sexta-feira, 12 de julho de 2013

POR QUE A CLASSE MÉDIA SOFRE TANTO?

Que email fofo que a Adri me mandou!... Eu respondo lá embaixo.

"Querida Lola, como vai? Conheci seu blog no ano passado fazendo uma pesquisa sobre a Marcha das Vadias e amei. Virei leitora assídua dos seus posts! 
Meu nome é Adriana, sou mineira, moro em BH e tenho 16 anos. Gosto muito do jeito como você escreve, você encanta quem te lê!
Eu gostaria de te perguntar uma coisa, que não entendo e já perguntei para várias pessoas que também não souberam me explicar. O seguinte: por que a classe media brasileira tanto reclama? E do que reclama?
Esta dúvida me apareceu depois de ver os protestos de junho pelo Brasil. Não que eu ache que o movimento pela queda dos preços na passagem de ônibus não seja justo, mas a grande maioria das pessoas que vi nas passeatas estavam protestando contra o governo Dilma e sempre reclamando dos impostos que a classe média paga, pedindo a volta do PSDB. Todos os meus amigos que participaram diziam a mesma coisa: 'Fora PT! Acabem com o bolsa família! A classe média paga muitos impostos!'
Eu sou classe média. Estudo em escola particular aqui em BH, tenho acesso à diversão e tecnologia. Mas sei que minha família trabalha bastante para me dar estas coisas, enquanto vejo amigos cujos pais são ricos e não têm a mesma dificuldade. E são justamente eles que mais reclamam do governo. Mas por quê? A minha grande dúvida mesmo é: era realmente melhor para a classe média no governo FHC?
Meus pais são comerciantes, tenho mais duas irmãs mais velhas (32 e 30 anos -– sou a raspa do tacho!) e todos sempre trabalharam muito, seja na época do FHC ou agora. Meus pais não sabem dizer exatamente se antes do governo Lula era melhor para eles ou não, só sei que o nosso padrão de vida hoje é muito melhor.
Meus pais não prestam muita atenção em política. Votaram na Dilma e no Anastasia ao mesmo tempo, então eu cresci bem apartidária. Não sei ainda dizer se sou de direita ou esquerda. Não me lembro do governo de direita no Brasil, mas pelo menos não posso reclamar do governo Dilma.
A não ser por uma empregada doméstica que já não temos porque está difícil achar gente de confiança (classe média sofre, eu sei!), não tem nada que nós não tínhamos há 16 anos, muito pelo contrário.
Minhas irmãs entraram facilmente na UFMG, graças à escola particular que meus pais pagaram. Sei que hoje com as cotas para escolas públicas, pra mim poderá ser mais difícil, mas meus pais já ofereceram para pagar PUC se eu precisar. Quando minhas irmãs prestaram vestibular nem PUC elas tentaram porque meus pais não teriam condições de mantê-las. Não acho ruim o governo ter reservado as cotas para a escola pública, mas todos os meus amigos na escola estão revoltados. O engraçado e que eles querem cursos que nem têm na UFMG, teriam que ir para uma faculdade particular mesmo! 
Quando minhas irmãs fizeram 15 anos o sonho delas era ir pra Disney, e eu pude fazer isto no ano passado. Aliás, a minha família inteira viaja pra fora do Brasil já há algum tempo, coisa que ninguém nem imaginava que um dia faria. Todas as minhas amigas da escola, até mesmo as mais pobres, já foram pra Disney. Os alunos mais ricos passam férias na Europa todo mês de julho, inclusive perdendo semanas de aulas (a escola chegou a cogitar a possibilidade de termos férias de verão em junho e julho para coincidir com o verão do hemisfério norte).
Meus pais sempre tiveram um carro básico e agora têm um carro importado. Há cinco anos temos um bom plano de saúde, coisa impensável no passado.
A minha dúvida nisso tudo é: o governo do PT melhorou a vida apenas da minha família? Para algumas pessoas piorou? Mas se piorou não é isso que eu vejo! Todo mundo ao meu redor está 'mais rico'!
Perguntei a alguns professores na escola e a única coisa que eles me respondem é que a classe média paga muitos impostos. Mas aumentaram depois do PT? Sempre foram os mesmos? Qual a diferença?
Pelas pesquisas que fiz, parece que a educação piorou, mas ensinos fundamental e médio não são da responsabilidade dos estados? SP e MG são governadas pelo PSBD há anos! Mesma coisa com relação à violência; segurança não é de responsabilidade do estado?
Juro que não entendo! Será que você poderia me responder? Estou extremamente frustrada por não encontrar essas respostas com meus professores.
Muito obrigada por ler este email. Um grande beijo!"

Minha resposta: Adri, que gracinha que vc é! É muito interessante que vc não vá na onda de todo mundo que te rodeia e não faça coro à toda essa classe média que tanto sofre. 
Eu, vc, e a maioria dos leitorxs aqui do blog (e de qualquer blog, arrisco dizer) somos classe média. Se bobear, somos até classe média alta. E, ao contrário do que diz a classe média, e que você já percebeu, é uma maravilha ser classe média. Temos um bom lugar pra morar, temos opções de lazer, temos algum acesso à saúde, temos educação de boa qualidade, não precisamos nos preocupar com comida, temos um carro, o que significa que já levamos imensa vantagem de ir e vir num país que não dá a mínima pro transporte público. Sério mesmo, ser classe média é o que há. 
Seria melhor ser rico? Provavelmente. Mas aí a gente precisaria pensar no que faria, no que teria, se fosse rica. Não trabalharia? Viajaria mais? Comeria mais chocolate? (Não, só se eu fizesse um transplante de fígado). Deixaria de passar por todas essas privações pelas quais a gente já não passa? Convenhamos: nossa vida boa não ficaria tanto melhor.
O bom de ser classe média é que a gente depende pouco do governo, qualquer governo. Eu vivi durante a ditadura militar, Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma. Estou vivendo na minha sétima cidade agora e, salvo um breve período em que meu pai ficou desempregado e minha família mergulhou na incerteza, sempre fui classe média. E minha vida sempre foi bem igual. Quer dizer, hoje, depois de fazer mestrado e doutorado e virar professora universitária, meu salário dobrou. O maridão e eu gastamos mais que gastávamos em Joinville (hoje temos plano de saúde), mas nossa vida em geral é parecida. 
Hoje estou na faixa mais alta de imposto de renda, pra quem recebe acima de 47 mil reais ao ano. Pago 27,5% de imposto sobre o que ganho. Não acho injusto. Afinal, são os impostos que pagam educação, saúde, segurança etc. O que acho estranho é que quem tem salário acima de 47 mil ao ano paga 27,5%, a mesma coisa de quem recebe, sei lá, um milhão ao ano. Pra mim, quanto mais se ganha, mais se deveria pagar de imposto. Sou totalmente a favor do imposto sobre grandes fortunas e heranças, por exemplo. Mas a classe média é esquisita. Ela se identifica com os ricos, não com os pobres. Ela realmente acha que tem mais em comum com um bilionário que com o mendigo da esquina, tolinha. E não é só aqui, é em todo lugar. 
Olha só os EUA. Em 2011, Obama tentou aumentar os impostos daqueles que ganham mais de um milhão por ano. Essa alta só afetaria os 450 mil americanos mais ricos (0,3% da população!), e geraria uma receita extra de 1,5 trilhão de dólares por ano. Foi o bilionário Warren Buffett que deu a ideia, depois de notar que, em 2010, ele pagou US$ 6,9 milhões em impostos. Parece muito, mas foi apenas 17% da sua renda. No entanto, seus empregados pagaram entre 33% e 41% de taxas. 
Só que toda vez que se fala em aumentar impostos, a classe média (qualquer classe média) faz um escândalo, ainda que aquele aumento não afetará seu bolso. E foi isso: o projeto não passou. Ninguém paga menos impostos que os ricos.
No Brasil, ninguém paga mais impostos que os pobres. Então, se a classe média realmente quiser reclamar (e reclamar é diferente de protestar), deveria parar de defender os ricos e exigir que eles paguem mais impostos, ué. Isso é distribuição de renda, uma questão de justiça: os ricos pagam mais. Não é lógico? Mas a classe média acha que está no mesmo barco dos ricos, e odeia os pobres. Daí vem também o ódio à Bolsa Família, às cotas sociais e raciais... Boa parte da nossa classe média é contra a distribuição de renda, o que é de uma idiotice sem tamanho. Nosso país seria muito melhor pra todos se houvesse justiça social.
Praticamente todos os indicadores sociais apontam que o Brasil melhorou muito nos anos com o PT. Poderia, e deveria, ter melhorado muito mais, se o governo Dilma ousasse mais e honrasse seus ideais de esquerda, em vez de se aliar à direita em nome da "governabilidade". Mas PSDB nunca mais. Sei que pra vocês muito jovens é difícil lembrar, porque vcs eram crianças quando FHC foi defenestrado, mas o que me recordo dos anos FHC é que ele passou o primeiro mandato aprovando a emenda da reeleição, e o segundo acabou com um vergonhoso apagão. 
Mas, pra mim, por ser classe média, os anos 90 foram bons. Eu só sofri no bolso quando entrei no mestrado e vi que o valor da bolsa estava congelado havia oito anos!
Mas não tem como ficar comparando o governo FHC com os do PT pra sempre. A realidade da "herança maldita" (os problemas que o PSDB deixou ao país) não é mais assunto. Em 2014 os eleitores não vão comparar a administração de Dilma com a de um governo que acabou doze anos atrás. Vão comparar com o que deveria ser.
Saiu uma notícia esses dias que corrobora a ideia de que a classe média está sofrendo. Na última década, o salário médio de quem estudou mais de doze anos (ou seja, a elite intelectual do nosso país) caiu 8%, descontada a inflação. A média geral da população cresceu 22%, mas cresceu mais pra quem tem até quatro anos de estudo. Se a renda de quem tem menos escolaridade cresceu 32% em dez anos, e a de quem tem mais diminuiu 8%, isso reflete para reduzir a desigualdade. É o que faz a classe média reclamar que não se encontra mais uma empregada, ou que elas ficaram muito caras. 
Ainda assim, pergunta pra uma empregada se ela não trocaria a vida dela pela nossa num piscar de olhos. Então eu acho que é isso: a classe média sofre porque não reconhece seus privilégios. Porque finge que não sabe que classes mais baixas adorariam estar no lugar dela. Já eu torço pra que todo mundo seja classe média. Inclusive os ricos. 

156 comentários:

Cecília disse...

Ah, Adriana. Que linda você!
Quem me dera ter esse seu senso crítico e essa percepção quando eu tinha a sua idade!

Unknown disse...

Lolinha, sua linda. Eu nem ia comentar, porque sua resposta está tão boa que não tenho nada a acrescentar (sem contar que a Adri é muito fofa). Mas, sem querer cliquei nas propriedades da página e vi que já acessei o blog 556 vezes. Gente, estou viciada na Lola e não sabia! Continue assim viu, porque quando não posso acessar passo pela síndrome de abstinência. Beijo

Cláudia Dans disse...

Nossa! Fiquei passada com a Adriana e com a visão dela! Quem dera se eu tivesse esse olhar tão crítico quando tinha 16 anos! Mas fiquei muito feliz agora, pois pude ler essa opinião tão clara e crítica! E Lola, adorei a sua resposta também. E como disse a colega Marli Belloni, não preciso acrescentar mais nada! Como sempre, suas respostas são iluminadoras! Desde que encontrei o seu blog, tenho aprendido muito!!!! E hoje aprendi mais um pouco! E espero que a classe média descubra o seu blog e aprenda também! :D

beijos

aiaiai disse...

Ai, Adriana! Que beleza seria se tivessemos mais jovens classe média como você!!!

A resposta da Lola já é ótima mas só queria acrescentar que, na minha opinião, o que bota lenha na fogueira do sofrimento da classe média, é a grande imprensa. tendenciosa, só mostra um lado da história. Procure aí e veja se acha alguma matéria falando sobre o projeto de taxação de grandes fortunas na grande imprensa? É uma mudança que está prevista na constituição de 1988, mas o congresso não regulamenta. A classe média acompanha a mídia que fala mal das cotas mas não mostra que o número de vagas nas universidades federais mais que quintuplicou nos últimos 10 anos.
então, só queria acrescentar isso: o papel da grande imprensa brasileira - capitaneada por 7 ou 8 famílias - que usa a classe média como massa de manobra p não deixar o país avançar mais.
bjs e continue assim, perguntando, questionando, não aceitando!!!

Anônimo disse...

Quando digo que sou de esquerda, as pessoas me dizem para ir para Cuba ou doar tudo que eu tenho para os pobres (e acham que isso é argumento, mas enfim...), mas quando ouco as pessoas falando do Bolsa Família como se fosse uma pequena fortuna que garantisse uma vida luxuosa, ao invés de garantir uma dignidade básica, fico pensando pq essas pessoas não doam tudo o que vem e vão viver de Bolsas, sem trabalhar, como eles pensam que os pobres fazem. No fundo, ng faz isso pq sabe que ser pobre é mto, mas mto mais dificil do que a classe média gosta de admitir.

LSDiana! disse...

Que linda!!! Que delícia de texto!
Vou compartilhar minha visão também, tá? rs

Desde os 8, 10 anos de idade faço "cola" pros meus pais votarem. Sempre amei política e desde criança me dizia comunista, mais pra frente, só me intitulava como esquerda.
Uma vez fui no pc do b pra me filiar, mas não deixaram porque eu não tinha título de eleitor.
Daí pra frente, comecei a, além de me interessar por política e defender a esquerda apartidária (pc do b me frustrou mto), tentar arrumar uma simpatia pela direita com o objetivo de entendê-los.
Obvio que tive que comparar muito Fhc x Lula, eram os exemplos mais palpáveis pra mim.
Tive as mesmas dúvidas que você, Adriana.
Acontece que me lembro que meu pai trabalhava muito e sempre estávamos apertados. Aprendi com minha mãe, quando ia ao mercado, antes de pegar algo perguntar "você tem condições de me dar um danone?" pra depois comprar.
Tínhamos um carro muuuito velhinho que sempre nos deixava na mão.
Pra piorar, quando surgiu a "onda de terceirizações" meu pai ficou desempregado.
Não sei direito a cronologia dos fatos,mas lembro-me também de uma época onde se formavam filas imensas para conseguir emprego de gari, pessoas formadas em cursos superiores e tal.
Mais pra frente o Lula ganhou sua primeira eleição, lembro até hoje, pq chorei bastante de emoção. Na época tinha 15 anos.
Não sei quando exatamente, mas meu pai continuou trabalhando na mesma empresa que o havia demitido. Depois disso, largou pra ser professor no estado e poder ter mais tempo pra concluir a faculdade.
Hoje meus pais têm 2 carros, meu irmão teve a faculdade e pós pagos, eu estou fazendo minha faculdade pois consegui bolsa, minha mãe, que era dona de casa, se formou e é professora também. E além dos bens materiais, sinto muita segurança de que as coisas não vão desabar de uma hora pra outra.

Eu juro que tentei, me esforcei, conversei com amigos de direita liberal, fiz de tudo, mas nunca me convenci de que direita é melhor que esquerda. Assim como não consegui achar argumentos, dentro da minha vivência, de que FHC foi melhor que o PT.

E não tô dizendo que o pt é o máximo, sinto vergonha de muitas coisas sim, inclusive jogo político que eles fazem com conservadores.

Mas a minha percepção de tudo é exatamente a mesma que a sua.
Parabéns pelo senso crítico, por questionar e se questionar.
Queria ser mais esclarecida quando tinha sua idade, mas já que não fui, tô recuperando o tempo perdido. haha

Beijos

lica disse...

Adorei o post Lola,

Muito legal as reflexões da Adriana.
Eu sou dez anos mais velha que ela, e também me lembro pouco da época FHC.

Mas como minha mãe é professora e meu pai é pedreiro, acho que as coisas melhoraram muuuuito de lá pra cá, justamente pq as oportunidades pro meu pai aumentaram.

Hoje meu ele administra várias obras ao mesmo tempo e não trabalha mais como pedreiro em si, mas na semana passada ele comprou uma caminhonete importada!! Haha Nunca imaginávamos isso...

Do que eu entendo, o Brasil só não mergulhou na mesma crise que a Europa, pq tivemos essa nova classe média, ascendendo graças aos programas sociais, e consumindo.

Acho que as pessoas se sentem ofendidas de ver gente pobre com acesso as mesmas coisas que elas... Tipo aquele cartaz dizendo que o aeroporto parece a rodoviária...

E é engraçado que temos a tendência (me incluo nessa), de assimilar esse tipo de comportamento... é muito triste!!!

Por isso, até me emocionei de a Adriana conseguir ter essa clareza das coisas, ainda mais em uma idade em que somos mais 'influenciáveis'.

Anônimo disse...

q dó da classe média ... q bom q ela n é alienada como muitos são.
alguém me explica pq agora ficam colocando x no lugar das letras certas ? ex: médicxs

Ellen disse...

Oi Lola, como a Adriana, também adoro seu blog. Também acho que os bolsas- "sei lá o que" são importantes, mas uma coisa que me incomoda é não ver o governo gerando possibilidades para que a população possa não precisar desses bolsas- "X". Entendo que no momento é necessário, apoio totalmente. Mas até quando? O que está sendo feito para melhorar isso? para que as pessoas tenham condições de se sustentarem sem precisar de ajuda do governo? Talvez esteja enganada, mas me passa a impressão de que o governo quer que a população mais carente fique dependente deles, fazendo com que nas próximas eleições os votos ao PT estariam garantidos, já que a população ficaria com medo de perder esses auxílios.
Obviamente, também sou do time do "PSDB nunca mais"
Tudo isso me deixa um pouco pessimista.
Bjoss =****

Unknown disse...

Adriana, digo com todo o coração: precisamos de mais jovens de classe média como você.

Um beijão e continue sempre com essa sua visão crítica.

Anônimo disse...

Querida Adriana,
Tenho uma bebê de 1 ano e estou me esforçando muito para que, quando ela crescer, seja crítica e questionadora como você! Não são as respostas da Lola ou de qualquer outra pessoa que vão te fazer "entender", mas sim essa inquietude, essa curiosidade e questionamento crítico. Continue assim sempre!
Lola,
Adorei suas ponderações que, como sempre, me fizeram refletir. Concordei com você em tudo, mas vejo que, na prática, ajo às vezes de modo diferente... obrigada por provocar essa reflexão!
Beijos
Marília

Anônimo disse...

Adriana, que inveja de você, com essa idade e já com senso crítico, na sua idade eu ia com a multidão...


Devo dizer que, embora jovem, presenciei as mudanças com os diferentes governos. Desde que nasci até completar a primeira fase do Ensino Fundamental, vivi na pobreza., Minha família de 5 pessoas vivia em um barraco de 2 cómodos, não tínhamos dinheiro nem para comer direito. Com o surgimento de novos postos de trabalho meus pais conseguiram empregos e a vida começou gradualmente a melhorar. Fiz faculdade graças ao programa Universidade Aberta do Brasil, hoje sou servidora pública e pago a faculdade do meu irmão mais novo.



Então se para quem já era de classe média a vida piorou, acho que foi justo para pessoas que, como eu, viviam na pobreza. E se o ruim para eles é o padrão de vida que tenho hoje, não vejo o porquê da reclamação.


Como venho de origem pobre (a maioria dos meus amigos de longa data e familiares também, alguns ainda vivem numa situação nada desejável) talvez eu esteja numa posição privilegiada para ver que estou muito mais perto deles que dos ricos e que é preciso fazer muito ainda pela justiça social; mas não consigo entender a cegueira dos que já nasceram na classe média.



