou com o kevin bebe, talvez por depressão pós parto, talvez por não ter tido vontada de ter bebes, talvez simplesmente por não saber como. Com o kevin criança tambem ela tentava se conectar, mas falhava toda vez, e ai se criou um circulo vicioso, toda vez que ele fazia algo ruim, como não controlar suas proprias funções intestinais mesmo sendo capaz, ela vinha, ela dava atenção, mesmo que negativa. Ao mesmo tempo é muito significativo o fato dele ja ser grande e usar fraldas, ele buscava resgatar na infância o amor que não teve quando bebe. Ai entra o fator genetico, acho que precisa dos dois juntos para se ter um psicopata, ele podia ter o gene, mas ele podia ter sido anulado com amor incondicional, mas só o que ele recebeu não foi nem ódio, mas sim desprezo, que é pior que odio. Mas no fim acredito que foi tudo por causa da mãe, ele matou para atingir a mãe, matou o pai e a irmã para atingir a mãe, pois ela os amava. Matou os colegas para atingir a mãe. Ele fez para provar que ela não o amava, foi um desafio, ele queria olhar pra ela e dizer: pode parar de fingir que me ama agora, pode falar a verdade abertamente... mas a mãe ficou ao lado dele até o fim porque acho que finalmente percebeu que ele a amava. E ele tambem se arrependeu porque percebeu isso.
Eu amo minha filha incondicionalmente, claro que é facil amar uma criança maravilhosa como ela, mas não sei se eu veria os defeitos se ela tivesse algum... Faria o mesmo que a eva no fim. Mas não com o que ela fazia no inicio, eu dava colo para minha filha...

Anônimo disse...

Mas uma coisa que acho estranha é todo mundo achar que logo na primeira semana ja mostrava um problema. Bom, bebes choram, o problema pode até ter nascido com ele, mas não iria se manifestar na 1a semana, ele chorava porque era bebe, chorava porque sentia falta do aconchego do utero. Quando ela pegava o kevin, era como se tivesse pegando uma coisa contagiosa... Claro que não iria parar de chorar... Parava de chorar com o pai porque o pai pegava direitinho.

Anônimo disse...

Nunca tive coragem de ver o filme. O trailer é perturbador. Tem muito gore? da pra dormir tranquilo depois?

Julia disse...

Anon 17:53, essas são algumas perguntas que ficaram pra mim, por isso quero voltar ao livro esperando que encontre essas respostas.

Anon 15:51, as coisas escabrosas que o Kevin faz não são mostradas diretamente, só as consequências delas. Tipo quando ele fura o olho da irmã, não mostra, por isso não entendi como ele fez isso até agora. Só mostra a menina com o tapa olho. Dá pra dormir tranquilo sim.

Catia disse...

Legal sua visão sobre o filme, entretanto percebe-se que você não tem filhos. Descordo totalmente quando você diz que ela deveria ter deixado o filho com o pai e continuar sua carreira sozinha em Nova York, se tem um momento em que ela deveria ter discordado do marido esse momento foi na decisão de ter ou não o filho, uma vez que ela concordou ela tinha a OBRIGAÇÃO de dar carinho e amor para a criança. É tão claro pra mim que a personalidade problemática de Kevin foi moldada pela falta de amor dela, que não conseguia nem embalar o bebê e fazê-lo se acalmar, TODOS os bebês amam suas mães, são suas maiores referências, e Kevin amava tanto sua mãe que todos os seus atos foram uma tentativa de machucá-la assim como ela sempre o machucou com sua falta de amor. Isso fica muito claro no final (quando ela resolve ser mãe de verdade) quando ela pergunta porque e ele reponde que "antes achava que sabia, mas que agora não tinha mais certeza", na minha opinião, ele quis dizer que antes tinha certeza de que ela não o amava, mas que agora já não sabia mais (devido à sua perseverança de nunca ter abandonado ele mesmo depois de tudo)sem falar que psicopatas NUNCA se arrependem, e ele começa a demonstrar sinais desse arrependimento depois que a mãe consegue quebrar suas resistências.

Unknown disse...

