segunda-feira, 4 de maio de 2015

"CHOCADA COM A PORNOGRAFIA QUE MEU NAMORADO ASSISTE"

A P. me enviou esta dúvida:

Eu venho de uma família um tanto pudica em relação a sexo. Meu pai, de uma maneira ou outra, deu a entender que havia um sexo que era "sujo", e outro que era aprovável -- e bom. Ele nunca traçou exatamente o limite entre os dois, porque isto, por si só, seria se estender mais no assunto, o que não era do feitio dele. Levando isto em consideração, penso se meu espanto com o que narrarei mais à frente pode provir, em parte, desta minha educação já descrita. Mesmo assim, é uma perplexidade que não me abandona. 
Tive uma infância e adolescência razoavelmente boas, em que sofri assédios menos ruins do que muitos outros que são relatados no blog, ou seja, sofri formas de abuso de estranhos (ou não tão estranhos, como amigos), mas que nunca chegaram à penetração. Dentre elas contabilizo o dia em que meu chefe foi me levar para casa (eu tinha então 15 anos), trancou a porta do carro e ficou falando de coisas que o excitavam, como por exemplo sexo entre duas mulheres, e quis me convencer a ir pro motel com ele. Eu resisti e fiquei tentando abrir a porta do carro com força, até que ele finalmente abriu (ufa!). 
À certa altura, comecei a namorar aquele que eu imaginava seria o amor da minha vida. Éramos muito apaixonados, amigos, confidentes e rolava sexo ótimo entre nós. Depois de alguns anos fui morar com ele. Certa vez, decidi chegar um dia antes de viagem, para fazer uma surpresa (eu não desconfiava dele). Foi quando abri o computador de manhã e vi vários sites de pornografia abertos. Resolvi conferir o que ele via. 
Me chocou em especial um vídeo em que a protagonista se dizia menor de idade. Não tenho como saber se ela era de fato menor de idade. Mas fiquei sabendo que aquela pessoa que eu achava extremamente respeitosa comigo tinha conseguido gozar com uma menina falando num tom de voz de criança e dizendo ser menor de idade. Para piorar, ela chegava perto do protagonista que então manipulava a sua cabeça, agressivamente, para que ela fizesse sexo oral nele. Ela fazia cara de não estar gostando, de estar sendo forçada, e finalmente o ator ejaculava na sua cara, e ela fazia caretas de desgosto. Entrei em choque.
Aquilo não se parecia nada com a pessoa que eu acreditava conhecer, no caso, meu namorado. Até hoje não entendo como ele podia ter um padrão moral tão duplo: um pra mim, outro pra pornografia. Outras vezes peguei outros materiais dele e a história se repetia. Atos de covardia, de humilhação, de depreciação. Lola, como entender este padrão duplo? Em última instância, descobri que ele era mesmo viciado nisto, embora pra mim nossa relação fosse amável, repleta de carinho e satisfação sexual. 
Me senti perdida e humilhada por muito tempo. Chorava com frequência, sem saber como interpretar aquilo. Nunca soube entender. Sei que existem muitos casais que acham que faz parte dos direitos do homem, mesmo numa relação estável e feliz, ver pornografia. Não sei, sinceramente, se estou de acordo com isto. Sei que é muito difícil bater de frente. Mas outra coisa que me incomoda é esta fantasia (fantasia?) de humilhação, em alguém aparentemente normal, respeitoso e amado. Quero ouvir as considerações de vocês e crescer com elas.