Um fato curioso que aconteceu comigo e ilustra bem essa situação: na primeira vez em que tive de fazer a declaração de imposto de renda, uma amiga do trabalho e eu resolvemos fazer juntas, já que não tínhamos experiência nisso. Fomos para a casa dos pais dela, que sempre foram da classe média e sua mãe desatou a falar de como fazer a declaração e pagar os impostos era inconveniente, que já se pagava demais, que se trabalhamos o dinheiro devia ser todo nosso. Na semana seguinte fui visitar a minha mãe, disse que não havia ido antes por que estava fazendo a declaração e, ao contrário da mãe da minha amiga, ela ficou muito feliz em saber que eu ganhava o bastante para ter de pagar imposto de renda.

Lord Anderson disse...

Otimo posto.

Parabens, mantenha sempre essa visão critica e questionadora :)

E concordo com a aiaiai, a imprensa alimenta essa "revolta" da classe nedia, a colocando como vitima do estado "malvado", ignorando que a maior parte das demandas são da alçada dos governos estaduais.

Outra coisa, é o reforço da noção de hierarquia, a mesma ideia de que a classe media é melhor, trabalhadora, que sustenta o pais, é a usada pelo pessoal que quer colocar São Paulo e o Sul acima do resto do pais.

É a necessidade de se sentir especial e "superior".

Unknown disse...

Ellen: "O que está sendo feito para melhorar isso? para que as pessoas tenham condições de se sustentarem sem precisar de ajuda do governo?"

Veja as condições para recebimento do bolsa-família:

- Frequência escolar mínima de 85% para crianças e adolescentes de até 15 anos e de 75% para jovens entre 16 e 17 anos;

- Manter as carteirinhas de vacinação sempre em dia;

- Acompanhamento médico do crescimento e desenvolvimento de crianças menores de 7 anos;

- Pré-natal das grávidas e acompanhamento das mulheres de 14 a 44 anos que amamentam;

- Frequência mínima de 85% aos serviços socioeducativos para crianças e adolescentes de até 15 anos em risco ou retiradas do trabalho infantil.
(http://www.mds.gov.br/bolsafamilia/condicionalidades)

Ou seja, você está condicionando a entrega do benefício à educação e saúde dos filhos desses beneficiários, criando uma nova geração que, no futuro, não precisará do bolsa-família. O bolsa-família é um projeto de médio e longo prazo, e até mesmo com 10 anos já há gente entregando o cartão do bolsa-família, porque conseguiu melhorar de vida.

Além disso, beneficiários do bolsa-família têm prioridade nas vagas do Pronatec, programa com cursos de capacitação técnica profissional.

Muito está sendo feito em articulação com os programas de transferência de renda, no que pode ser visto como "dar o peixe E ensinar a pescar". Agora, por que não se dá visibilidade a isso? Honestamente, não sei - mas tenho uma leve desconfiança.

Anônimo disse...

Adriana, você não é classe média, você é rica.
Se sua família vai para o exterior todo ano, tem carro importado, estuda em escola de elite (sou de BH e fico até curiosa para saber qual escola seria essa que pensa em trocar as férias de verão por causa da viagens internacionais), sua família não é de classe média.

"Mas sei que minha família trabalha bastante para me dar estas coisas, enquanto vejo amigos cujos pais são ricos e não têm a mesma dificuldade.""
Você não vê a dificuldade porque não conhece de verdade a família deles, simples assim. Acha que o dinheiro dos ricos cai do céu???? Um empresário trabalha muito mais do que os empregados dele.

Ximena disse...

Sou uma pessoa que passou para a classe média nos últimos anos. Sei que se nos difíceis anos da minha infância/adolescência (no aspecto financeiro) existisse bolsa-família, nossa família teria sido privada de muito sofrimento. A oferta de emprego nos últimos anos é muito maior, ainda bem que cada vez menos famílias estão passando por dificuldades extremas (leia-se: falta do que comer). Políticas de benefícios sociais são vigentes também nos chamados países de primeiro mundo, mas ironicamente esse tipo de modelo não é digno de ser copiado como tantas outras "maravilhas" destes países.
O valor de uma bolsa, que é determinante para garantir uma qualidade de vida mínima às camadas mais pobres é equivalente ao que uma família comum de classe média gasta em um fim de semana no shopping ou em idas ao Mc Donald´s. Quem é que sofre mesmo?

Ximena disse...

Ellen, quanto ao seu questionamento, creio que possa responder. Vejo um investimento massivo na criação e manutenção de cursos de nível técnico e de formação inicial e continuada em todas as regiões do país. Procure pelos institutos federais, Pronatec, Mulheres Mil, Certific... Lembra que o FHC havia acabado com os cursos técnicos nas instituições federais? Tenho muitas críticas a respeito do andamento desse trabalho, mas vejo q nem tudo está perdido.

Anônimo disse...

Classe média é essa gente esquisita, que é ferrada pelos bancos e pelo latifúndio, mas acha que a culpa é do flanelinha.

Anônimo disse...

Sim vamos nivelar tudo por baixo, maldita lasse media,vamos elevar a carga tributária em 80 %, e triplicar o funcionalismo publico burocrático pais afora não vamos tirar o brasil da favela e da precariedade, vamos tornar o brasil inteiro uma favela, e viva o socialismo.

Anônimo disse...

Faltou uma coisa que é o retorno que a classe média recebe pelos impostos pagos. A classe média não faz uso dos do suposto retorno que os impostos deveriam ter ao paga-los. O imposto, que é alto, funciona como uma espécie de esmola para que os pobres tenham um serviço de má qualidade. E os mais ricos, bem estes como já foi dito, não pagam um imposto proporcional à renda e nunca precisariam ou fariam uso do serviço publico mesmo. Há de se considerar uma coisa. Existe a classe média que trabalha para empresas particulares. E existe a classe média que é funcionaria pública. Uma paga e não tem retorno. A outra paga e o valor retorna para ela.

Mariana disse...

Adriana, você é uma graça e tomara que você nunca perca esse pensamento crítico tão bonito!

Eu também sou de Belo Horizonte! E pelo que vc disse no post, vc não estuda em uma escola particular de bairro, mas em uma dessas TOPs, chutaria inclusive alguns nomes,
mas pela sua privacidade, fica o chute que ela fica na Savassi...acertei? Tudo bem, Adriana! Eu estudei parte da minha vida em uma dessas escolas tops também, hahahaha!

Eu, menina branca, cisgênera e heterossexual, só fui reconhecer meus privilégios ao entrar na UFMG, onde estudo Letras. Se um dia você estudar na UFMG, Adriana, pergunte
aos seus professores o que eles têm a dizer sobre o FHC. Era uma outra realidade.
A UFMG é muito boa, Adriana. E ao contrário do que seus amigos sem noção dizem, a qualidade do
ensino dificilmente irá cair com as cotas e etc. Eu acredito que, agora que ela abriu as portas para o SiSu, o nível de ensino vai melhorar, pois a disputa vai ser maior.

Seu texto me inspirou a escrever muito. E a refletir sobre questões da minha vida. Como você, e ao contrário de seus amigos (e de muitos dos meus amigos), não nasci
em uma família "rica", nem "pobre". Meu pai e minha mãe são trabalhadores, mas ambos têm curso superior. E ambos, infelizmente, não reconhecem o valor que o ex-presidente Lula teve para nosso país. Por muito tempo, eu também fui infectada por isso.


Sabe, meu avô paterno é analfabeto. Hoje em dia, a renda dos meus pais é muito boa, mas os dois já passaram por vários perrengues. Eu poderia me sentar sobre o discurso de "meus pais trabalham muito e não merecem pagar tantos impostos!!! FORA DILMA!!!", mas eu sei que não é assim.

Reconhecer meus privilégios é entender que meu avô foi muito pobre, mas tinha a própria terra e condições de explorar essa terra. A vida foi difícil, mas se meu avô
tivesse que trabalhar em outras terras, ganhando migalhas e morando de favor, ou até mesmo se meu avô tivesse sido um homem negro, provavelmente meu pai não teria as poucas chances que teve ao longo da vida e não teria tido acesso a direitos básicos, como educação e alimentação.

Se meu avó não fosse sem terra, ele não teria conseguido sobreviver e sustentar sete filhos. As coisas eram difíceis e eu não tiro o mérito do meu pai, que saiu de casa aos 14 anos, fugindo da fome e do frio que apertava, pois a família era pobre, sim. Reconhecer os privilégios é entender que minha família foi pobre, mas não miserável. E que existe muita
gente que vive até hoje com menos condições que meu pai viveu.

Adriana, a gente não precisa sentir vergonha de onde veio. Eu moro em uma casa muito bonita, já viajei para o exterior algumas vezes e já realizei sonhos que meus pais
nunca sonharam, como falar inglês e espanhol e estudar na UFMG. Eu os agradeço muito e reconheço o esforço dos dois todos os dias, mas não tenho dó da gente. Não acho que o governo nos prejudica e agradeço muito por não PRECISAR depender do governo para comprar comida e ter uma vida minimamente digna.

Eu acho que nosso papel é ser consciente. E lutar por justiça social é um papel nosso SIM. Lutar junto com o movimento negro, por exemplo, não é uma obrigação nossa,
mas entender que existe racismo e sua origem, é obrigação nossa. Não é porque a realidade não nos pertence que devemos fechar os olhos e ignorar.

Espero que ao ler o blog da Lola, você conheça e se identifique com o movimento feminista e que seja nossa companheira de luta por igualdade. :)

Seu e-mail me encheu de vida, menina! Um beijo!

@dddrocha disse...

Esse texto merece ser replicado 18918917892718927 vezes por favor, gente.
Esse foi o e-mail mais legal que vi essa semana, a Adri é uma mocinha muito inteligente, espero que minha sobrinha siga os mesmos questionamentos um dia. =)

Anônimo disse...

O PT esta no poder há doze anos, e agora vai tomar medidas emergenciais para melhorar o pais.
Ta seeeeerto etão.

Anônimo disse...

"Um empresário trabalha muito mais do que os empregados dele"

Devo discordar desse absurdo.

Bela Campoi disse...

Lola, como sempre primorosa na educação política da moçada! Alguém falou aí em cima: eu fui pra Cuba por causa de falas como essa que vc ouve. Minha conclusão: dignidade não se compra, não se vende nem se doa, se constrói no dia a dia e conhecendo a história do país, de pessoas desse país. Dados da ONU servem?

Anônimo disse...

Nao consegui ler o post todo, so alguns trechos, mas ja me identifiquei muito!!


Eu sou classe media, sim,.medica, filha de delegado de policia e bancaria( professora de filosofia de formação) ,

Talvez por ter tido pais que foram funcionários públicos, cada um a sua maneira, eu nao tenho essa visão que a autora reclama que os outros tem no post.

O FHC, e o PSBD, partido que governa o meu estado ha 20 anos, venderam as estatais, estagnaram a economia,congelaram o salário de funcionários públicos por mais de 10 anos ( meus pais que o digam ), e fora aquele momento que deixaram o dólar 1:1, o que nao, foi de todo mal, nao vejo mais nada de bom que tenham feito em seu governo,e mesmo pra deixar o dólar 1:1 , me pergunto,a que preço??

Minha mae e Bancaria , Lola,aposentada,ela sempre acompanha as notícias , índices e eu respeito muito mais a visão dela da economia do que um cara que nem FHC que se acha o intelectual,cobra uma fortuna pra dar uma palestra e so repetir besteira,
Bancário sabe o quanto as pessoas estao comprando, sabe o poder aquisitivo dos clientes do banco, e quanto se credito se pode dar ao brasileiro naquele momento especifico da economia,
Entao, quando tenho duvida sobre essas coisas, pergunto pra minha mae, acredito mais nela que FHC, e muito economista que tem por ai

A crise do sistema aéreo , caos dos aeroportos, tao criticados no governo PT, esta ai por que??porque as pessoas estao podendo comprar mais e viajar de avião, o que era um luxo pra muitos antes do governo PT.

Fora os pedágios que o PSDB botou no meu estado a cada 30 km, com o argumento de conservar as rodovias(?) pro preço que se cobra, nao vi tanta melhoria assim.
Pra vc ter idéia, entre SP e ribeirao preto, 150 km de distancia tem SETE pedágios,que custam em media 5 ou 6 reais ,( na ida e na volta, viu?) e, so fazer as contas....
Muita gente aqui ja deixou de viajar ou de aceitar emprego em outra cidade , por causa do preço do pedagio, que nao compensa o gasto( e nao, nao tem isenção pra quem viaja a trabalho,sequer pra quem mora em sítios a beira da rodovia e precisa ir pra cidade comprar alguma coisa ou ir ao medico, pagar uma conta, por ex)
Mas eu nao falo mais nada porque meus amigos daqui amam esse governo, tanto amam que reelegem o mesmo governo ha 20 anos.
Nao sei por que adoram tanto, devem ter ficado ricos esses meus amigos, porque nao sei de onde tiram tanto dinheiro pra fazer viagens ou mesmo pra ir a praia( o pedagio em alguns trechos sai mais caro que o combustível,sem brincadeira)

O dia que quiser um guest post sobre pedágios paulistas, conte comigo.

Bjs

Anônimo disse...

Lola, seu post é excelente. Uma ótima explicação para o fenômeno "classe media sofre".
Eu sei que nos EUA a cultura deles é baseada no sonho americano de enriquecer, de ser o próximo Rockfeller. E como os EUA é "a terra da oportunidade" para todos seus cidadãos, até mesmo os menos privilegiados são contra o aumento do imposto para os ricos, afinal, não querem ser super-taxados quando enriquecerem!

No entanto, no Brasil, não vejo uma cultura similar aos EUA. Ao contrario. Os ricos não gostam nem dizer que são ricos. Tem iates e a apartamento em Miami, mas se dizem "classe média alta", como se fosse demérito (ou falta de humildade, como dizem) dizer que é rico. Entretanto, a classe media quer distancia dos pobres. Deus os livre de pobre frequentando seus shoppings, praias, escola de seus filhos, ou até mesmo o metro de seu bairro.

Alexandra

Patty Kirsche disse...

Concordo com todo o post, mas tenho uma observação a fazer. Acredito que parte da insatisfação da classe média é muito mais perversa. Não que eu ache pouco uma pessoa gostar de concentração de renda porque isso permite encontrar uma jovem negra que aceite dormir no serviço recebendo um salário mínimo. Mas a verdade é que a classe média não gosta de ver gente pobre com poder de compra. Incomoda ver gente negra na praça de alimentação do shopping como cliente e não como funcionário(a). Incomoda porque eles gostam de se sentir "exclusivos". Eles começaram a chiar quando o Instagram foi pra android porque deixou de ser exclusividade de iphone. Diziam coisas do tipo "Agora o Instagram vai ter foto no Habib's".

No orkut costumava ter uma comunidade chamada "fotos de pobre", na qual gente com renda mensal de 3 salários mínimos mensais tirava sarro de fotos publicadas por pessoas da periferia (a maioria parda ou negra), com comentários do tipo: "Isso é culpa das Casas Bahia, que vende câmera digital parcelada".

Numa sessão com minha ex-analista, que é obviamente de direita, eu falava sobre a dificuldade de ir para um congresso em São Luís, pois eu não tinha o $ da passagem e precisei conversar com o coordenador do programa pra pedir verba. Ela me falou que ter $ poderia servir pra comprar o bilhete, mas o trabalho eu teria que mostrar da mesma maneira. Oi? Mas sem bilhete pra ir ao congresso eu não mostro o trabalho, quem tem mais dinheiro consegue investir mais na carreira, é tão óbvio que a gente se pergunta se a pessoa tem um distúrbio mental. Mas não, ela é só classe média conservadora de direita.

O lance é que eles gostam de usar argumentos de meritocracia pra justificar as desigualdades e continuar com a vidinha medíocre deles sem culpa.

Anônimo disse...

Tenho 39 anos, e diferente da maioria dos q postam aqui ( geralmente + jovens ) passei pelos governos do PSDB qdo estava já no mercado de trabalho.
Venho de uma família pobre, meu pai era ajudante de feira livre, minha mae doméstica. Estudei em CIEP ( nos anos 80 o ensino já era ruim ), e vivi em uma favela ( ou comunidade, como a mídia gosta de falar, mas pra mim é favela mesmo ). Consegui entrar com muito custo na UERJ pra cursar informática ( não havia bolsas na época). Pois bem, minha área de atuação não é das q mais sofrem com desemprego, mas mesmo
assim só vi minha condição de classe média surgir a partir do governo Lula e não foi graças a bolsas, foi graças ao aumento do número de empregos de carteira assinada ( isso ninguem comenta ). Na área de informatica, no anos 90, o q imperava era a contratacao como PJ, sem direito a ferias, 13 salario, fgts, nada.

Foi na era LULA, depois de enfrentar uma dolarização da economia nefasta na era FHC ( muitos amigos meus perderam tudo ao comprar bens a prestacao taxados em dolar), q consegui um emprego decente e assim comprar um apto padrão classe média, viajar tanto no Brasil qto no exterior ( pois o dolar já não estava mais na casa dos 4 reais como no fim da era FHC ), comprar carro zero.

Eu, assim como tantos outros, só fomos beneficiados pelo governo Lula. Por isso tb não entendo essa choradeira. E vejo muita gente reclamando q na era do FHC tudo era melhor. Melhor em q? Não havia corrupção? Claro q havia. Ninguem lembra das tramoias pra votarem a reeleição? Pior q isso, tinhamos apagões no verão e racionamento de energia, devíamos ao FMI!

Por vezes fico c/ tanta raiva desses desmemoriados q eu até me pego torcendo pro PSDB voltar. Aí eu quero ver as reclamações qdo a classe média não puder mais viajar ao exterior pra comprar seus brinquedinhos, qdo os aposentadores forem chamados de vagabundos e as empresas estatais q restam forem vendidas a preço de banana.

LSDiana! disse...

Ellen disse...


Ellen, li um texto bacana sobre o bolsa família aqui:

http://falandoverdadesbr.wordpress.com/2013/05/24/explicando-e-defendendo-o-bolsa-familia/

Talvez ajude a esclarecer e direcionar melhor nossas críticas (sim, também podemos criticar) o programa.

E não sou economista nem nada, mas pelo que li sobre economia na ditadura, o que fez a nossa afundar (depois do milagre) foi a má distribuição de renda. Pelo que entendi, é melhor "dar dinheiro" pra diminuir a discrepância entre ricos e pobres para não gerar nenhuma crise.

Enfim, sou bem ruim nesse assunto, mas o link é melhor que meu comentário. haha

Anna D disse...

