segunda-feira, 21 de setembro de 2015

ROXANE GAY, UMA FEMINISTA MÁ

"Bad Feminist", ou "Feminista má", é um ensaio de 2012 da feminista afro-americana Roxane Gay. E é muito bom (tem uma palestra dela de 11 minutos aqui, mas não deixe de ler o ensaio. Como não encontrei tradução pro português, as traduções neste post são minhas). 
Falamos sobre ele num dos meus cursos de extensão sobre gênero, literatura e cinema, e ele é ótimo para, a partir dele, discutir vários pontos relacionados ao feminismo. E eu sei que inúmeras discussões são necessárias porque um tipo de email que recebo frequentemente é "Posso ser isso / fazer aquilo (insira aqui tudo que você puder imaginar) e ser feminista?" Eu sempre respondo que yes you can.
Cavlin: Vc odeia ser menina?
Susie: Deve ser melhor que a
alternativa.
Roxane Gay começa dizendo que sua definição favorita de feminismo é a de uma australiana, Su: “mulheres que não querem ser tratadas como merda”. Ok, isso já estabelece o tom irônico de seu ensaio. Mas definir feminismo não é tão fácil mesmo. a definição geral de que feminismo é a luta pela igualdade de gêneros não é aceita por todxs, porque, afinal, ser igual a algo que não está dando muito certo é medíocre. Como cita Ana Cecília Dantas em sua dissertação de mestrado,“Exigir que uma pessoa se iguale a quem estabeleceu os padrões significa dizer que a igualdade jamais será alcançada”.
Além do mais, direitos iguais, legalmente falando, estamos perto de conseguir. Mas só a lei não basta para que mulheres e demais grupos historicamente oprimidos consigam algum tipo de igualdade. É preciso mudar a cultura. 
bell hooks prefere uma definição mais ampla: “feminismo é um movimento para acabar com o sexismo, com a exploração sexista, e com a opressão”. Hooks tinha problemas com feministas brancas que diziam que o feminismo era apenas sobre conseguir igualdade com homens no sistema vigente. Era óbvio para feministas negras e lésbicas que elas nunca teriam igualdade dentro de um sistema de supremacia branca e patriarcado capitalista, que hooks define como sexismo institucionalizado. Ou seja, as feministas mais revolucionárias não querem só mais direitos dentro do sistema –- elas querem transformar o sistema.
Em seu ensaio, Roxane alega não se sentir tão comprometida com o feminismo como deveria estar. Ela cita o que Butler escreveu em 1988: “Performar de forma errada o seu gênero inicia uma série de punições óbvias e indiretas, e performá-lo bem providencia a certeza de que existe um essencialismo de identidade de gênero”. 
Roxane se queixa de que essa tensão -- a ideia de que existe o jeito certo de ser uma mulher -- é constante. Vemos essa tensão nos padrões de beleza: o jeito certo de ser uma mulher é ser magra, usar maquiagem, vestir-se corretamente. Boas mulheres cuidam da casa sem reclamar.
Para Roxane, isso também se aplica ao feminismo. Existe um feminismo essencial, maneiras certas e erradas de ser uma feminista, e consequências por “fazer” errado. O “feminismo essencial” sugere raiva, falta de humor, militância, detestar pornografia, combater a objetificação das mulheres, odiar homens e sexo, focar na carreira, não se depilar. Roxane sabe que são estereótipos, mas muita gente acredita neles.
Acho que dá pra resumir: o problema do feminismo essencial é que, como se diz popularmente na internet, ele “caga regras”. 
Existe também o medo de aceitar o rótulo de “feminista”, que muitas vezes não é dito gentilmente. Um homem com quem Roxane estava saindo disse pra ela: “Você é algum tipo de feminista, não é?” Ela ficou quieta e pensou: “Não é óbvio que sou feminista, mesmo não sendo uma muito boa?”
Roxane cita Audre Lord: “Sou uma feminista negra. Reconheço que meu poder assim como minhas opressões são resultado de ser negra e mulher, e por isso minhas lutas nessas duas frentes são inseparáveis”. Como negra, Roxane vê que muitas feministas não se preocupam com racismo, pós-colonialismo, mulheres no Terceiro Mundo, combate aos arquétipos em que negras são enquadradas (mulher negra furiosa, mammy, Hottentot -– mulher com bunda grande que desperta desejo sexual e é vista como freak).
