segunda-feira, 7 de julho de 2014

CRÍTICA: SOB A PELE / Scarlett nua e homens gosmentos

Sabe quando, passados os dois minutos iniciais, você vê que um filme não terá salvação? Aconteceu anteontem, quando vi Sob a Pele
Não vou fingir que assisti o troço no cinema. Eu tava lá, na minha TV, e a tela começou a fazer uns barulhinhos, e tudo que aparecia era um pontinho de luz. Eu virei pro maridão e perguntei: "Isso tá ligado?" 
E o pontinho foi crescendo lentamente (e ponha leeeeeentamente nisso) até virar um olho ou um donut, não sei o que veio primeiro. Nesse momento eu devia ter parado de ver aquela besteira pretensiosa. 
Depois li que Sob a Pele (trailer legendado aqui) foi um projeto de dez anos de Jonathan Glazer, diretor de Sexy Beast (eu lembro do Ben Kingsley, marcante como um psicopata) e Reencarnação (em que a Nicole Kidman se apaixona por um menino de dez anos que diz ser seu marido reencarnado). Sob a Pele é uma adaptação de um romance de Michael Faber que eu nunca tinha ouvido falar. Parece que o livro é sobre uma alienígena que vem à Escócia para oferecer carona a homens que servirão de comida gourmet em outra galáxia. 
O filme, no entanto, não é sobre nada disso. É sobre uma alienígena que se veste com a pele da Scarlett Johansson e, com uma van, seduz rapazes, também na Escócia. 
A gente não sabe direito o que acontece com os moços, além de afundarem num líquido escuro e gosmento, e muitíssimo menos pra quê. E, pelas amplas ambições de Sob a Pele, você pode ter certeza que nunca irão nos contar, porque a aura de mistério é mais chique e metafísica. 
Há também um motociclista (novamente, não procure explicações) que não entendi por que está no filme. Talvez ele acompanhe ou supervisione Scarlett, mas não dá pra saber. Tudo que ele faz é andar de moto. E como a montagem é propositalmente confusa, boa sorte em estabelecer qualquer relação entre ele e Scarlett.
Pouco depois da cena inicial do olho, ou do donut, perdi a ordem, ouvimos uma voz feminina repetindo palavras terrestres em inglês. Ou seja, ela está aprendendo a língua. Mas não a vemos treinar, por exemplo, a andar numa escada rolante, o que pode ser tão complicado quanto. E andar naqueles saltos que ela usa, então? E dirigir? 
Ok, sei que é pedir demais. A gente não sabe nem de onde aparece a van que ela usa (e que aparentemente é movida a ar, porque não precisa nunca de gasolina), e vai querer que expliquem como uma van cai do céu (metaforicamente falando)? Não se toca no assunto dinheiro na trama. Scarlett compra algumas coisas, mas nunca paga por elas. Parece ser um mundo legal, essa Escócia! 
Legal -- exceto se você quiser ir tomar banho numa praia escocesa. Há uma cena pra lá de esquisita numa praia e, bom, enquanto nossas praias têm areia macia, lá é só pedra. E água muito gelada. 
Os rapazes da Escócia, pelo menos aqueles mostrados no filme, também não são bonitões. Li que o diretor quis usar homens comuns, não atores, e que, no começo, quando são abordados por Scarlett na rua, não sabiam que estavam num filme, e nem reconheceram a estrela. Só depois eles assinaram contrato para aparecerem nus e serem cobertos de gosma. 
Mas o modus operandi da alienígena sexy é assim: ela, sempre à noite, de dentro da sua van, pede informações para chegar ao lugar tal. O cara explica; ela pergunta pra onde ele tá indo, se vive sozinho, se quer uma carona até o local. E é só. Desculpe se você acha essa conversa super excitante, mas... 
Todos os críticos que li atribuem o sucesso de fazer entrar na van à beleza da Scarlett. Não tenho muita certeza disso. Pode ser apenas uma pessoa sendo gentil e pedindo ajuda pra chegar a tal lugar, ou oferecendo ajuda, no melhor estilo "estou indo nessa direção, quer vir?". Duvido que todos os homens encaram isso como um convite pra sexo. Agora, uma coisa é certa: se fosse um homem na van que começasse uma conversa com uma estranha à noite, ela não iria com ele. Pouquíssimas iriam, independentemente da beleza ou simpatia do cara. 
Pois é, vivemos num mundo em que tal situação -- entrar à noite na van de um estranho, por mais cordial que ele seja -- seria extremamente arriscada para as mulheres em qualquer parte do mundo. Mas, pros homens, o risco se resume a: será a motorista uma extraterrestre disfarçada querendo me transformar num refinado petisco intergalático?
Um dos carinhas que entram na van (e van é meio transporte oficial de serial killer, não? Por que precisa ser uma van?) de Scarlett é um sujeito com grave desfiguração facial. Sinceramente, mais uma vez, não dá pra entender o que acontece com ele, mas é depois desse encontro que Scarlett fica perturbada, e para de falar. 
Ela olha seu corpo nu no espelho (uma imagem que circulou alguns meses atrás nas redes sociais, e que rendeu críticas de outro mundo, do tipo "Nossa, ela não é perfeita! Ela é gorda! Não tem barriga chapada!"). 
Ela também olha prum inseto. E decide abandonar a van e sair sem rumo por aí. Se seu chute, leitor/a, é que ela está querendo ser humana, bom, qualquer adivinhação é válida num filme desses. O fato é que ela até tenta comer pela primeira vez no filme! Mas não dá certo: ela vomita em seguida a garfada de bolo de chocolate que pôs na boca (pra você ver como ela realmente tá perturbada). 
Daí o filme vai caminhando para um desfecho que a ET, em vez de predadora sexual, torna-se presa. E presa fácil. [Agora tenho que incluir um ou outro spoiler, mas acho que tudo bem, porque não dá pra entender o que acontece no filme mesmo. De qualquer jeito, aviso: spoilers]. 
Sem a van, Scarlett precisa andar de ônibus, e não tem mais pra onde ir. Acaba ficando na casa de um cara que talvez seja bonzinho, embora a force a assistir TV. Quando ele tenta transar com ela, tudo dá errado. Pelo jeito (não sei se é spoiler ou questão de interpretação), ela não foi equipada com uma vagina. 
Ela foge para uma floresta, e é escolha da história levá-la pra lá, onde ela será (quase) violentada e morta por um estuprador asqueroso, num final que, pra combinar com o resto do filme, não faz muito sentido. Eu queria que ela desse uma de Schwarzenegger no primeiro Exterminador do Futuro, sabe? Mas Sob a Pele parece oferecer apenas duas opções às mulheres (mesmo que Scarlett não seja terrestre, ela é praticamente a única mulher com falas no filme): ser predadora, ou ser presa. O filme me deixou com um gosto amargo de misoginia na boca. 
Porém, esta analista viu o filme de maneira totalmente oposta. Pra ela, Sob a Pele é sobre uma femme fatale que tenta ter agência sobre sua sexualidade. Só que, ao tentar não ser mais objetificada, Scarlett se fragiliza. Até considero essa interpretação interessante e válida (anything goes num filme desses), mas a analista se perde quando diz que a personagem de Scarlett é incrivelmente seletiva. 
Pô, Scarlett não seleciona nada -- ele para estranhos na rua. Qualquer homem sozinho serve! (Aliás, se Scarlett quer homens solitários cuja ausência não seria sentida se eles sumissem, eu poderia recomendar uns dois ou três fóruns cheios de mascus, mas quase todos eles moram com os pais).
Mas, né, esta opinião francamente desfavorável sobre Sob a Pele vem de alguém (moizinha) com baixa tolerância pra filme de arte monótono e pretensioso. A maior parte dos críticos adorou a produção. 
E tem muito espectador que acha Sob a Pele uma ficção científica inovadora. Até os falantes de língua inglesa que não só não entenderam a trama, como também não foram capazes de decifrar os poucos diálogos ("Que língua as pessoas falam na Escócia?", muitos perguntaram), gostaram.
Eu, francamente, odiei. No filme que eu vi, Scarlett Johanssen passa uma hora da minha vida numa van pedindo direções pra estranhos na rua. 