Minha resposta: A maior parte dos homens vê pornografia, e muitas mulheres também. A pornografia mainstream, de forma geral, é feita por e para homens. Sabemos que há muita violência nessa pornografia, e que ela tem grande influência no comportamento sexual de muita gente, já que a pornografia funciona como única fonte de (des)educação sexual para inúmeros meninos. E meninos acreditam no que a pornografia mostra. É só ver como eles encanam com o tamanho dos seus pênis. 
Eu, pessoalmente, não gosto de pornografia, embora tampouco seja a favor de proibi-la. Já faz alguns anos, li um livro bastante poderoso do estudioso Robert Jensen, Getting Off: Pornography and the End of Masculinity (algo como Ejaculando: Pornografia e o Fim da Masculininidade), em que ele relaciona a desumanização das mulheres na pornografia com o prazer masculino. Diz ele:
“A tendência nos filmes pornográficos contemporâneos é clara: os homens que consomem pornografia gostam de assistir a atividade sexual em que mulheres não são totalmente humanas. Homens gostam de ver atividade sexual em que mulheres são tratadas com crueldade. Muitos homens gostam disso. As práticas que descrevo são encontradas nos filmes mainstream da indústria pornô, cada vez mais aceitas pela sociedade americana”. 
Discípulo de Andrea Dworkin, Jensen tem uma opinião radical acerca da pornografia, que considera “destrutiva para os homens e perigosa para as mulheres”. Destrutiva porque, para ele, o homem, enquanto assiste porn, tem que desligar sua mente e esquecer que a atriz pode estar num cenário de exploração -- um cenário que, racionalmente, muitos homens seriam contra. Para Jensen, “Pornografia ajuda a treinar os homens a não sentir durante uma experiência que é majoritariamente sobre sentimentos”.
Ou seja, por esse ponto de vista, a pornografia que seu namorado assiste não é muito diferente da pornografia em geral. Eu, sinceramente, não sei. Tem várias coisas que eu considero inaceitáveis, como zoofilia e pedofilia. Sobre pedofilia não tem essa de achar que "é só uma fantasia", porque, no momento que aquele vídeo é feito, uma criança ou adolescente está sendo explorada. E o criminoso que faz, que está ganhando dinheiro com o vídeo, só faz porque alguém vai assisti-lo. Quem assiste pedofilia é cúmplice.
Mas e se fosse pedofilia com desenho animado, não com pessoas de verdade? E se fosse um conto pornô cheio de descrições, mas sem imagens? Hum, eu ainda acharia estranho que alguém possa se excitar com isso. 
Pela sua descrição, o vídeo que seu namorado assistiu não era com criança, e sim com adolescente. Mas, ainda assim, era uma situação de humilhação. Eu entendo o seu pé atrás, e confesso que também teria essa indagação: "Como um cara tão legal, que é tão bacana, inclusive durante o sexo, pode gostar disso?". Porém, da mesma forma que algumas mulheres têm fantasias com estupro -- sem que isso queira dizer que elas gostariam de fato de ser estupradas --, também é possível que alguns homens tenham fantasias de estuprar, sem que isso queira dizer que eles de fato estuprariam alguém.
Na nossa cabeça, durante o sexo, pode rolar qualquer coisa, qualquer fantasia, e ninguém tem nada a ver com isso. Mas um vídeo pornô meio que coloca em imagens algumas dessas fantasias, e isso pode sim ser perturbador.
Acho que o diálogo é sempre um bom caminho. Se o que seu namorado assiste te incomoda, converse com ele. 

243 comentários:

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Anônimo disse...

Me perdi nos comentários. A questão é sobre sexualidade (entender melhor sobre e como se manifesta)? Ou debater o feminismo na pornografia? Ou debater sobre a existência da pornografia em si?

Bjs Carol

Julia disse...

Ai quanto amor! Por favor, continuem *-*

Anônimo disse...

Diva

Já digo sou CONTRA pornografia, não sou puritana nem moralista, eu e meu marido temos uma vida sexual ativa bem intensa e sempre realizamos nossas fantasias, mas, a pornografia é cercada de esteriótipos de como "deveriam ser" os modelos de homem e mulher e por mais que as atrizes tenham concordado com as cenas, mostrar histórias com: incesto(coisa "bem levinha" tipo pai que abusa da filha), pedofilia(sim, as atrizes são maiores, mas muitos filmes as personagens são adolescentes e tem atrizes tão mirrada que tem aparência de criança!), racismo, estupro(a mulher é violentada e gosta da situação), então não tem como eu curtir esses filmes que tratam mulheres como "coisas"!

OFF TOPIC

Não vejo o programa do Danilo, mas meu marido que apesar de não ser machista, vê e eu respeito o que ele assiste mesmo que eu não concorde(com exceção de pornô com estupro, ele não vê na minha frente, se vê sozinho aí não sei prefiro acreditar que não), mas, programas em geral, ele vê o que quiser, até pq ele vê novela e eu detesto, há anos que troquei novelas por séries que adoro como: GOT, Breaking Bad, Homeland, The Fall, Penny Dreadful, etc.
Mas, ontem, ele viu a entrevista do Marcelo Madureira e eu vi com ele, gente que cara BABACA!
Chamou mulheres de "indivíduos com boceta que só servem pra chupar pau" e comparou negros com o "Macaco Tião"! Totalmente misógino, racista e asqueroso. Fico chateada que um pseudo-humorista como ele(e tb como o Danilo) tem um espaço que muito humorista engraçado de verdade não tem!
O curioso é que ele é o ÚNICO do Casseta e Planeta que faz "piadas" desse nível baixo! Os outros vi fazendo esquetes e piadas com uma dose de machismo mas só no programa mesmo, o Cláudio Manoel é bem reacinha e posta coisas sobre o governo mas até ele NUNCA vi falando qualquer coisa agressiva contra mulher ou contra negro.
Sem falar que o melhor do grupo já tá morto que é o saudoso Bussunda que nunca precisou ofender ninguém!