Sou de esquerda desde pequenininha (parafraseando o feminismo da Lola), graças a Deus e a boa educação dos meus pais. Apesar de ter vinte e poucos anos, lembro-me muito bem da época do FHC. Minha mãe sempre foi professora e meu pai era metalúrgico industrial até sofrer um acidente. Ele teve que ser aposentado por invalidez, e no governo Collor perdeu quase toda a aposentadoria (o reajuste só foi melhorar um pouco quando o governo Lula assumiu, mas até hoje o que ele ganha não dá para viver). Então ele sempre teve que trabalhar na clandestinidade, porque sua aposentadoria não dava para nada e o salário da minha mãe, formada, era de R$800,00 (isso por mais de dez anos). Na época do FHC, minha família tinha condições de comprar arroz e carne de quinta. E vivemos bem, nunca passamos fome. A inflação era tamanha que pagávamos o equivalente hoje a R$20,00 pelo saco de arroz. Chocolate ou algum doce era só no natal e páscoa. Inclusive no natal, eu ganhava os materiais escolares, porque meus pais não tinham dinheiro para comprar o presente e logo depois ter que arcar com os valores do início das aulas. E mesmo assim, éramos uma das famílias que mais tinha condições. Minha mãe viveu por mais de 8 anos no cheque especial, pagando juros estratosféricos ao banco, porque precisávamos disso para poder comprar comida e dar conta da educação. Quando o Lula se elegeu foi um dos dias mais bonitos que me recordo. Finalmente uma classe que tinha sempre sido oprimida estava tomando o poder. Finalmente o Partido dos Trabalhadores tinha ganho. Parecia final de copa. Eu chorei muito de alegria. Lembro também de todas as críticas que o PT recebeu nos primeiros anos e de como o Lula foi amplamente criticado. A vida da nossa família mudou completamente. Tanto o salário da minha mãe como educadora quanto o do meu pai como aposentado subiu. A educação melhorou, e muito! Mas nada superou o lazer e o supermercado. Quando o Lula estava perto de terminar o mandato tive muito medo de que os reaças reelegeriam o PSDB e estava considerando seriamente a possibilidade de me mudar para algum país do continente africano, para Cuba ou algum país da América do Sul. Dilma se elegeu, e eu não precisei seguir com meus planos, o que foi um alívio, pq amo demais este país. Como subi de classe, hoje em dia, apesar de reconhecer todo o excelente trabalho que o PT fez com o Brasil, tenho outros tipos de exigência. Confesso que a gestão da Dilma não tem me agradado. Acho que ela abandonou várias das bandeiras de esquerda, como a Lola destacou em outros textos, mas mesmo assim reconheço que a realidade que temos hoje é muito melhor que todas a que já vivemos. Hoje posso me considerar classe média baixa, mas não consigo entender as reclamações das outras classes médias (reclamações de preços de artigos de luxos, viagens e afins, quando tem tanta coisa para melhorar na saúde, educação, lazer? não, obrigada). A vida nunca esteve tão boa para os mais pobres, mas ainda precisa melhorar muito. O que eu mais queria, de verdade, era poder votar no Lula (chance que não tive). Agora é esperar pela boa campanha da Dilma e torcer para que o Aécio Neves não ganhe.

Anônimo disse...

Anônimo das 12:38 disse tudo!
Nao mudo nem uma virgula do que vc escreveu,

Unknown disse...

Adorei o testo, e sempre dou muita risada desse sofrimento da classe média... Comparado a vida da Adriana(que linda ter o pensamento tão esclarecido, amei) realmente não sou classe média, quase morro pra fazer sobrar um dinheirinho no final do mês pra tentar ir a sampa e ver os museus( coisa que é dever meu, por fazer arquitetura, tennho que estar constantemente ligada a arte). Sou bolsista do prouni, e a maioria dos alunos é classe média...tenho que ouvir de uma menina que gasta R$800,00 por mes em restaurante e morrer de indignação caladinha, já que não sou eu que pago, é o pai dela. Já ouvi que minha vida é tranquila porque não preciso pagar os R$1000,00 da mensalidade todo mes. E já fiz me ouvirem, que preferia mil vezes, que minha mãe tivesse condições de poder pagar a faculdade pra mim, a gente ainda mora de aluguel(ela em minas e eu na cidade onde estou), e quem sabe se ela tivesse condições de me manter eu estaria em uma federal, porque passei em várias, mesmo sendo de escola pública, e mesmo nunca tendo feito cursinho...mas não fui, porque era tudo no sul e não teria dinheiro pra me manter lá, certa vez passei na UNILA uma federal que inaugurou em 2009, e não tinha dinheiro nem pra passagem pra ir pra lá, ficava em Foz do Iguaçu. Enfim...
Adriana, se ler o meu comentário, quero que saiba, que com o PT a minha vida melhorou bastante, hoje tenho a oportunidade de fazer uma faculdade, coisa que sempre sonhei desde pequenininha, e se fosse um governo de PSDB com certeza não estaria fazendo...o governo dele sempre foi algo de separação "entre ricos e pobres" talvez até a sua classe média estaria prejudicada. Assim como a Lola, sonho em um dia que o Brasil inteiro será classe média...Continue assim, com essa mente brilhante que voce tem.. Abraço.

Anna D disse...

Anônimo das 12:38

"Por vezes fico c/ tanta raiva desses desmemoriados q eu até me pego torcendo pro PSDB voltar. Aí eu quero ver as reclamações qdo a classe média não puder mais viajar ao exterior pra comprar seus brinquedinhos, qdo os aposentadores forem chamados de vagabundos e as empresas estatais q restam forem vendidas a preço de banana."

Sabe que já me peguei sentindo a mesmíssima coisa?! Por pura raiva. Não aguentei o tanto de tolices ditas nos dias do protesto contra o governo PT e me peguei desejando a volta do PSDB só para o povo pagar com a boca. Mas acho que é isso que os empresários querem, e, como a Lola disse, a classe média é levada a concordar mais com os ricos do que com os pobres, isso devido em grande parte a influência da mídia. Esse, inclusive, é outro problema da classe média que sofre: achar que são intelectualizados politicamente só porque criticam o governo.

Anônimo disse...

Uma coisa que meu pai sempre falava (isso antes de ser aprovada a nova lei trabalhista dxs empregadxs domésticxs): é claro que os ricos não gostam do PT, agora eles não tem mais como ter empregadxs pra limpar a própria sujeira!
O governo do PT melhorou, e muito, as leis trabalhistas e deu estabilidade a todos xs trabalhadorxs. Quem realmente saiu perdendo com isso são os empresários e os neo-liberais que não tem mais chance de explorar tão descaradamente seus empregadxs.

Anônimo disse...

Uma garotinha de 16 anos sustentada pelos pais, e que só ouve abobrinhas do professor de história, pergunta do que a classe média reclama ?
ha ha- espere ate ela ter que se sustentar e pagar uma barbaridade em impostos sem retorno,ser assaltada em um farol ou ponto de ônibus,e ouvir que a culapa e dela que e uma "burguesa exploradora" e o assaltante que dorme ate meio dia e vitima, que ela vai descobrir o reclama a classe média.
-
Engraçado que o padrão de inuteis socialistas parasitas e sempre o mesmo, fazer lavagem cerebral em crianças e adolecentes.

lola aronovich disse...

E quem fez a sua lavagem cerebral, anônimo das 13:08?

Anônimo disse...

tem razão anonimo de 13:08 só a classe média é assaltada kkkkkkkk

em q planeta vc vive? sou pobre e no meu bairro já ouve vários assaltos.

Unknown disse...

Curti o post. Quase sempre concordo que a "classe média sofre", e tal. Mas numa boa? Ia ser bom tb ter uma versão dessas dos ricos. Às vezes parece que eles não existem, de tanto que essa classe é tratada como semi-deuses...

Pra não perder o hábito, uma frasezinha, rs:
http://farm8.staticflickr.com/7049/6887646695_4b1eed3c88.jpg
"Fox News:
pessoas ricas pagando pessoas ricas
para falarem para classe média
culparem pessoas pobres"

Anônimo disse...

Anna D, minha torcida tb só dura alguns segundos. Logo lembro o qto essa volta seria nefasta pra todos nós, principalmente os mais pobres.

Agora vc tocou no X da questão qto ao fato da classe média se achar intelectualizada só pq critica. Um ex, são meus vizinhos. Eles se acham politizados porq leem veja e assistem o JN e criticam o governo. Certa vez perguntei a mulher se ela, na cada dos 60 anos, não se lembrava q a Globo havia apoiado o golpe militar, q tinha se omitido no início do movimento das diretas, q tinha participado da tentativa de fraude nas eleições aqui do Rio pro governo do estado, na época do Brizola. A resposta dela: "Esses eram outros tempos, eles não são mais assim. Não existe mais manipulação nenhuma" hahahahaha

Por isso eu acho q o setor mais burro de nossa sociedade é justamente a classe média, desmemoriada, sem valores, q come ovo frito e arrota caviar, q se acha mais do q realmente é.


Kenny Guilherme disse...

Parte da classe média se identifica com os ricos pq são ingênuos. Acreditam que se trabalharem, sei lá, 12hrs por dia, sábados e domingos, economizarem bastante, daqui 10 anos estarão milionários. Acreditam naquele conto de fadas regado a meritocracia, de que se trabalharem duro um dia vão chegar lá. Por isso defendem os ricos, estão defendendo a classe a que eles acham que um dia chegarão. Tolinhos.

Anônimo disse...

os mais pobres não sabem o que e socialismo Lola,o socialismo é uma invenção de mentes que nunca derramaram uma gota de suor por si mesmos.os mais pobres sabem menos ainda Lola, o que e marxismo, nunca exigiram este sistema,mas sabem o que e o dinheiro conquistado, e porque se levantam todos os dias cedo para ir ao trabalho,o trabalhador humilde não deseja o fim do capital ,mas mais recursos dele em seu bolso. A cura para a pobreza não e o socialismo, pois ele torna todos igualmente pobres,mas sim o livre mercado, a educação e qualificação profissional, e a universalização das oportunidades, para que possam melhorar de vida e produzir riquezas pelo seu próprio esforço.

Por favor Lola, não minta mais.

Anônimo disse...

A Patty Kirsche mencionou o Iphone e eu lembrei de algo que me irrita muuuuito, q é essa adulação pelos produtos da Apple. Eu sou rodeada de pessoas que tem os produtos (algumas que passam longe de ter condições para comprar)e acreditam que são pessoas melhores só porque os tem. Eu não tenho um Iphone e não sei se tivesse condições de pagar 2 mil em um celular eu teria. Já passou a época da novidade da Apple. Todos os celulares fazem a mesma coisa e um pouco mais, mas tem gente que não entende e adquire os produtos apenas para esfregar na cara dos outros e dizer que tem. A maioria dos meus colegas de faculdade se privaram de comprar coisas mais úteis só para poder fazer parte do grupinho. Depois disso, quem tem outras marcas não é bom o suficiente.

Anônimo disse...

Parte da classe média se identifica com os ricos pq são ingênuos. Acreditam que se trabalharem, sei lá, 12hrs por dia, sábados e domingos, economizarem bastante, daqui 10 anos estarão milionários. Acreditam naquele conto de fadas regado a meritocracia, de que se trabalharem duro um dia vão chegar lá. Por isso defendem os ricos, estão defendendo a classe a que eles acham que um dia chegarão. Tolinhos.

12 de julho de 2013 13:26
-E o que você propõe como alternativa ?

lola aronovich disse...

Ha ha, sim, anônimo das 13:30, vc diz que a cura para a pobreza é o livre mercado, e EU que tô mentindo...

Anônimo disse...

Essa identificação da classe média com os ricos está extremamente enraizada na sociedade brasileira. No campo da educação, que é minha área de atuação, é inegável a concordância da classe média de que a meritocracia é o que há de mais justo e só por causa dela estão nesse patamar privilegiado.


Minha dissertação abordou esse tema e durante as pesquisas percebi o quanto acredita-se que o pobre, o que não passa no vestibular,o que repete de série e até aquele que tem de parar de estudar para trabalhar, é culpado por não melhorar de vida, não enriquecer. Até crianças iniciando o ensino fundamental tem essa visão de que quem não chaga lá, é claro, não se esforçou o bastante.

E vem gente me dizer que "O empresário trabalha mais que seus empregados", que a classe média sofre por pagar impostos e toda a lenga-lenga que acompanha? Queria ver se, como os pobres, não tivessem oportunidade, nem condições mínimas para viver dignamente e ainda tivessem que ouvir que estão nessa condição pq não se esforçaram o bastante, pq são preguiçosos...

Anônimo disse...

Os governos do PT tiveram seu mérito, mas estão cada vez mais alinhados com a direita.
Outra coisa que não podemos fechar os olhos é a qualidade da educação.
Sério gente.
Não acho que para massificar é necessário desqualificar.
Aluno não fica mais de recuperação, só reprova se os pais pedirem (tanto na pública quanto na privada), professores não são devidamente qualificados, a situação está virando uma bola de neve que só lá na frente vamos ver o tamanho do estrago!!!

Como foi dito, a educação piorou sim, em qualidade, quanto a oferta, que continue aumentando!


Se de um lado com a universalização do ensino, cuja continuidade é incentivada pelos programas de distribuição de renda, com o ingresso de um público escolar que antes não tinha acesso à escola, por outro, temos a pressão da dita classe média 'protegendo' seus filhinhos.
Xs professores encontram-se refém dessa situação.
Não foi dado à ele instrumentalização para lidar com essas crianças da periferia (dados me passado por uma coordenadora de curso de pedagogia fazendo uma análise da situação), não falo aqui de conteúdo, mas saber passá-lo, entender a realidade dessa população e ter sensibilidade em lidar com ela.
Do outro lado, ele se vê sem voz e sem efetiva 'utilidade' dentro de escolas particulares, onde alunos viram clientes e, como se diz, o cliente sempre está certo.


Diz se não é para estar alarmado?!

Anônimo disse...

Adorei! A pergunta e a resposta!
Compartilho da mesma indignação, não consigo entender porque raios a classe média enche o peito pra falar tão mal do que NEM conhecem.
Uma frase que me mandaram e pra mim disse tudo: Problema da classe média é achar que não tem privilégios, achar que tudo que conseguiu foi por causa do seu esforço e achar que pobre é pobre porque é vagabundo.
Classe média, volta a dormir, volta!

Anônimo disse...

Você esta mentindo sim Lola, me desculpe a indiscrição.
Mas o livre mercado gera emprego, renda, empreendedorismo.o mais importante papel dentro de uma economia de mercado pertence aos empreendedores. São eles que, munidos por seus sonhos, inovam e assumem riscos na busca de soluções para nossos problemas.
O empreendedorismo é essencial para a geração de riquezas dentro de um país, promovendo o crescimento econômico e melhorando as condições de vida da população. É também um fator importantíssimo na geração de empregos e renda.
mas o socialismo não enxergao empreendedor como um bem, mas sim como uma anomalia, um explorador, e a revolução pela revolução, pelo entreguismo a paixão da revolta apenas, por isso coopta tantos jovens inexperientes como massa de manobra.
Veja o exemplo do passe livre por exemplo; Se prega o fim da tarifa do trasporte publico, não um preço baixo e justo por este serviço essencial, e clamam uma paralisação geral de trabalhadores do setor que foi um fiasco, sabem porque ? porque o cobrador e ônibus não e um tolo cooptado como a esquerda pensa, ele sabe que o passe livre vai acabar com seu emprego, se o passe e livre, para que cobrador ?

Mariana disse...

Muito bom Lola!Tem muita gente mais velha precisando se fazer essa pergunta!

Liana hc disse...

Eu também acho que essa identificação com ricos e o nojinho de pobres é por causa do sonho em ser da nata da elite algum dia. E ser da elite é viver num mundinho exclusivo e excludente.

Grandes empresas recebem todo tipo de incentivo para operarem aqui no Brasil, e não vejo choradeira, nem passeatas, nem cartazes com trocadilhos ofensivos, nem rostinhos indignados, para acabar com essa bagunça. Enquanto isso ficam chiando por causa do bolsa família e afins. Estranha linha de raciocínio em se pode ajudar rico, mas não pode ajudar pobre. Tem gente que vem com esse papo furado de que ajudando ricos (tipo quando se resgata bancos depois deles tramarem e passarem a perna na população!) automaticamente se estará ajudando pobres, que a elite gera mais empregos, investe mais no país etc, mas isso é MITO. Quem mais gera emprego são as pequenas e médias empresas. Vide também como agem os gigantes do ramo alimentício e farmacêutico (que estão ligados) e o fenômeno da mão-de-obra chinesa, alguém tá pagando feio essa conta, e a classe média, de um modo geral alienada e iludida, quer ficar derramando lágrimas revoltadas por causa de programas sociais... Fico me perguntando o que seria preciso para que essa gente acordasse. Com certeza um cenário bem ruim de se imaginar.

O PT não é a oitava maravilha do mundo, e não poderia ser diferente, qualquer partido que chegasse ao poder também se venderia, faz parte do modo como o sistema funciona. A menos que ocorra uma grande conscientização seguida de uma grande limpeza, nada disso vai mudar. Não tem porque centrar as críticas no partido tal ou em quem ocupa a presidência da república. Não pode haver personalismos, pois a questão é estrutural.

Anônimo disse...

Eu li alguns coméntarios aqui e percebi q estão fazendo do Lula um santo, gente n é pra tanto até hj ninguém explicou como o Lula tem tanto dinheiro na conta corrente chegando a ser um dos homens mais ricos do Brasil ,pra quem vivia modestamente antes de se eleger presidente fica dificil de acreditar q enriqueceu sem corrupção.
Lola, todo mundo classe media, ta meio dificil,ou melhor impossivel,n digo por causa do grande nr de pobres mas por causa do ricos q jamais iriam querer largar o osso.LoLa, sou sua fã, abraço.

Anônimo disse...

A Lola tem plano de saúde ???
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Patty Kirsche disse...

@Anônimo 13h35: Sim, é a questão de se sentir melhor que os outros por fazer parte dum grupo "exclusivo", a história dos VIPs. Uma vez eu li uma matéria sobre o quanto a distribuição de renda estava levando os "ricos" a procurar serviços VIP, embora muitas vezes nem tivesse tanta diferença assim!

A Lola me pediu um gust post sobre moda. Nele eu devo falar mais sobre essa questão. Mas vai demorar um pouquinho... rs

Liana hc disse...

E essa choradeira da classe média por causa das empregadas domésticas e babás me dá engulhos. Já ouvi cada barbaridade, inclusive de gente que se acha grandes coisa por ser militante de movimentos sociais (desde que a casa grande e senzala dentro de casa continue né). Ou então "Eu até pago um salário decente para a minha empregada, até deixo que ela coma junto da família, até a considero parte da família (ou seria dos bens da família, tipo a babá que era da mãe e foi repassada para o filho e quem sabe para a neta), até ajudo a pagar o colégio do filho dela, até até até..." Curioso a gente poder despedir uma pessoa "da família", né. Essa gente deveria ganhar uma medalhinha para cada gesto altruísta de "até..."

Dona Coisa disse...

Essa coisa do bolsa familia...
Mesmo sendo de esquerda desde criançinha (e isso a gente ta falando da Era Sarney) eu mesma já fui contra. Afinal quem é Classe média não nega raizes. Fui contra mesmo tendo passado alguns anos da minha vida recebendo ajuda de uma familia rica porque minha mãe nao tinha o suficiente para por comida na mesa ou para comprar roupas e brinquedos. A gente esquece rapido essas coisas. Fui contra o bolsa familia porque achava errao dar dinheiro para as poessoas assim, simplesmente porque elas eram pobres. Poxa, la em casa minha mae tinha quer trabalhar dia e noite por grana, como é que vamos pagar imposto e sair por aih dando dinheiro assim, pros outros.

Gracas ao deus dos ateus eu caí em mim e comecei a entender o Bolsa Familia depois de um tempo, entender sua importancia para as familias, para a economia, para o feminismo. Caí em mim alguns anos atrás. Ótimo.

Mas só fui entender mesmo o quão importante ele é quando EU precisei dele.

Não no Brasil. Três anos atrás imigrei para o Canda com minha namorada. Viemos cheias da grana mas a mesma grana sumiu em questao de meses. Três para ser mais exata. Em três meses entramos em pânico. Tínhamos dinheiro para mais dois meses, máximo. Com a corda no pescoço descobrimos que existe ajuda para os mais pobres aqui. Batemos na porta do governo. Humilhadas, na verdade. cabeca baixa. Nunca quis vir pra ca para viver de dinheiro do governo. Nunca quis pedir essa ajuda. Mas era isso ou voltar pro brasil, mao na frente e outra atras.

Ligamos para lá, marcamos uma reunião com uma assistente social. Quer humilhar uma pessoa de classe média? ota ela pra pedir dinheiro para uma assistente social. Bota ela no papel de imigrante pobre.

Nos chegamos lá e explicamos nossa situação. No final da entrevista amoça nos deu um cheque para comprar móveis, outro para pagar despesas de transporte e aluguel e uma lista de atividades que poderiamos fazer gratuitamente por sermos pobres (eu, pobre? hein? NUNCA! - grita a voz interna do preconceito classe media branca dentro de mim).