82 comentários:

Anônimo disse...

Vi meia hora desse filme e desisti. Parabéns pela paciência.

Anônimo disse...

Bom, não gostei do filme também!
Mas na parte em que ela vai transar com o cara eu interpretei de outra forma; achei que ela não sabia que tinha uma vagina, ela sente a penetração e então descobre a mesma. Ela só havia observado o corpo externamente através do espelho e por isso a "surpresa".
Outra coisa que eu interpretei diferente foi que os homens em que ela "caçava" e eram presos naquela gosma, eram servidos como pele para outros extraterrestres que acabariam por vir a terra.

Anônimo disse...

"Mas não dá certo: ela vomita em seguida a garfada de bolo de chocolate que pôs na boca (pra você ver como ela realmente tá perturbada)".

Melhor comentário.

Raquel

Unknown disse...

Esses filmes com a personagem possuida, alienigena encarnado e coisas do tipo sao sempre mulheres as tais personagens.
Basta ver os filmes de exorcismo, por exemplo...a menina doce que vira uma mulher demoniaca, ou monstros, aliens e demonios que se utilizam do corpo de mulher para seduzir homens e conseguir o que desejam....

Sugestivo isso , nao?

André disse...

Uma raça suficientemente avançada para viajar bilhões de quilômetros no espaço e ocupar o corpo de um alienígena vai ficar sujeita aos dramas humanos?

Anônimo disse...

´´ mas quase todos eles moram com os pais `` é engraçado, as feministas falam que existe pressão social para as mulheres se casarem e dizem que isso é machismo, que mulher não precisa de homem para ser feliz, mas a blogueira diz que quase todos os ´´ mascus `` moram com os pais ( embora não os conheça pessoalmente ) ou seja não são casados e coloca isso de forma negativa, como se homem precisasse de mulher para ser feliz. Pressão social para o homem casar não tem problema, mas pressão social para mulher casar aí é machismo? Paulo.

Anônimo disse...

Achei que o guia do TV Tropes ia ter algo sobre o "mulher linda sequestra/caça homens" ou o "mulher demoníaca/sobrenatural", mas não consta nada lá. Achei que era clichê, que era trope, mas pelo visto não é.

O engraçado é que o cara da moto é trope. Teoricamente "Motorcycle on the coast road" é trope. Não entendi porque a mulher alien/sobrenatural sedutora não é.

(Lolinha, se você entrar no TV Tropes tenho cer-te-za que você só vai sair de lá semana que vem! As análises de filmes são geniais :D )

Marina disse...

Anônimo das 13:57...quem disse que precisa casar pra sair da casa dos pais??Aaaai, esses mascus!huahuahauha

Anônimo disse...

Paulo, você não precisa morar com uma mulher pra sair da casa dos pais. Geralmente sair da casa dos pais denota independência, principalmente porque existe o imaginário de que um homem que vive com os pais sequer aprende tarefas domésticas, e vive como um adolescente. Alguns homens vivem com os pais por questões financeiras, e ajudam os pais nas tarefas de casa, mas geralmente não é isso que acontece. É um preconceito e um clichê sim, mas é só uma maneira de dizer que é esperado que homens adultos cuidem-se sozinhos como os adultos que são. Inclusive sair da casa dos pais diretamente para a casa da mulher pode denotar que o cara tá passando as funções domésticas, que ele não aprendeu, para a mulher, não sendo capaz de se virar sozinho. E isso é um problema e tanto, porque ninguém gosta dessa imagem do homem inútil que se passar um mês sem uma mulher que cuide dele ele morre de fome sem nem trocar a cueca. Inclusive eu estou cansada desse papinho. Conheço homens feitos (25 anos na cara!) que vão morar sozinhos e a mãe viaja até a cidade onde ele está só pra lavar a roupinha dele. A mesma coisa ocorre nas casas de estudante da minha universidade: na feminina as mulheres lavam as próprias roupas, seguindo um calendário rígido, e na masculina tem um funcionário que lava as cuequinhas dos bonitos. Sair de casa não significa nada, é só uma simbologia.

TL;DR: Você não precisa se casar pra entrar na idade adulta. Quando a gente fala "sair da casa dos pais" só quer dizer aprender a se virar sozinho. Você pode não morar com os pais e ser um completo inútil, e você pode morar com os pais e ser independente.

Patty Kirsche disse...

Eu não vi o filme, nem vou ver pelo que andei lendo... Mas me parece uma tentativa de inovação não inovadora, certo? Os mesmos clichês de sempre num filme que pretende ser diferente, mas não é.

Kittsu disse...

Não pra casar, bobinho, ou pra tu só pode sair debaixo da asa dos pais se for casando? Tem a ver com largar de ser um sanguessuga imprestável e mimado, descobrir a realidade por conta própria e assumir responsabilidades. Não com se casar. A última coisa que uma pessoa dessas deve fazer é ser casar, porque só vai se pendurar no outro sem dar nada em troca. A mensagem é: " cresça e vire gente. "

Anônimo disse...

"´´ mas quase todos eles moram com os pais `` é engraçado, as feministas falam que existe pressão social para as mulheres se casarem e dizem que isso é machismo, que mulher não precisa de homem para ser feliz, mas a blogueira diz que quase todos os ´´ mascus `` moram com os pais ( embora não os conheça pessoalmente ) ou seja não são casados e coloca isso de forma negativa, como se homem precisasse de mulher para ser feliz. Pressão social para o homem casar não tem problema, mas pressão social para mulher casar aí é machismo? Paulo.

7 de julho de 2014 13:57"

Em estado de choque com o mascu que acha que para sair da casa dos pais tem que casar! A Lola não está falando sobre homens que não são casados, mas que são dependes (financeira, emocional e socialmente) dos pais, apesar de estarem com seus vinte e tantos, trinta, às vezes até quarenta anos. Dá para sair da casa do papai e da mamãe e viver por conta própria, viu? Sem necessariamente ter que que casar.