Anônimo disse...

Eu tenho fobia de ver "por acaso" (se o cara me deixar mexer no PC dele pra instalar um programa ou salvar fotos) a pornografia que meus parceiros consomem. E sim, eu cito essas situações porque já aconteceu de encontrar fotos pornográficas na pasta "meus documentos" de um parceiro meu, quando ele me pediu pra salvar uma imagem pra ele.

E não, não é por recalque ou xeretagem, e sim porque eu tenho medo do que eles podem curtir e não estarem contando pra mim. Se pá eu gosto de pornô "hardcore" (sei que tem coisa muito pior na Internet, mas com certeza não é Emanuelle) e tenho vergonha que meus parceiros saibam, mas geralmente são fantasias (fantasias, repito) que supostamente ME envolveriam. Eu não assisto vídeo de mulher esmagando saco de ninguém, nem mesmo FemDom - e sim, pornô S&M com dominação feminina é diferente de pornografia que lida com fantasias a respeito de meninas menores de idade e/ou sendo agredidas, estupradas e degradadas: principalmente porque o submundo do S&M deixa mais claro que água que isso envolve o "safe sane and consensual", muito diferente de um marmanjo querendo meter em gurias de 15 anos ou naturalizar qualquer prática sexual que possa ser desagradável porque "é normal" e se a namorada não entrar na dança ela é "chata". Ou seja: perpetua crenças que estão presentes de forma latente no imaginário "popular", sobretudo sobre o sexo ser punitivo, a mulher que diz "não" vai acabar gostando no final, e que meninas menores de idade devem ser utilizadas como auxílio masturbatório.

E sim, existem age play e "estupro" no S&M, mas tem também a dinâmica de compreender as relações de poder por trás disso E o submisso é quem manda.

Já no pornô mainstream, as práticas agressivas acabam vazando para o mundo real como se fossem simulacro do que deveria acontecer. Daí a obrigatoriedade do sexo anal não como prática da dupla, e sim como algo que deve-se extrair da parceira mediante chantagem, cartas que sexólogos gringos recebem de pessoas que "precisam" praticar ATM porque o parceiro quer, e fazer coisas pra não ser "chata" e "puritana", e ser "moderna". O pornô mainstream "educa", e modifica as práticas das pessoas. E aí, entrando no mérito do hardcore e da gonzo pornography, a índústria QUER normalizar novas práticas, já que o sexo não é exatamente algo que envolva muita variação, dentro do discurso hegemônico (um pau, ou muitos, certo número de buracos, mete, goza, fim) - então... Como oferecer variedade? E não, não tô insinuando que antigamente ninguém praticava sexo anal, por exemplo - e sim que certas coisas deixaram de ser sexo. Depois que eu li uma panicat dizendo que dar o cu é "prova de amor", eu tive isso bem claro. Mulher não pode gostar de sexo, e o sexo deve ser extraído dela mediante violência.

RESUMINDO. eu falo sobre sexo e pornografia com meu parceiro, e provavelmente eu sou muito menos "puritana" que ele. Ele até gosta de "romance" no porn (o_O). Mas o tesão é meio subconsciente. Assim como eu consumo pornografia meio que "num impulso" e acabo pegando pesado no material, de forma que depois eu fico meio que sem saber por que diabos eu fui ver aquilo (não por culpa, mas porque é tosco mesmo.), ele pode ou não acabar tropeçando numa fantasia que poderia me desagradar. E sim, eu ficaria irritadíssima se ele curtisse "teenagers", "novinhas", revenge porn e "estupro", porque acho doentio mesmo [FODA-SE que elas tem dezoito ou dezenove anos, elas são vendidas como menores de idade. vá a merda.]. Seria caso de eu largar dele.

Anônimo disse...