Mas aceitamos felizes aqueles dois mil dolares e o cheque de outros 1200 todo mes na nossa conta. Com esse dinheiro eu pude procurar emprego com mais calma. Com esse dinheiro eu sabia que dava para pagar o basico. Fui trabalhar num sub-emprego de barista, ou seja, fazendo café numa rede tipo starbucks. O governo nao cortou meu beneficio por isso, diminui uma pequena parte. A namorada conseguiu os primeiros trabalhos, depois eu saih do café e consegui tb trabalhar numa produtora (sou editora de TV). Voltamos na assistente social entusiasmadas: Nao precisamos mais de ajuda! dissemos a ela.

Eles esperaram mais uns 3 meses para "nos liberar", queriam ter certeza de que podíamos caminhar com as próprias pernas. E ao final, a assistente nos assegurou que se algum dia precisassemos de novo, era so bater na porta.

Nao tem um dia que eu nao agradeça a isso. A saber que eu não vou morrer de fome. Que eu não vou morar num lugar horrivel. Que o governo me garante que eu tenha dignidade. Isso faz toda a diferença.

Anônimo disse...

Governo FHC? Como assim, "governo FHC"? Ao que eu saiba o Brasil foi descoberto em 2003 por Luís Inácio Lula Álvares Cabral, a quem cabe a culpa por tudo, uma vez que este país não tem passado.

patricia. disse...

As vezes eu acho que rola um certo 'ressentimento' da classe média.No sentido de parecemos nos 'incomodar' quando pessoas de berço mais humilde nos alcançam em questão de classe social e direitos. Me parece ser bastante importante estar acima de alguém na 'pirâmide social',exclusivamente por status,já que muitas dessas mudanças nem nos afetam diretamente, e são direitos que nós também cobramos(uma jornada de trabalho justa, segurança, educação,etc).

O problema é que a classe média é chorona mesmo. Reclama de tudo e as reivindicações e direitos sempre tem que ser a benefício dela.

Eu sinceramente não enxergo muita diferença na vida financeira da minha família desde que o PT começou a governar. Temos tudo que sempre tivemos e as poucas diferenças foram para melhor. Por exemplo, na época do FHC meu pai queria abrir uma clínica, mas acabou não conseguindo porque as exigências eram muitas, já no governo Lula, minha mão conseguiu abrir seu consultório sem muitos problemas, e meu pai só não montou a clínica porque preferiu continuar trabalhando em hospitais. Os pais de vários amigos meus conseguiram quitar seus imóveis no governo Lula e por aí vai...o que só prova os questionamentos da Adri no post, nós da classe média reclamamos de barriga cheia.

Anônimo disse...

@Anon de 13:53

Enquanto o pensamento for tacanho, essa história de livre mercado será somente um canto de sereia.

Pense bem, qnts cobradores seriam demitidos em uma cidade grande?
2 mil? 5 mil?

Mas se a cidade é grande, essa mão de obra não seria aproveitada em outros setores, considerando o empreendedorismo e inovação do livre mercado?!

Outra: não se teria mais mão-de-obra ainda nos setores, além desses cobradores que teriam sido demitidos devido ao passe livre, se considerarmos que ninguém mais perderia uma oportunidade de emprego por falta de dinheiro pra condução?

Fora que, como mais gente circulando, teríamos mais empregos para condutores, não?!

Deixe de ser medíocre e pare de pensar somente no próprio umbigo e a curto prazo!!!

Pense grande, no quadro geral, no outro isso sim que é empreendedorismo e inovação de verdade!

Anônimo disse...

"Nao tem um dia que eu nao agradeça a isso. A saber que eu não vou morrer de fome. Que eu não vou morar num lugar horrivel. Que o governo me garante que eu tenha dignidade. Isso faz toda a diferença."

Espero que um dia os brasileiros que moram no Brasil possam falar isso!

Unknown disse...

Muito interessante seu depoimento, Dona Coisa. E você vê: pelo que entendi, você e sua namorada recebiam 1.200 dólares canadenses por mês... O teto do bolsa-família é cerca de 300 reais e ainda tem gente que diz que dá pra ser "sustentado" com um valor desse, como vi recentemente num post no Facebook.

Mas olha que, rntre os que criticam o programa, fico mais embasbacada é com gente que foi pobre e que é contra o bolsa-família, porque "eu dei duro e cheguei onde cheguei". Ora, se houvesse bolsa-família na sua época, não precisaria dar tão duro assim, não é verdade? Simplesmente não entendo.

@vbfri disse...

Só me ocorre uma coisa, de fato... A classe média reclama que vai ter que limpar a própria sujeira, cuidar dos próprios filhos e passar a própria roupa.
Não estou vendo qual é o problema nisso.
A Europa e os EUA, tão amados, idolatrados, salve-salve, pela classe média faz isso há décadas.
Querem ser um país de primeiro mundo? Esse é um dos preços a se pagar.

Elaine Cris disse...

Acho que a gente não pode esquecer é que existe classe média alta e classe média baixa.

Lola, no meu entendimento você não é classe média de jeito nenhum. Ainda que se recuse a ter um padrão de vida mais luxuoso, o que você ganha não é a realidade da maioria da classe média.

Pelo relato, a jovem se enquadra na média alta ou na alta mesmo.

Classe média baixa depende sim de transporte público, de SUS, não tem grana pra viajar pra exterior, se tem carro é aquele de 60 prestações com gasolina quase na reserva que só é comprado em última necessidade, depende sim de escola pública e quando termina o médio, muitas vezes tem que correr atrás do prejuízo de uma educação pública não muito boa entrando no mundo dos cursinhos ou estudando bem mais sozinho mesmo ou em grupo, pra ver se consegue entrar na UFMG, porque em faculdade particular se der pra pagar, vai apertar ainda mais a família.
Falo isso porque essa foi a minha realidade na época de entrar na faculdade.

A gente não pode de repente pensar que quem não é pobre e tem o básico, necessariamente é dessa classe média que tem mais conforto e até alguns luxos.
Acho que está ocorrendo muito essa confusão, principalmente aqui nesse blog.
Nem todo classe média é classe média alta e na minha opinião existe uma grande diferença entre elas.

Dona Coisa disse...

Pois é. Eu ganhava muito. Eu nao penso muito em termos de dolares ou reais, mas em termos de dinheiros. Pois ganho E gasto em dolar, ne?

Pois imagina se o bolsa familia fosse 1200 dinheiro aih? A diferenca enorme que isso faria. 300 reais, cara, 300 reais? o que se paga com isso? Certamente muito pouco, certamente o meinimo do mínimo.

A burguesia fede.

Eu me incluo na burguesia, sabe? A gente fede mesmo. Mas a gente pode tentar ser diferente.

Pois é. 1200 dinheros para uma familia de 2 pessoas. Se eu tivesse filhos até 20 e algo eu ganharia mais outros tantos por filho. Se tivesse idoso, pelo idoso tb. Se precisasse de lugar pra morar e nao achasse, podia tentar entrar nos prédios do governo. Varios espalhados pela cidade.

Um escandalo, ne?

Aqui tb tem gente contra. Aqui tb tem neoliberalismo, aqui tb se cortam serviços, se fecham escolas, se demorar na fila do hospital (to esperando ha 2 meses para tratar do meu pe quebrado), aqui tem ate um prefeito que fuma crack e que a gente nao consegue tirar do poder de jetio nenhum (toronto).

Mas esse minimo faz a diferenca pra muita gente.

Claro que tem quem viva desse dinheiro e mame para sempre nas mamas do governo.
Mas tem muita gente sofrida aqui que precisa de ajuda. E nao dá para privar todos porque alguns se acomodam.

No brasil é isso que as pessoas gostam de falar: que tem esse e aquele que mama nas tetas do governo, se aproveita do bolsa familia (desses incriveis 300 reais) para querer tirar o beneficio de todos. Pra mim, nao passam de uns mal-intencionados.

Anônimo disse...

"Pense bem, qnts cobradores seriam demitidos em uma cidade grande?
2 mil? 5 mil?"

Você acha pouco ? eleve isto a nível nacional, em um pais que investe quase nada em profissionalização e treinamento de sua população, e verás a seria crise social que isto acometerá.
-
"Outra: não se teria mais mão-de-obra ainda nos setores, além desses cobradores que teriam sido demitidos devido ao passe livre, se considerarmos que ninguém mais perderia uma oportunidade de emprego por falta de dinheiro pra condução?"
As pessoas não perdem o emprego devido a falta de condução, pois as empresas custeiam a maior parte da condução de seu empregados,a outra parte e descontada em folha dos próprios funcionários. as pessoas perdem o emprego, e devido o trajeto, a precariedade de horário, e a distância em que trabalham,hoje nos grandes centros, acontece o absurdo de termos centro comerciais, longe dos bairros dormitórios, todos os dias pela manhã se trasporta milhares de trabalhadores das regiões periferias para o centro nos mesmo horário, e a tarde a mesma via crusis de volta.
por mais ônibus nas ruas( que são verdadeiros trombolhos nas nossas vias desplanejadas e apertadas), vai detonar o transito de vez, e piorar a situação.
O que ajudaria seria a flexibilização dos horários comerciais, e incentivos fiscais para trazer industrias e comércios para desenvolver as regiões periféricas das cidades, fazendo assim grande parte dos trabalhadores, terem seus postos de serviço mais próximo de casa,com linhas de trasporte bairro a bairro, melhorando a questão do trasporte coletivo nas cidade, e também a qualidade de vida do trabalhador.
mas para isto, e necessário desonerar impostos do trasporte e dar incentivo fiscal as empresas nas periferias, e como sabemos, vocês esquerdistas são a favor do aumento da carga tributária, que gera desemprego e desabastecimento por onde passou, vice Venezuela.
-
"Deixe de ser medíocre e pare de pensar somente no próprio umbigo e a curto prazo!!!"

As pessoas querem comer e prover seu sustento no "curto prazo" e isto não mediocridade, e um direito.
-
"Pense grande, no quadro geral, no outro isso sim que é empreendedorismo e inovação de verdade!"

Existe uma grande diferença entre pensar no coletivo, respeitando direitos e sonhos individuais, e pensar no coletivismo socialista fanático, nos não somos uma colonia de formigas.

° Emy ° disse...

Ai Lola, é por essas e outras que (mesmo sendo pobre - rs) eu leio você e não canso de te indicar pros meus amigos. (suspiro de alívio).

Adriana, você existe mesmo menina? Quem me dera que meninas de classe média/alta/rica tivessem essa cabeça bacana.

Anônimo disse...

Os empresários e empregadores trabalham muito mais do que os seus empregados sim.

Em uma empresa (loja, indústria, etc), o "chão de fábrica trabalha 8h/dia e com no máximo 2 horas extras. E não leva trabalho para casa. Agora vá ver quantas horas um gerente trabalha? E leva serviço para casa. O dono da empresa então? Trabalha em tempo integral, principalmente das micro e pequenas empresas.

Anônimo disse...

Socialistas marxistas acreditam que a sua revolução e a única forma de salvar o mundo, caso não de certo, que a sociedade seja reduzida a pó então, este e o terror revolucionário, seguido por gramcistas e anarquistas a fio.

natalia disse...

Oi Adriana,
Como muitos já fizeram, também quero parabenizá-la pela sua visão crítica. Discordo da Lola sobre o governo FHC. Foi um governo importante, sim, pois debelou a inflação. Eu já era classe média no governo FHC e pude comprar um apartamento financiado, sem ver o saldo devedor aumentar mês a mês. Todavia, o governo Lula foi muito melhor e não só para o meu umbigo, querida. Sou servidora pública federal, a chamada elite do funcionalismo público. Votei em Lula pensando que passaria 4 anos, no mínimo, seu aumento. Olha, isso não aconteceu, como acho que não aconteceu com nenhuma classe trabalhadora durante tal governo. Quando ele concorreu a reeleição não tive dúvidas em votar nele, pois, mais uma vez não era só pelo meu umbigo, a popularidade do homem era alta, principalmente, entre os mais pobres, que são os que mais precisam de governo.
Portanto, minha querida, sem levantar qualquer teoria da conspiração, vejo sim, que a classe média e muitos meios de comunicação tem preconceito contra tudo que não seja classe média. Inclusive meu namorado, que nasceu em berço de ouro, há mais de 60 anos, diz e sempre disse que o PT é muito bom na oposição, mas que não serve para ser governo. E por que não serve? Nas palavras do meu namorado, porque não investiu na infra-estrutura do país. Aí eu digo que FHC também não investiu e ele fica sem resposta. Mas sempre vota na direita e eu na esquerda.
É isso querida, nós classe média não sofremos (concordo com a Lola). Nossa vida é boa. Quem diz o contrário ou é alienado ou quer convencer o resto de que teríamos muito mais se o governo fosse outro.

Anônimo disse...

Não era todos da classe media que pediam fora Dilma,fora PT, até porque esse nem foi o foco maior. A questão é que cada ano surge novos impostos para pagarmos e menos investimentos. Viu como foi rapido a construção de estadios? porque nao se empenham assim para construção de novos hospitais? escolas? porque nao investem no transporte publico? DINHEIRO TEM E MUITO. É isso que realmente precisa ser mudado, nosso dinheiro precisa ser melhor investido. Minha cidade já faliu 4 empresas centenarias, a questao é que com os ricos eles nao se metem, com o pobre eles querem os votos, e os da classe media, é as formiguinhas, trabalham trabalham... enquanto eles pegam aviaozinho da FAB e a gente pega onibus ou se iludi se achando o maximo com um ford KA, depois pagando absurdos de IPVa e licenciamento.. precisamos cobrar do governo, olha so quantas coisas paradas no congresso que foram discutidas. Merecemos um Brasil melhor, porque sabemos que é possivel isso. Deu de roubos, desvio de dinheiro publico. podemos mais.

Liz Santiago disse...

Muito bonitinho esse ímpeto questionador da leitora! Está certíssima. Só gostaria de fazer algumas considerações.
A definição de classe media é a seguinte: renda familiar media de 3 salários mínimos ( baixa classe media) a 15 salários mínimos ( alta classe media). Acima de 15 considera-se classe A, os ricos.
Me parece que a Adriana pertence a classe A na verdade. Assim como eu, por exemplo. Apesar de ter pais assalariados, ser estudante e ter irmao tb estudante, somos considerados ricos. Não vivemos com luxo, mas vivemos com muitos privilégios e não dependemos do governo. Mas acredito que esses privilégios são a realidade da alta classe media, aqueles que estao nao base desse grupo não desfrutam de viagens ao exterior anualmente, e provavelmente não têm acesso à educação e saúde privadas de valor elevado.
Uma coisa que eu acredito que a classe media tem direito sim de reclamar, assim como as classes mais pobres é do volume de tributos que pagam. Como no Brasil serviços e produtos são excessivamente taxados ( e isso todos pagam igualmente), a renda é taxada de forma desigual e de maneira injusta que privilegia as rendas mais altas. Um bom exemplo seria taxar de forma pesada os bens, e não as mercadorias, como é feito no Reino Unido. O imposto sobre grandes heranças é uma sub-espécie desse tipo de taxação, mas não deveria ser o único aprovado.
Essa identificação com a classe A que a Lola citou, me parece aquela coisa de ver o copo meio vazio ao invés do copo meio cheio, sabe? Nenhum plano econômico no mundo sera capaz de enriquecer a classe media como meio de mitigar desigualdades sociais- nem deveria. O objetivo é elevar o nível de vida das classes baixas. Os ricos sempre serão a minoria que destoa da população em geral, em qualquer lugar é assim, o quê deve ser combatido é esse abismo monumental entre os ricos e a classe media e baixa. Mas em geral a comparação que a classe media faz é de que eles vão empobrecendo e não de que os pobres estão enriquecendo, daí começam a se lamentar.

Ângela disse...

A classe média sofre porque não tem memória, nem aproveita sua boa condição pra se desenvolver intelectualmente. Lê mais Caras e Contigo que história e bom jornalismo...

Eu me lembro claramente de a minha vida, da minha família e dos meus amigos a-fun-dar no governo FHC. Quem tinha carro vendeu, quem tinha
emprego aturava qq desaforo pra não perder, salários defasados, trancamento de faculdade por não conseguir mais pagar, etc. Até CDs viraram artigo de luxo para mim!! Lembro também das campanhas salariais terroristas: tudo que nos "ofereciam" era cortar o vale-refeição, pra gente voltar pra casa sem um centavo de reajuste, mas resignado por ainda ter emprego.
Para eu votar no PT basta uma razão: PSDB (e afins) nunca mais!!!!

LSDiana! disse...

Por que direitista tem que ser tããão rabugento?
A garota posta um relato que condiz com a realidade de tanta gente e o cara dizer que empresário sofre mais que empregado. Oh, lord! rs

O maior problema do capitalismo é esse culto ao bem material que vem embutido como necessidade. Não, não tô falando como uma santa, também preciso de dinheiro, mas pra mim, mais vale a dignidade do maior nº de pessoas do que encher o rabicó de uma minoria com luxos.

Eu não vejo como concorrer de igual pra igual com classe alta, ou média alta, sendo que as oportunidades nunca foram as mesmas. Agora quando se tenta equilibrar isso, como o texto já diz, aparece a galera do "classe média sofre" pra falar mal até da 5º geração do Marx (oi?).

A direita tá se enforcando com a própria corda. Ainda bem!

LSDiana! disse...

Ângela disse... 16:20hs

"A classe média sofre porque não tem memória, nem aproveita sua boa condição pra se desenvolver intelectualmente. Lê mais Caras e Contigo que história e bom jornalismo..."

Perfeito!!!
Sugiro que leia:

http://socialistamorena.cartacapital.com.br/os-submergentes-o-descenso-da-classe-ab/

Trocaram museus em paris por bugigangas em miami. rs

° Emy ° disse...

Lola, faz favor? Exlui o comentário do idiota do Fábio, please? Ele já nos divertiu por hoje [SQN]!

Anônimo disse...

Corrigindo .entre sp e ribeirao preto sao 300 km .mas sao 7 pedagios ida e volta , 300/7= um pedagio à mais ou menos cada 40 km .

Ângela disse...

LSDiana, grata pela dica. ;)

Unknown disse...

Lola, amo vc e amo a Adriana... vir nesse blog todos os dias me faz continuar a ter fé que existem pessoas que saem do foco do umbigo próprio e olham pro lado!

pacheco disse...

Cês juram que quem viaja pro exterior e tem carro importado é classe média? Pra mim, é rico já.

Watashinomori~~ disse...

Lola, eu sou classe média e reclamo sobre o PT com relação aos investimentos em saúde, educação etc. Entretanto eu não apoio o aumento de imposto, eu vejo minha mãe que trabalha de se matar em dois empregos pra pagar um imposto de renda absurdo. A gente fica endividada por meses a fio pra pagar ao governo. Eu acredito na redistribuição de renda, mas declarar que o dinheiro pago no imposto de renda não faz falta é relativo. Acho realmente que rico deve pagar mais imposto que classe média (classe média é criatura tão sem problema que nem nomenclatura diferente tem, rsrs brinks) que deve pagar mais que pobre, mas esses valores são distorcidos e as porcentagens absurdas na minha opinião, se for pra pagar esse imposto de rena absurdo por que não se retira um tanto dos impostos sobre produtos, principalmente alimentícios, assim não tem tanto problema nos meses que se seguem pagando o leão. Mas realmente a classe média, não toda, anda reclamando sobre problemas inexistentes. Sobre essa imagem da garota segurando o cartaz sobre as cotas... sério isso? Pare o gigante que eu quero descer!
Ps.: Talvez eu tenha mal interpretado alguma coisa do post... não estou muito bem no momento... se foi má interpretação... ignore este comentário...

Mariana disse...

Concordo totalmente com o que disse a Patty, quando ela deu o exemplo do Instagram no Android e da mania de iPhone: a classe média tem HORROR à ideia de não ser exclusiva, daí o mimimi cada vez que algum de seus produtos e hábitos se popularizam (tem gente que até GOSTA de pagar mais, só pra manter o status "premium" de produtos que só são "premium" no Brasil), e a choradeira cada vez que precisam coexistir com um universo mais diversificado de consumidores (diferente dos brancos e com roupa de grife de sempre).