*fica a dica*

;)

Anônimo disse...

Eu gostei do filme. Acho que o segredo pra gostar é ter perfeita noção de que é um filme atípico. Se vc procura respostas pra perguntas simples como "de onde ela vem?", "por que veio?" e "por que faz isso?", desista. Se gosta de filmes com diálogos fortes, desista também, já que esse não tem quase nenhum e os que tem não contribuem em nada pra compreensão da trama.
Mas basicamente, interpretei que ao se "humanizar" (possivelmente por passar a ter pena dos homens que matava) ela se enfraqueceu e acabou vulnerável (numa outra cena, quando ela ainda ñ tava nem aí pra nada, vários homens atacam o carro dela e ela simplesmente saí, sem esboçar nenhuma reação)

Morgause disse...

Nem todos os homens encaram um convite de uma mulher bonita como um convite para o sexo,mas muitos certamente verão como uma oportunidade. Por exemplo, já cansei de ser educada com um estranho e ele já se encher de esperanças, tipo, vc dá um simples bom dia,e percebe na hora que o cara já anima todo! Isso porque tô longe do padrão Scarlett de beleza, então essa parte do filme acho bem convincente sim.
Tem cara que num simples bom dia, obrigada ou com licença, já pensa que vai "se dar bem"...

Janaina disse...

No geral gostei do filme, embora possua alguns pontos fracos. Não acho que a falta de explicações seja um problema em si, é um estilo narrativo diferente, e por isso causa estranheza, mas as vezes é melhor do que ter tudo mastigadinho e soar ainda pior. Cito por exemplo a serie inglesa de comédia " Misfits", sobre um grupo de delinquentes juvenis que ganham superpoderes. Toda a série se baseia em um evento que nunca é explicado, e ainda assim funciona bem.
Voltando ao 'sob e pele', tenho a mesma opinião que o anonimo do 12:38, tb encarei a cena de sexo como a autodescoberta dela, não que ela não viesse 'equipada' com uma vagina e que a ET caçava para conseguir outras peles para mais membros da raça dela que eventualmente viriam à Terra.
Quanto à uma possível misoginia, não acho que havia algo nesse sentido no filme, ao menos não vi nada de mais sério ali.
E ah, essa temática de ET/monstro que se disfarça de "gostosona" que caça homens não é nada nova, há um filme antigo chamado "a experiência" com o mesmo argumento.

lola aronovich disse...

Paulo, meu comentário foi apenas uma constatação. Uma constatação de quem observa fóruns mascus há 3 anos, então, sei lá, acho que sei bastante sobre vcs. É fácil e rápido constatar que vcs mascus, em média, estão bem longe de ser adolescentes (eu diria que a média de idade num fórum mascu brasileiro é de 25 anos), que a maior parte não é casado (pelo contrário, são marriage strikers) nem tem namorada, é tímido, anti-sociável, com problemas de relacionamento não só com as mulheres, como com as pessoas de forma geral. Isso tudo transparece MUITO nos comentários da esmagadora maioria dos mascus. Outra: se trabalham, ganham mal; fazem musculação, moram com os pais. A maior parte está na faculdade.
Acho que a pessoa, homem ou mulher, deve sair da casa dos pais quando puder. Se pros pais não têm problema, se eles dão liberdade pra que o filho ou filha adulta seja livre (eu, por exemplo, podia levar meus namorados pra dormir no meu quarto), não vejo mal.
Eu morei na casa dos meus pais até os 25 anos numa boa. Sei lá quanto mais tempo teria ficado se meu amado pai não tivesse morrido.
Claro que uma coisa é se fazer de fodão independente quando se mora com os pais, que é o que os mascus costumam fazer -- ironicamente, ao mesmo tempo em que acusam todas as mulheres da terra de serem interesseiras e "sugarem" seus parceiros e/ou pais.
Mas, enfim, só fiz uma constatação: mascus são homens solitários que, se sumissem, não fariam falta. Mas seus pais poderiam notar, já que a grande maioria dos mascus mora com os pais. Acho até que elogiei os mascus ao dizer que os pais notariam sua ausência!

Anônimo disse...

Isso de morar na casa dos pais vale pra mulheres também ou só pra homens?

Porque na nossa cultura os filhos moram mais tempo com os pais. Em comparação com a cultura americana por exemplo que eles enxotam os filhos (não sei se as filhas também) com 17 anos de casa e se você morar com os pais depois dos 20 é um "Loser"

Anônimo disse...

Lola, pode ter certeza que os mascus são magrelos ou gordinhos, podem pagar academia, mas não aprenderam a treinar, nem a se alimentar... São uns fracassos...



Eles têm de ser lembrados que Napoleão foi corno, Collor foi corno, Eike Batista foi corno. Todos eles foram alfas superpoderosos. Esse lance de ficar falando de mulher é besteira.


Hoje em dia muitos homens sofrem pois querem levar chifres e as mulheres não colocam. Algumas começam a colocar mas depois param. Muitas mulheres estão vivendo melhor chifrando e o marido aplaudindo.


o mundo mudou, as pessoas estão mais livres graças a internet. Esses mascus deveriam arrumar uma namorada e pedir chifres para vencerem os preconceitos e sentirem a adrenalina + a emoção de ter um enfeite na testa.

Força, Lola, o blog é dez.


Namorado Liberal,

Anônimo disse...

Anônimo 14h13

Olhei no TV Tropes, mas não vasculhei a fundo por esse tropo.
Mas lembro que a Anita Sarkeesian, do Feminist Frequency, já falou sobre esse topo da Mulher demoníaca sedutora:http://www.youtube.com/watch?v=_VeCjm1UO4M&list=PLBBDFEC9F5893C4AF

Anônimo disse...

A tendencia é que os mascus cresçam, parem de sonhar com paniquetes objeto, casem com meninas normais e se envergonhem do passado de besteiras.


Namorado Liberal

Sara disse...

Adoro ficção científica, e indo contra a maré adorei o tema, e esse vou dar um jeito de ver.

André disse...

Janaina,

MIB II também.

Anônimo disse...