Eu ja assisti esse filme algumas vezes, na minha opinião a figura central desse acontecimento foi sim o pai, não por ter ensinado ele a atirar com arco e flecha, mas por ter ignorado os apelos mais que claros da mãe, e colocar sim o filho como um boneco, em que não se é dado o mínimo de atenção, assim como acontece em muitas famílias, entendo as falhas da mãe, mas não acho que são falhas tão significativas, para um agravamento tão forte de personalidade comparando com as do pai, a Mãe conhecia o Kevin, mas não encontrava uma solução, o Pai nem desconfiava de quem era o filho, que na minha visão é muito pior, talvez por isso ela foi a única que continuou viva.

Ana Menegussi disse...

O que acontece é que, a mãe se sente culpada por não amar o filho, e por essse motivo faz de tudo para conquistá-lo, o pai se torna um bobão, pois sempre quis um filho, e tambem mima ele demais, ele(Kevin) se aproveita da situação fazendo os dois brigarem, e tudo se torna uma bagunça, em nenhum momento Kevin recebe limites de ambas as partes, e assim acha que pode fazer o que bem entender. Os pais deveriam se unir e tentar entender o filho. Eu concerteza iria a um psicólogo. O pai e a mãe estão errados e ambos estragam Kevin. Acho difícil entender o que acontece, mas me parece que Kevin sente que sua mãe não o ama, e usa isso contra ela. Ela jamais deveria fazer um filho só porque o marido deseja, uma vida não é um presente que se dá a alguem que ama, uma vida deve ser vista com muito mais responsabilidade, o modo como ela tomou a decisão foi absurda. "estava se sentindo só", e sem consultar Franklin, não usou seu contraceptivo. Totalmente egoíta. Ter um filho não pode ser decidido dessa forma. Adorei o livro, mas ainda não vi o filme.

Loy disse...

eu não posso levantar a hipótese do Kevin imediatamente não gostar da mãe porque ela afinal de contas não gosta da maternidade, uma vez que não foi algo que ela escolheu?

ora, neste caso, o monstrinho foi criado indiretamente pela sociedade que impôs à Eva um papel do qual ela não pôde fugir. E por fim, o monstrinho se volta contra todos os seus criadores, poupando a mãe (cujo amor era realmente tudo o que ele queria, o primeiro ser que lhe deu a vida e que jamais conseguiu aceita-lo)

nenhum problema tem um culpado só. se o efeito é social podiscrer que a causa é social também.
Eva também é responsável, ela não se revoltou contra nada, passou o filme passiva, e depois quando todos começaram a agredi-la ela aceitou também

Loy disse...

aliás, o filme inteiro e o título do filme não se realiza. como é no livro, ninguém fala sobre ele também?

Anônimo disse...

Vi o filme recentemente e minhas impressões:
O Kevin gostava da mãe, mas de alguma forma sempre sentiu que ela não o queria.
Nas cenas iniciais é um alívio para é a escutar o barulho de uma britadeira e não do choro da criança.
Qualquer pessoa sabe que pegando um bebê, acalentando-o ele fica mais calmo e para de chorar, ela nunca fez isso.
Quando eles vão jogar golfe, ela fala dos gordos ele diz que eles são iguais.
A Eva nunca amou o Kevin ela o aceitou. Como diz em uma cena no quarto, " você se acostumou comigo " e ela não diz que o ama, porque ela sabe que é mentira. A tentativa de aproximação é na verdade, sentimento de culpa. Ela não queria esse filho, não deu amor a ele. Quando ela lê a história de Ben Hur ele se interessa, na minha opinião ela já pensava em como se vingaria fé todos que na nossa perspectiva o tratavam muito bem. O Kevin é um psicopata e matou todos todos que " deram amor " a ele e não matou a mãe que supostamente ele odiava por que será? Ele não odiava ela ele sempre percebeu a rejeição dele a ela. Eva não era nenhuma impossibilitada, se não queria o filho não deveria te-lo e pronto. A culpa é dela? Não sei. Ela contribuiu para a loucura do menino? Muito!

Anônimo disse...