"Feminazi Stole My Ice Cream
5 de abril às 23:22 ·
Gente, de uma vez por todas: feminismo NÃO é iuzomismo. Feminismo é um movimento que visa a equiparação entre os gêneros através do empoderamento da mulher. Quem está em desvantagem na nossa sociedade é a MULHER, não o homem. Quem sofre opressão numa sociedade patriarcal é a mulher, não o homem. Não se preocupem com os homens, eles podem chorar, sim. Basta o time de futebol perder uma partida para o arquirrival e lá estão eles... aos prantos, em rede nacional, se desmanchando em lágrimas pra quem quiser ver. Parem, migas, por favor, parem de dizer que o machismo oprime os homens também, que homem também sofre, que o feminismo ''precisa'' dos homens. Claro que não pretendemos - nem conseguiremos - excluir a outra metade do mundo se quisermos viver numa sociedade mais justa e humana, mas em se tratando de uma luta de MULHERES jamais questionem uma irmã para apoiar um ome que se diz ''feminista''. Eles vão te usar pra fazer valer a opinião DELES da mesma forma que os machistas usam mulheres que reproduzem machismo para perpetuar seus privilégios. Sim, vamos banir mulheres que apoiam omes em detrimento de MULHERES. E o motivo é bastante óbvio: não permitiremos que vocês sejam usadas para falar por eles e para eles. Pode gongar a page por não concordar com alguma postagem? Claro que pode. Só não pode perder o foco para dar (mais) voz a omi mimado. Dica: postou um comentário e não sabe se ele reproduz machismo ou iuzomismo, observe o número de likes, se teve mais ome do que mulher curtindo, apaga! Bjas e boa noite "

Roxy Carmichael disse...

Anônima das 03:05

Muito interessante seu comentário, ainda que não surpreendente. Me parece que está bem de acordo com uma tendência que tenho observado no feminismo pop de internet: uma tendência a recuperar o pior do feminismo da segunda onda, ou seja, seus aspectos mais redutores.

Realmente foi um movimento concomitante sim à expansão global do mercado. E boa parte das teóricas e dos teóricos tem muito cuidado ao pensar as relações entre o multiculturalismo, a politica de identidades e o mercado. De forma que me preocupa que essa recuperação da segunda onda, empreendida 40 anos depois pelo movimento feminista virtual contemporâneo, ignore as criticas muito pertinentes que já foram feitas pelos próprios estudos de gênero.

Obrigado por me proporcionar nesse pequeno diálogo um exemplo do que eu vinha sentindo: a minha enorme dificuldade de me identificar com esse recorte mal ajambrado da segunda onda, que é uma parte considerável do feminismo virtual contemporâneo.

E boa sorte na tentativa de associar Judith Butler ao neoliberalismo.

Um abraço.

Bizzys disse...

Anônima das 10:20, eu amei seu comentário.

Tem várias pesquisas saindo (e depoimento de mulheres também) mostrando que a pornografia faz os adolescentes acharem que estupro é normal; garotos achando que as namoradas precisam fazer o que eles vêem nos pornôs, exigindo que elas estejam 100% depiladas; meninas achando que precisam fazer certas práticas sexuais para provar que amam ou que "não são puritanas".

Já li relatos de homens que se dizem viciados em pornografia contando que, com o tempo, eles vão procurando vídeos cada vez mais violentos ou bizarros porque os vídeos "normais" simplesmente não os satisfazem mais.

Um anônimo comentou aqui que ele quer tem vontade de fazer o que vê nos pornôs, só não faz porque a namorada não gosta, mas ele queria que ela gostasse. Em contrapartida, há vários homens que não estão nem aí e coagem as moças mesmo porque eles querem que elas façam o que eles gostam. [ironia]A mulher do pornô está lá porque quer, porque gosta, não deve ser ruim assim sexo anal ou dar uns tapas ou enforcar a namorada né?.[/ironia]

Se eu descobrisse que meu namorado gosta desse tipo de coisa, eu também o largaria.

@vbfri disse...

A questão que eu acho pior é galera achar que sexo = pornografia.
Sério, se a pessoa acha isso, temos um problema (e tem gente que acha).
Não discuto que tenha pessoas que entraram nesse mundo por vontade própria, que gosta, etc. Mas longe de ser maioria.
A pornografia tende a degradar a mulher, sim. Ela é vista como um objeto, sim. Ela tende a colocar as fantasias mais nojentas, sim.
Daí o cara acha que a mulher gosta de ser tratada como um objeto (pra não dizer coisa pior) e a gente não sabe o porquê...
Procurem videos pornôs que foquem no prazer feminino. Acho que não representa nem 1%.

Anônimo disse...