--Também tem spoilers.--

Acho que, como o livro, o filme também é sobre uma alienígena que vem à Escócia para oferecer carona a homens que servirão à sua galáxia, porém não fica claro que serventia seria essa. Concordo com o Anônimo das 12:38 quanto a usar a sua pele, mas fica em aberto o que fariam com sua carne.
Sobre a aura de mistério, não acho que seja necessário contar ou explicar tudo que acontece em qualquer narrativa, aliás, gosto quando vários detalhes ficam em aberto, dando vazão à imaginação e margem a diversas interpretações.
Contudo, principalmente quando se trata de filmes, quanto mais explicações, menos cinematográfica parece que a obra se torna. Um filme é, na minha opinião, essencialmente imagem (motion picture); quando tem muita explicação, fica parecendo um episódio do Scooby-Doo, perde a graça.
Não quero dizer com isso que uma apresentação de slides seja cinematográfica, mas sim que existe um certo abuso no cinema, com efeitos especiais desnecessários, edições mirabolantes, verborragias teatrais e trilhas sonoras em excesso, o que neste filme não percebi. A beleza deste filme está em ser climático, misterioso mesmo. Vamos entendendo a narrativa ao longo dela, não logo de cara.
O motociclista, por exemplo, dá pra perceber que é outro alienígena colaborando com a coleta de seres humanos. É ele quem busca os vestígios na praia, em uma cena chocante, por sinal. Nesse ponto, a personagem de Johansson está plenamente em sua função de coletora de seres humanos.
Quando entra em contato com o rapaz desfigurado pela neurofibromatose, porém, a alienígena acaba por questionar sua condição entre os humanos (ela, inclusive, libera o rapaz, que acaba sendo novamente capturado pelo motociclista). Tenta conhecer um pouco mais as suas presas, na vida real, vivendo como uma delas, talvez tentando encontrar algum valor nessa espécie “inferior”. Entretanto, ao tentar se humanizar, é brutalizada por aqueles com os quais busca ser empática.
Interessante imaginar como seria se ela fosse levada pra casa por uma mulher.

Abraço, Lola!
Ana

Anônimo disse...

lola eu amo minha mãe ficarei com ela até qdo ela quiser ela é legal se vc não gsosta dela eu sinto muito pois ela é bondosa

Sara disse...

Mas extrapolando um pouco, se o mundo for invadido por extraterrestres como essa do filme, olha a grande vantagem q o machismo nos proporciona Lola, só os homens iriam se ferrar na tal da gosma kkkkk, afinal o machismo nos deixa tão alerta a qualquer contato com estranhos, (quanto mais entrar no carro deles) q só muito dificilmente uma mulher ia ser pega dessa forma.
Tai mais uma grande vantagem q o maravilhoso machismo nos dá, pouquíssimas de nós iriamos morrer nessa gosma....

Anônimo disse...

Como alguém já disse aqui (quem inventou me avise aí pra eu dar os créditos), li bem a sinopse, pensei em quantos similares eu já tinha visto, pensei em quantos clichês iria encontrar nesse filme, em quantas outras mídias já escreveram uma história igualzinha mas que fizeram a coisa parecer melhor, aí fui pegar meu MP e ouvir música sertaneja das antigas: NemVi&NemVerei. Boa tarde.

Anônimo disse...

A Lola não parou para pensar que a maioria destas meninas aqui, também mora com os pais.

Fernanda disse...

Hahahahahahahahahahahahahaha!!!! Lola, rachei de rir desse post! Bem que você podia fazer um subtópico do blog regularmente sobre filmes que você detestou. Sério, eu ri muito.

O que é "trope", gente?

(Danilo) disse...

"Paulo, meu comentário foi apenas uma constatação. Uma constatação de quem observa fóruns mascus há 3 anos, então, sei lá, acho que sei bastante sobre vcs. É fácil e rápido constatar que vcs mascus, em média, estão bem longe de ser adolescentes (eu diria que a média de idade num fórum mascu brasileiro é de 25 anos), que a maior parte não é casado (pelo contrário, são marriage strikers) nem tem namorada, é tímido, anti-sociável, com problemas de relacionamento não só com as mulheres, como com as pessoas de forma geral. Isso tudo transparece MUITO nos comentários da esmagadora maioria dos mascus. Outra: se trabalham, ganham mal; fazem musculação, moram com os pais. A maior parte está na faculdade"

Resposta: Neste caso concordo com Lola. A maioria dos masculinistas estão numa faixa etária de 25 a 32 anos. Quando eu entrei nesse "mundo" eu tinha 25 anos e hoje tenho 28 anos. Os ditos homens sanctos que costumam ser molequinhos birrentos.

(Danilo) disse...

"Nem todos os homens encaram um convite de uma mulher bonita como um convite para o sexo,mas muitos certamente verão como uma oportunidade. Por exemplo, já cansei de ser educada com um estranho e ele já se encher de esperanças, tipo, vc dá um simples bom dia,e percebe na hora que o cara já anima todo! Isso porque tô longe do padrão Scarlett de beleza, então essa parte do filme acho bem convincente sim.
Tem cara que num simples bom dia, obrigada ou com licença, já pensa que vai "se dar bem".


Resposta: Isso é verdade. Basta uma mulher bonita dar um bom dia ou uma olhada distraída em qualquer eventualidade que os homens imaginam uma vida inteira junto com a mulher. A esmagadora maioria dos homens ainda são uns bobos românticos.

GOAT disse...

voces podem falar mal o quanto quizerem dos masculinistas que moram com os pais, nenhum deles irá precisar conviver com voces, simples. se voces os taxam de mimados, eles retribuem com ódio a voces. olho por olho, dente por dente. é essa minha filosofia de vida. continuem aí xilicando sobre os ''mascus'' que eles tão cada vez mais divulgando o masculinismo pela internet, e diria que o masculinismo realmente mudou minha vida em 2011, intensificou meu repudio pela humanidade pois atraves do masculinismo eu conheci a dinamica social e percebi o quanto a humanidade é podre. eu não conhecia a dinamica social antes do masculinismo. apos conhecer a dinamica social, ficou claro que na época que eu me socializava, eu era cercado só por filho da puta e vadia misandrica.

Unknown disse...

Sr. Danilo...

Não sei se imaginam uma vida inteira ao lado da moça, mas que imaginam como irá proceder a conquista e como vão contar isso para os amigos, creio que sim.

Larissa Petra disse...

Ainda não vi o filme portanto não posso dar minha opinião, mas acho que vou ver sim...

Sobre esse trechinho aqui:
"Nem todos os homens encaram um convite de uma mulher bonita como um convite para o sexo,mas muitos certamente verão como uma oportunidade. Por exemplo, já cansei de ser educada com um estranho e ele já se encher de esperanças, tipo, vc dá um simples bom dia,e percebe na hora que o cara já anima todo! Isso porque tô longe do padrão Scarlett de beleza, então essa parte do filme acho bem convincente sim.
Tem cara que num simples bom dia, obrigada ou com licença, já pensa que vai "se dar bem".

Isso realmente é verdade, as vezes só pq vc é legal e educada, tem cara que já pensa, "nossa! Ela está me dando mole..." kkkkkk....sendo que eu sou legal com todo mundo, afinal eu tenho educação. Acho que isso acontece, pq tem cara q só é gentil esperando alguma coisa em troca, o famoso cavalheiro, mas mesmo caras legais, que são gentis, as vezes podem ficar meio assim, pensando que talvez tenham uma chance, afinal estou sendo legal com ele...dependendo do cara até pode ter mesmo, o chato é quando eu gosto do cara, de conversar, mas não tenho tanta atração por ele, mas ele fica achando que tem chance só pq eu sou legal com ele, isso acontece demais comigo, e olha que eu nem de longe sou tão linda quando a scarlett johansson, mas enfim...só quis comentar isso já q eu não vi o filme mesmo....

Sara A. disse...

"intensificou meu repudio pela humanidade "

Tá, alienígena.