Também concordo com quem disse que a classe média se apoia num discurso furado de meritocracia pra justificar seu status de classe média (e sua esperança de virar classe alta, daí a identificação aspiracional com os ricos). O problema é que é complicado se falar em meritocracia em um país como o Brasil, onde quem nasce POBRE dificilmente vai deixar de ser pobre (via de regra, vai estudar em escolas ruins, não vai passar no vestibular, ou até vai precisar parar de estudar pra trabalhar e ajudar em casa, etc) e onde quem já nasce na classe média tem mais possibilidades de melhorar, uma vez que não precisa escolher entre estudar ou trabalhar por merreca pra não morrer de fome.

É muito bom ver uma menina de 16 anos e da classe média alta ser tão crítica e não engolir facilmente os discursos dos amigos e da grande mídia. Eu confesso que, aos 17, às vésperas de tentar o vestibular, eu era contra as cotas. Pensava que minha mãe tinha dado duro demais pra eu estudar e que os outros não deveriam ter "vantagens" se não tinham "capacidade". Péssimo, eu sei, e hoje morro de vergonha disso. Mas bastou UMA SEMANA na UFRJ pra eu mudar totalmente de opinião e passar a concordar com as cotas. 95% dos meus colegas eram brancos e de classe média alta, com muito mais grana do que eu (e olha que nunca fui exatamente pobre). Diante disso, vi que era praticamente impossível pra quem nasceu pobre e que passar no vestibular não era uma questão de "capacidade", mas sim das vantagens que cada um tem de acordo com a classe social em que nasce.

Mariana disse...

Agora, sobre as diferenças entre PT e PSDB... Sou mais velha que a Adriana, então me lembro da era FHC e posso tentar contribuir com a comparação.

Como eu disse, nunca fui exatamente pobre. Acho que nasci na classe média baixa, com pai advogado e mãe funcionária pública (professora de ensino fundamental). Mas, como os dois são divorciados, minha mãe segurou mais a minha criação, junto com a pensão do meu pai, que deu pra me manter na escola particular até a oitava série. Eu lembro que, no fim dos anos 90, minha mãe vivia no vermelho e vivia fazendo empréstimo pra poder pagar todas as contas. Isso é porque o salário dela tava congelado há anos, assim como o de vários funcionários públicos, que tinham estabilidade no emprego, mas a renda super defasada. Quase não podíamos comprar coisas pra casa (eletrodomésticos, móveis novos, etc), tivemos que vender o carro e continuar morando em um bairro bem uó do subúrbio carioca, já que não tínhamos dinheiro ou perspectiva de sair dali. Também lembro da falta de esperança e de planos da maioria das pessoas da minha família (com poucas exceções) e da vizinhança, elas aceitavam uma vida apertada pra não perder o emprego e não saber pra onde ir depois. Outras lembranças marcantes foram as duas greves de professores que tive no ensino médio (em 2001 e 2003), quando já estudava no Pedro II, um colégio federal. A educação federal estava jogada às traças com o Paulo Renato (ministro da educação na época). Enfim, não tenho saudades da era FHC.

No governo Lula, as coisas começaram a melhorar lá em casa. Com o tempo, o salário da minha mãe foi aumentando a ponto de eu não precisar arrumar um emprego full-time durante a faculdade (fazia estágio, mas com o objetivo de aprimorar o currículo, já que não precisava usar todo a bolsa pra ajudar em casa). Conseguimos sair do bairro uó, minha mãe agora pode gastar mais em lazer, além de proporcionar uma vida mais confortável pra minha avó, que é doente. Não falta grana pra viver bem (não tão bem como classe média alta, mas bem). Também pude viajar algumas vezes pra Europa e hoje faço mestrado na Bélgica, com a ajuda da família. (Por falar em Bélgica, aqui existem vários benefícios sociais para os mais pobres, semelhantes aos que a Dona Coisa teve no Canadá, e que deixariam a classe média egoísta do Brasil morta de ódio).

Pela minha experiência, o PT no governo foi bem melhor do que o PSDB, que criou um Brasil excludente e submisso (hoje não escuto mais falar de FMI). Claro que tenho minhas críticas, por exemplo o fato de a Dilma se omitir sobre o backlash conservador no Brasil (não caio na esparrela da corrupção, isso existe desde que o Brasil é Brasil). Mas não quero que 2014 seja 2001. Parafraseando a Lola, PSDB nunca mais!

EURONYMOUS DEMOGORGON disse...

lola, voce não acha que o bolsa família faz a população miserável e as favelas aumentarem mais ainda? não seria melhor fazer um controle de natalidade, incentivar a camisinha, esterilizar parte da população carente?

mas eu to nem aí, eu pelo menos não terei filhos, não tenho namorada, não vou me casar, e quero mais é que esse país se foda, assistirei a ruína do mundo isolado de tudo, eu vejo esses protestos todos e só fico em casa me divertindo vendo a população se matar na rua, a tola humanidade maria vai com as outras, macacos de imitação.

detalhe: não sou classe media, sou desempregado, mas nem por isso vou virar esquerdista, o ideal é pensar em soluções melhores do que essas regras coitadistas do marxismo cultural.

EURONYMOUS DEMOGORGON disse...

não seria melhor fazer controle de natalidade em vez de bolsa família? não seria melhor esterilizar grande parte da população que não acrescenta em nada pro país? eu sou desempregado e não sou classe media, nem por isso vou ficar apoiando esquerdismo que pra mim não faz sentido. sou anti-natarlista e anti-humanista.

Elaine Cris disse...

Confesso que estou incomodada com esse título "por que a classe média sofre tanto" quando pra mim ficou claro que a garota está falando do estilo de vida de um pessoal que não é classe média, ainda que seja considerado como tal pela Veja, por si mesma, por certos indicadores, sei lá.

Essa ilustração da vida da classe média me soa tão distante da realidade de quem realmente é classe média.
Aliás, fico sem saber se a utilização excessiva agora dessa expressão "classe média sofre" não acaba sendo uma armadilha em algumas situações.
Lembrem-se que há poucos dias a marcha das vadias foi acusada disso naquele episódio com o morador de rua. "Moças brancas, classe média, feministas, estão reclamando de quê mesmo?" Foi mais ou menos o argumento que foi usado contra o feminismo.
Fica a impressão de que se você já tem o básico, o mínimo necessário, se reclama de qualquer coisa, aponta qualquer injustiça ou quer melhores condições, é mimimi, é "classe média sofredora".

Liz Santiago disse...

Mandei um comentário mais cedo e acho que houve algum problema.... Então mando de novo!
Gostei muito do post.
A definição de classe media - classes C e B, cobre famílias com renda familiar media de 3 a 15 salários mínimos /mês, dividindo-se em baixa, media e alta classe media. E como essa faixa é muito grande e comporta muitas diferenças é importante não generalizar. A baixa classe media ainda depende sim de serviços públicos de saúde, talvez de educação, e com certeza de transporte publico. Alias, desse ultimo até eu dependo e muito, apesar de pertencer oficialmente à classe A. E acredito que a Adriana também pertença, ou pelo menos chega bem perto dessa faixa, porque viagens ao exterior anuais, carros importados e etc não são privilégios a que toda a classe media alcança. Independente dos avanços sociais e econômicos da ultima década.
Uma reclamação que considero legitima por parte da classe media e dos mais pobres é sobre o peso que a tributação tem sobre sua renda. No Brasil serviços e mercadorias são excessivamente taxados e isso todos nós pagamos, indistintamente. E a própria cobrança sobre a renda é totalmente injusta. Uma reforma tributaria deveria além de desonerar produtos e serviços, focar mais na taxação sobre bens. Assim quem realmente possui mais dinheiro areia responsabilizado por uma parcela maior, e imposto sobre grandes heranças é um bom exemplo. Só a título de comparação, no Reino Unido dependendo de quantos aparelhos de TV você tem em casa, vc paga mais imposto. O produto em si já tem uma carga tributaria normal, mas o que é sobretaxado é o acúmulo, supõe-se que quanto mais eletrodomésticos sua casa possui, mais rico você é, então....e é assim com muitas outras coisas.
E sem querer discutir inclinações políticas, me parece que aquela identificação da classe media com os ricos é também um medo de ser rebaixado à condição de classe baixa. Nenhum plano ou medida econômico que vise diminuir as desigualdades sociais e alavancar a economia e nível de vida de um pais, vai fazê-lo enriquecendo a classe media. Nem deveria. O objetivo é elevar o nível dos mais pobres. Dai a classe media que naturalmente tende a estabilizar vê esse movimento como um empobrecimento próprio, e não um "enriquecimento" dos mais pobres. E mirar-se na classe mais rica não faz sentido pq aqueles muitos abastados, que vivem com luxos se,pre serão a minoria em qualquer lugar. O quê os governos deveriam pretender é mitigar esse gap monumental entre o poder econômico desses gatos pingados e o do resto da população.

Unknown disse...

Cara, ri pra caramba com o comentário da menina que falou sobre a classe média reclamar da chegada do Instagram pro Android. Putz, isso é pura verdade, chega ser triste ler esse tipo de comentário no Facebook.

Lembro que uma vez eu tava conversando com uns doidos numa antiga empresa, e eles me perguntaram que sistema eu usava e eu respondi: Linux. Ai, eles começaram a rir e me chamaram de pobre, e não sei o que... ai eu disse: "e vocês se acham ricos pra caralho usando Windows crackeado". Eles ficaram quietos. Foi ridículo.

Sonado Alaikor disse...

Li na hora do almoço no tablet (que seria um sonho inalcançável para os padrões econômicos de vida de meus país a 20 anos atras) enquanto ia ao trabalho.
Tenho comentado muito pouco aqui Lola, amo ler seus textos mas não tenho mais tido tempo para usar meu Desktop e comentar.

Moçinha de 16 anos que não recordo mais o nome (após ler todos os nomes), obrigado por ter feito meu dia que estava meio cinzento voltar a ter cor :D
É por jovens como você que este jovem adulto aqui ainda tem alguma fé na humanidade :P

Já passei fome e sei apenas do que lembro, de meus pais deixarem de comer para que eu tivesse o que comer. Realmente, trabalho duro nos fez sair da miséria, mas 14h de trabalho diários cobraram muito, hoje meu pai padece de problemas do coração e minha mãe de diversos problemas de articulação, ambos pelo excesso de trabalho.
Cade o céu que a galerinha da direita nos prometeu? Ainda estamos esperando...

Depois minha revolta contra as elites, minha inclinação a anarquia é mera rebeldia sem propósito. Mas largar tudo e mostrar na pratica como o dia a dia de proletário leva alguém a ser um milionário nenhum burgues quer não é? ¬¬

Enfim. Meu dia foi excelente graças a este texto, renovou minha fé :P

Sonado Alaikor disse...

"não seria melhor fazer controle de natalidade em vez de bolsa família? não seria melhor esterilizar grande parte da população que não acrescenta em nada pro país? eu sou desempregado e não sou classe media, nem por isso vou ficar apoiando esquerdismo que pra mim não faz sentido. sou anti-natarlista e anti-humanista."

Solução para o seu problema eu vou dar, uma azeitona na sua cabeça é só colocar!
Suicídio é uma forma eficaz de anti humanismo cara, e o melhor de tudo, não causa o inconveniente problema de afetar o país :D

Certo, eu fui grosseiro, minhas sinceras desculpas mas o troll em min não poderia deixar esta passar

"Socialistas marxistas acreditam que a sua revolução e a única forma de salvar o mundo, caso não de certo, que a sociedade seja reduzida a pó então, este e o terror revolucionário, seguido por gramcistas e anarquistas a fio"

O Fabio, vê se xinga e não ofende. Bakunin ter dado um soco em Marx deveria ser o bastante para um GÊNIO como você compreender o quão perto da anarquia o marxismo esta. Se nem entende a diferença entre pensamentos políticos, pode ao menos estudar antes de falar asneiras não?
To podendo com esse nível de ignorância não filho, se você não tem dinheiro para pagar seus estudos tem problema não, existe educação publica, só fica nessa se for opção sua não estudar u.u
Não vai pensando que citar uma das mais respeitadas internacionalmente intelectuais brasileiras (segundo algumas das maiores mentes atuais ela é uma das maiores intelectuais do mundo) dá embasamento pra groselha não cara, ainda mais que vc tentou ser pejorativo '-'

Anônimo disse...

@vbfri


Só me ocorre uma coisa, de fato... A classe média reclama que vai ter que limpar a própria sujeira, cuidar dos próprios filhos e passar a própria roupa.
Não estou vendo qual é o problema nisso.
A Europa e os EUA, tão amados, idolatrados, salve-salve, pela classe média faz isso há décadas.
Querem ser um país de primeiro mundo? Esse é um dos preços a se pagar.


Perfeito!!!
Minha Irma vive em Londres, sabe quanto custa uma faxineira lá?? Umas 12 libras por hora, se nao me engano(arredondando pra mais, uns 50 reais por hora) , isso se nao for mais,!!!
E pensa que ' faxina ' na Europa e arrastar móvel , lavar banheiro etc?? Que nada,e so passar um paninho e olhe lá,
Quem quiser empregada domestica,mordomia por lá, que seja rico e pague caro, caso contrario,cada um que limpe o seu.
Perfeita sua colocação.

Mariane disse...

A língua é machista. Por exemplo, se fala assim: os médicos estão protestando contra o PT. São as médicas e os médicos que estão protestando , certo? Mas é sempre usado médico ( no masculino), pois até a língua privilegia os homens. Então o X , deixa a palavra neutra, não privilegiando nenhum.

Anônimo disse...

Nossa, obrigada por me esclarecer sobre esse X no lugar das vogais,,.juro que nao sabia de onde tinha vindo,,.:)

MonaLisa disse...

Meu padrinho é de direita e adepto do classe média sofre. As vezes ele vem querer 'debater' comigo sobre política, leia-se impor a vontade dele, já que eu sou a única na família inteira que estudou Ciências Políticas, e eu fico só escutando e finjo que concordo com ele.

O detalhe é que, depois do governo Lula ele comprou 3 carros, só que ele só tem garagem pra UM e não tem possibilidade de reforma na casa dele. E ele guarda os outros dois na minha garagem, já que moramos perto, isso sem contar, quando o namorado da minha prima vem da cidade dele (que é uns 300 km da nossa) pra cá e deixa o carro dele tbm na minha casa. Ele fala sobre isso com minha mãe: - Como é que eu ia imaginar que teria 3 carros? Eu pensei que malemá eu teria uma bicicleta.

Ele se formou ano retrasado na UFSCAR, lugar que ele trabalha, e quando eu perguntei pq ele não ia trabalhar na área, ele disse que é pq as empresas não contratam pela idade que ele tem, 58 anos. Dá vontade de falar se não é ele que defende o 'livre mercado'. rsrsrs

Blanca disse...

Gente, se ser classe média é ser isso, eu não sou classe média! Foi mal, pessoas, mas eu sempre me considerei de classe média (baixa). Mas ainda assim classe média.
Não curto isso de "minha vida melhorou depois do Lula". Sei que o país mudou à beça e, como a autora do guestpost, tenho zilhões de dúvidas e só um ano a mais que ela. Mas gente, eu, por enquanto, continuo achando o bolsa família algo terrível.

Minha mãe trabalhou numa ong em que várias das pessoas (todas, praticamente) que iam lá para aulas de informática, enfim, usufruir dos serviços, tinham bolsa família. Várias mulheres diziam para minha mãe que preferiam receber o bolsa família a trabalhar, Lola! Não tô generalizando, não eram todas. Eu SEI que há exceções. Não sou cega. Mas a ONG tinha um programa de arranjar emprego com carteira assinada e muitas delas recusavam para ter o bolsa família...

Sei que é um programa de médio a longo prazo. Mas perco a fé nas coisas muito facilmente, e não acredito que daqui a 50 anos vamos ter bons hospitais, boas escolas, empregos (e não trabalho quase escravo pra tanta gente).

Mas concordo com o que ela diz: a classe média acha que sofre mt, reclama de tudo tendo tanta coisa na mão, coisa que tanta gente não tem e talvez nunca venha a ter. Tenho um amigo que vive dizendo que sofre e tal, ele mora bastante longe da escola que a gente estuda. Mas ele tem TUDO que ele quer! Absolutamente tudo!


Tenho mais dúvidas que a autora do post, acho. Mudei de opinião várias vezes enquanto escrevia...

LOVE MAKES A FAMILY disse...

Lola, eu também sonho com um país só de classe média.Odeio hierarquias, odeio diferenças, odeio quem humilha o próximo, odeio quem se acha superior ao outro. E em nosso país, infelizmente, vivemos uma sociedade de origem escravocrata, que ama as diferenças.
Eu penso que depois que foi aprovada a PEC das empregadas, a classe média ficou emputecida com isso. A nossa classe media emputeceu, também, por ter mais distribuição de renda no Brasil.

Ao contrário de você, Lola, eu não era classe média. Quando nasci, eu era. Aos 4 anos, meu pai, que era médico, servidor público, faleceu. Faleceu cedo e não teve tempo de "fazer" dinheiro. Minha mãe, de dona de casa, sem ensino superior, passou a trabalhara fora, mas ganhando pouco pra manter uma grande família de 7 filhos. Daí, passei a infância, adolescência na classe baixa, baixa mesmo, daquela que ia de bamba rasgado para aula, que não comia danone, como a meninada de hoje em dia, que só ganhava roupa e calçado no natal, que só fiz escola privada porque concorri a uma bolsa de estudo, através de um vestibulinho. Mas, daí, eu e meus irmãos estudamos, fizemos faculdade e a vida melhorou 100%. Meus sobrinhos nem conseguem imaginar o que a gente passou. Eles têm uma vida tal qual sua pequena e linda leitora de 16 anos.

E o governo PT, concordo, melhorou muito a nossa sociedade. Sei que ainda estamos aquém de uma igualdade social, falta muito para termos mais igualdade, para sermos, de fato, um país de maioria de classe média-meu sonho!

Toda a ira da classe média, desta que não tem consciência de nada, que gosta da opressão e das diferenças, é porque o governo PT tem dado mais dignidade aos que nunca foram vistos.

Ah, como eu sonho com mais adolescentes e jovens como a Adriana!!! Menina linda!!!

Sara disse...

O Brasil tem a uma das maiores taxas de impostos do mundo, mas ainda assim os serviços de saúde, educação, saneamento entre outros é deplorável.
Eu jamais vi nenhuma diferença entre os governos do PSDB e do PT, alias eu acredito que não existe OPOSIÇÃO ao PT, (a q existia foi devidamente comprada) são todos exatamente iguais em matéria de corrupção, desvios de verbas publicas e outras cositas mas...
Eu não me importaria de pagar meus impostos, se eles fossem para a finalidade que deveriam ser destinados, mas saber q grande parte desses impostos vai parar nas CUECAS desses políticos safados , me da muita raiva, me desculpe Lola e essa q escreveu o guest post, NÃO reclamo de minhas condições de vida, se saio as ruas para protestar, é pelo descalabro do que fazem esses políticos com o dinheiro publico, e pq estou farta de ver hospitais sem condições nenhumas, escolas q nada ensinam além de estarem todas destruídas , obras paradas e superfaturadas, muito embora eu NÃO PRECISE DESSES SERVIÇOS, mas meus impostos deveriam suprir a necessidade dos que deles precisam, me doi dizer mas pelo menos no tempo da ditadura militar, eu estudei em escolas publicas, uma delas havia até chuveiros e armários para os estudantes, laboratórios de química muito bem equipados, bibliotecas, varias quadras, e muitas outras coisas q hje são inimagináveis se encontrar em escolas publicas, quando eu falo tem muita gente mais jovem que nem me acredita.
A saúde tb não era tão precária assim, podem xingar o quanto for , mas a verdade é essa.
E pra mim dar bolsa esmola para manter um curral eleitoral é CRIMINOSO, até o lixo do LULA falava isso antes de ser eleito, mas bastou estar lá pra usar desse recurso NOJENTO.
o ASSISTENCIALISMO precisa existir para garantir a vida e saúde e educação de populações em fragilidade social, mas o principal objetivo deveria ser TIRAR ESSAS POPULAÇÕES DA MISÉRIA, e não mantê-las presas como é feito através dessas bolsas "o diabo a quatro".