Vidas negras importam. Deveriam
importar pro feminismo também
Roxane menciona um caso ocorrido em 2008. Uma feminista negra americana reclamou que uma editora feminista, Seal Press, não tinha muitas mulheres não brancas no catálogo. Uma das editoras da Seal respondeu que não recebia propostas suficientes. Em outras palavras, ela pôs a responsabilidade de fazer o feminismo mais inclusivo nas mulheres não brancas. Houve um grande debate na blogosfera. Roxane diz e pergunta:
“Essa ignorância e desinteresse em incorporar os temas e preocupações das mulheres negras no feminismo mainstream me desinclina a aceitar o rótulo feminista enquanto ele não aceitar pessoas como eu. Será essa a minha forma de essencializar o feminismo, de sugerir que existe uma forma correta de feminismo ou um feminismo mais inclusivo?”
Ao mesmo tempo, o feminismo também é muito criticado porque ele promete que é possível para uma mulher "ter tudo", "have it all", que na prática só funciona para mulheres privilegiadas. Mas, segundo Roxane, essa noção de querer e poder ter tudo é atribuída ao feminismo injustamente, porque faz parte da natureza humana querer tudo. Seria muita responsabilidade em cima de um movimento cujo principal objetivo é conquistar a igualdade. 
Roxane confessa: “Estou falhando como mulher. Estou falhando como feminista. Aceitar o rótulo feminista não seria justo para as boas feministas. Se sou mesmo uma feminista, sou uma feminista má”.
E ela lista: ela quer ser independente, mas quer que alguém tome conta dela, alguém em casa. Ela quer ser forte e profissional, mas não gosta de ter que trabalhar tanto para ser levada a sério. Ela ouve rap com letras que são degradantes para as mulheres. 
Consertar o mundo
Rosa é sua cor favorita. Ela adora vestidos e moda. Ela se depila. Ela não sabe nada sobre mecânica. Quando o carro quebra, ela não é independente. Ela adora homens. Ela vê algumas tarefas domésticas como pertencentes a um gênero: cortar a grama, levar lixo pra fora, matar baratas, são tarefas masculinas, para ela.
Às vezes ela finge orgasmo, porque é mais fácil. “Então eu me sinto culpada porque a irmandade não iria aprovar”. Ela nem sabe o que é essa irmandade, mas tem certeza que as boas feministas não temem essa irmandade porque se comportam direitinho.
Feminista peluda
Ela ama bebês e quer ter um. Ela se preocupa em morrer sozinha, sem casar. “Isso meio que me mantem acordada à noite, mas eu finjo que não porque tenho que ser evoluída. Meu sucesso deve ser suficiente se sou uma boa feminista. Não é suficiente. Não chega nem perto”. 
Pra resumir: ela é uma mulher com 30 e poucos anos tentando se aceitar. Ela é humana. Tem defeitos. Quem não tem? Roxane conclui:
Virginia Woolf: uma femi-
nista é qualquer mulher
que conte a verdade sobre
sua vida
“E mesmo que eu possa ser uma má feminista, estou profundamente envolvida com temas que são importantes ao movimento feminista [misoginia, sexismo, desigualdade salarial, culto à beleza, direitos reprodutivos, violência contra a mulher etc]. Estou tão comprometida a lutar bravamente pela igualdade como estou comprometida a desfazer a noção de que existe um feminismo essencial”. 
Mas ela é o tipo de feminista que também se importa com questões menores, como Kristen Stewart ser crucificada em público por trair Robert Pattinson.
Roxane se arrepende de ter internalizado os mitos ridículos sobre feministas (aqueles que ela cita no começo). “Não quero dispensar o feminismo como tantas outras mulheres fazem”. 
No entanto, insiste ela, “Também quero ser eu mesma. O mau feminismo parece ser a única maneira que eu posso abraçar o feminismo e ser eu mesma”. 
E agora sim ela conclui: “Não importa que problemas eu tenha com o feminismo, eu sou uma. Não posso nem irei negar a importância e necessidade absoluta do feminismo. Como a maior parte das pessoas, sou cheia de contradições, mas tampouco quero ser tratada como merda por ser mulher. Sou, portanto, uma feminista má. Prefiro ser uma feminista má a não ser feminista”. 
Amen, sister!