Anônimo disse...

scarlett johansson pelada? Verei. Obrigado pela fica.

Kittsu disse...

GOAT você odeia todo mundo porquê um mimadinho abobado. acha que os outros são os culpados pela sua infelicidade, quando o único culpado é você mesmo.
Danilo, você é bem enjoadinho também. Fez uma pokedex humana com suas classificações malucas das mulheres e homens e acha que o mundo se resume a essas observações fajutas. isso é ser bem infantil.
E pro namorado corno... tu é outro maluco. não tá enganando ninguém. maluco.

Raven Deschain disse...

Husshuahsuabdu maionese cada vez pior. Vai se tratar.

Nossa achei chato só de ler a resenha.

Ahhhh blablabla podem falar que cinema é arte visual e o escambau, mas o fato é que adaptações sempre, sempre ficam lixo, pelo simples fato de que no livro vc sabe o que passa na cabeça dos personagens. No filme.... Não. :D E isso é sim, um belíssimo pé no saco.

Anônimo disse...

Esse Namorado Liberal é muito engraçado.

Se quer ser corno, vai fundo.
Mas não vale obrigar a mulher a te cornear só porque você quer ser corno.

Anônimo disse...

"que os homens imaginam uma vida inteira junto com a mulher"

kkkkkkkkkk Só se for

vida inteira junto com a mulher = uma foda


(Danilo) disse...

"GOAT disse...
voces podem falar mal o quanto quizerem dos masculinistas que moram com os pais"

Resposta: Morar com os pais nunca é o problema e sim a autonomia financeira. Se o cara ganha 10 mil reais por mês e mora com os pais quem irá ver isso como um fracasso? O fracasso consiste em você não ter dinheiro e não morar com os pais.

No momento estou trabalhando, mas é um cargo comissionado no poder executivo. Logo, é um emprego instável. Mas por mais que eu tivesse um emprego fixo e altamente remunerado eu não faria muita questão de sair de casa.

(Danilo) disse...

"Sr. Danilo...

Não sei se imaginam uma vida inteira ao lado da moça, mas que imaginam como irá proceder a conquista e como vão contar isso para os amigos, creio que sim."


Resposta: Muitos homens são carentes emocionalmente e vivem de escassez amorosa profunda, então qualquer mulher simpática que atravessa no caminho deles é motivo deles sonharem com a mulher. O ponto fraco do homem é desejar a mulher de forma muito rápida. Isso me afeta um pouco ainda. Mas a beleza feminina não me encanta mais tanto assim.

Não vejo as mulheres como objetos porque objeto não é um ser vivo. Mas as mulheres são apenas bichos vivos como qualquer outro animal. Vale isso para os homens também.

Tenho uma lógica de "desumanização" do homem e da mulher, de fato.

Raven Deschain disse...

Uma lógica.

Huashuahshaus

Unknown disse...

E você já parou para pensar que ele também poderia estar sendo gentil da forma dele? Claro que não ne, afinal, o seu corpo feminino é irresistível ao sexo masculino.

Fernanda disse...

ô da poltrona, esquece os mascus e me responde! hahahahahaha!!!

gente o que é trope?! sou muito curiosa, não vou nem dormir se não souber!

:)

Anônimo disse...

Fernanda, trope é um padrão comum em narrativas ou características num personagem que transmite uma informações para a audiência, ele se torna um clichê quando usado em excesso. Muitos tropos perpetuam estereótipos ofensivos.

vide feminist frequency.

Larissa Petra disse...

Não Tony Stark, digo,Jhonata Dias ..
Quando eu ou a Lola dissemos que um cara está a fim depois de sermos legar, a gente tem certeza, ou pq alguém comenta, ele próprio te chama para sair, ou a gente percebe, afinal quandoa maioria dos caras está a fim é nítido né, olha para a cara dele, e vc sabe...hauahuahauahua

Natalie disse...

Eu não vi o filme ainda, mas vou ver quando tiver mais tempo.

Quanto a alguns comentários aqui, nem vale a pena fazer uma resposta bem elaborada, então... Vou ver o filme quando tiver tempo de sobra, porque minha vida tá meio-muito corrida.

Mauricio disse...

"Mas não dá certo: ela vomita em seguida a garfada de bolo de chocolate que pôs na boca (pra você ver como ela realmente tá perturbada). "

Hahaha! Quase engasguei lendo isso!
Só a Lola, mesmo!

Anônimo disse...

"A esmagadora maioria dos homens ainda são uns bobos românticos."

Isso nunca foi romantismo, isso não passa de cisma de mascu que nem se quer conhece a mulher direito, muitas vezes uma estranha que viu na rua e só porque o mascu achou a mulher estranha bonita fisicamente que lhe deu bom dia quer a qualquer custo que ela seja exatamente aquilo que ele quer. Isso nunca foi amor. Mascus ficam obcecados com qualquer mulher que viram na rua, que eles nem sabe o nome, mas se tornam obsessivos e as vezes ate passam a perseguir a mulher apenas porque ela lembra uma panicat branca de cabelo liso. O critérios dos mascus nunca são nada românticos, são todos baseados na aparência, generalizações e preconceitos. E se dizem "românticos, bonzinhos".


E esse goat, vai ser nojento assim la na gosma. Que nojo desse cara.

Anônimo disse...

Os mascus são extremamente infantilizados e ainda tem essa mentalidade de que para sair da casa dos pais precisa obrigatoriamente casar para substituir a mãe por uma coitada. Acho que os mascus daquelas cidadezinhas do interior dos EUA simpatizantes da kkk ainda moram com os pais mesmo depois dos 25 anos e que a mãe corta o toddynho quando deixa eles de castigo.

Fernanda disse...

Ei Anônimos!!! Muito obrigada!
Vou la fuçar no site.

Mas agora quero abusar: você(s) pode(m) me dar um exemplo de um trope classico?

Anônimo disse...

Sei lá, mas será que eu sou x unicx que acha esse clichê de aliens ou monstros se disfarçar de mulher fatal para seduzir e depois assassinar homens inocentes meio... misógino?
Posso até estar enganadx, mas nunca vi nunca vi um filme em que um alien ou monstro se transformam em belos rapazes para assassinar pessoas.


Spoilers
Outro ponto misógino no filme é quando a alien é que o autor resolveu "punir" a alien quando ela é quase estuprada e queimada viva. O Estupro só não é consumado porque o estuprador descobre a verdadeira identidade da alien.
"Bad girls" sendo punidas com estupro (ou ameaça de estupro) para expurgar-se de seus "pecados"? Quão misógino é isso?

Marina P disse...

Lola, vc descobriu o calcanhar de Aquiles de muito mascu que tá aqui dando explicações e tentando justificar por A + B o motivo de ainda estar morando com os pais. Grande parte desse pessoal é tão concreto que não sabe ler as entrelinhas... aí só dá cara explicando que mora com os pais porque emprego comissionado é instável, porque não precisam/não querem ter contato com mulheres (mãe não é mulher pelo jeito, né? ), etc. É tanta insegurança que chega a dar dó.....

Luciana disse...