LSDiana! disse...

Digníssimo troll DARK GUILD DEATH ADDER,

"não seria melhor fazer um controle de natalidade, incentivar a camisinha, esterilizar parte da população carente?"

Desde a implantação do Bolsa Família, a Taxa de Natalidade já caiu 25%

Conforme dados do último Censo, a Taxa de fecundidade da mulher brasileira caiu de 2,40 em 2002 para 1,90 em 2010. Ou seja, a relação entre o número de nascimentos e o número de mulheres em idade fértil despencou 20,83%.

No mesmo período, a Taxa bruta de natalidade caiu 25,63%, passando de 20,33 em 2002 para 15,12 em 2010.

"mas eu to nem aí, eu pelo menos não terei filhos, não tenho namorada, não vou me casar, e quero mais é que esse país se foda, assistirei a ruína do mundo isolado de tudo"

Se você não tá nem aí, por quê então veio trollar?
A humanidade agradece que você não gere mais imbecis como você.
Imagino, mas não posso acusar o motivo de você não ter namorada (o).
Por favor, me diga onde você vai se isolar, pois gostaria de mandar alguns reaças pra algum lugar semelhante.

"não seria melhor esterilizar grande parte da população que não acrescenta em nada pro país? eu sou desempregado e não sou classe media, nem por isso vou ficar apoiando esquerdismo que pra mim não faz sentido. sou anti-natarlista e anti-humanista."

Esterilizar parte da população que não acrescenta nada pro país, tipo quem, você?

O ideal mesmo, seria se você pudesse viver no mundo que vc idealizou. Acho que não existiria castigo pior.

LSDiana! disse...

Fabio, se você conseguir descobrir onde o ser bizarro (DARK GUILD DEATH ADDER)vai se isolar, aconselho tentar a vida por lá também.
Deve ser foda se divertir somente a base dos sofrimentos alheios, hein?! E tá cada vez mais difícil encontrar "desgraçados" pra alimentar seu sadismo...

Realmente, classe média sofre.

hahahha

LSDiana! disse...

Sara, nem vou entrar em discussão por não concordar contigo.
Só uma coisa que você disse que me fez querer comentar:

"E pra mim dar bolsa esmola para manter um curral eleitoral é CRIMINOSO"

1º é bolsa família. É muito feio tentar argumentar usando termos assim, mas blz.
2º qualquer outro partido que entrar após o pt, pode continuar, ampliar e até melhorar o bolsa família, então não acho que seja criminoso. Crime é deixar tanta gente a beira da miséria enquanto outros esbanjam luxos que nenhum de nós aqui, mesmo sendo classe média, jamais teremos.


Sara disse...

LS Diana
Um empresário ofereceu um curso para mulheres em algum estado do Nordeste q não me lembro agora, era um curso se não me engano para tecer rendas, q são muito valorizadas em artesanatos, pois bem essas mulheres se formaram no curso e receberam uma proposta de emprego na empresa que esse homem estava montando, todas elas recebiam esse bolsa ESMOLA, a proposta era de terem carteira assinada e direitos trabalhistas, NENHUMA quis o emprego nessas condições, elas propuseram de trabalharem , mas sem registro em carteira para NÃO PERDEREM A TAL BOLSA ESMOLA.
A carteira de trabalho assinada traria garantias para essas trabalhadoras e seus familiares, mas elas preferiram declinar para manter essas bolsas, não percebendo no erro q estavam incorrendo.
Esse é apenas um exemplo , mas há milhares pelo Brasil afora, não consigo enxergar o beneficio real de vc manter milhões de pessoas com essas bolsas que pagam uma miséria, sem estimular de alguma maneira que essas pessoas saiam dessa dependência, se vc não percebe isso sinto muito...

Sandro disse...

A autora demonstrou toda a sua ignorância, nesta passagem:

"Mas, pra mim, por ser classe média, os anos 90 foram bons. Eu só sofri no bolso quando entrei no mestrado e vi que o valor da bolsa estava congelado havia oito anos!
Mas não tem como ficar comparando o governo FHC com os do PT pra sempre. A realidade da "herança maldita" (os problemas que o PSDB deixou ao país) não é mais assunto. Em 2014 os eleitores não vão comparar a administração de Dilma com a de um governo que acabou doze anos atrás. Vão comparar com o que deveria ser."


A "herança maldita" foi uma moeda estabilizada. O Plano Real melhorou principalmente a vida dos mais pobres. Pois aquela inflação dos anos 80 e 90 não afetava diretamente a classe média e muito menos os ricos, pois estes possuíam aplicações bancárias que os protegiam diariamente de depreciação da moeda. Quem realmente sofria eram os pobres (com os quais a autora diz estar preocupada) que não tinham acesso ao sistema bancário.

Priscila de Meireles Rodrigues disse...

Muito bom o texto porque é assim que eu penso. Sou de classe média e acho que há dez anos atrás eu era classe média baixa mesmo. Nunca passei fome nem nada, mas não tinha poder de compra MESMO. E isso que na minha família NINGUÉM É PTista. Mas cada vez que eu vejo alguém dizendo "Fora PT" me dá nos nervos. No início do governo Lula eu pensava "Os tempos são outros, as oportunidades são outras", mas o governo petista é muito mais inovador que o PSDB, sem dúvidas. Com a possibilidade do PSDB voltar ao poder no governo federal só penso "Será que os anos 00 serão os melhores da minha vida? A época que eu era mais "endinheirada"? Sério, porque há bons estudos apontando que o Brasil só não teria se enfiado em uma crise cabulosa se não fosse o Bolsa Família. Eu acho assim, não deveriamos ficar preocupados em dividir os governos com "bonzinhos e mauzinhos", pelo amor, alguma coisas eles tem que fazer e não vão agradar a todos! Mas com certeza, o governo PT é muito melhor que um PSDB conservador.

Anna disse...

Me cansa essa conversa toda contra a "classe média", como se ela fosse uma entidade terrivel e homogenea e critica-la transforma-se o crítico em alguem especial. so que pela renda das classes a maioria aqui d}eve ser, no mínimo, Classe Média

"Qual a faixa de renda familiar das classes?
Classe A: Acima de R$9.745,00
Classe B: de R$7.475,00 a R$9.745,00
Classe C: de R$1.734, a R$7.475,00
Classe D: de R$1.085,00 a R$1.734,00
Classe E: de R$0,00 a de R$1.085,00
*Ajustado pela POF
**Atualizado a preços de julho de 2011"
fonte:http://cps.fgv.br/duvidas/6

Unknown disse...

http://classemediasofre.tumblr.com/ uma coletânea de posts sofridos, da SOFRIDÍSSIMA classe média brasileira. divirtam-se! :D

Junior disse...

Discordo, não é "punindo os ricos" pelo seu sucesso que se alcançará igualdade e justiça, vamos deixar o Robin Hood pra fantasia. Se esses tais "exploradores do proletariado" que vocês tanto criticam não existisse, teriamos pouca (ou nenhuma) oferta de bens, serviços, lazer, apenas aquilo que a ineficiente maquina estatal consegue nos proporcionar. Lola equivoca-se monstruosamente quando diz que a causa do Brasil não ter melhorado "mais do que deveria" se deve ao PT não ter sido "esquerdista o suficiente", não, foram justamente essas medidas as quais vocês consideram "de direita" que impediram que esse pais fosse ao colapso. Outra coisa, PSDB na visão dos liberais é quase tão ruim quanto o proprio PT, porem é consenso que a herança não foi nada maldita, FHC deixou boas sementes para que o PT de Lula e Dilma ficassem com os meritos em seguida, renomeando programas já existentes e mascarando estatiscas. Se a garota diz que todos ao redor dela estão mais ricos, bem é facil apontar apenas aquilo que está no nosso campo de visão né? O bolsa-familia que deveria ser uma medida emergencial já tem pessoas completando DEZ ANOS, ou seja é sim apenas uma esmola pois da forma que o mercado é sufocado e burocratizado nesse pais (politica de esquerda), é dificil abrir um empreendimento para empregar pessoas e oferecer serviços/produtos (coisas que elevam a qualidade de vida). Enfim, infelizmente a unica forma de convencer vocês disso é fazer com que o brasil tenha uma era bem tragica de socialismo (tal como muitos paises que já passaram pelo mesmo nunca mais quiseram saber dele) para abrir os olhos e entender que o liberalismo economico interessa mais aos pobres do que aos proprios ricos, afinal é muito mais facil você ter dinheiro no bolso e escolher o serviço mais adequado as suas necessidades do que deixar um poder centralizador empurrar goela abaixo algo padronizado que sempre deixará alguem insatisfeito.

Thainara Carreiro disse...

Vou escrever a realidade da minha família: Tenho 18 anos, sempre estudei em colégio particular, mas tmb moro numa cidade pequena. Eu lembro que uns 10 anos atrás as coisas na minha casa não eram nem um pouco fáceis como são hoje.
É como a Adri disse, meus pais sempre trabalharam muito pra ter uma vida estável, mas nada comparado a antes.
Morei 7 anos com meus avós, essa época meu tio era adolescente e ele não tinha nenhuma mordomia que meu avô me dá hoje, ex: Trocar de celular com frequencia, tanto eu quanto ele, ou qualquer pessoa da familia. Ter um bom carro, poder sair a vontade ou viajar sem preocupações, fazer muito mais compras, como coisas que não são essenciais. Ou seja, essas coisinhas bobas que ao meu ver fizeram muita diferença de uns anos pra cá, nessa mudança de governo.
Lembro tmb que essa época em que morei com meus avós, meu tio não pode fazer faculdade, foi fazer apenas quando ele trabalhou e pagou, com meu pai e minha mãe tmb foi assim. E hoje eu posso fazer uma faculdade particular, morar perto da instituição etc. Coisas que anos atras não eram possiveis. Então na minha familia mudou bastante a realidade. Antes nós tinhamos as coisas, mas hoje podemos nos dar o luxo de escolher o melhor, viajar, estudar sem precisar trabalhar etc.

LEON CAR BARA disse...

Lola, concordo em partes com seus argumentos. Não me considero a dita classe média que você descreve, mas não posso ser hipócrita de me considerar como pobre, pois tem regalias que muitos não tem. Não concordo com as cotas e "bolsas-esmola" e digo isso como uma pessoa que usufrui de uma cota para entrar na faculdade, mas que não considero valido. O que sempre contestei é que cotas e afins geram pessoas menos esforçadas. Não estou dizendo que as mesma não fazem o seu bem. Que muitos saíram da pobreza por causa delas é um fato. mas outros muitos criaram uma verdadeira máfia, uma cultura do bolsa-esmola. Acredito que grande parte dos males desse pais seriam resolvidos com uma educação desde o começo de boa qualidade. Dizer que não há emprego é balela. existe muito, porem não há mao de obra qualificada. Concordo que a classe média tem pouco a reclamar porem não concordo que o governo PT e afins tenha feito um bem tão grande assim. Apenas continuou mais um governo de esmolas demagogas que vem se arrastando por inúmeros governos anteriores. um abraço Leonardo Bara

Anônimo disse...

Lola, ninguém falou da parte mais incrível do post. A linguagem comunica por palavras e por imagens e às imagens do post dizem muito. Não podemos perder de vista o tamanho da manipulação que esse pseudo meio de comunicação chamado Veja e todos os seus semelhantes incutem diariamente na classe média, que continua a acreditar que está s informando. Sou classe média alta e o primeiro passo pra não sofrer foi desligar a tv e fugir da banca de jornal. Um viva ao jornalismo independente.

A Capitalista disse...

Prezada, se quer entender a direta e a esquerda de verdade, nunca o fará lendo blogs sendo eles de direita ou de esquerda (com todo o respeito, lola). O blog é legal mas NUNCA vai explicar direito o que é uma ideologia e sempre será deveras parcial na hora de explicar uma ideologia.

Se você quer entender verdadeiramente compre leia "O capital" do Marx e qualquer outro livro de esquerda que quiser. Depois leia Friedrich Kayek, Ludwig Von Mises, Milton Friedman e Adam Smith e Ayn Rand. Com isso você muito provavelmente entenderá a direita, a economia e porque a esquerda é moralmente (roubo da propriedade privada) e economicamente (não funciona economicamente).

A Capitalista disse...

Quanto às rasgações de seda de "minha vida melhorou nos útlimos dez anos", dois pontos:

Primeiro que devem ser analisados dados concretos, e os dados como um todo, não apenas os dados interessantes e bonitos. É como uma máquina fotográfica. A propaganda fala que ela tem 20 megapixels. mas a imagem é uma merda, porque o que vende são os megapixels mas eles de nada adiantam sem o resto das lentes e coisa e tal com qualidade. É como colocar um motor de 500 cavalos e usar pneu de bicicleta. Vai vender falando que tem 500 cavalos, mas o carro não sai do lugar.

2 - Os dados da sua família podem ter melhorado pelo ESFORÇO dos participantes. A tendência de quem se esforça é justamente melhorar de vida. Brasileiro tem que parar com essa mania imbecil de colocar toda a responsabilidade pelo sucesso e cupa pelo fracasso nas costas do governo. Governo é governo, não sei papai e mamãe pra passar a mão na sua cabeça, dar a mão para você atravessar a rua.

jacmila disse...

Ufa! inda bem q sempre limpei minha casa, lavei minhas roupas. E as poucas x na vida q rolou empregada, faxineira achei uma merda; q relação scrota. Vou limpar minha sujeira até a morte, com gosto e orgulho.
Esse papo de classe mérdia sofre é um saaaaco! Quem se dá bem com essa briguinha imbecil são os donos do sistema: bancos, gdes empresários.
Essa briguinha pra saber quem é esquerdista e direitista tb é uma merda!
Como mulher - tenho q dizer branca e cis - q meeerda! - amo poder ter minha casa, a minha propriedade particular, onde surtados do genero masculino acompanhados das suas piriguetes, cheios de alcool e outras drogas na cabeça, ou mesmo a droga q são eles mesmos não estão convidados pq são uns recalcados, feiosos, ignorantes e eles sabem disso e não movem uma palha pra sair dessa merda q eles e esse sistema patriarcal fdp construiu.
E quero poder ter a liberdade de ter sossego no meu espaço, mas não, tem aquele receio permanente dum safado q prefere a "vida loka" ao estudo, invadir, matar, pq os ricaços pra valer tão pouco se lixando.
Ah mas os covardes preferem atacar quem desabafa isso aqui! dedo do meio procês esquerdistas, direitistas, feministas de carteirinha, tabletistas, bedéis da vida alheia!

Unknown disse...

Lolinha, vc é linda! Sério.. admiro vc muito!!! Antes de abrir qualquer site de revista, jornal... Abro o Blog que está nos favoritos! hehehehe
E muiiiito fofa a Adri!! Adoro seus guest posts..
Beijo

(Agora que vi que tá todo mundo te chamando de linda!! hahahaha viu, o que vc faz com seus leitorxs???)

Patrick disse...

Sara, você passou adiante uma notícia sem checar a fonte. Essa história das costureiras cearenses que preferiram continuar no Bolsa Família a trabalhar é um hoax. Segue a análise do Quatro Campos, dedicado a desvendar esse tipo de spam:

Curso para 500 costureiras inscritas no Bolsa Família do Ceará

Mais uma notícia bombástica, que circula desde agosto de 2009, não tem origem definida, nem autoria assumida; não possui a indicação da data nem do local da publicação.

Ela circula na Internet, em jornais, em blogs e páginas que a repetem sem a preocupação de indicar a origem, ou seja, onde ela foi publicada inicialmente, quem é o autor e qual a data da publicação. Enfim, coisa suspeita.

(...)

Segundo Nota do Ministério do Desenvolvimento Social, "Assim que terminou o curso de costura industrial promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em Fortaleza (CE), Lúcia Inês Batista da Silva começou a trabalhar numa das maiores indústrias de confecções do país.
...

"A história de Lúcia Batista desmente texto anônimo que circula na internet, segundo o qual 500 mulheres atendidas pelo programa de transferência de renda foram capacitadas na área têxtil, em Fortaleza, e nenhuma delas aceitou emprego para não perder o benefício do Bolsa Família.
...

"Lúcia Batista integra o grupo de 240 beneficiárias (e não 500, como diz o texto) que iniciaram a qualificação. Destas, 154 finalizaram o curso ... e foram encaminhadas ao Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem em Geral no Estado do Ceará (Sinditêxtil), que deveria viabilizar o ingresso das beneficiárias no mercado de trabalho, conforme prevê o acordo de cooperação técnica assinado, em 5 de junho de 2008, entre a Secretaria Municipal de Assistência Social de Fortaleza (Semas), o Sinditêxtil e o Senai regional do Ceará.

"Levantamento feito pela Semas, sobre 145 mulheres que foram qualificadas e encaminhadas ao sindicato, mostra que apenas 16 beneficiárias ou 11% foram indicadas pelo Sinditêxtil para entrevistas de empregos em empresas de seus associados.
...
"Um exemplo é a beneficiária do Bolsa Família Francisca da Silva Santos. Ela, que também fez o curso profissionalizante, foi entrevistada por uma outra indústria de confecções, há mais de um ano, e até agora não foi chamada para trabalhar. Viúva e mãe de três filhos, Francisca se vira como pode. Comprou uma máquina de costura e faz consertos básicos. “Ganho uns trocados que dá para comprar o pão. “Quero ter o meu emprego e a minha carteira de trabalho assinada”, afirma a beneficiária, contradizendo o texto que tenta disseminar a falsa idéia de que a população atendida pelo Bolsa Família fica acomodada ao receber o benefício.

"O balanço da Semas aponta que 57 mulheres foram inseridas no mercado de trabalho da capital cearense, mesmo sem a participação efetiva do Sindtêxtil.
...

"Preconceito - A parceria tornou visível o preconceito do segmento empresarial com o Bolsa Família e com as mulheres”, afirma a secretária municipal de Assistência Social, Elaene Rodrigues. Ela revela que, inicialmente, alguns representantes do setor têxtil queriam que as mulheres qualificadas trabalhassem três meses sem remuneração para depois serem avaliadas. Essa proposta foi recusada pela Secretaria de Assistência Social."

Continua em http://www.quatrocantos.com/lendas/407_bolsa_familia_costureiras_ceara.htm

Träsel disse...

Adriana, sou professor e gostaria de me desculpar com você em nome da minha classe. Seus professores estão falhando com você, ao não levar seus questionamentos a sério. É muito triste, isso.

Sara disse...

Patrick obrigada por me esclarecer, realmente não chequei a fonte, apenas soube há muito tempo atrás dessa noticia e nem me lembrava bem os pormenores, mas de qualquer forma, quero que saiba que NÃO SOU CONTRA O BOLSA FAMILIA.
Eu apenas sou contra aos objetivos que me parecem ser do governo de criar massas de populações presas a esse assistencialismo com objetivos eleitoreiros.
E gostaria de saber sobre estatísticas isentas, que demonstrassem que os que recebem esses benefícios não criam uma dependência deles, e que existem mecanismos e politicas públicas para que eles saiam dessa situação de dependência.
E sinceramente não creio que desejar isso seja "CLASSE MÉDIA SOFRE".

Anônimo disse...