234 comentários:

«Mais antigas   ‹Antigas   201 – 234 de 234
Anônimo disse...

Raven

"Vc tá aí dizendo que a guria precisa de "relação afetiva com homem pra ser feliz" tb conhecido como "vc precisa de rola" e o preconceito é nosso?"

Desonesta ou louca é você! Onde você viu isso?? Nunca afirmei isso e nem disse que ninguem precisa de homem para ser feliz.. Pare de distorcer vai!!

Eu falei mil vezes que respeito a opção do celibato, afinal entre se ferrar com qualquer mulher ou homem e ficar sozinho, é melhor ficar sozinha mesmo! Mas quem garante essa desilusão? Só acho que existe um pessimismo extremo entre as radfemis..
Se querem ficar celibatas, a vontade!! Sou a favor do direito de escolha e liberdade individual.. Só não distorça o que eu falei, OK? Você não convence ninguém assim! Pelo menos ninguém honesto e imparcial

Zero disse...

agora a Raven e a Rê falam isso... depois de vários comentários pró sexo / relação com home....

é muito confuso mesmo.

entendi o que vocês quiseram dizer, sei a diferença entre querer e precisar. mas se não precisa, porque querer ?

se mulher não precisa de homem, porque vocês mesmas me aconselharam (pelo menos pareceu isso) ou pelo menos falaram dos benefícios de se relacionar com homens? se vocês não precisam disso?

eu continuo confuso. não estou debochando, só não consigo entender mesmo...

Raven Deschain disse...

Zero o que a gente diz é: quer trepar? Vá trepar. Não encha o saco de quem não quer.

Na quer trepar de jeito nenhum? Ótimo. Mas no destranse os transantes tb.

E anon, se não foi vc quem disse esse absurdo, favor se identificar. Ainda não conclui o curso de médium, portanto não diferencio um anônimo de outro. Principalmente se eles tem discursos iguais (e idiotas). Agora, para de encher o saco da guria.

Zero disse...

Raven,

entendi, mas porque fazer algo que não precisa? que você mesma afirma não precisar ?

porque é bom ? ok.

mas se é tão bom assim, não fica distante de "precisar", caso seja quase indispensável (como é tratado / visto muitas vezes).

Anônimo disse...

"E anon, se não foi vc quem disse esse absurdo, favor se identificar. Ainda não conclui o curso de médium, portanto não diferencio um anônimo de outro. Principalmente se eles tem discursos iguais (e idiotas). Agora, para de encher o saco da guria."

Raven ,bela desculpa esfarrapada!! Justificou bem sua própria burrice e falta de noção..Falta humildade para você admitir a própria idiotice e desonestidade! Nenhum anonimo disse esse absurdo proferido por você.

Todos os discursos que não se encaixam com as suas idéias e das radicais parecem idiotas mesmo!! Continuem auto justificando os problemas da sexualidade feminina! O movimento feminista teve conquistas nesta área da sexualidade da mulher.

A sua própria amiga natasha admitiu o preconceito de gênero dela!! (Todos os homens são bostas! E ta pouco se lixando se isso é preconceito.. Palavras dela!)

Se vocês apoiam, são preconceituosas que continuam apoiando o preconceito, ao invés de combate-lo!

Vou encher o saco da guria e de quem mais for escrota e preconceituosa, pois já afirmei que preconceito é algo que incomoda e gera sempre seus problemas(aparentemente um mar de novas feministas com problemas de sexualidade, por conta do preconceito contra homens..)!! Auto celibatas hetero ou homo.. Assexuais por vontade? Vale a reflexão!

Anônimo disse...

Zero, acho que ela simplesmente tentou defender a amiga, argumentando sobre algo que não acredita e sendo hipócrita! A sexualidade é importante para hetero e homos sim!! Só assexuais não se importam com isso!!

Ser um frustrado sexualmente te torna infeliz? Aparentemente a resposta geral por aqui é NÃO!!

Eu não acho que sexualidade define felicidade ou infelicidade tambem, mas não é algo que deva ser tratado com tamanho descaso assim.

Se a sexualidade não fosse importante, não existiriam homossexuais ou assexuais pois todos poderiam ser felizes sendo heterossexuais! Vale a reflexão sim.. Não deixe que pessoas confusas, te confundam! Tente ser feliz e não dispense sua sexualidade como se fosse lixo.. Você no fundo deve saber que quer ter um relacionamento com mulheres, embora consiga sobreviver com tranquilidade sem isso. (É necessário ser sincero , se livrar de preconceitos e ter honestidade com si mesmo)

Anônimo disse...

Para as arrogantes e preconceituosas que adoram falar sobre mimimimi, ou chamar as outras de idiota, boa sorte!!