Não me interessei muito pelo filme. Mas amei saber sobre o TV tropes. Agradeço a quem deu a dica! :)

Tiago disse...

Eu conheço vários 'mascus' que são independentes, tem namorada e são altamente sociáveis. Para ser 'mascu' você só precisa ter uma opinião 'mascu', porém é efetivo humilhar esse grupo de pessoas caraterizando-os como sem habilidades sociais, dependentes financeiros.'Se trabalham, ganham mal', como você pode determinar o que afirma? Para essa 'maioria' esmagadora ser verdade de cada 100 tópicos 'mascus' que a Lola tenha lido ela teria que ser capaz de identificar 90+ nesse nicho com poucas informações 'eu duvido que alguém opine, "ei sou fulano, moro com os pais e não consigo falar com as mulheres, ou melhor pessoas em geral". O que acontece é uma CLARA leitura seletiva, ela lê, seleciona o favorável para uma opinião agressiva em seu blog e publica como uma maioria 'esmagadora'
A própria Lola afirma que Paulo é um mascu("vcs mascus")apenas pela sua opinião contrária a afirmação sem nenhum embasamento, e apenas houve uma má-interpretação como se a premissa 'morar sozinho' resultasse que estar casado fosse verídico.
Acompanho seu blog porém essa agressividade não acrescenta nada.

Bruno K disse...

(PARTE 1)

Tenho que dizer que fiquei decepcionado com o nível dessa crítica! Não pelo fato de eu ter amado “Sob A Pele”, mas porque achei bem rasa mesmo.

Primeiro que já começa errada, se você julga um filme pelos dois minutos iniciais algo já está terrivelmente errado com a sua capacidade de compreensão da obra. Você deixou claro que desde o início encarou o filme como uma piada (“isso tá ligado?”; “um olho ou um donut?”), nem ao menos deixando que a obra mostrasse a que veio, seja sua referência a Kubrick, seja suas metáforas visuais.

Você fala que o filme não é nada disso do livro, mas nem sabe direito o que o livro fala (“parece que”). No filme, a alienígena que se “veste” como Scarlett seduz rapazes na Escócia sim, e eles não vão servir de “comida gourmet”, já que o filme deixa claro que os órgãos são drenados, moídos e queimados. Provavelmente, eles foram afundados naquele líquido escuro para servirem de experiência ou algo do tipo, se considerarmos todo o “ritual” de sedução da Alienígena e sua curiosidade em descobrir como se dá a relação sexual. Dá pra perceber que todos os homens afundam no líquido de pênis ereto, como se o desejo sexual os condenasse e mantivesse Scarlett num outro patamar, no desconhecimento daqueles sentimentos, na pureza dela que só vai ser desestabilizada na parte da identificação com o cara deformado. Achei a história do filme muito bem contada em seus minimalismos, e o mistério está como deveria estar, abrindo mão de nos revelar/entregar e tornando o filme numa grande interpretação subjetiva.

O papel do motociclista é mais do que óbvio, está lá para limpar os rastros de Scarlett em suas caçadas, não sei se ele é alienígena ou não e isso não importa. Realmente não entendi como você achou a montagem confusa, sendo o ritmo e o desenrolar do filme é bem linear e gradual.

Percebi no texto que você pede por muita coisa que não tem o menor sentido. Ela aprender palavras em inglês já não é o bastante pra compreender que Scarlett está aprendendo sobre a vida na terra? Não é a língua/comunicação o princípio básico da evolução da vida terrestre? Você queria que mostrasse ela aprendendo a defecar também? É pedir demais mesmo. E não sei porque é uma Van, e não vejo necessidade nenhuma de mostrar ela abastecendo.

É claro que não se toca no tema dinheiro na trama, é claro que a Van surge do nada, porque isso não é necessário! Você está dando destaque pra coisas e detalhes que não fazem parte do que Glazer quer realmente contar. Aliás, estamos falando de Alienígenas, de seres supostamente superiores em inteligência, é fácil conseguirem se camuflar, infiltrar na sociedade e ganhar uma grana. Mais: Os caras do líquido preto morrem, e o resto? Os carros, as roupas? O material fica. De novo ressalto: A relevância está aqui sendo dada em detalhes inúteis, que não contribuem em nada para o sentido da trama.

A cena pra lá de esquisita da praia é uma cena-síntese da observação e incompreensão de Scarlett pela figura humana. E se você não gosta das praias escocesas eu não posso fazer nada, desculpe. Achei um ponto positivíssimo os caras serem pessoas comuns, corpos comuns, vidas comuns. Não é esse o objetivo do estudo da alienígena? E não é a simpatia, as palavras calculadas e a beleza escultural chaves para que ela os consiga capturar tão rápido e fácil? É o desejo sexual e carnal, que ela não sente, que os mergulha no líquido preto. Realmente você procurou cabelo feminista em ovo, generalizou uma situação impar de Scarlett e os homens jovens que ela convida para todas as mulheres do planeta que pedem informação na rua. E Scarlett sempre os procura de noite, ela deixa claro que quer a companhia deles, flerta com olhares e palavras, é claro que o cara vai se sentir no mínimo atraído.

(CONTINUA)

Bruno K disse...

(PARTE 2)

Sim, vivemos nesse mundo onde se fosse um Brad Pitt dirigindo a Van poucas mulheres entrariam, mas não é esse mais um ponto a se levar em conta sobre o reflexo da nossa sociedade mostrado naqueles personagens? Sobre a cultura machista, não reproduzida, mas analisada, como o alienígena Scarlett faz a todo momento com a raça humana? Analisar?

É realmente muito chato ficar mastigando pra você a minha compreensão da obra, mas a parte com o cara desfigurado é talvez a cena mais importante do filme. Scarlett o deixa sair. Ele vai embora, e é pego depois pelo motoqueiro, que apaga a grave falha de Scarlett em finalmente estar sentindo-se como uma humana, como algo capaz de sentimentos sob a pele, através de sua identificação com aquele homem desfigurado que a condenou a ser “impura”, ou seja, a se aproximar da raça e sentimentos humanos. Ela se cala porque o conflito é interior, não tem necessidade de ser falado. Scarlett (me referindo agora à atriz) se saiu muito bem com seus olhões antes opacos, que depois do encontro com o homem deformado passam a ficar perdidos, assustados, como se refletissem o surgimento da angústia da existência surgindo naquele ser.

Se ela aparecer pelada ofendeu alguém ou o corpo dela não agradar a todos, também não é culpa do filme. Scarlett sabia muito bem no filme em que estava se metendo, e se entregou de corpo e alma, só tenho a agradecer por essa grande atriz que provou não ser só um rostinho bonito, assim como muitas atrizes e atores por aí.

“Ela também olha prum inseto”. São frases assim irônicas e que se recusam a ver a obra num conjunto que chutam o pau da barraca da sua frágil e arrogante crítica.