O fato da galera mal fazer sexo oral nas mulheres como alguém descreveu acima, é por causa do risco de pegar dsts ou mesmo aids. tanto a mulher quanto o homem, muitos tem medo dessa prática por conta disso.O sexo oral também oferece riscos para essas doenças, e inclusive herpes.Não é tão fácil assim desencanar sobre sexo.O pornô considero algo asséptico, o cara ou a mulher vai lá, bate uma, goza, relaxa e fica tudo bem.O que deve ser discutido sempre é a interação sexual de fato, e aí, acho que deveria haver uma educadora sexual ou terapeuta sexual para dar mais embasamento, quem for, poderia vir discutir aqui e avaliar bem esse post e esse comentário, pois esta é a minha opinião, e é uma opinião leiga.abs

Anônimo disse...

Anonimo das 0023, homens podem até ser maioria no Brasil, mas o mundo tem 60 milhões de homens a mais

link aqui: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/817410-onu-contabiliza-57-milhoes-de-homens-a-mais-do-que-mulheres-no-mundo.shtml

odeio que fiquem falando que tem mais mulheres, para mim isso é uma maneira de dizer: "mumlheres, lutem entre si para achar um macho para vocês, pq nós somos raros". E não. homens não são maioria no mundo, ta?

beijos

YAra

Anônimo disse...

homens SAO maioria no mundo *

Anônimo disse...

Se a maioria das mulheres quer distância de se envolver com o feminismo sensato da Lola, imagina com essas radfems surtadas.

Anônimo disse...

É verdade, Yara. Quando disse que eles não são maioria tava falando de Brasil (e sendo um pouco otimista também, faz bem às vezes).

Mas entendo sua preocupação. Os homens ainda são maioria no mundo e ao contrário do que costumam dizer por aí, que "tá faltando homem", o que tá realmente "faltando" são mulheres e meninas, por causa dos femicídios promovidos por eles. Tanto que o predomínio deles é evidenciado onde? China e Índia. Nem preciso dizer mais nada. Mas, como tudo na vida, isso também é passageiro e, pela Terra, não vai demorar muito mais pra todo esse mal que nos acomete passar dessa pra uma melhor :)

Eles são maioria por enquanto, enquanto eles ainda tão por cima, mais cedo ou mais tarde a gente muda toda essa situação.

Beijos!

Anônimo disse...

Como alguém consegue pegar esses textos da Andre Dworkin (ou da Solanas) e chamar de teoria?
Meu deus gente, isso aí tá mais próximo de Paulo Coelho que de ciência.

Anônimo disse...

*Andrea

Anônimo disse...

Transsexualismo é tão oposto ao feminismo que não combina muito nem com Judith Butler. Butler diz: "Seu comportamento faz o seu gênero". Alguém aí acha que o comportamento da Veronica Bolina tem um mínimo de feminilidade? hahahahaha.
Eu sou feminista cultural com orgulho! kkkkk

Anônimo disse...

Falando em pornografia, um dos maiores sites pornôs atualmente, o pornhub, divulgou recentemente um dado no mínimo curioso: mulheres consomem mais pornô com homens gays do que os próprios gays.

Anônimo disse...

Eu odeio me referir assim a outras mulheres, mas JUDITH BUTLER É UMA COLABORACIONISTA DA PORRA. E só é aceita e apontada como "pioneira do gênero" - quando muitas mulheres já escreviam sobre gênero antes dela - porque toda essa merda que ela escreve SERVE e é ÚTIL ao patriarcado e a manutenção dele. Nenhuma mulher que se posiciona contra e que incomoda o patriarcado já foi ou jamais será celebrada e notada como genial ou pioneira por ele. ACORDEM!

Judith Butler é uma REFORMISTA nefasta que criou uma teoria sobre a sofrência do macho branco heterossexual. Com sua teoria - o fundamento do movimento queer - ela está preocupada em diminuir a dor e o sofrimento dessa classe de pessoas tão sofridas, o macho branco heterossexual abastado, através da REFORMA do gênero com a criação de diversos outros gêneros que permitam a esses machos brancos hetero sofredores serem o que eles quiserem ser sem precisar abolir os sistemas hierárquicos que os permitem dominar e exercer poder sobre aqueles que, historicamente, ele sempre subjugou, escravizou e explorou.

Parem de enfiar essa merda queer no feminismo!

"As normas [papéis de gênero] nos dizem o que devemos fazer para ser um homem ou uma mulher. Nós devemos a todo instante negociar com elas. Alguns de nós as adoram e as incarnam apaixonadamente [manooooo!!!]. Outros as rejeitam. Alguns detestam mas se conformam. Outros brincam [manoooo!] da ambivalência…"

"Como todo mundo, o macho branco hétero rico é objeto de várias demandas as quais ele deve se conformar. Viver sua heterossexualidade, sua “branquitude”, seus privilégios econômicos, isso significa se moldar aos ideais dominantes, mas também recalcar outros aspectos de sua personalidade: seu lado homossexual, seu lado feminino, seu lado negro…" [manoooooo!!!]