Ninguem morre sem sexo, e nem isso define felicidade, mas admitam que existe uma parte da vida , a sexualidade, que esta sendo tratada como lixo. (correto? errado? não sei, mas cada um faz o que quer!)

Zero disse...

anônimo (a) 20:59

"mas não é algo que deva ser tratado com tamanho descaso assim."

- socialmente falando sexo é tratado com muito mais importância que outras coisas da vida. a não ser que tu esteja dizendo que eu pessoalmente trato com descaso..

"Tente ser feliz e não dispense sua sexualidade como se fosse lixo"

- mas há de se considerar o lado negativo. (que pode ser pra ambos). só não quero ser um marco negativo na vida de alguém e nem quero sofrer nada também, sem necessidade...

não creio que a Raven seja radical, apesar de que esse comentário dela me confundiu, ela já afirmou varias vezes gostar de homens (e foi até ofendida por outros por isso) mas agora afirma não precisar de homens.

só isso me confundiu, "não preciso, mas quero"... mas isso é minha opinião, não quero controlar ninguém.

Rê Bordosa disse...

Márcia, feminista má! Bom te ver por squi, rsrsrs
Vc falando de mulheres tomando o poder, lembrei de uma conversa que tive com meu pai. Acho que meu pai é rad, olha que ironia, um homem! Kkkkkkkkkkk
Ele tava falando: no futuro a sociedade será matriarcal, será sim! Estamos caminhando pra isso. E o mundo será muito melhor. Igualdade nada, mulher no comando!

Rê Bordosa disse...

Zero,

Ninguém precisa comer chocolate... Mas muita gente acha gostoso. Se parar pra pensar, nós não precisamos de muita coisa na nossa vida, mas gostamos e optamos por elas.
Eu não acho que você tenha que fazer sexo... Não é o sexo que me preocupa, mas os motivos que vc citou para não fazê-lo: uma auto-estima baixa e desvalorização de si mesmo. É triste ver madcus que se acham o máximo e caras bacanas que se acham um lixo, deveria ser o contrário. Eu dei a você o conselho que eu daria a qualquer pessoa, homem ou mulher, que comentasse aqui que não se gosta: valorize-se!

Anônimo disse...

Não quero encher o saco nem da Natasha nem do Zero. Mas a partir do ponto que justificam seu celibato uma com um discurso condescendente de "gostava dos homens e transava com eles, mas assim que realmente os conheci e descobri que nenhum deles presta, não tenho amigos homens e só me masturbo" e outro com um depressivo "eu sou horrível e ninguém iria transar comigo mesmo, além disso reforço essa desilusão me consolando que pelo menos não estou machucando ninguém", não querer que eu responda porque "é a opinião e vida deles" é a mesma coisa que ver um machista postando merda no facebook mas não falar nada porque "opinião dele" ou ver um depressivo postando como o mundo é cinza, escuro e essencialmente mal e não poder dizer que há coisas coloridas e boas no mundo porque "opinião dele".
Não critico a Natasha por ela não transar ou não ter amigos homens. É assim que funciona pra você? Ótimo! Mas tenha consciência que é porque VOCÊ está cansada de tentar encontrar alguém que te agrade, não porque todos os homens do mundo são maus e você é uma das poucas espertas e iluminadas que enxergou a "verdade".
Não critico o Zero por ele não transar e gostar de ficar sozinho (por acaso sou introvertida e também gosto). Mas o discurso de "mas eu não tenho qualidades" não encaixa com alguém que de fato não queira transar ou interagir por vontade própria (e não por ansiedade), e o discurso de "fico feliz de não estar degradando nenhuma mulher" também já foi rebatido diversas vezes por comentaristas aqui, de que sexo não necessariamente é degradante.
É a primeira vez que comento nesse tópico e discordo de ficar chamando o outro lado de burro e o caramba a quatro. Mas existe gente criticando a Natasha e o Zero não por tomação de conta da vida alheia ou pela hiperssexualização da sociedade, mas porque de fato há o que criticar no discurso deles. Quando se posta algo na internet, num fórum aberto, vocês tem que ter maturidade de lidar com as respostas e tentar enxergar além de "mas-é-minha-opinião".

Zero disse...

anônimo (a) 22:24

eu não falo que é minha opinião pra "evitar" criticas, e sim esclarecer que não falo embasado em ideologias, crenças, costumes, etc. e sim na minha própria visão.

a diferença entre meus comentários de um comentário machista / preconceituoso em alguma rede social, é que o meu comentário não está ofendendo ninguém e não vejo meu modo de pensar prejudicial a terceiros.