Sim, ela sai andando por aí no meio da floresta (florestas são um dos maiores símbolos da psique e complexidade humana, assim, há milênios). Gostei (finalmente gostei de algo no seu texto!) da comparação como ela vira de predadora à presa, diz muito sobre a aproximação dela com a insensibilidade inicial e as fraquezas humanas as quais ela passa a se aproximar, condenando-a a também ser fragilizada. A cena do quase-sexo com o cara é aterrorizante pra ela, já que Scarlett passa a ter seus primeiros sentimentos de prazer sexual. O que antes ela usava como arma para capturar suas cobaias, agora a condena a se aproximar da essência e fragilidade humana.

Ela foge pra floresta de novo sim e é quase violentada por um estuprador asqueroso, disso não há dúvida alguma. Mas falar que o final não tem sentido é a cereja do bolo da má vontade. Só a câmera acompanhando os restos mortais de Scarlett subindo aos céus esfrega o significado do filme na cara de qualquer pessoa com a mínima boa vontade de compreendê-lo.

Não vi misoginia alguma no filme. Vou até corrigir sua frase: “Sob a Pele oferece apenas duas opções aos seres: ser predador e de sentimentos nulos, ou ser presa e de sentimentos humanos”. Os próximos parágrafos são a procura infundada de cabelo feminista em ovo. Posso estar sendo hipócrita criticando sua interpretação para um filme que considero altamente subjetivo, mas sinto que você olhou para o filme e seus detalhes com olhos muito desorientados. Você até admite sua baixa tolerância pra filmes monótonos e pretenciosos, tadinho do Resnais! Antonioni! (como se pretencioso fosse automaticamente defeito)

Sim, acho que “Sob a Pele” é a ficção-científica do ano. Inovador eu não sei até que ponto, mas corajoso, original e um deleite pra quem curte referências. E talvez um dos filmes com as metáforas visuais mais poderosas do ano. É realmente muita prepotência sua questionar o gosto da maioria dos críticos porque não convém com o seu, ou dizer que os falantes de língua inglesa gostaram do filme mas não entenderam nada e nenhum diálogo.

(CONTINUA)

Anônimo disse...


o engraçado é lola usar o argumento de que mora com os pais então é fracassado.
sendo q ela mesma parasitou os pais até os 25 anos,coerência zero.
e as que estão aqui provavelmente tb ficaram bastante tempo na aba dos pais, pq essa é a cultura do brasil,como falaram aí.

Bruno K disse...

(PARTE 3 - FINAL)

Eu, francamente, adorei “Sob a Pele”. Só queria dizer que acompanho seu blog quase todos os dias, apoio esse trabalho maravilhoso que você vem fazendo para a sociedade brasileira, e Lola, não encare isso como um ataque ou nada do tipo! Quando a arte está envolvida, principalmente em filmes muito subjetivos, a discordância e o diálogo são partes essenciais!

E valeu pra quem teve paciência de ler tudo até aqui!

Unknown disse...

O seu comentário e o comentário que você destaca tem algo em comum, os dois generalizam o comportamento do homem. Generalizar o comportamento humano por sexo ou raça é errado e cruel.

Unknown disse...

É, mas lembre-se de que você só pode culpalos de alguma coisa se eles ultrapassarem a barreira do não.

Anônimo disse...

Lola, completamente off-topic, mas o que você acha de um post sobre a relação de feminismo e judaísmo?
Pq que basicamente todos os ícones feministas eram/são judias ou tinham parentesco? Acho o assunto bem curioso. :)

Anônimo disse...

Fernanda:

Que tal "donzela em perigo", "belo é igual a bom", "USA salva o mundo", "cavaleiro matador de dragões", o modelo de família margarina, a vizinha oriental sexy, a mulher negra "sassy"...

Alguns tropes são ruins porque perpetuam estereótipos, alguns tropes são clichê, outros são só modelos. :)

Anônimo disse...

Bruno K, sério mesmo que você não viu misoginia nesse filme?
Vamos começar pelo clichê de alien ou outra criatura monstruosa se transformar em uma mulher bonita para seduzir homens.

Quantas vezes não vimos o clichê da femme fatale na mídia? O engraçado é que não existe o clichê do homme fatale, o vilão bonito que seduz e mata suas vítimas.

Aposto que se o filme fosse sobre um alien que se transforma em homem para assassinar humanos, o enredo seria outro.

Não que eu não queira ver mulheres como vilãs, mas por que usar justamente o clichê misógino da femme fatale? Prefiro ver vilãs com personalidades bem construídas.

Outro ponto, por que o autor colocou justamente uma cena de estupro como "punição" para a alien? É para reforçar a ideia da vulnerabilidade e "inferioridade" "natural" da mulher perante o homem? Com certeza o autor não colocou aquela cena para discutir a cultura do estupro.

Anônimo disse...

Fernanda:

Outros dois links: www.feministfrequency.com < tem a série "tropes vs women", só criticando tropes clichê que perpetuam coisas negativas sobre mulheres, com uma série especial sobre videogames

https://www.youtube.com/watch?v=FSwhRZwFjfY < Esse clipe paródia sobre atrizes não-brancas tendo que aceitar papéis clichês com estereótipos étnicos (a oriental nerd, a oriental sexy, a negra sassy e brigona, etc)

Outros dos meus tropes favoritos: a "Manic Pixie Dream Girl" (a menina fofa e "esquisitinha" que ensina o protagonista chato a aproveitar a vida - Zooey Deschanel sendo o maior expoente) e o "Women in the refrigerator" (quando uma mulher é assassinada brutalmente com requintes de crueldade gratuitamente, só pra motivar o protagonista. tem esse nome por causa de uma cena dos quadrinhos onde um super herói encontra a namorada morta dentro da geladeira.)

Anônimo disse...

Acabei de assistir o filme aqui e recomendo fortemente. Só a nudez da Scarlett já faz o filme valer a pena. Coisa linda.

Larissa Petra disse...

Olha Jhonata Dias, não sei se vc falou para mim, mas realmente eu n deixo de falar com uma pessoa só pq ela gosta de mim e eu não, e olha q as vezes n é suposição eu já sei q a pessoa está a fim, só afasto ela da minha vida se eu negar e a pessoa entende meu não como "fique tentando e enchendo o saco dela mais, afinal mulher faz doce".
Olha a uns meses um amigo de um amigo meu me add no facebook e pediu meu wpp, eu dei, ele nem me conhecia pedir assim pode ser q ele tenha se interessado, ou não, o fato é q ele conversava comigo normal, e sim dava umas indiretas diretas, só que eu n queria nada com ele, comecei a conversar um pouco menos, na esperança dele notar, afinal ele era muito legal e é chato dizer não, até q a uns dias ele me chamou para sair, respirei e fui sincera, disse q não queria nada com ele, ele sumiu, parou de falar comigo, eu não afastei ele, ele podia ter continuado meu amigo, e esse é apenas um exemplo de uma coisa super comum para mim e minhas amigas, as vezes o menino não some e continua meu amigo, mas também já tive amigos q com esse papo de "friendzone" praticamente me acusam de não dar uma chance e blá blá, como se eu fosse obrigada, eu tive um amigo de anos, desde a escola, q começou com esse papo de friendzone e sumiu esse ano pq ficou com raivinha de eu n ficar com ele, fiquei triste, mas agora n ligo mais.
Assim, com isso eu n quero dizer q sou a afrodite, uma deusa irresistível q todos os homens se aproximam de mim com segundas intenções, não, eu disse q muitas vezes eu e muitas meninas conhecem caras q são legais, ou parecem legais, e a gente é gentil e legal eles acham q a gente está dando mole, e quando descobrem q não ficam chocados, mas isso é pq muitos caras são ensinados a serem gentis com segundas intenções e pensam q todo mundo é assim, não estava generalizando até pq sei q nem todo menino é desse jeito.