Respeito a opinião de vocês, mas não posso conpartilhar dela. O único mérto do governo Lula foi não ter feito nenhuma grande besteira na economia. O que aconteceu foi que velejamos nos bons ventos da econoia mundial e aproveitamos as benesses do perído de austeridade que o FHC nos fez viver. Agora que a economia mundial voltou a piorar, os vermelhos do PT estão dando francos sinais de falência. A culpa da desgraça econômica vai ficar com a Dilma e é bem capaz que o populacho ignorante ainda reeleja o Lula como grande salvador. Olhem um pouco além e verão.

Louise Boeger disse...

[parte 1/3]

Lendo todos os comentários (sim, li todos) fui pensando por muitos ângulos diferentes. É bom saber de historias de pessoas reais, não estatísticas sem rosto. O mais difícil para mim em encarar "classes", "partidos", e aglomerações de pessoas em geral é justamente isso. Dentro de cada classe dessa ha pessoas tão diferentes com historias e opiniões tão diversas que fica impossível e se torna completamente errado qualquer generalização.

Faço parte da classe media (B mesmo, de acordo com os parâmetros) e isso porque vivo com meus pais. Em breve estou me formando na faculdade (tenho 21 anos e curso arquitetura e urbanismo na universidade de Brasília) e não serei mais classe B, pois planejo começar minha própria família e nao será ganhando tanto quanto meu pai, que trabalhou 40 anos pra ganhar o que ganha hoje. Meu pai é militar, da forca aérea, ja aposentado. Minha mãe é dona de casa, mas já foi dona de algumas microempresas que infelizmente acabou tendo que fechar por não dar conta das tributações. Essa inclusive é uma das estatísticas do pais, um grande numero de micro e pequenas empresas fecham nos primeiros 5 anos. Bom, sempre fui classe media. Meus pais tambem, cada um a seu modo. Meus avo paterno era funcionário dos trens do rio de janeiro e minha avo advogada. Meu avo paterno era militar, do exercito, e minha avó dona de casa sempre ajudava na renda vendendo bolos e costurando.

Não me lembro muito bem de como era para minha família no governo FHC, mas sei que viajávamos mais e não me lembro de termos que pedir ajuda aos meus avós como acontece hoje em dia. Tambem não lembro dos meus pais me negarem coisas no supermercado como hoje acabamos tendo que fazer. Vi muitos relatos aqui de pessoas que melhoraram de vida de lá pra ca. Aqui em casa o padrão caiu um pouco, mas acho que é o porque os reajustes para os militares foram bem menores que para os outros setores. Meu pais ganha praticamente a mesma coisa desde que me entendo por gente. Deve ser o ressentimento do PT com a classe. O que me incomoda muito, esse ressentimento geral quando falo que sou filha, neta e bisneta de militares, como se tivesse sido eu a prender e torturar pessoas... Enfim.

Vivendo em Brasília e estudando a vida toda em escolas particulares (que meus pais não podiam pagar, estudava com bolsa por boas pontuações nos simulados e com ajuda da minha avó para pagar o restante da mensalidade) convivi com muitas pessoas, e convivo até hoje, muito mais abastadas que eu. Gente alienada mesmo, que viaja pra Europa todo ano, que troca de carro todo ano (dado pelos pais, e não é carro popular não), que vai fazer intercâmbio e curso de verão no exterior (isso sim uma das coisas que mais me entristece não poder ter) e acha um absurdo cotas na universidade, sendo que estuda em faculdades particulares.

Enfim, consigo enxergar muito bem que tenho tudo o que preciso e até mais. Uma casa confortável, produtos da Apple (morri de rir dos comentários sobre isso, mas acaba sendo verdade mesmo), um carro só pra mim, viagens esporádicas que pagamos a prestação etc. Da minha qualidade de vida não posso reclamar. Mas quando penso em quanto meu pai esta endividado (e por ele sempre estara, ele apenas faz novos empréstimos quando esgota os antigos) percebo o quanto sai caro manter o padrão de vida que eles proporcionam a mim e ao meu irmão mais novo.

Louise Boeger disse...

[parte 2/3]

Pagamos muitos impostos sim, e além disso plano de saúde e gastos imensos com educação e transporte. Se ele trabalha duro (porque mesmo aposentado ele continua trabalhando como profissional autônomo na área da saúde) ha tanto tempo para pagar isso bem. Mas fico me perguntando como será minha vida daqui pra frente. Porque vou precisar como nunca precisei de transporte publico, de saúde publica, e pretendo trabalhar na educação publica, como professora universitária. Com a bolsa do mestrado, não vou conseguir manter o padrão que vivo hoje. Serei classe C. Ou D se não for contar com a renda do meu namorado. O que me preocupa é saber que mesmo trabalhando duro e pagando meus impostos, não vou ter serviços públicos de qualidade. É saber que muito dinheiro dos meus pais foi gasto em vão pra encher os bolsos de políticos corruptos em obras superfaturadas. Sinceramente eu fico triste. Porque não vejo a qualidade desses serviços melhorando. Quando precisei recentemente ir a um hospital publico com uma pessoa que é classe média mas não tem plano de saúde, o choque de realidade foi tão grande que fiquei semanas pensando em como deve ser duro depender apenas da saúde publica. Sabe, é desumano. Que pessoas estejam a beira da morte em macas nos corredores tratadas como animais. Isso sim é sofrimento. Não é querer fazer uma pós graduação na Europa e não ter dinheiro pra pagar.

Não acho que eu como classe media sofra. O que me indigna é ver a altíssima carga de impostos que meus pais e, em breve, eu pagamos, não ser aplicado para melhorar as condições de vida da população que realmente precisa dos serviços. Da moça que trabalha aqui em casa não conseguir comprar uma casa própria, da escola da filha dela funcionar em péssimas condições. Do ônibus que ela pega todo dia pra vir pro trabalho estar caindo aos pedaços. Dela ter medo da filha ficar em casa sozinha e correr o risco de ser assaltada ou violentada. Sabe, é "só" isso.

E lendo sobre o bolsa família, consigo enxergar na teoria (e nas estatísticas) quão positivo isso pode ser para uma família que esteja vivendo na miséria e passando fome conseguir mudar de vida. Mas novamente me volto a experiências pessoais. A Val (moça que trabalha aqui em casa ha mais de 20 anos) se orgulha de nunca ter "usado nenhuma ajuda do governo", como ela diz. Porque ela sabe que pelo que ela ganha, realmente ela não tem direito ao auxilio. E sempre conseguiu viver com dignidade. É difícil, mas digno. Por outro lado, onde ela mora, num bairro pobre aqui do DF, centenas de pessoas passam os dias e noites caminhando nas ruas, e vivendo dos auxílios do governo! (Aqui no DF ha varios programas distritais, que podem ser cumulativos ao bolsa familia) Como estudante de arquitetura, fizemos um trabalho sobre a área uma vez. Passamos quatro meses indo lá, fotografando, conversando com as pessoas. Diversas sao desempregadas. Por opção. Muitas, mesmo. E isso me entristece demaiS. Não é nem indignação, é tristeza. Por esse jeitinho brasileiro que acha que esta se dando bem vivendo com 300 reais e não trabalhando ao invés de procurar um emprego digno e capacitação que podem levar a uma mudança permanente de vida para si mesmo e para as próximas gerações d sua família. É egoísmo e mediocridade. Ha muita gente acomodada com os benefícios do governo, sim. Triste realidade. Precisa haver una mudança de mentalidade nesse sentido. Por isso continuo sem saber se sou contra ou a favor do bolsa família. Deveria haver mecanismos para impedir que o beneficio fosse concedido por tanto tempo. Algo como prazo para que a pessoa conseguisse sair daquela condição ou parasse de receber, para evitar esse comportamento.

Louise Boeger disse...

[parte 3/3]


Quanto a meritocracia, não entendi um ponto de algumas pessoas nos comentários. Se não concordam com a idéia de trabalhar duro para melhorar de vida, como ao mesmo tempo parabenizam historias de pessoas que comentaram aqui que vieram de famílias pobres e hoje vivem em condições muito melhores, que não imaginariam ha anos atras? Não é fruto de trabalho duro? Mérito delas ou no caso de seus pais ou avós? Não entendi mesmo... To confundindo o conceito e definicao? Alguém me ajuda?

Se alguém ler esse comentário até o final, parabéns pela disposição. Foi meio que um desabafo no fim das contas. Ando insatisfeita com a enorme desigualdade e pessima aplicaça do dinheiro publico no nosso país e sinceramente não vejo isso melhorando.

jacmila disse...

Que coment mais traste desse Träsel! = profes culpados pela bosta extrema do sistema público de ensino! O q mais vejo são profes pecando pelo excesso de zelo, só q na direção errada: desgastando-se em aulas apinhadas de alunos, poucos recursos, falta de visão-ação política, falta de ética - pq o culpado é aquele colega incompetente, descomprometido com sua nobre tarefa! ah pensa um pouco! professor é a classe mais desunida do planeta, sempre tem um puxando o tapete do outro! Nooooojoooo!

jacmila disse...

Ângela disse...

A classe média sofre porque não tem memória, nem aproveita sua boa condição pra se desenvolver intelectualmente. Lê mais Caras e Contigo que história e bom jornalismo...

Boa! comentários como esse e da aula de economia do fernando K é q me fazem continuar acessando o blog.

Se dependesse só da Lola e suas adoradoras teria desistido há mto tempo.

E tem uns coments mascus engraçados tb.

jacmila disse...

E vou dizer o q vejo todo dia no meu trabalho de profe no matter what (profe sendo criativo, quirido, enterteiner):

- gente fugindo da leitura e da escrita q nem o diabo foge da cruz

Se bem q tem mto diabo adorador de cruz...

E esses dias ouvi dum aluno 17 anos "tem lugar q nem precisa trabalhar, nem estudar, ganha dinheiro do governo"

E é esse "bem estar social" q a crise do capitalismo quer acabar de vez...

Ana Carolina disse...

Não gosto muito de entrar em comparação com FHc e Lula porque para a estabilidade econômica do Real florescer e funcionar, cortes precisaram ser feitos. O FHC não era aquele capitalista sádico de anedota sentado na cadeira preferencial rindo maniacamente e gritando "comam brioches então!" para o povo. Infelizmente, como numa família que precisa pagar dívidas para poder prosperar, ou uma empresa pequena, cortes precisam ser feitos. E foi isso que possibilitou o governo Lula ser o que foi - não aconteceu mágica do dia 31/12/02 para o dia 01/01/03 - a economia é um processo. E, inclusive, a classe mais prejudicada com a inflação é a mais baixa - a classe média tem muita gordura para cortar com desvalorização do dinheiro, mas os pobres cortam no básico - comida, roupas. E ter possibilitado que a hiperinflação desaparecesse teve um custo, não foi mágica. Enfim, ambos os governos (como TODOS os governos) tiveram acertos e erros e algumas coisas antes propiciaram que outras coisas depois acontecessem.

E sobre a classe média: a renda brasileira, mesmo hoje, é tão baixa, mas tão baixa, que para estar no estrato social A você não precisa de muito, minha família, que até outro dia tinha carro 1.0 e morava de aluguel (até outro dia MESMO, o apartamento foi comprado há três meses) era classe A. E mesmo a classe C é classe média pelas estatísticas. E mais: os esforços dos mais pobres, como vi na minha própria família, é que os filhos estejam um degrauzinho acima, por isso enormes sacrifícios para financiamento dos estudos e outras coisas. Então, o desejo de todos, no geral, é ir para a próxima classe. O problema é que quanto mais se aproxima do topo, maior uma expectativa de consumo próxima da classe dos verdadeiramente ricos (e eu disse que minha família estatisticamente pertence à classe A, mas existe um abismo entre nós e uma pessoa realmente rica, dessas de carrão importado, palacete e um consumo que não podemos nem fazer cosquinhas. E muitos do "classe média sofre" que vejo não se referem à classe média, à classe C, mas à classe alta mesmo. Mas tem de se ter em mente isso: nós ainda, como país, temos uma desigualdade de renda gigantesca que precisa ser combatida (e a entrada de classes C e D no consumo é uma ótima, pq significa que as necessidades básicas destas pessoas estão supridas e elas podem gastar seu dinheiro com outras coisas). O Bolsa Família tem um papel fundamental nisso, de não deixar essas pessoas ficarem à míngua. De saber que pelo menos comida na mesa, um teto e roupa pra vestir estarão lá. O resto, evolui-se a partir daí. E temos muito, muito o que fazer como nação ainda para chegarmos perto disso.

Camila disse...

Não gosto das comparações futuras entre o PT e o PSDB, primeiro pq ignora o partido que é tão influente quanto os dois o PMDB, um partido geleia - vai onde a corrente tiver melhor, sem o minimo de ideologia e com o máximo de oportunismo.

Isso principalmente quando queremos visualizar o cenário político de 2014, como se existe somente estes partidos como cantidatos. Reduzimos os tantos partidos existentes no Brasil, como acontece nos EUA, e no fim, os dois são o mais do mesmo.

A mudança social do Brasil poderia ter acontecido neste 11 anos de governo do PT, é claro que teve avanços, mas a passos de tartaruga, e quem tem fome tem pressa.

Se mudamos 'radicalmente' de partido em 2002 e até agora pouco melhorou, é sinal que estes três (incluo aqui o PMDB) não vão fazer as transformações necessárias no Brasil.

E preciso que a população enxergue os verdadeiros partidos de esquerda, e ainda, que acordem e reflitam que não é somente as eleições que vão possibilitar os avanços sociais.

Tonhão de Japeri disse...

Interessante mas, tem um detalhe o conceito de classe media esta totalmente errado,pois classe media no conceito clássico era bem diferente vamos rever um pouco como era. para ser classe media a renda mensal era de R$ 20.000,00 ate R$30.000,00, comprava casa própria e dez anos, veja quanta diferença ,quem classificou esse novo conceito de classe media nada menos do que Moreira Franco,logo não tem credito algum, outra fazer qualquer comparação entre FHC e Lula, simplesmente não tem nada de novo ambos governaram para poucos FHC entregou o pais, já Lula governou para poucos , teve a oportunidade de ouro para ficar na Historia como um grande líder mas não teve a coragem , ficou preocupado na tal governabilidade e fez o que fez para dar um exemplo Jose Sarney , Paulo Maluf, Roberto Jefferson e outros .

Blanca disse...

Louise, li todo o seu coment e adorei. Não vivi o q vc viveu, mas tenho suas mesmas dúvidas. =)

libercultlitter disse...

"Pra mim, quanto mais se ganha, mais se deveria pagar de imposto. Sou totalmente a favor do imposto sobre grandes fortunas e heranças, por exemplo"
Perfeito Lola! Até que acima de uma certa faixa (tipo oitocentos mil por mes) não compense mais - isso é uma forma de conter acumulação de renda e limitar o poder de grandes fortunas. Acima deste ganho o dinheiro vai para fortalecimento do mercado interno....etc.

jacmila disse...

E com este post confirmei a q classe social pertenço: média baixa
E Lola e sua fã teen (?) pertencem à classe média alta e defendem os frascos e comprimidos
Enquanto isso nosso planetinha é q sofre e se continuar essa fissura consumista ele dá um peteleco em todos, sejam ricaços ou miseráveis

Unknown disse...

Lola, querida, continuo adorando o seu blog.

Eu acho que o PT tem vários problemas, e tem muita coisa aí que se fala com "ganhos do PT" que são ganhos da tão falada "estabilidade". Mas isso é outra discussão.

Só achei estranho, querida, colocar esse apoio aos famosos ricos como algo inerente à classe média. Vi gente aqui - inclusive - reclamando de coisas super pessoais. Acho que é fato que a classe média apóia políticas públicas que nem sempre a beneficiam, mas beneficiam os milionários (imposto das grandes fortunas é só um deles), mas é importante sabermos por que. Dizer que é cultural e inerente não acho que ajuda em nada.

É uma discussão política e ideológica que precisa ser esclarecida. Por exemplo, se fosse inerente à classe-média apoiar os ricos, o Eike Batista teria amplo apoio da classe-média. Não to vendo isso.

Além da questão da mídia, acho que tem também a visão - problemática - de que o governo não é confiável. E que os ricos são insuperáveis.

São discussões só. Só para pensar!

Anônimo disse...

Ana Carolina,

Sobre seu comentario

Infelizmente, como numa família que precisa pagar dívidas para poder prosperar, ou uma empresa pequena, cortes precisam ser feitos

Ok, concordo.
Mas cortes como congelar salários de servidores públicos por dez anos ??
Se fosse um ano ou dois, vá lá...
Mas dez anos me parece um pouco demais pra minha cabeça. Nao consigo acreditar que o FHC tomou essa medida so pensando no nosso bem.
Ok, que nao sou economista, que nao entendo muito do assunto, mas em minha opinião tem algo errado ai...

:)
Abraços

Nina disse...

Lola, que coisa bonita e super didática a que você escreveu aqui, fiquei mesmo encantada, pois tinha as mesmas dúvidas da Adriana, agora plenamente esclarecidas.
Muito obrigada!
E que sejamos todos cada vez mais classe média, já que privilégios não faltam. E melhorias para cada família brasileira só significam evolução.
Abraços.

Anônimo disse...

Qnd pensar em bolsa família, não pense numa periferia urbana, por favor. Pra vc pode não fazer mt sentido e achar que as pessoas q estão recebendo para não fazer nada (meu palpite diz q essas pessoas continuariam desempregadas mesmo sem o bolsa família).

Pense que o bolsa família ajuda pessoas do sertão, do semi-árido, de zonas rurais longínquas que precisavam caçar calango para ter alguma fonte de proteína (ou alguma coisa pra colocar no bucho mesmo).

Sopa de pedra não é mito.

É mt fácil julgar do conformo dos nossos lares, com internet banda larga e um pc no mínimo male male.

Anônimo disse...

Israelenses plantam e cultivam alimentos no deserto. Eu gostaria de saber porque somos tão burros e subdesenvolvidos ?

Anônimo disse...

LSDiana, para você trabalhar ê sofrer????

Eu disse que um empregador, um empresário TRABALHA mais que seus empregados. E você criticou dizendo que eu disse que empresário SOFRE mais que seus emoregados.

Anônimo disse...

"O que acho estranho é que quem tem salário acima de 47 mil ao ano paga 27,5%, a mesma coisa de quem recebe, sei lá, um milhão ao ano. Pra mim, quanto mais se ganha, mais se deveria pagar de imposto. Sou totalmente a favor do imposto sobre grandes fortunas e heranças, por exemplo"

Quanta bobagem. Pagar imposto em um país que não devolve NADA, que obriga as pessoas a pagarem novamente pelo que lhes é de direito (saúde, educação, segurança etc) e a fábula do "tirar dos ricos para dar aos pobres" mostra o tamanho da imaturidade do argumento. Lamentável. Acho ridículo como brasileiro faz de tudo para NIVELAR POR BAIXO, quando deveria é promover o crescimento de todos ao melhor patamar. Mas cada povo tem o governo e as leis que merece.

jacmila disse...



"Israelenses plantam e cultivam alimentos no deserto. Eu gostaria de saber porque somos tão burros e subdesenvolvidos ?"

E a terra onde estão os "superiores" israelenses é todinha deles, né?

Mas é chocante pensar q lá eu estaria mais segura - se eu fosse israelense, claro - usufruindo melhor o direito fundamental de ir e vir, do q aqui onde estou, se ponho os pés fora de casa corro o risco de ser atropelada, agredida por gente estúpida, fofoqueira, ignorante.
O endeusado Lula reforçou no populacho a certeza q não precisa estudar, ler e escrever, basta ser ixpertu. O leque de opções entre os rapazes: jogador de futebol, traficante ou empresário.
O leque de opções entre as moças: mulher de jogador de futebol, traficante ou empresário.
As mentalidades continuam tacanhas

Sara disse...

http://diarionews.com.br/homem-queria-pagar-prostituta-e-motel-com-cartao-do-bolsa-familia/

Patrick não sei se essa noticia é lenda urbana ou HOAX, mas ai vai, querer pagar prostituta e motel com o cartão do bolsa família é UÓ...