22:24 disse...

Interpretei que quando você falava "é minha opinião" era pra tentar evitar o debate, desculpe pelo erro e obrigada por corrigi-lo.
Talvez o paralelo tenha ficado mal-explicado, mas quando comparei a "irrefutabilidade" do seu discurso e o da Natasha com um machista postando pérola na internet, não quis dizer que o efeito dos discursos será semelhante (porque NÃO será), mas que existe uma lógica refutável, que não dá pra tornar o comentário intocável simplesmente alegando que é sua opinião (que era o que achei que você estava tentando fazer).
Reforço o comentário da Rê Bordosa: não ligo de você continuar celibatário e sem gostar muito de sair, se não te incomodar. Mas você NÃO é desprezível, não se sinta mal consigo mesmo. Tem bastante comentarista aqui que gosta de você, e tenho certeza que continuaria gostando se te conhecesse pessoalmente.

Zero disse...

Rê,

a dimensão do sexo e o que ele causa é muito maior do que outras coisas da vida, do dia-a-dia.

eu não estou me vitimizando, só estou sendo sincero em relação ao que penso de mim e creio de fato ser.

como falei ontem , me dedicar não me tornaria bom, bonito ou bom parceiro (sexual).

mulheres merecem coisa melhor, então porque me achar bom pra "ocupar" uma "vaga" que poderia ser melhor preenchida ?

eu prefiro ser isso a ser o mesmo bosta só que pensando ser bom....

Zero disse...

anônimo (a) 22:45

ainda bem que nos entendemos, não gosto de mal-entendidos ou passar uma ideia errada.

vou tentar explicar de novo:

eu não me sinto desprezível como pessoa, só tenho noção que são atraente física / sexualmente.

eu falei da analogia do "dom" natural. nem todos são médicos, por exemplo. só que com sexo / relacionamentos se cria a ideia de que é alcançável / possível a todos.

o fato de eu não ser atraente não me torna má pessoa, mas o inverso também vale.

não é porque sou boa pessoa que isso me trona atraente / bonito.

espero ter conseguido ser claro.

22:24 disse...

Entendi, Zero. Pelos outros comentários, achei que você se achava horrível como pessoa. Agora fiquei curiosa, você tá tão fora do padrão assim? Não precisa responder se achar a pergunta invasiva. Porque já fui colocada em listinha de mais feias da sala, mas na boa que hoje vejo que sou uma gracinha. Não sou Gisele Bundchen, mas tou muito longe de ser o monstro que tentavam me fazer crer, julgo que desgostavam de mim muito mais por eu ser quieta do que por ser feia. Boa noite procê, rapaz!

Zero disse...

22:24 ou 23:36 kk


me acho feio porque não bonito de fato. não sou monstruoso, mas longe de ser lindo.

no meu tempo de escola também era o "mais feio" mas também era muito "fechado" (mas não era bonito de fato.)

e o fato de ser homem também contribui, não acho homens bonitos e isso me inclui também.

uma boa noite pra você também.

Anônimo disse...

Quando elegem "o mais feio da sala", talvez a escolha seja pelo mais tímido.

O grande barato da crueldade infantil/juvenil provavelmente é causar mal estar no outro. Como aves de rapina, percebem a insegurança e atacam a vitima que, constrangida, sente-se impossibilitada de reagir. Não se trata de feiura propriamente dita, escolhem um alvo por ser mais "frágil" ou menos hábil socialmente por assim dizer.

É uma pena que só tenhamos essa percepção após amargar anos de baixa auto-estima e sentimento de inadequação.

Anônimo disse...



