terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

OS ENCANTOS DO CHILE

Vou falar um pouquinho da viagem que Silvio e eu fizemos em janeiro, pra Santiago e Buenos Aires. É mais pra registro meu, pra que eu me lembre. E já nem me lembro muito porque tem duas semanas que voltamos. Como talvez fique um post grande demais, melhor falar só de Santiago, por enquanto. Depois dedico outro post a Buenos Aires. 
Os Andes vistos do avião (provavelmente com photoshop, porque o ar não estava limpinho assim)
Belo prédio que encontramos
sem querer (clique p/ampliar)
Nunca tinha estado no Chile, que é muito bonito. Mas é caro. Chegamos e já trocamos cem reais no aeroporto. A cotação do aeroporto obviamente é ruim (em Buenos Aires não é!), então deu apenas 17 mil pesos chilenos. E sabe o que deu pra fazer com esses 17 mil (cem reais)? Praticamente nada: torramos em seis empanadas meio mixurucas, uma garrafinha d'água, um copo de suco, e dois sorvetes. Não tô exagerando! Gente, cem reais!
Na cidade, conseguimos uma cotação melhor. Cem reais foram trocados por 20 mil pesos. 
Acontece que 20 mil pesos se vão com uma rapidez estonteante. Só pra ter uma ideia, é raríssimo algo que custe menos de mil pesos (R$ 5). Tirando um ou outro item no supermercado, só encontrei duas coisas que custavam 500 pesos (R$ 2,50): garrafinha d'água vendida na rua (alguns vendiam por 600 pesos) e jogar xadrez na Plaza de Armas. Silvinho jogou bastante.
No domingo que estivemos lá (ficamos uma semana), no começo da noite, na mesma Plaza de Armas, assisti a uma competição de dança que tem sempre. É muito bacana ver pessoas de todas as idades e tipos físicos dançando alegremente a cueca, dança típica chilena (quer aprender?). Me lembrou o pessoal dançando tango na rua em Montevidéu.
Privatizando um banco em Santiago
Fizemos duas excursões pagas (pela Aguiastour, agência da Juliana, uma moça de Fortaleza que mora em Santiago; ela nos forneceu o transfer de chegada, do aeroporto a Santiago, como cortesia; na volta, cobrou 18 mil pesos). 
Subindo as escadas do ex-Congresso Nacional do Chile, no centro de Santiago. O novo fica em Valparaíso, desde 1990. Ao fundo, nosso guia Pedro
Em ambas o nosso guia foi Pedro, um chileno muito simpático e atencioso (minha única queixa: ele gosta do Pinochet! Não pode! Mas devo acrescentar que ele foi super gentil e até me disse como era bonito ver um casal tão carinhoso um com o outro como eu e Silvinho, ainda mais depois de tantos anos -- estamos indo pro 27o), que nos deu um atendimento todo personalizado. 
A tour pelo centro custou 20 mil pesos por pessoa e foi legal, embora eu prefira algo com mais informações e explicações históricas. 
No entanto, o tour para Vina del Mar e Valparaíso, que dura o dia todo (27 mil pesos por pessoa), mais do que vale a pena! 
Nesta excursão, Pedro nos levou de carro junto com uma jovem e querida família de Fortaleza. Primeiro paramos em duas vinícolas. Não tenho grande interesse nisso, porque nem bebo, mas os lugares eram bonitos (e eu acho que nunca vi lhamas e galos tão de perto). 
Contatos imediatos com o Oceano Pacífico
Vina del Mar é linda e charmosa, e tem toda a pinta de um lugar rico. Foi emocionante botar o meu pezinho pela primeira vez na vida no Oceano Pacífico. É gelado. Toda a água que cheguei perto no Chile (isso inclui a piscina do apartamento que alugamos) era gelada. E olha que é verão! 
Pedro disse que eles estão acostumados com água gelada, então entram no mar sem grandes problemas, mas disse também que ninguém fica muito tempo na água de 11 graus (uma das vantagens de viajar pro exterior é valorizar o Brasil -- tem praia melhor no mundo que as nossas aqui do Nordeste?). 