Lola, assisti o filme anteontem e estou com ele até agora na cabeça. Li também o livro antes (na verdade li metade, assisti o filme e li a outra metade - é...sou ansiosa...kkk). Como amo seu blog, quis saber sua opinião sobre o filme. Concordo em partes com vc. Na verdade depois de ver o filme e ler trabalhas que analisaram psicologicamente o filme, sinto pena tanto de Eva, quanto de Kevin. E raiva de ambos também. Pelo que sei, pelo filme não dá pra falar se Kevin era psicopata ou não. O que dá ora dizer é que ele tem um transtorno de personalidade antissocial (que não é a mesma coisa que psicopatia, mas pode estar interligado). Esse transtorno tem causas genéticas e ambientais. Já Eva acredito que ela quis muito o filho pelo marido (no livro mostra que ele não a pressionava diretamente, porém sempre demonstrava querer um filho) e também porque estava cansada da vida de mulher bem-sucedida (ela se pergunta se a vida era só aquilo no livro). Só que depois que engravida, ve que não queria ter o bebê de jeito nenhum. Como já está grávida, o marido já sabe, decide ter o bebê e a situação só piora depois. Mas como ela cuidava dele , na minha opinião é abuso sim! Talvez por estar deprimida, ou não conseguir fazer diferente, mas o fato é que TUDO ela achava que era culpa de Kevin! Ela achava que o bebê chorava pra encher os saco dela! Que ele não falava só pra irritar ela, e por ai vai! Falar pra uma criança de us tres anos que ela era feliz antes dele nascer é violência psicológica sim! Pra mim Eva demonstra muito bem que preferiria que ele não tivesse nascido e que ele atrapalhava sua vida! O marido é um verdadeiro banana (isso é incontestável). Acho que realmente teria sido melhor ninguém parar a vida e colocarem o garoto numa escola integral ou babá, ou até o pai parar de trabalhar e ficar com ele. A pior solução foi Eva ter parado a vida e se dedicado ao filho, quando claramente ela não queria fazer isso! Com certeza nossa sociedade machista tem grande parcela de culpa nisso! Não concordo dela ter sido hostilizada daquele jeito pela sociedade; porque diretamente ela não fez isso e também perdeu o filho e o marido; porém o comportamento dela influenciou muito para personalidade de Kevin sim!E acho que é justamente por essa culpa que ela sente que continua visitando o filho na cadeia. E pelo final, EU entendi que ele fez isso pra punir ela e chamar sua atenção. Só que não achava que ela continuaria o visitando. Com as visitas ele finalmente sentiu que ela se importava com ele e parece realmente arrependido (pelo livro dá essa impressão).

Anônimo disse...

E pra mim ele só deixou ela viva exatamente pra punir ela. No estilo: já que vc não me ama, vou tirar a vida de todos que vc ama (marido e filha) e deixar vc viva pra ter que lidar com isso. Além do mais, provocando uma tragédia na escola, sabe que todos se voltariam contra a unica pessoa viva ligada à ele; no caso a mãe. Kevin demonstra uma inteligência acima da média (infelizmente para o mal) e acho que sabia muito bem o inferno que a mãe viveria após ele provocar a tragédia.

Anônimo disse...

Outra coisa que não entendi e vi num comentário: como a Eva teve coragem de ter outra criança! Os motivos eu entendo: acho que queria provar pra si própria que o problema não era ela; e sim Kevin, e além do mais passar a limpo todo essa história de maternidade(tipo: não deu certo com Kevin, mas pode dar certo em uma segunda gravidez e teremos então a família perfeita). Mas no livro ela fala que tinha pavor da idéia de ter um cão por causa do medo de Kevin fazer alguma maldade com o cachorro. No entanto, não demonstra medo algum em ter outro bebê, que pra mim seria óbvio que o saco de pancadas de Kevin!

Balzaquiano disse...

O adolescente Kevin é um caso clínico de perversão. Afeto negativo (alguns casos é positivo) com a maternidade, manipulação, maldades planejadas, realidade fragmentada, não cria vínculos afetivos, inteligência aguçada, não sente culpa dos seus atos e desconsidera a Lei.Perverso