Lola, qto mais vc tenta se justificar, mais funda fica tua cova. Criando rivalidade e elencando? Deixa de ser ridícula, nenhuma delas sequer sabe que eu ou vc existimos. Se bem que Gay e Sarkeesian nem são feministas neh, flor? Vergonha alheia da Sarkeesian pela cara que a Greer fez ao vivo qdo ela falou que mulheres trans eram oprimidas por cis. Estava mais do que óbvio que Greer também sequer as considera feministas. Não precisa ser feminista liberal pra eu chamar de acéfala, não preciso nem discordar, eu chamo mulheres e homens de acéfalos qdo me dá na telha! E se vc me permite, vou chamá-la de acéfala também, pois posicionamento transfobico? Posicionamento Feminista. Se vc acha que há diferenças entre cérebros de machos e fêmeas e que ser feminista é fazer o que quiser, até mesmo colecionar batom "vermelho-quenga" (como disseram aí em cima) só posso lamentar, mas vcs sao pós-feministas, nao Feministas. Super pedante vc falando da importância de Greer na década de 70. Susan Brownmiller escreveu em suas memórias que A Mulher Eunuco (um livro em que Greer ja critica o transexualismo) era o queridinho da mídia. Germaine Greer falava de mamilos, escreveu pra uma revista erótica, posou nua... Vc acha q ela foi importante na década de 70 por isso? Rssssss. Com isso ela certamente foi a feminista mais famosa da Segunda Onda, mas embora ñ fosse liberal, estava longe de ser a radical típica. Ñ influenciada pela Liberação Sexual como ela arrependidmente diz ter sido. Ela foi ficando melhor com os anos, foi se radicalizando. Se informa!

Anônimo disse...

Outra coisa Lola, eu n gosto qd vc se refere as feministas radicais como importantes na década de 70, acho extremamente preconceituoso, etarista e ingrato. Ñ pega bem, viu? Como se essas mulheres fossem descartáveis e n fossem mais uteis ao feminismo, mesmo gente como Greer sendo melhor hj em dia do que na década de 70. Acho extremamente silenciador vc supor que o feminismo radical deve ficar lá na década de 70. Vai se foder, filhote de backlash!

Anônimo disse...

Ela não seria uma feminista má, seria uma má feminista. E lendo essas coisas eu realmente percebo o quanto as pessoas tem vivências completamente diferentes das minhas. Por exemplo, pressão para não se depilar? Nunca vi. Nem dentro do feminismo. O que eu vejo o tempo todo é quando a moça não se depila/posta foto de uma parte com pêlos, ter que dar explicação de que ela não está atacando as que se depilam. Agora, feminista que se depila/foto de moça depilada não vejo cobrarem a explicação.

lola aronovich disse...

Radtroll (pra variar anônima, porque precisa ter coragem pra assinar o nome), não vou deletar esses seus comentários porque vc mesma se afunda desse jeito. Seu feminismo que é a luz, o caminho, a vida, o único possível. É praticamente uma religião! Continue trollando feministas e se achando uma feminista fodona por trollar feministas enquanto eu e tantas outras continuamos combatendo o patriarcado e ignorando radtrolls.

Anônimo disse...

Lola, essa caixa de comentários está com encosto, só pode, rs.
Uma - ou mais - pessoa(s) extremamente irritante e desonesta que faz questão de distorcer o que é dito e impor seu ponto de vista como verdade absoluta. Pela semelhança do discurso, deve ser o mesmo troll que vem enchendo o saco da Natasha. Não sei se é mascu ou o diabo que for mas é alguém chato pra porra!
A solução acho que é mesmo ignorar. Gente assim alimenta-se do tempo e da atenção dos outros como sanguessugas, não vale a pena dar corda.

Anônimo disse...

Eu não sou mascu, discordei obviamente da natasha de maneira extremamente respeitosa e argumentei de forma honesta!(ela mesma disse que acha todos os homens bostas, e ta pouco se lixando se isso é preconceito)

Não sou a RadTroll, nem a outra anonima que conversou com o zero acima, e concordou comigo!(ohhhhh, mas isso é impossivel!! Deve se tratar de um mascu se passando por várias anônimas diferentes, cometendo a afronta de criticar os portadores de um pênis,que claramente nascem com um problema genetico de carater, por serem homens!)

A proposito, inclusive parabenizei a Lola pela ultima postagem contra a RadTroll!!
E comentei sobre a grerr ser transfobica e ter participado de BBB.

Não quero causar! Estou sendo respeitosa e levantando reflexões apenas.. Não sou a favor de preconceitos, nem mesmo contra homens! Acho que debate, reflexões e algumas discordâncias saudáveis!

Já disse que respeito o celibato alheio(mil vezes por sinal), que não quero brigas e confusões, mas que acho preconceito algo inútil.

Espero que as radicais respeitem as diversidades de opiniões, e parem de tentar fomentar discórdia por aqui, só porque algumas não concordam com extremismos e distorções!

Um discurso contra preconceitos e a favor da diversidade de idéias não tem a minima semelhança com o discurso totalitário , radical ,sobre o feminismo correto e hierarquia feminista.