Todo mundo tira foto desse relógio de flores dado pelos suíços aos chilenos, para comemorar a Copa do Mundo de 1962. Fica em Vina del Mar
Um dos pontos altos dessa excursão foi parar no meio do caminho entre Vina e Valparaíso pra ver os leões marinhos. Eles são divinos! Ficam numa plataforma abandonada brincando e se esbaldando ao sol pra todo turista babar. 
E nós turistas somos muito babões -- aplaudíamos a cada vez que um leão marinho tinha que escalar de novo a plataforma (a cada 3 minutos, pelos meus cálculos). E fazíamos "Ahhh!" cada vez que um leão marinho derrubava outro. Eu não ficava tão hipnotizada por bichinhos desde os esquilinhos em Detroit.
Em Valparaíso comemos e fomos a dois museus, um que era a casa de Pablo Neruda, La Sebastiana (não entramos, o ingresso estava caro, 6 mil pesos, e não tínhamos muito tempo), e outro, que era um museu da marinha. Lá estava a cápsula usada para salvar os mineiros soterrados. Mas eu fiquei fascinada mesmo foi com essa bomba com milhares de explosivos -- que, dizia a plaquinha, precisava ser acionada manualmente (devia ser a última missão de algum pobre marujo).
Ficamos num apartamento muito bom, muito bem localizado, central, uma quitinete que alugamos via Airbnb por R$ 800 (por uma semana). Tinha piscina, mas já falei das águas geladas do Chile? Eu tentei entrar uma vez e nunca mais.
Os sorvetes chilenos não têm comparação com os argentinos. O mais maravilhoso no Chile são as frutas. Elas estão à venda em cada esquina, e são todas perfeitas. Quando que eu vou comer morangos daquele jeito de novo? E nectarinas, e pêssegos, e peras? (o maridão se empaturrou também de framboesas e blueberries e pomelo). A gente acabou não indo a nenhum restaurante de comida peruana (que é o hit da culinária no Chile). 
E nem provamos o pastel de choclo (milho), que o Pedro recomendou. Aliás, só descobri no último dia que não era pastel, era um tipo de escondidinho (a empanada mais típica deles é a de pino, que nada mais é que carne moída, cebola e azeitona -- muito gostosa). 
Outra recomendação do Pedro foi visitar o Patronato, um bairro que vende roupas a preços populares. Fomos andando e comprei duas blusas por 3 mil pesos cada (R$ 15). 
O ar em Santiago não estava nada bom. Eles sempre têm problemas com incêndios, mas parece que este foi o pior dos últimos cinquenta anos. Uma névoa cobria a cidade, e os móveis amanheciam com cinzas. 
Gostei muito do que vi no Chile. As pessoas são simpáticas e pude praticar meu portunhol à vontade. Acabamos gastando um total de R$ 1.510 lá (sem contar o apê que alugamos ou as passagens aéreas). Não sei se voltaremos, porque é longe. Pra gente que mora em Fortaleza, equivale basicamente a cruzar o continente (ah, e uma coisa revoltante: no aeroporto de Santiago não tem um único bebedouro! As pessoas são obrigadas a comprar água. Leve sua garrafinha cheia).
Antes de ir pro Chile, fizemos escala no Rio. Mas era uma escala longa, umas 14 horas, tempo demais pra mofar num aeroporto. 
Não sei se vocês lembram que eu estava ansiosa procurando um motel (muito mais barato que hotel) perto do Galeão, mas é difícil encontrar isso na internet. Na última hora, um aluno querido que sabe tudo de turismo sugeriu uma suíte, via Airbnb, que fica na Ilha do Governador. 
E foi lá que nos hospedamos, na bela casa da Heidy, a poucos minutos do aeroporto, por R$ 109. E, de bônus, desfrutamos da companhia dos seus dois cachorrinhos adoráveis. Fica a dica.