Anônimo disse...

Queria Lola e comentaristas,
Aqui e a Adriana, autora do email. So tive tempo de ler o post hoje (tive provas finais na sexta e no sabado). Muito obrigada pelos elogios e por tentarem me explicar esta questao da classe media. Eu ainda tenho algumas duvidas, mas o que eu entendi mesmo e que a classe media reclama "de barriga cheia"!
Sei que eu ainda tenho muito o que aprender e vivenciar, mas estou feliz por estar no caminho certo e por encontrar pessoas com o mesmo pensamento que o meu, nem que seja na internet. Grande beijo para todos.

Anônimo disse...

Anônimo disse...

"Israelenses plantam e cultivam alimentos no deserto. Eu gostaria de saber porque somos tão burros e subdesenvolvidos?"

Acho que vc é burro e subdesenvolvido porque não é inteligente, e não faz nenhuma força para se desenvolver.

Do contrário, poderia verificar qual o montante de ajuda para o desenvolvimento que os EUA dão a Israel, por exemplo.

Também poderia dar uma estudada na situação da agricultura, por exemplo, na região de Petrolina/Juazeiro, onde hoje se planta até mesmo uva (e se fabrica vinho, ora veja).

Também poderia, se o seu interesse é mais história do que economia, levar em consideração que Israel não tem 300 anos de regime escravocrata nas costas, nem foi jamais colônia, não teve sua economia concebida desde o início como uma plataforma exportadora, nunca teve uma distribuição de terras como a do Brasil colonial (latifúndio, em Israel, por exemplo, nunca teve; ao contrário, a estrutura agrária, pelo menos até o país se firmar como um país desenvolvido, sempre foi "socialista" (kibbutzim), isto é, nada de propriedade privada da terra, muito ao contrário).

Espero ter dado uma pequena ajuda para vc deixar de ser burro e subdesenvolvido, mas, acredite-me, ou vc mesmo se esforça, lê, estuda, larga de preguiça mental, deixa de se deixar idiotizar por Globo/Veja/Estadão, ou vai morrer burro e subdesenvolvido.

Ana disse...

Lola,

Concordo plenamente com um anônimo que postou o seguinte comentário:

"Faltou uma coisa que é o retorno que a classe média recebe pelos impostos pagos. A classe média não faz uso dos do suposto retorno que os impostos deveriam ter ao paga-los. O imposto, que é alto, funciona como uma espécie de esmola para que os pobres tenham um serviço de má qualidade. E os mais ricos, bem estes como já foi dito, não pagam um imposto proporcional à renda e nunca precisariam ou fariam uso do serviço publico mesmo. Há de se considerar uma coisa. Existe a classe média que trabalha para empresas particulares. E existe a classe média que é funcionaria pública. Uma paga e não tem retorno. A outra paga e o valor retorna para ela."

Você deveria repensar melhor a respeito dessa questão. Contraditoriamente nós, da classe média, pagamos duas vezes o que teoricamente já pagamos nos impostos. Pagamos por uma educação particular (escolas, faculdades), por saúde (planos de saúde), por segurança (hoje é a coisa mais comum o uso da segurança privada, já que a pública tem nos deixado na mão), transporte, etc. Você pode até não fazer questão de pagar o imposto, visto que sua condição financeira propicia todos os pontos citados acima. Mas, imagine o quão difícil é pagar os impostos em uma situação mais precária que a sua? Será que é justo pagar duas vezes por algo?
Ao contrário do que a maioria da classe média salienta, eu não coloco a culpa somente no governo. Para além do governo, o problema está no legislativo. A reforma, mais do que qualquer lugar, precisa ser ecoada ali.

Anônimo disse...

"Anônimo disse...

"Faltou uma coisa que é o retorno que a classe média recebe pelos impostos pagos. A classe média não faz uso dos do suposto retorno que os impostos deveriam ter ao paga-los. O imposto, que é alto, funciona como uma espécie de esmola para que os pobres tenham um serviço de má qualidade."


Opa.

Cada vez que eu dirijo minha maravilhosa Ferrari (é, eu sei, parece um Fusca, mas isso é porque ter uma Ferrari dá muito problema, as pessoas são invejosas, vai que roubam ela? Então disfarcei de Fusca, por segurança), eu dirijo por ruas asfaltadas e iluminadas. Tá bom, nem o asfalto nem a iluminação são maravilhosos, mas ambos são melhores que o atendimento na fila do SUS - ou que o serviço de transporte coletivo, pelo qual os infelizes que não tem uma Ferrari como a minha têm de pagar - e nenhum deles, ao contrário do que a maioria da CMS parece imaginar, brota espontaneamente do solo. São pagos com os meus impostos, com os seus, e, por incrível que pareça, com os impostos de quem não tem Ferrari - ou Fusca - para usufruir diretamente da manutenção da malha viária.

Então, refazendo as contas... e incluindo nelas o asfalto, a iluminação (e os esgotos, e a rede hidráulica, e o policiamento, e a coleta de lixo)... quem é o "vagabundo" que ganha bolsa-esgoto, bolsa-asfalto, bolsa-água, bolsa-polícia, bolsa-lixo, etc., "de grátis" do governo... pagos com os impostos, também, de quem não tem água encanada, asfalto, esgoto, coleta de lixo, policiamento, iluminação pública?

Melhor não levantar essa lebre, capaz de nós sair perdendo.

Anônimo disse...

eu li ai em um comentário que quem perdeu com os anos do pt foram os empresários??? santa ingenuidade, o eike que o diga né. mesmo afundando levou 10 bi do bndes no ano passado

Ana R disse...

Adriana,

Gostei do seu texto e do seu pensamento crítico, apesar da pouca idade. Contudo, pelo relato da sua escola, viajando todo ano para o exterior e com carro importado, você é tudo, menos classe média.

Desculpe, Lolinha. Eu te adoro. Mas você devia ter dito pelo menos isso a ela na sua reposta. Achar que essa guria é classe média é demais, né?


Eve_ke disse...

Olá amigxs!

Sempre muito bom visitar esse blog! É a única pausa no trabalho (pesquisa de dissertação) que não me deixa com a consciência tão pesada, afinal, a constituição de um ser humano melhor vai refletir nas produções textuais!
Ainda sim, não pude ler todos os comentários, espero não estar repetindo nenhuma discussão.

Inicialmente parabéns à Adriana por ter alcançado tal discernimento praticamente sozinha.

Lola, eu também sou super a favor de impostos. Meus pais são militares e recebem boa aposentadoria desde que me reconheço por gente. Eu me graduei em universidade pública e recebo bolsa mestrado da capes! tudo isso graças aos impostos (obrigada a todos). E adivinha só, meus pais construíram umas casas para alugar e querem fazer o contrato no meu nome para sonegar!!! (e obviamente, reclamam da corrupção).
Aliás, era isso que gostaria de dizer, quando estava preparando argumentos para convencê-los a serem honestos, justos e conscientes, me lembrei da quantidade de corrupção. Me indigno com alguns impostos, vi num mercado que 50% do preço da abobrinha é imposto!!! (e o produtor, e quem precisa se alimentar?)

Outro ponto que me chamou a atenção foi a noção de atrelar melhoria da qualidade de vida. Reconheço que via de regra, perde-se mais tempo no transporte público e tals. Mas, atualmente desejar que todos tenham seu carro zero é uma perigosa armadilha. As montadoras são concentradoras de renda, extremamente injustas. O carro polui não apenas o ar, mas sua linha de produção depende de mineração feita com trabalho escrevo, apropriação de terra, etc.

Basicamente, é impossível idealizar um mundo "classe média" (como é) para todos! Não há possibilidade, não há recurso natural para realizar esse sonho. Quando a guria que nos esclareceu sobre as condicionantes para receber a classe média citou "curso profissionalizante" esse é outro aspecto no qual coço minha cabeça.

Assim como quando vejo universidades públicas se voltando à profissionalização. Criar mão-de-obra não penso que seja uma medida ideal, inteligente e feliz. É apenas reforçar o status quo mantendo "escravos modernos".

Enfim, no meu ponto de vista, mais ecológico. O erro do atual governo vai além das coligações malditas, entra no desenvolvimentismo e no uso indevido de um termo sério e profundo "sustentabilidade".

E temos que tomar cuidado para não associar consumismo com qualidade de vida.

Reconheço que nos comentários que li o dinheiro extra sitado não foi usado só no consumo de carro zero, importado, segundo carro, mas também para proporcionar educação, saúde, e até eliminar a fome. Mas penso que isso não deveria ser só para os que ultrapassaram a linha da classe média. Não deveria ser graças ao emprego que se conseguiu, deveria ser um direito básico independente de salário e emprego!

Mônica Queiroz disse...

Gostaria de saber em que país esta moça vive? Um país onde NÃO haja inflação ou esta seja mínima. Por que foi este país que ela descreveu. Continuamos morando de aluguel, não temos carro pois o custo da manutenção é muito alto e nem plano de saúde. Trabalhamos por conta própria e a há anos que não sei o que é viajar. Se isso é viver em um país rico, não sei em que mundo ela vive. E me poupem desse comentário: "não caio nessa esparrela de corrupção, por que sempre teve"! Que é isso agora? Agora devo desculpar o PT por ter nos enganado? Parido dos trabalhadores? De esquerdas??? Acho bom caírem na real.

Marcos disse...

Duas coisas.

Primeiro, a carga tributária do Brasil pode ser realmente alta, e a classe média pode reclamar à vontade que os impostos não são retornados, e toda choradeira de sempre. Mas não nos esqueçamos que o Brasil, como um todo, tem um PIB per capita médio. Imposto é recolher um bolo e tentar dividir este bolo igualmente a todos. Peguemos 40% dos nossos 10.000 dólares/pessoa/ano, e tentemos comparar com os mesmos 40% dos escandinavos. Só que estes têm renda per capita de 40.000 dólares/pessoa/ano. Onde mesmo encontraremos melhores serviços? NÃO recolhemos impostos escandinavos para termos serviço africano. Vamos contar nos dedos e encontrar pouquíssimos países no mundo com renda parecida com o Brasil e com serviços públicos melhores. E outra, dos grandes países do mundo, só os EUA e o Japão têm carga tributária menor que o Brasil. Dos médios, só a Coreia, e dos pequenos, o Chile, e paisecos produtores de petróleo. De resto, TODOS países com melhor IDH têm carga tributária parecida ou maior. Na ponta de baixo, com menor carga tributária, estão todos os países subsaarianos. É preciso acabar com o mito incrustado na classe média, através da lavagem cerebral da Veja e do Diogo Mainardi, de que imposto é um veneno. Não concordo com certas coisas que são feitas com eles, mas querer diminuir a carga tributária de uma hora pra outra, é besteira.

Nosso país é sim muito desigual, mas isso deveria ser COMBATIDO, e principalmente pela classe média. Se a renda dos mais pobres aumentar, a renda como um todo irá aumentar, e a tendência é que teremos mais impostos recolhidos (valor absoluto), e portanto, mais condições de cobrar dos governantes a boa aplicação destes (ou mesmo quem sabe a diminuição futura da carga tributária). Repito, a diminuição da desigualdade social é um FIM a se alcançar. A ascensão da classe C deveria ser motivo para comemoração.

Em segundo lugar, muitos conservadores e direitistas vivem na glória do passado, falando "na minha infância, a gente via saúde, educação e segurança de qualidade". Gênio, nos anos 70, a população brasileira era a metade, e o nível de urbanização era menos de 60%. A pobreza estava escondida no campo. As pessoas morriam de diarreia com hospitais a 300km de distância. A classe média urbana era pequena e não tinha mesmo do que reclamar. Ok, as cidades estão inchadas, e os serviços públicos são mais deficientes do que no passado, mas esse problema está para ser resolvido, visto que não temos mais pressão do campo para a cidade. E hoje em dia, também não temos mais pressão do nordeste em cima do sul.

Minha conclusão, classe média sofre, mas sempre pôde comprar PROZAC sem afetar seu orçamento.

Pedro disse...

Ehr, ao meu ver a visão da Adriana é bem a essência do problema da nossa cultura... tudo bem que pelo menos ela esteja preocupada com que as coisas melhorem, mas é que nem a Lola disse, a classe média se espelha mais no rico do que no pobre, e é exatamente isso que ela faz.
Um dia desses eu escrevi sobre a minha visão do que acredito que a classe média deveria representar. Basicamente, o médio não é só na renda, é em postura, modelo de igualdade, média de homogenidade e justiça.
http://classemediajusta.wordpress.com/

Thais Linhares disse...

Preciso me situar aqui.
O que é exatamente "classe média"?
Meus pais puderam pagar colégio particular para mim. Eu mal consigo o mesmo para meus filhos. Não tenho grana para ter carro, nem empregada, nem sequer uma diarista. Tudo o que eu ganho é investido em bons colégios para meus filhos. Eles não terão direito a cota, por serem caucasianos e terem estudado em colégio particular.
Não me identifico com os ricos, até mesmo porque estaria longe de poder frequentar seus círculos. Tudo que consegui foi com um esforço tremendo, tirando, é claro, a boa educação que recebi de meus pais. Comecei a trabalhar com 17 anos, como autônoma, e não parei mais.
Sempre me considerei classe média, mas não consegui me identificar com a descrição da mesma no texto da Lola.
Fui pra rua reclamar. O nosso sistema de transporte público – o qual uso com meus filhos - poderia custar um real, que ainda assim seria um absurdo de caro, em face da péssima qualidade onde todos somos tratados como gado de corte!
Se os colégios públicos da cidade onde eu moro fossem bons, eu não precisaria virar noite e finais de semana trabalhando em três diferentes funções para garantir pelo menos uma boa educação para meus filhos num colégio particular.
Não faço questão nenhuma de luxos como diarista, TV a cabo, viagens de férias e carro, coisa que eu não tenho e talvez nunca terei.
Mas quero que meus filhos tenham um Brasil melhor, com menos desigualdade social.
Com segurança, e sem medo até mesmo de pedir ajuda a um PM, já que o batalhão aqui perto é justamente um dos mais envolvidos em corrupção e atos de violência contra o cidadão (alguns testemunhados por mim).
O texto foi um bocado preconceituoso, esquece que a classe média abarca uma fatia bem maior da população e não só que recebe 47mil por ano! Quem me dera...
Esquece também que uma nova classe média emergente não quer só bolsa, ou cotas, quer serviços públicos a altura de um país que quer cidadania plena. É muito bom ter essa turma toda na rua, e me espanta que alguém se oponha a isso, mesmo sendo uma menina de 16 anos. Que ainda precisa de mais uns passinhos para que eu a considere consciente de fato.
Talvez por não morar no olho do furacão, nos grande centro urbano rio-sp, onde a qualidade de vida despenca enquanto os custos vão à estratosfera. Francamente, rolou um momento "Jabor" aí.
Pelo menos que se repare, que foi apenas com pressão popular, que alguém se mexeu para mudar o que está errado, e muito errado, em nosso país. Se por pressão de uma classe média "ingrata", bem, que o mérito seja dela, por se importar por todos nós, sentadinhos em nossos confortáveis sofás, enquanto passa a novela da Globo.

Julia disse...

Queria saber quando houve "pressão do Nordeste sobre o Sul" que o Marcos citou ai?

Aliás, queria saber do que ele tá falando.

Marcos disse...

Júlia, a pressão do Nordeste sobre o Sul (Sudeste) foi a migração entre estas regiões nos anos 60/70, fenômeno que acompanhou a migração do campo para a cidade na mesma época. [por sinal, faltou falar da pressão do crescimento vegetativo da população como um todo, que era alto e não é mais]

Quanto ao que falei, espero que você saiba o mínimo de interpretação de texto. São a minha opinião sobre dois mitos. O primeiro, que deveria haver diminuição da carga tributária. O segundo, que a vida no passado era melhor que hoje, especialmente nas cidades.

Alaia disse...

espetacular, tanto a pergunta qnto a resposta...tbem tinha essa dúvida...
bjos!!!

Anônimo disse...

Não posso comparar FHC e Lula pq quase não me lembro, mas posso falar com propriedade dessas "bolsas não sei o que" espalhadas por aí. Resumindo a história:minha mãe vive de "Bolsa Família" com meu irmão mais novo e se recusa terminantemente a trabalhar, fica em casa o dia inteiro quando não vai nas igrejas e entidades filantrópicas pedir cesta básica, roupa etc...Eu e meu outro irmão que fomos criados a partir dos 10 anos de idade pela minha avó paterna, que tb sempre foi bem pobre mas nos deu dignidade, conseguimos estudar, trabalhar e ter uma vida boa sem nenhum auxílio dessas bolsas do governo. A maioria das pessoas que falam das bolsas assistencialistas falam do que ouviram falar, nunca viveram na pele essa situação, minha mãe mora em um bairro bem periférico onde quase todo mundo tem uma ou várias "bolsa alguma coisa" e o pessoal não para em emprego, não quer saber de trabalhar, tem uma vidinha mais ou menos e se acostumou com isso, não acho que essas bolsas ajudem, as pessoas ficam se sentindo vítimas de tudo e se acomodam com essa "ajudinha", é cômodo pra quem recebe que pensa que está sendo muito ajudado e pra quem dá que ajuda a garantir votos, acho que a assistência de verdade é dada de outra forma com boas escolas e ensino de qualidade sem esse negocio de passar aluno que não sabe nada, com postos e hospitais de saúde bem equipados, com bons profissionais e atendimento humanizado, concordo com esses programas de habitação do governo, aumentem as creches e escolas em período integral, ofereçam muitos cursos profissionalizantes voltados pra classe mais miserável, faça uma horta comunitária, invista em muitas universidades, criem cotas para pobres, criem programas vinculados ao emprego... MAS NÃO DÊ DINHEIRO pq as pessoas não veem isso como motivo pra investir e melhorar o padrão de vida mas sim como meio de se acomodar com o pouco que têm. Refletindo melhor sobre os governos, embora quase não me lembre do governo FHC uma das coisas que observei é que hoje é muito mais fácil o acesso a um curso superior, praticamente só não estuda quem não quer, até cursinho pré-vestibular noturno e gratuito é oferecido.

Anônimo disse...

a 8 anos eu e minha familhia tinhamos uma renda de 3600 reais anual hoje temos uma renda 85 mil reais e creio que a classe baixa estejao bem melhor fiquem com Deus.

Vortice disse...

Texto absolutamente genial.
PQP... Como seria bom se mais pessoas tivessem a sua capacidade intelectual, Lola. Infelizmente, nossa sociedade individualista cada vez mais produz bestas fanáticas conservadoras e radicais, que, sem se darem conta, servem de escudo para a manutenção das benesses dos calhordas que são os verdadeiros "donos" desse mundo injusto que ruma ao limiar de sua existência. Ou muda, ou a m*rda vai sobrar pra todo mundo...

rita disse...

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Unknown disse...

Eses comentários chegam a me dar asco.Tem gente que ainda acredita na ilusão do almoço grátis.
O governo do PT nao fez nada pelos pobres,quem fez foi o capitalismo.
Tirar dinheiro dos ricos,e da classe média(que sempre se ferra na história),nao é justiça social,é roubo.
Pq raios eu tenho que dar quase 50% da minha renda para o governo financiar casa para pobre,saude para pobre,escola para pobre,dinheiro para ong,financiamento de cinema e cultura.Isso não é problema meu.
Isso é uma insanidade.
Artistas e feministas adoram essas coisas.
Fazer igualdade(o que é uma ilusão,pois não existe igualdade).Ou vc acha que um gari merece ganhar a mesma coisa que um médico que ralou a vida toda para Se qualificar?Ou vc acha correto,o governo pagar 20 mil por mês para um motorista do senado,com o dinheiro dos meus impostos?
Esquerdistas estão mal acostumados com as mamatas governamentais.
No livre mercado,essa gente morreria de fome.