Se a Lola quiser apagar meus comentarios, achando que sou mascu ou troll, ela poderá fazer isso tranquilamente! E tenho plena conciencia e tranquilidade que não desrespeitei ninguem aqui. Só levantei uma reflexão um pouco diferente da mentalidade engessada de algumas aqui, que tem crenças quase religiosas e inabaláveis!

Seria uma pena segregar o movimento feminista a apenas as extremistas e radicais, pois sou contra machismo, racismo, homofobia, transfobia, e a androfobia! (sim, existe a aversão a homens!!)

Anônimo disse...

Novamente reitero meu respeito a lola e todas as outras feministas daqui!

Minha intenção não é encher ninguem! Peço desculpas se ofendi alguém, mas discordo fortemente de algumas opiniões e extremismos explicitados, com ironias como mimimim, ou xingamentos de idiota!

Acreditei que este seria um lugar de respeito as diversidades de pensamentos e opiniões,e respeito as mulheres e feministas! Não sou feminista e não posso comentar porque não odeio homens e discordo deste ódio? Se a resposta for sim, fico tranquila de me desculpar e me retirar do espaço.

Mas não me parece uma atitude de promoção ao dialogo e reflexão que deveriam permear a promoção de uma nova sociedade, mais justa, com mais igualdade, com mais solidariedade, com mais bondade e com mais respeito!

Um ótimo dia a todas!!

Jéssica disse...

Colega quem VC pensa q é para dizer o que podemos ou n sentir em relação aos homens?
A Natasha n quer contato com nenhum, acha todos uns merdas e está n seu direito. N é como se n houvesse motivos, n são motivos bestas como o dos mascus, q a gostosona do bairro n quis dar para eles.
E sim para voce ninguém é feliz sozinho e ficou puta por ela n querer nada com homem, apesar de ela dizer q está bem assim, você falou n sei quantas vezes q ela é infeliz e traumatizada. Pq é óbvio q você sabe mais dos sentimentos dela do que ela mesma.

Anônimo disse...

Colega, eu disse mil vezes que cada um faz o que quiser!! E eu respeito

Eu não fiquei puta, a vida não é minha ,e ela escolhe como isso afeta ela! Se ela é hetorossexual e vive bem como celibataria.. OK!

Obviamente uma visão extremista sobre homens,quase dogmática, deve ter algum motivo, nem que seja a percepção e visão própria sobre dela sobre o assunto! Se ela tem um trauma com homens porque foi machucada ou não, isso não me diz respeito.

Já falei mil vezes que felicidade não depende da sexualidade!

Não acusei ela de traumatizada e nem infeliz! Tem trechos ai? Só falei que ela desistiu dos relacionamentos. (é um fato que ela mesmo admitiu)

Os comentarios se misturam ao caso do zero e da carol.(Ambos celibatos.)

Não quero briga, mas não distorça, OK?! A carol disse que tinha traumas como motivações para seu celibato! A felicidade e infelicidade como derivada da sexualidade tambem já foi discutida! É só reler.. Não invente coisas que eu não disse!

Anônimo disse...

Se alguem acusou a Natasha de traumatizada ou infeliz, certamente foi alguém que pegou um gancho na minha reflexão! Eu não fui!!!

(Embora tenha sido eu a questionar a "falta de importância de sexo, para homos e héteros, não sendo assexual, mas enfim..)

Raven Deschain disse...

Marcia, desculpe. A gente fica respondendo troll babaca e preconceituosa e nem vê o que realmente importa. Obrigada pela sua opinião. Tb vou colar aqui na minha porta.

Zero, PRECISAR e QUERER são duas coisas diferentes. Eu sou casada, eu transo. Mas não PRECISO disso. Se meu marido adoecer ou sofrer um acidente e não puder mais transar comigo, ok. Assim como se eu decidisse que homem é um ser escroto do caralho e não quero chegar nem perto deles e me masturbaria eternamente, eu tb posso. E não vai ser anônima do cacete que vai decidir que só posso ser feliz em um relacionamento (foi isso que vc disse sim sua escrota, não negue, se vc só é feliz pendurada numa piroca o problema não é nosso). PREFIRO até masturbação a me envolver com um babaca, percebe? E como a Rê disse, existem milhares de coisas que não precisamos e fazemos. Alguém precisa descer uma corredeira? Alguém precisa escalar o Everest? Nope.

Se relacionamentos são bons? Claro, quando são saudáveis sim. Mas como eu disse relacionamento posso ter com minba gata. Com um amigo ou amiga. Relacionamento no precisa necessariamente envolver sexo.