Fernanda disse...

Amei as explicações, Anônimos!!!!

Muito obrigada! Adorei saber sobre os "tropes"!

Sara disse...

http://www.youtube.com/watch?v=_VeCjm1UO4M&list=PLBBDFEC9F5893C4AF

Muito bom esse video ANON 15.25HS

Sara disse...

Ai q delicia de jogoooooooo!!!

@dddrocha disse...

Lola, lembrei de "A árvore da vida", que também foi uma perda de tempo pra mim.

Anônimo disse...

Faça um favor para sociedade então! Pula do seu terraço em cima de pregos bem afiados e se mata. Faz esse farvozinho meu anjo. Ficarei lisonjeada.

Raquel disse...

Por que alguém que não gosta e não sabe interpretar um filme de arte se presta a criticá-lo? Perda de tempo foi ler esta "crítica".

Anônimo disse...

Oh! Interessantíssima ficção fugindo de lugares-comuns ao gênero. A atriz compõe bem a estranheza por inteiro da personagem alienígena, uma estranha ao ninho humano. E até a metade, após ela carregar suas escolhas à destruição pelo quarto terrível do lago escuro que mata, ocorre o contrário, quando homens a tomam por fêmea humana e a seduzem e pouco a pouco ela se vê como portadora de sentimentos. Então o final é ótimo, além das imagens locais e dela como Scarlett e também extraterrestre!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Kkkk, sei la, mas tb acho q ela nao tinha "buracos" no corpo... o lance do olho no espelho pq ela nao tinha olho, a pane na penetracao pq nao tinha vagina, e o vomito pq nao tinha boca...

Quem sou Alessandro Cavalcante disse...

Peguei a parte da praia e fui até a parte da casa que ela vai morar com o cara. Bom filme cansativo e desconexo. Não me venham falar que deveria ter assistido desde o começo e não aguentei para ver o final. Um resumo do filme em 15 minutos seria o suficiente. Parabéns ! Você foi feliz em sua análise. Tive as mesmas percepções. A única coisa que goatei foi ver um pouco da gelida Escócia e a parte do deficiente que alias li uma entrevista com ele. Filme para artista plastico.

Nic disse...

Sob a Pele é um filme atipico. Não espere uma ficção clichê. Na verdade a história fala mais da humanidade do que de algum ser de outro planeta querendo dominar o mundo. Pra quem não está acostumado com cinema de arte vai detestar o filme.

Resumindo, o filme mostra a passagem de uma alienígena na busca de presas masculinas. A alienígena age de forma metódica: flertar, leva-los para um local abandonado, onde eles se despem e ao tentarem se aproximar da bela, ficam presos em uma espécie de "gosma" negra até serem consumidos. De onde veio a alienígena, o que ela faz com os homens ou qual seu plano, não importa. Isso não tem nenhuma importância para o enredo. Os homens de moto são espécies de ""fiscais" que auxiliam a alienígena , escondendo vestígios que ela venha a deixar.

O que explica no filme é que, no contato com os homens, a alienígena vai conhecendo o que é a humanidade, no conceito mais primitivo da palavra. E com a humanidade, vem sentimentos que jamais ela tinha sentido: empatia, remorso, pena. Os sentimentos a levam a ter dúvida, a questionar suas próprias ações. E exatamente é a humanidade que a torna vítima, pois deixa de ser metódica e imparcial, passando a ser passional e insegura. A insegurança a faz ser vitima e conhecer um outro lado da humanidade que ela experimentava: a solidão, a dissimulação, a maldade. E por fim, uma das atitudes mais "humanas": a ignorância, que faz com que os homens quando de frente a algo desconhecido, que é incapaz de compreender, tenha o impulso de matar.

É um filme lindo, contemplativo, que nos faz pensar sobre nossas próprias ações "humanas". Somos possivelmente um dos seres mais perigosos do universo.

Anônimo disse...

Interessante...diferentr😀😃😃

Rodrigo Goulart disse...

O filme é bem fácil de entender. Alienígena tem que caçar homens pq a pele deles vai servir a outros alienígenas (machos). Alguns deles a perseguem na moto. Isso fica bem claro: tem uma cena de um deles (o líder) com ela na casa para a qual ela leva as vítimas. O desfigurado é solto por ela, mas pego por um desses alienígenas machos, morto e posto no porta-mala. Vc não viu isso? Qdo ela vai se descobrindo "humana", vem um estuprador e acaba com a porra toda. Conclusão: a humanidade não presta e até os ETs sofrem nessa bagaça aqui.
Outros pontos:
1 - Ela TEM vagina, só não sabia como a coisa funcionava pq NUNCA chegou perto de cometer o pecado carnal até então. Isso é bem óbvio.
2 - QUALQUER homem aceitaria carona de uma Scarlett com cara de paisagem. Mais óbvio ainda.
3 - Sei q é difícil entender e/ou gostar de um filme de ficção científica sem robozinho, sem naves espaciais fazendo barulhinho e sem viagem no tempo sem nexo. Mas se esforce mais da próxima vez.
4 - Não acho o filme uma obra-prima, mas é bem superior à média das ficções científicas por aí. É contemplativo e perturbador. Trilha sonora exuberante. Fotografia genial. E Scarlett.

Anônimo disse...

Perfeito Kittsu
Ninguém tá falando em casar, e sim, ser independente

Unknown disse...

Gostei do filme.

Agoniante durante e no final do filme, no começo ela desconhece as emoções, é indiferente a elas não a toa que ela deixa o bebê na praia para sua própria sorte. Quando ela tem um insucesso com o homem com o rosto desfigurado, parte para uma jornada de "autoconhecimento" por assim dizer (experimenta a torta e vomita, pois ela não é humano) a cena do espelho onde ela quer entender porque os homens ficam atraídos por ela, ao tentas transar, descobre que não tem órgão sexual e se assusta. O final da agonia pela impotência dela em relação ao estuprador, mesmo ela sendo uma "assassina" deu dó dela(e) ao tentar se desvencilhar sem sucesso. A música é hipnotizante (assim como a personagem). Acho que faltou de fato algumas respostas, mas é um filme muito bom. Scarlett Johansson está de parabéns.

Achou este filme estranho e sem respostas, assistam o The Bothersome Man (2006), loucura total....

O público está acostumado com filmes "comuns". Fiquem nos Blockbusters que é mais a cara de vocês, filmes que não fazem as pessoas pensarem...