18 comentários:

Unknown disse...

Deu saudades do Chile, fiz praticamente as mesmas cidades e também fui até a Casa de Neruda e não entrei (mesmas razões de pãoduragem).
Você tem toda razão, conheço praias de muitos lugares do mundo, mas como as do Brasil não há.
Abraço

Anônimo disse...

Ótimo post lola sou nazista mas amo seus posts de viagem bjs

Anônimo disse...

O Chile parece ser legal mais os preços dos alimentos são caros,não sabia que o mar era tão gelado pensei que fosse apenas um pouco frio, obrigado por nos mostrar um pouco desse pais beijos lola

Anônimo disse...

Lola, não acredito que você não foi no Museu da Memória e dos Direitos Humanos! :(
Imperdível!

Bia disse...

Oi, Lola! Como te falei no Twitter, gostei muito do Chile, mas achei meio perigoso para mulheres. Estive em Santiago com uma amiga em fevereiro de 2013 e, apesar de termos conhecido pessoas muito legais e termos visto lugares muito bonitos, passamos por umas situações chatas que certamente não teriam ocorrido se não fôssemos mulheres (e brasileiras, creio). Antes de tudo quero deixar claro que não quero estragar o passeio de ninguém, muito menos desencorajar ninguém a viajar, só acho que vale a pena fazer o alerta. Eu diria pras mulheres que vão sozinhas ou acompanhadas de outras mulheres para tomarem cuidado principalmente com os taxistas, pois minha amiga e eu fomos assediadas numa ocasião (o motorista ficou nos cantando e querendo nosso telefone e endereço, além de ter dado muitas voltas antes de nos deixar no nosso destino, que era próximo, e só parou com isso quando minha amiga teve a ideia de dizer que um primo dela estava nos esperando) e roubadas numa outra (o taxista deu o troco errado dizendo que tinha recebido uma nota de valor mais baixo do que a que realmente demos, aproveitando-se do fato de as notas serem da mesma cor, de ser de noite e não ter polícia perto) e com o assédio nas ruas, que me espantou porque mais de uma vez aparecia algum sujeito do nada pegando meu braço e falando qualquer idiotice no meu ouvido - inclusive em português -, isso quando não cantavam alguma música sertaneja dessas que viralizaram no mundo quando viam que éramos brasileiras. Sem falar que no hostel em que ficamos conhecemos várias meninas que relataram assaltos, furtos, boa noite cinderela e coisas do tipo. Eu recomendaria às meninas que visitarem que, se possível, vão acompanhadas de algum homem ou que tentem conhecer pessoas nativas para acompanhá-las, pois apesar de tudo fizemos ótimos amigos que mantivemos até hoje. É isso, espero ter ajudado. Beijos.

Anônimo disse...

Lola, desculpe estar mudando de assunto, mas queria avisá-la que, novamente, um "chan" brasileiro está atacando pessoas ligadas à Esquerda no Brasil. O 55chan está promovendo agora mesmo uma raid contra a filha da deputada Maria do Rosário. Tenho prints, caso precise de imagens para um post sobre o tema, basta responder.

Anônimo disse...

Lola... nem te conheço e já te acho minha amiga de tanto que gosto dos seus posts mais lights como esse!!! Continue sempre feliz!!!

Anônimo disse...

Admito que eu ri!

Anônimo disse...

"Ótimo post lola sou nazista mas amo seus posts de viagem bjs"

Que diabos?!?

Flavia disse...

Lolinha, continue postando textos sobre suas viagens. Gostei muito de suas dicas sobre o Chile.

Náy Rocha disse...

Amo demais seus Post sobre viagem Lolá! Além do Brasil,conheci um pedacinho do Uruguai nas últimas férias e gostei.O Chile deve ser mais legal ainda.E você tem razão, não existe no mundo praias que superem as nordestinas.

Mikaela T. disse...

Tenho favoritado todos os seus posts de viagens. Adoro as dicas de passeios, hospedagens e preços. Ajuda muito na hora de planejarmos as nossas. Bjss Lola. <3

Anônimo disse...

Vai no Chile de Pinochet e não vai na Cuba de Fidel??? Poser!

Anônimo disse...

" Eu recomendaria às meninas que visitarem que, se possível, vão acompanhadas de algum homem"

Tenha dó, minha filha...

Jidecleiosn disse...

Amei o seu marido. Um tesão ele.

lola aronovich disse...

Obrigada, Mariana. Eu sei.


Anon das 13:22, eu quero muito ir pra Cuba, e ainda vou, nesta minha vida. Mas é muito mais caro que ir pro Chile. E já falei que perdi R$ 1.630 tentando ir pra Cuba? Uns 5 anos atrás Silvinho e eu compramos passagens em promoção. Depois mudaram o preço e a data das passagens, tornando impossível a nossa viagem. Uma parte da agência devolveu o dinheiro, a outra, não! Ficaram com a nossa grana (e a de dezenas de outras pessoas) pra sempre! Silvinho até entrou no tribunal de pequenas causas e tudo, mas a agência fica mudando de endereço, decreta falência, e continua aplicando os golpes.
Mas ainda vamos conhecer Cuba sim, pode apostar. O ideal seria conhecer o país e ainda jogar um torneio de xadrez (Cuba é forte no xadrez), mas aí já é querer demais.

José Silvério Lemos disse...

Muito bonito esse post! Também fiz viagem parecida ao Chile, em janeiro de 2016, junto com minha esposa e suas fotos me fizeram lembrar e até me identificar com o Silvio! Quase sempre os comentários nas suas postagens são relatando casos e procedimentos de homens muito ruins, mas vejam: também podemos ser bons e amigos das mulheres!

Anônimo disse...

Já morei no Chile por um mês. Morei mesmo porque estava noiva. De um chileno e morava com ele e seus pais. Viver com uma família chilena é muito diferente de fazer turismo. Eles são conservadores. Ao extremo. Hoje eu sou mãe solteira de uma bebê com meu sangue e sangue chileno. O bonito já tá morando com outra pessoa (de da vez chilena) e está atrasado com o dinheiro da pensão.