Zero disse...

entendi, Raven.

aos meus olhos isso ainda parecia meio fútil, meio "de birra" (não preciso mas quero) mas sei que é uma visão simplista e ignorante. sei que tenho uma mente fechada (na pratica) e busco ser sempre logico ou racional em tudo. mas esse sou eu, e as vezes penso em sem um pouco diferente. (mas isso não vem ao caso).

é que eu vejo sempre o lado negativo das coisas, então se sequer precisa, porque fazer ? (mas isso é outra historia).

entendi bem o que o você quis dizer...

Anônimo disse...

Dan,

Então quando um homem fala que mulher só faz merda você também não se sente ofendida né? Afinal, nada é 100%.

donadio disse...

"a definição geral de que feminismo é a luta pela igualdade de gêneros não é aceita por todxs, porque, afinal, ser igual a algo que não está dando muito certo é medíocre. Como cita Ana Cecília Dantas em sua dissertação de mestrado,“Exigir que uma pessoa se iguale a quem estabeleceu os padrões significa dizer que a igualdade jamais será alcançada”."

Ah, mas quem disse que "igualdade de gênero" quer dizer as mulheres se tornarem iguais aos homens?

Sabe aquela piada do sujeito que tinha uma das mãos aleijadas, e rezava para Deus, "por favor faça minhas mãos ficarem iguais" - e acabou com duas mãos aleijadas?

Pois é, voce pode fazer uma casa branca e uma casa vermelha ficarem iguais, pintando a primeira de vermelho, ou a segunda de branco, ou as duas de cor-de-rosa (ou de verde-limão).

Depois, me parece que não se trata de "igualdade de gênero", até por que os gêneros são, por definição, diferentes, mas de igualdade de direitos (de oportunidades, de remuneração, de distribuição de tarefas, etc.) entre os gêneros.

NM disse...

Legal sua listinha. Me lembrou bastante o tipo de coisa que faziam pra ridicularizar as sufragistas e tal.

Unknown disse...

É principalmente nos comentários que a gente percebe o que a Roxane Gay está querendo dizer quando fala em "má feminista...porque se existem as "más feministas", existem as "boas feministas", existe uma norma, um padrão, um paradigma. O que mais vi nos comentários foi as pessoas dizendo quem pode ser feminista ou não, o que devemos abandonar para sermos feministas...E eu penso, na verdade, que assim como o feminismo é uma escolha, eu posso escolher como exerço meu feminismo. Sou uma má feminista porque sou branca, heterossexual, casada no "papel passado", pior: com um policial, magra e, para complicar ainda mais o processo: sou evangélica assembleiana. Eu sou o que o movimento rotula como cis. Acho que está na hora de pensarmos sobre esses supostos privilégios. Desde que comecei a me apropriar das discussões do feminismo, na graduação, era como se ser magra (para citar um exemplo), fosse privilégio. Desde criança os meninos me desenhavam na lousa como o espeto de churrasco da turma, me excluíam, assim como as meninas porque já tinham corpo de adolescente. Nunca senti o ser magra como um privilégio. Pelo contrário, isso me trouxe sofrimentos psíquicos terríveis. Até hoje não me sinto bem no meu corpo. E feminismo é sobre você conseguir se amar, da cabeça aos pés. É por isso e por tantos outros motivos que o feminismo tem ressonância na minha vida. Também percebo como o feminismo tem mudado minhas relações com meu marido, para melhor. Acredito sempre na potencialidade que tem um suposto machista de rever seus discursos. Meu primeiro trabalho como assistente social foi com homens presos pela Lei Maria da Penha e, nessa época, já me considerava feminista. Eu via que eles chegavam resistentes e, depois de muitos grupos reflexivos, quando desestabilizávamos suas noções arraigadas de gênero, muitos acabavam tornando-se multiplicadores da Lei Maria da Penha na comunidade. Enfim, acredito que os homens possam ser bons aliados na luta dos feminismos, mas de fato não protagonistas. Acredito que esses supostos privilégios também devam ser problematizados, que possamos rever também alguns rótulos como o cis, que virou palavrão dentro do movimento...parece que todo mundo é mais oprimido que você e ficam fazendo a métrica da opressão, como se pudéssemos medir os sofrimentos. Não podemos nos esquecer que feminismo é sobre ESCOLHAS, sobre ser mulher participante de vários círculos sociais e se sentir abraçada por alguma ala do movimento. Que no fim, o cimento é um só: a luta por direitos das mulheres (para além do Direito formal, positivo, das leis).

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