Fonte: https://historiadodesejo.wordpress.com/2015/01/10/teoria-do-genero-judith-butler-responde-aos-seus-criticos/

Cara, não é possível que vocês sejam feministas e não vejam problema nisso!!! Uma teoria amplamente aceita e celebrada pelo patriarcado que diz que algumas mulheres adoram e encarnam apaixonadamente os papéis de gênero e que aponta que outras que rejeitam e detestam mas "se conformam" com eles e que outros ainda brincam [homens, né? porque às mulheres nunca foi dada a possibilidade de brincar com ambivalência nenhuma!] com esses papéis, como se tudo isso fosse apenas um dado circunstancial [e não uma violência tremenda contra mulheres!] qualquer pra criação de uma teoria em defesa da liberdade de macho de criar quantos gêneros mais ele deseje pra "se sentir bem".

PAREM DE ENFIAR ESSA MERDA NO FEMINISMO!!!

(Demonha Ana Paula)

Anônimo disse...

Leiam, por favor:

https://milfwtf.wordpress.com/2015/04/12/a-genealogia-das-teorias-queer-e-patriarcal/

Roxy Carmichael disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Ela tá tipo dizendo que negritude é identificação, hahahahahaha.
Tadinho do macho branco hetero rico recalcado, malditos oprimidos opressores, qui dó qui dó! Já inventaram o termo cisnegro? E aquela balela de "o problema não é ter nascido negro o problema é ser cis, o negro não é morto por ser cis é morto por ser negro e blá blá blá" troque negro pela palavra mulher e verão que é ridículo igual.

Roxy Carmichael disse...

ana paula: eu não preciso enfiar nada, porque isso É (esse "é" vem em neon vermelho em letras garrafais iluminando a rua inteira) FEMINISMO. Isso, Judith Butler que fique claro, não esse seu recorte infantil, descontextualizado, desonesto e histérico de um texto de internet.

um abraço

Roxy Carmichael disse...

um texto de internet com uma entrevista que aliás desmascara toda manobrinha de descontextualização que você precisou fazer para distorcer alguns aspectos do pensamento de butler, com o intuito de reafirmar sua visão absolutamente reducionista do gênero (e de todo o resto).

recomendo a todas as queridas e a todos os queridos frequentadores desse fórum a ler o link que você deixou, ana paula,
obrigado.

Roxy Carmichael disse...

ironia: o último recurso dos covardes.

só me resta recomendar mais estudo. e talvez fazer um exercício físico pra liberar essa tensão. pode funcionar tomar uns dirnks no fim da tarde também.

um abraço.

Roxy Carmichael disse...

obrigado moderadora:

certos comentários pouco acrescentam, não? ao debate? mais interessante manter um espaço harmonioso onde se possa discutir e discordar sem apelar para expediente racista e transfóbico.

Anônimo disse...

Compartilham na minha timeline assuntos sobre feminismo e me interessei há algum tempo. Achei este blog, nunca tinha lido nada igual esses coments que parecem que tão chamando de radfems. Queria links sobre esse assunto.

Anônimo disse...

Aham, a Butler, com uma trajetória de estudos acadêmicos sérios, está errada e a Dworkin, com sua verborragia baseada em achismos, é que está certa... pfff...

Anônimo disse...

Não sei por que tanto se discute nesse assunto.

Se ele quiser tem o direito de assistir pornografia.

E ela se não gostou que converse com ele e/ou separa e procura outro.

Simples!

Anônimo disse...

Lavem a boca pra falar da Dworkin, machaiada escrota do caralho!!!

http://www.feministtimes.com/dworkin-right-about-porn/

Anônimo disse...

Eu não vejo pornografia com pessoas reais pq elas são pessoas reais e eu não posso ter certeza se elas consentem com aquilo, mas costumo ver hentais bem violentos

Anônimo disse...

Tem uma radfem anônima aqui no blog que dá mesmo sono. "Mimimi, crianças inocentes que adoram macho e não admitem, só mulher que presta e é linda e maravilhosa e sem defeito". Essa aí levou a dicotomia "meninosXmeninas" do segundo período pra vida toda.

Anônimo disse...

Thomas toddy fala como se homens não mexessem nas coisas de suas namoradas...

Sorte a de TODO MUNDO que a MAIORIA DAS PESSOAS são fracas e inseguras, com medo de ficarem solteiras e acabam aceitando as atitudes infantis de seus parceiros, sem contar os abusos.

Assim é melhor. :)

Anônimo disse...

Thomas, saber lidar com uma pessoa de verdade não significa ter que aceitar tudo que ela faz e ponto.

Sim, ser humano é complexo e bla bla bla mas também é característico da nossa espécie procurar padrões nessa complexidade para tentar entendê-la, e ficamos perturbados quando algo foge do padrão, é natural o questionamento.

No caso da autora do post, ela deveria conversar com o namorado, já que isso a perturba tanto. De nada adianta criar mil e uma hipóteses sobre o comportamento do namorado sem confrontá-lo.

Pessoalmente acho bem chato a pessoa conversar sobre problemas no relacionamento com outras pessoas que não seja o parceiro (a).

Anônimo disse...

Carol, é justamente o que ela está fazendo, tentando entender. De novo, não é porque temos ciência que as pessoas possuem gostos diferentes que vamos aceitar tudo com facilidade, sem nenhum questionamento. A surpresa da autora foi por ter descoberto um lado do namorado que ela nem imaginava que existisse, contrastando com o que ela relaciona todos os dias, é natural seu desejo de compreendê-lo.


Anônimo disse...

Tem lésbicas que objetificam as mulheres sim e nem adianta dizer que elas são apenas vítimas reprodutoras passivas do machismo. Tem lésbicas que só querem mulheres estilo panicat ou mulher-fruta, ou ninfetas ou heteros ou enfiar o braço na vagina da mulher.
Que podre e nojento saber que tem feminista que acha zoofilia pouca coisa ou algo como fantasia erótica "normal". Onde vc arranjou esses monstros no seu blog Lola?

Anônimo disse...

Saca só essa:

"Eu sei que muitos homens que as mulheres contam entre os “bons” são, na verdade, indistinguíveis dos maus, exceto que eles são atores melhores, e eu realmente acredito que se as mulheres pudessem estar dentro da consciência de seu homem “bom” por apenas um ou dois dias, elas ficariam fartas com a desilusão. Os homens aprenderam o que eles têm que dizer e como eles têm de agir para obter a energia das mulheres que eles precisam ter para existir. Fora deste jogo de atuação, eles têm eus escassos — são homens vazios, desertos espirituais ambulantes.

— Sonia Johnson, The SisterWitch Conspiracy (2010)."

Falou a santa! Mulheres são boas e completas e homens são maus e vazios!!

Mwahaahahaha!

Uma ignorante escreve e outra ignorante cita Às 1 e 4 da manhã! E quem discorda é mascu! Valha-me Deus! As feministas batem recorde de bobagens quando escrevem.

BLH

Anônimo disse...

Eu uma vez fiquei sabendo que um ex meu via videos de zoofilia e queria que eu fizesse com animais com ele ver, depois fui descobrindo coisas ainda mais nefastas como: ele tinha tesão na mãe dele, tinha tesão em crianças, e etc.

E ele via pornô desde os 5 anos de idade.

Não sei se o pornô o incentivou a pensar assim, mas é chocante quando vc descobre quem é a pessoa através dessas práticas nojentas. O caso da autora do guest não foi tão extremo, mas eu falo por mim, é bem chocante quando chega a um ponto desses.

Anônimo disse...

Mulheres, por séculos não tendo acesso à pornografia e agora incapazes de olhar a sujeira nas prateleiras de supermercados, estão abismadas. As mulheres não acreditam que os homens acreditam no que a pornografia diz sobre as mulheres. Mas eles acreditam. Do pior ao melhor deles, eles acreditam. (Andrea Dworkin, "Pornografia: Homens Possuíndo Mulheres", 1981)

Rê Bordosa disse...

Exato! Jogo é jogo, treino é treino.
Eu sou mulher e assisto pornô BDSM. Adoro ler Marquês de Sade, meu preferido é Justine (onde a personagem é torturada do inicio ao fim do livro). Sim, me excita.
Mas se me mostrar snuff, crianças/animais certeza que eu broxo.
Se é fantasia, personagem, não é real. Ninguém se feriu, então OK.
Colocar a culpa do machismo no pornô é que nem culpar filmes e jogos violentos toda vez que um jovem sai matando na escola: é mais fácil que encarar de frente os problemas reais como bullying, educação deficiente, falta de diálogo...

Fantasiar com sexo violento pode ser uma forma de catarse, de jogar uma luz no monstro que vive em baixo da cama, do pesadelo de toda mulher. Adrenalina. Tem gente que curte ver filme de terror e dar uns gritos, tomar susto... Isso quer dizer que essa pessoa quer ser morta pelo Jason ou pelo Freddy Krueger? Não. Apenas entretenimento.

Rê Bordosa disse...

"A humilhação não deve estar presente no sexo"

Sabe o que deve estar presente no sexo? O que for consensual, de comum acordo, o que agradar a todos os envolvidos. Se um casal gosta de humilhação, porque não? Como funciona isso de ser contra o que dois adultos fazem na intimidade? Vai ter lei pra estabelecer o que pode e o que não pode? Vai ter fiscal de cama?

Rê Bordosa disse...

É superestimar demais o pornô.

"A pornografia nos deixa sem futuro, a pornografia nos priva da esperança", a pornografia causou a extinção dos dinossauros! Proíbam a pornografia ou ela irá ressuscitar Adolf Hitler!

As pessoas tem que parar de culpar filmes, jogos e assumir a responsabilidade por seus atos.
As campanhas para proibir pornografia e prostituição vindas de alguns segmentos do movimento feminista (movimento geralmente considerado de esquerda), tem a mesma origem que as velhas campanhas de direita: moralismo religioso.
A guerra às drogas fracassou. A guerra ao álcool fracassou ha muitos anos. Nos países onde a prostituição é criminalizada, as prostitutas são tratadas como criminosas, sofrem muito mais. Adivinha o que vai acontecer se algum "gênio" resolver proibir o pornô? As empresas legalizadas e fiscalizadas somem, ficando apenas as de fundo de quintal, clandestinas, onde as condições de trabalho serão muito ruins... E continuarão vendendo pela internet.

Resumindo: é mais útil o feminismo lutar para que a carreira pornô seja uma escolha, não uma falta de opção, com dignidade e melhores condições de trabalho para as profissionais do ramo... Que travar uma luta pela moral e os bons costumes da família Brasileira, perpetuando a ideia que sexo é sempre sujo e degradante para a mulher.

Anônimo disse...

Eu estou assustada e preocupada, q homem gosta de pornô eu sei, mais eu vi o histórico de porno doeu namorado e fiquei enojada, tudo de incesto, pai com filha, avô com neta, tia sobrinha, irmão com irmã.. Minha preocupação é q ele tem uma filha de 2 anos.. Ele é ótimo pai, não percebo nada diferente nele em relação a filha.. Mais estou realmente preocupada com o tipo de pornô q ele vê, será q e uma fantasia dele? E se for ? Não é preocupante e perigoso p sua filha? ressaltando ele é íntimo namorado tbm, eu o amo e sei q ele me ama tbm, demonstra isso.. Mas estou atormentada com o tipo de pornô q ele ver...

Isabel disse...

Vou-te contar o quão "saudável" foi para mim quando descobri que o meu namorado assistia porno através da minha conta, da minha conta!!!. Vou falar por mim que tinha uma atividade sexual maravilhosa e a gente se pegava a toda hora mesmo, então quando engravidei fiquei pior, não o deixava em paz. Então, quando descobri que ele assistia, deu em mim uma sensação de nojo, uma sensação de nojo tão grande, sensação de estar a ser traída por saber que ele fazia isso nas minhas costas e fez com prazer ao ver outras mulheres. Primeiro ponto que abalou foi isso, não consegui, nem consigo admitir que um homem que tem uma mulher completa em todos os aspectos a nível sexual, sentimental me cause um desgosto destes, para mim era impossível que fosse eu um problema, tava tudo ótimo, quem não estava bem era ele, com complexos e era isso que o levava a ver pornografia, em busca da sua masculinidade e porque? Porque a dominante sou eu no sexo, porque ele gosta e deixa-me explorar com ele tudo, mas na realidade ele quer ser mais dominante. ele não expõe os complexos deles, então fiz questão de puxar por ele e elogiar sempre de forma sincera o desempenho dele porque ele é inseguro.
Fiquei muito triste mesmo, a minha libido diminui porque todas as vezes que a gente começava a ter relações bloqueava e começava a pensar que poderia estar focado no que via e não em mim, comecei a rejeita-lo, comecei a chorar porque me sentia mal e então para nós não foi nada saudável, não foi para mim saudável porque não conseguia compreender o facto dele ver pornografia e não foi saudável para ele porque ver a pornografia diminui a líbido dele em relação ao sexo real e comecei a perder o interesse em ter relações com ele.
Ele mesmo considera que ver pornografia é um problema e só o fez porque o bichinho não levantava como antes... Pronto. Se não houvesse internet, não haveria pornografia para ver e com certeza as pessoas aprenderiam a lidar melhor consigo mesmas

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